Capítulo 12

Na noite de hoje as garotas dançariam com o príncipe. Cada uma teria a chance de ser vista comigo em frente a plateia, além do nosso povo, já que as fotos da noite sairiam em uma matéria no jornal.

Cada garota tirou um número de dentro da urna e Mila Gandin foi a primeira. Nós dançamos ao som da música lenta que tocava e as pessoas olhavam atentamente, nos avaliando, literalmente. Queriam saber se havia a famosa química. O que seria bem difícil para eles, já que não existia a mínima atração entre nós, pelo menos da minha parte. Depois de Mila foi a vez de Louise e assim se seguiu.

A música já estava no final, ainda bem, pois Naomi parecia querer fundir nossos corpos. Ela me apertava de um modo que estava começando a sentir falta de ar. Suspirei de alivio quando a musica acabou. Naomi se despediu sussurrando — Foi maravilhoso! — em meu ouvido, antes de seguir de volta ao seu lugar.

Algumas danças depois, mais precisamente na última, finalmente vi que valeria a pena. Mabel se levantou e caminhou em minha direção. Mesmo de longe notei seus olhos fixos nos meus e foi impossível conter um sorriso. Estava linda usando um vestido vermelho que realçava sua pele, a deixando mais encantadora do que já era.

Estendi a mão e Mabel a aceitou rapidamente. Uma das minhas foi para sua cintura, puxando-a para mais perto de mim e a outra segurou sua mão no ar. Uma música suave começou a tocar e nós a nos movermos.

— Você está maravilhosa. — Sussurrei perto do seu ouvido.

— Obrigada. Você está lindo. — Agradeceu.

— Como se sente... Aqui... Assim... — Questionei.

Imaginava que era diferente para Mabel estarmos na frente das pessoas, que nos avaliavam como 'possível casal'. Além de a avaliarem como quem sabe futura princesa e rainha de Thompson.

— Nervosa. — Confessou dando uma risada baixa.

— Não fique. — Neguei — Você sabe que não vai acontecer nada. — Tranquilizei puxando-a para mais perto.

Sabia que estava ultrapassando o limite antes usado com as outras garotas. Mas era Mabel e não conseguia me controlar perto dela.

— Diga isso ao meu estomago. — Revirou os olhos.

Dei uma breve risada fazendo com que Mabel sorrisse. Neste momento percebi os flashes das câmeras que começaram a disparar sem parar.

Ma Belle. — Sussurrei.

Mabel apoiou o queixo em meu ombro e sorri apreciando a sensação dos nossos corpos tão próximos. A música lenta já seguia para o final e nos restava pouco tempo. Virei à cabeça deixando a boca perto do seu ouvido, começando a cantarolar baixo a letra da música. Isso porque combinava conosco.

"Eu não estou pronto para esquecer,

Porque então eu nunca saberia,

O que eu poderia estar perdendo"

Quando a musica infelizmente acabou nós paramos de nos embalar. Segurei a mão de Mabel e a levei de volta ao seu lugar. Me inclinei e beijei sua testa antes de voltar até minha família.

— Bom, isso foi adorável. Obrigada príncipe. — Verônica sorriu e assenti concordando — Espero que tenham apreciado estes momentos e que isso ajude na votação. Agora três garotas serão chamadas para responderem perguntas feitas por vocês. — Continuou se referindo à plateia.

Verônica pegou os papeis e leu o nome das garotas: Judite Walker, Jade Burkens e Betina Hoffman. Elas se levantaram e seguiram até o meio do palco. Várias pessoas da plateia ergueram as mãos quando foi perguntado quem queria fazer a primeira pergunta e assim cada uma respondeu a sua, voltando depois aos lugares.

— Agora sem mais demora nosso príncipe irá nos dizer quem são as duas eliminadas de hoje... Príncipe... — Verônica avisou dando a deixa.

Levantei pegando o microfone oferecido e caminhei novamente até o centro do placo. Virei de frente para as garotas e as olhei por alguns minutos, respirando fundo algumas vezes.

— Nunca vou achar um jeito menos desagradável de fazer isso, mas é necessário então, me desculpem... Bruna Pellenz e Jade Burkens. — Suspirei audivelmente.

Jade na fileira de baixo se levantou meio aturdida. Já Bruna permaneceu sentada alguns segundos, ainda em choque.

Verônica se despediu de todos e as garotas se levantaram seguindo para trás das cortinas. As duas eliminadas da noite sendo guiadas por uma criada e indo direto ao palácio.

Voltei aos meus pais e juntos nós saímos pela parte lateral do palco. Já andávamos em direção à saída do ginásio quando ouvi vozes alteradas e imediatamente virei em direção ao corredor do lado. Caminhei a passos rápidos até a sala onde as garotas ficavam e assim que cheguei notei que todas olhavam para um ponto fixo no chão. Olhei na mesma direção e encontrei com as duas garotas que praticamente rolavam por ali.

Mabel estava sobre Naomi. Elas se arranhavam e batiam em uma típica briga de mulher. Não conseguia ouvir nada coerente, mas claramente se xingavam. Quando percebi que a coisa era seria mesmo fui até elas e segurei a cintura de Mabel, a puxando para cima e tirando de cima de Naomi.

— Calma Mabel. — Sussurrei em seu ouvido.

Ela ainda se debatia tentando se soltar e a apertei mais nos meus braços.

— O que está acontecendo? — Minha mãe questionou aparecendo na sala junto com meu pai e Victor.

— Não acredito que perdi isso... — Victor comentou chateado.

Ó! — Verônica exclamou assim que entrou na sala.

— Alguém pode me explicar? — Minha mãe pediu enquanto olhava para as duas garotas.

Naomi já tinha se levantado e arrumava o vestido que estava bem amassado.

— Mabel simplesmente pulou em cima de mim. Não sei o que aconteceu. — Naomi justificou — Não achei que chegaríamos a isso.

— Mentirosa! — Mabel acusou se mexendo em meus braços e automaticamente os apertei mais ao seu redor.

— Vamos voltar ao palácio. — Meu pai avisou — Nós resolveremos isso depois, com calma. — Completou e todas assentiram concordando.

— Vamos meninas. — Verônica chamou.

Então quase que em fila cada uma das garotas a seguiu para fora da sala. Assim que elas haviam ido suspirei baixo e passei as mãos pelos cabelos.

— Nós deveríamos ir dormir. — Minha mãe sugeriu me olhando.

— Resolvemos isso amanhã. — Meu pai avisou e apenas assenti concordando.

Sabia das regras do palácio quanto a agressões durante a convocação, afinal estava junto quando foram elaboradas. Segundo as regras Mabel e Naomi estariam fora da competição nesse exato momento, mas não podia deixar isso acontecer. Mabel não podia ir embora, nem que para isso Naomi também ficasse.

Por fim nós seguimos de volta ao palácio. Andamos em silêncio, com certeza propositalmente, já que ninguém estava disposto a entrar em um debate sobre o ocorrido agora a pouco.

Depois de nos despedirmos no terceiro andar e cada um ir para seu quarto, respirei fundo e desci novamente ao segundo. Andei pelo corredor a passos rápidos, até parar em frente à porta do quarto de Mabel. Tentei abri-la e vi que estava destrancada. Empurrei devagar e encontrei o quarto vazio. Me concentrei e ouvi o barulho do chuveiro ligado.

Fechei a porta e segui até a cama. Sentei a beirada e tirei meu paletó. Apoiei os cotovelos nas pernas e encarei o chão com atenção, pensando em como tudo isso tinha andando tão rápido. A poucas semanas era apenas eu e minha família no palácio, vivendo tranquilamente, mas agora várias garotas estavam aqui, andando pelos corredores e salões, e entre elas minha futura esposa. Era tão maluco!

— Alexander. — Ouvi chamarem.

Mabel tinha o rosto meio inchado e os olhos vermelhos.

Ela chorou! Pensei e isso partiu meu coração.

Levantei e caminhei devagar em sua direção. Nossos olhos estavam conectados e tentava entender o que se passava em sua mente. Mabel parecia assustada e temerosa.

Uma lágrima solitária escorreu por sua bochecha e foi o que bastou para que a puxasse aos meus braços. Mabel encostou a cabeça em meu peito enquanto chorava livremente.

Ma Belle. — Sussurrei beijando seus cabelos.

Passei os braços por suas pernas e a levantei. Caminhei até a cama e sentei com Mabel ainda em meu colo. A aninhei como se fosse um bebê enquanto acariciava suas costas.

Alguns minutos depois quando já havia controlado o choro, Mabel ergueu o rosto e me olhou, sorrindo e afagando sua bochecha.

— Desculpe. — Sussurrou.

— Não me peça desculpas Bel. Sei que essa situação não é fácil para você. — Franzi a testa.

— Nem para você. — Argumentou e neguei com a cabeça.

— Para nenhum de nós. — Completei encostando nossos narizes e fechando os olhos por alguns segundos.

Essa história toda era ruim para ambos os lados, mas o que me confortava era pensar que logo acabaria e nós ficaríamos juntos. Pelos menos esse era o plano.

Mabel tocou meu rosto e voltei a abrir os olhos, encontrando os seus. Chegou mais perto e encostou nossos lábios em suaves selinhos.

— E agora? — Sussurrou temerosa — O que vai acontecer?

— Não conversei com meu pai ainda, mas acredito que chamara vocês para uma conversa. — Expliquei a olhando sério.

Merda! — Praguejou negando com a cabeça.

— Não vai acontecer nada, ok! — A tranquilizei segurando seu rosto com as mãos.

— Estava rolando sobre Naomi e dei um tapa na cara dela. — Explicou como se fosse óbvio — Você também sabe as regras.

Sim eu sabia, mas não estava disposto a perdê-la por causa delas.

— Regras podem ser contornadas. — Dei de ombros.

— Podem? — Me olhou esperançosa.

— Podem, — Concordei sorrindo e beijei seus lábios — E se não podem, por você dou um jeito, Ma Belle.

Era verdade, por Mabel faria isso e muito mais. Sempre.

— Você nunca mais tinha me chamado assim. – Comentou deixando algumas lágrimas silenciosas escorrerem por sua bochecha.

Suspirei baixo enquanto pensava naquilo. Às vezes sentia que estava a sufocando com tudo o que sentia. Não queria pressionar Mabel a nada, nunca faria isso. Queria que sentisse por mim a mesma coisa que sentia por ela, mas que fosse sincero, de coração.

— Às vezes acho que sou possesivo demais com você... Sufoco demais. — Confessei meio culpado.

— Pare de ser bobo. — Revirou os olhos — Você não me sufoca.

— Não? — A olhei avaliativo.

— Não. — Negou tocando meu nariz com o indicador.

— Bom saber... Ma Belle. — Sussurrei sorrindo e beijei seus lábios carinhosamente.

— Você realmente existe? — Sorriu e dei uma risada baixa.

— Achei que só eu perguntasse isso. — Sorri de canto — Você realmente existe?

Mabel deitou a cabeça no meu ombro e suspirou baixo.

— Sei que passei dos limites. Uma futura rainha jamais agiria daquele jeito. — Sussurrou pesarosa — Mas nunca vou aturar que falem da minha família... Depois que meus pais morreram vovô e vovó foram quem cuidaram de mim e de Sam, e morreria por eles. — Explicou com firmeza.

— Te entendo meu anjo e pode ter certeza que Naomi vai ouvir sobre isso também. – A consolei.

Ficamos em silêncio por algum tempo. Ela com seu rosto na curva do meu pescoço e eu afagando suas costas.

— Sabe de uma coisa? — Perguntou de repente.

— O que? — Sussurrei.

— Adoro seu cheiro. — Confessou levantando a cabeça.

— Mesmo? — Sorri e a beijei rapidamente.

— Mesmo! — Afirmou.

Mabel colocou as mãos em meus cabelos e puxou meu rosto para perto. Nossas bocas se encontraram em um beijo molhado. Minhas mãos em sua cintura a puxavam para mais perto e em certo momento as desci até as coxas, onde alisei e apertei, ouvindo seu gemido baixo enquanto mordia meu lábio levemente.

— Bel... — Sussurrei subindo as mãos até sua bunda e a apertando.

Nos virei na cama e deitei sobre Mabel. Suas pernas imediatamente engataram em meus quadris, enquanto as mãos passavam pelas laterais do seu corpo, apertando sua cintura.

— Alexander. — Ofegou.

Desci a boca pelo seu pescoço, mordendo e chupando. Já Mabel passou as mãos pelo meu peito e começou a desabotoar a camisa social que usava. Depois de aberta Mabel a empurrou e ajudei a tira-la.

Meu corpo estava quente, muito quente. O sangue corria rápido pelas veias e o quarto parecia em chamas.

— Você me deixa louco, Mabel. — Sussurrei descendo a boca até o começo do seu busto.

Minhas mãos em sua cintura levantaram a blusa até metade da barriga e uma delas entrou, encontrando com seu seio. Desci a boca até sua barriga e ousadamente circulei seu umbigo com a língua.

— Hm. — Gemeu baixo.

— Mabel... — Comecei, mas fui interrompido por batidas na porta que logo já abria.

Antes que conseguisse raciocinar o que estava acontecendo eu já estava caído no chão ao lado da cama. Minhas costas doíam um pouco com a queda e percebi que Mabel tinha me empurrado para valer.

Ó! — Exclamou sentando e me olhando.

— Acho que cheguei em mal momento. — Victor tinha um sorriso sacana no rosto.

Levantei passando a mãos pelos cabelos e olhei sério para Victor. Que merda ele estava fazendo aqui? Sim, estava bravo por termos sido interrompido.

Tenho que admitir que ate foi bom, afinal não sabia o que aconteceria se Victor não tivesse aparecido. Mas e se tivesse nos pegado em uma situação mais constrangedora do que a de agora a pouco?

— O que faz aqui? — Questionei irritado.

— Ia pedir a Mabel se tinha notícias suas... Sua mãe está te procurando. — Explicou dando de ombros.

— Entrando no quarto dela assim do nada? E se Mabel estivesse sem roupa? — Arqueei uma sobrancelha.

Essa ideia não me agradava em nada. Teria que pedir a Mabel que começasse a trancar a porta. Me sentiria mais seguro assim, sabendo que estava segura também.

— Foi isso que quase aconteceu agora, não é? — Victor deu uma risada maliciosa.

— Victor! — O repreendi.

— Que sem graça você. — Desdenhou bufando e revirando os olhos.

— Você disse que minha mãe está me procurando? — perguntei.

— Sim, ela quer falar com você. — Explicou piscando para Mabel.

— Victor! — Repreendi novamente.

— Você vai vir ou não? — Jogou seus braços para o alto visivelmente exasperado.

— Vou! — Concordei pegando minha camisa que estava jogada no chão e a vestindo rapidamente.

Me inclinei na direção de Mabel beijando sua testa e em seguida os lábios. Ouvimos um pigarro e bufei me afastando um pouco.

— Nos vemos amanhã. — Prometi e Mabel assentiu concordando.

A beijei novamente e fui até Victor, que ainda estava parado na porta.

— Tchau Mabel. — Se despediu piscando novamente.

Bufei alto e o empurrei para fora, mas antes de sair ainda a olhei e dei um sorriso de canto, acenando.

Segui pelo corredor junto com Victor. Ele estava quieto, mas notava seu sorriso malicioso. Neguei com a cabeça e continuei subindo a escada que levava ao terceiro andar. Não iria discutir com Victor agora, mas conversaria sobre essa história de entrar no quarto de Mabel assim do nada.

Cheguei ao quarto dos meus pais e bati na porta. Logo ouvi a voz da minha mãe dizendo que podia entrar. Ela estava sentada a beirada da cama e meu pai na mesinha que tinha na parede oposta, ele parecia assinar alguns papeis.

— Queriam falar comigo? — Perguntei.

Minha mãe bateu levemente ao seu lado na cama, indicando que me sentasse ali. Meu pai virou na cadeira e me olhou sério.

— É sobre hoje à noite, as duas garotas. — Ele explicou e assenti concordando — Você sabe as regras.

— Sim, sei. — Afirmei suspirando alto.

Minha mãe pegou minha mão e encarei seus olhos.

— O que você quer fazer? — Questionou dando ênfase quando se referiu a mim.

— Eu, — Comecei, mas parei pensando naquilo — Acho que... Deixa-las aqui. — Sugeri.

Minha mãe assentiu concordando e notei em seus olhos que tinha entendido o motivo para essa decisão. Mabel.

— Você tem certeza? — Meu pai perguntou e virei o olhando.

— Sim. — Concordei sem pensar duas vezes.

Não tinha menor chance de Mabel ir para casa. O lugar dela era aqui comigo. Minha mãe apertou mais minha mãe e sorri beijando sua testa.

— Bom, então conversarei amanhã com elas. — Meu pai avisou e assenti concordando, realmente agradecido — Mas isso não pode se repetir. — Alertou.

— Não irá! — Afirmei sabendo que Mabel não deixaria isso se repetir.

Me despedi deles desejando boa noite e segui para meu quarto. Precisava de uma boa noite de sono, mas já dormiria mais tranquilo sabendo que Mabel ficaria. Afinal, tinha planos e ela estava em todos.

***

Era de tarde. Tínhamos passado a manhã e tarde toda em função da planta da nova escola da província. Meu pai era perfeccionista e queria tudo da melhor maneira possível. Não que eu fosse diferente, mas herdei isso dele.

— Acho que terminamos. — Meu pai suspirou alto – Agora só começarmos com a construção.

— O mais rápido possível. — Acrescentei e ele assentiu concordando.

— Eu cuido disso. — Jason avisou pegando a planta e guardando — Posso levar ao construtor amanhã mesmo.

— Obrigado Jason. — Meu pai agradeceu — Alias, poderiam entregar esses papeis a Félix? — Pediu lhe estendendo uma pequena pasta.

Dei uma breve olhada e eram algumas instruções para as rondas dos guardas. Félix era o responsável por isso.

Saímos do escritório e seguimos para fora do palácio. Logo avistei Félix parado perto de uma das colunas da entrada e andamos até eles. Entregamos as folhas e explicamos sobre o que era.

— Amanhã depois de ir ao centro quem sabe não apareça para o jantar, ok? — Avisou quando voltávamos.

— Você anda meio sumido ultimamente. — Comentei.

Já tinha notado que todas ás vezes que Jason ia ao centro da província demorava para voltar.

— Tenho visitado amigos. — Comentou dando de ombros.

— Amigos? — Franzi a testa.

— Os avôs de Mabel. — Admitiu me fazendo olha-lo sério — Depois do ataque eles me convidaram a entrar e tomar chá, nós criamos uma amizade. Eles são pessoas adoráveis. — Explicou.

— Eles são mesmo. — Concordei — Só vai com calma, ok? Com Samantha. — Avisei.

— Eu sei cara. Relaxa! — Colocou a mão em meu ombro.

Assenti concordando já pronto para falar mais alguma coisa, quando ouvi uma voz já bem conhecida. Virei encontrando com Mabel e o guarda. Eles estavam parados em frente ao palácio, conversando.

— Tudo bem aqui? — Chamei a atenção deles, que viraram e me olharam meio surpresos.

— Tudo sim. Jeremy só me acompanhou do jardim até aqui em segurança. — Mabel explicou.

Franzi a testa e assenti concordando. Precisava mesmo tomar alguma providência com relação a aquilo.

— Isso foi gentil da parte dele. — Jason se pronunciou pela primeira vez.

— Só meu trabalho. — O guarda se justificou.

— Com certeza. — Concordei sarcasticamente.

— Obrigada guarda Jerremy, pode ir. — Mabel agradeceu.

O guarda fez uma reverência e sumiu pelo jardim. Mabel se virou novamente e nos olhou séria.

— Estávamos apenas passando por aqui. — Jason justificou e ergueu os braços como se estivesse se rendendo.

— Eu não disse nada. — Mabel arqueou uma sobrancelha.

— Para bom entendedor meio olhar basta. — Debochou.

— Jason você pode ir na frente. Já te encontro no escritório. — Avisei e ele assentiu concordando, acenando para Mabel antes de ir.

— Espera, — Mabel o chamou — Você tem visto meus avós ou Sam?

Jason a olhou com um pequeno sorriso nos lábio. Cuidado amigo! Pensei.

— Sim, eles estão bem. — Afirmou ainda sorrindo — As tortas de sua avó continuam ótimas, seu avô cuida dos jardins e Sam... É Sam! — Explicou.

— Olha aqui Jason, Sam é uma criança ainda, ok? Se você fizer algo... — Mabel começou, mas ele a interrompeu.

— Jamais faria algo a Sam. — Afirmou meio indignado.

— Eu a amo muito e só quero o bem dela. — Mabel enfatizou e Jason assentiu concordando.

— Entendo. — Concordou se virando novamente e finalmente indo ao palácio.

Assim que estávamos sozinhos Mabel me encarou séria.

— Meu pai conversou com vocês, — Comentei e Mabel assentiu concordando — Espero que não tenha sido muito duro.

— Não mais do que merecíamos. — Deu de ombros — Agradeço por você e sua mãe terem ajudado a me deixar ficar aqui. — Completou baixando os olhos.

— Acha mesmo que deixaria você ir? — Ergui seu queixo com cuidado.

— Mesmo assim obrigada. Prometo que não irá se repetir. — Assegurou.

Encarei seus olhos cor de mel, quentes e convidativos.

— Sabe o que pensei quando nos trombamos no centro da província e você me respondeu daquele jeito insolente? — Questionei sorrindo levemente.

— Que eu era uma louca? — Brincou e dei uma risada baixa, negando com a cabeça.

Ok, Mabel era meio louquinha mesmo, mas gostava disso. Gostava dela por inteira.

— Não. Pensei em como era fantástico o fato de ser você mesma, sem nenhuma casca para tentar agradar todos. — Expliquei ainda encarando seus olhos — Foi ali que gostei de você, então não mude, independentemente de qualquer coisa. — Confessei.

Era a mais pura verdade, não queria que Mabel mudasse em nada. Ela era perfeita.

— Isso quer dizer que posso dar mais alguns tapas em Naomi? — Perguntou.

— Acho que meu pai não iria apreciar muito. — Dei uma risada baixa.

— Acho que concordo com você. — Fingiu estar triste.

— Foi o destino Bel. Ele me trouxe você. — Declarei tocando sua bochecha.

Nós nos olhávamos intensamente. Meu coração estava apertado, mas era algo bom, uma sensação gostosa de que aquilo era certo. Eu e Mabel juntos. 

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