Epílogo
Antes que vocês comecem a ler esse epílogo que preparei com muito amor e carinho pra vocês, eu tinha que deixar um recadinho aqui para agradecer do fundo do meu coração todos vocês. Muito obrigada a todos que me acompanharam nas postagens, que me esperaram quando tive que fazer umas pausas na escrita do livro e que sempre me apoiaram nas decisões que tomei.
Chegamos ao fim dessa jornada e odeio falar isso, mas me faltam palavras para expressar o que sinto nesse momento.
Terminar o livro é sempre um misto de euforia e tristeza. Vou sentir tanta falta desses personagens que me dói de verdade o coração. A história de Vivian e Nicolau exigiu tanto de mim, drenou tantas vezes as minhas emoções, foi um aprendizado tão grande que espero levar tudo o que eu aprendi aqui para o resto da vida.
Você meu leitor que sempre vota nos capítulos, que comenta, que vai no meu privado pra enlouquecer junto comigo por conta do capítulo postado, meu obrigada sincero, do fundo da minha alma. Você leitor que lê offline, mas que mesmo assim curtiu a história, eu também quero lhe agradecer muito pelo carinho. Toda leitura aqui é uma conquista, uma realização, é uma felicidade. Obrigada pelos elogios e pelos puxões de orelha. Foram igualmente importantes para mim.
Um beijo enorme no coração de cada um e espero que se divirtam com esse epílogo.
Então sem mais delongas aí vai esse fim fofo e divertido.
PS. Pra quem ainda quer ler algo que eu escrevi, estou postando um livro novo aqui na plataforma, se chama Outonos Meus e é uma história de amor super leve e delicada. Se quiserem dar uma conferida, irei ficar super feliz.
Nicolau me ajuda a carregar o bolo chocolate da Vanessa. Era o aniversário de seis anos dela e ela disse que queria comemorar antes somente conosco antes de fazer uma festinha para chamar os amiguinhos dela. Não entendi o motivo daquilo, mas concordei mesmo assim.
Seis velinhas cor de rosa enfeitavam o topo do bolo com cobertura de chocolate com côco.
Nicolau vem cantando baixinho os parabéns somente para me escutar cantar mais alto.
Vanessa estava sentada no sofá da sala. Vestia o seu vestido favorito lilás, com flores brancas e vermelhas estampadas por todo ele. Os cabelos caíam e cachos grossos e bem definidos sobre seus ombros. Seus olhos heterocromáticos eram seu charme especial e eles brilharam ao ver o bolo que tínhamos comprado para ela.
Ela batia palma enquanto cantávamos e assim que colocamos o bolo na frete dela, na mesinha de centro, batemos palmas também.
— Pode fazer um pedido colorida! — Nicolau diz com um sorriso ao chamar nossa filha pelo apelido que ele tinha dado a ela por conta dos seus olhos.
— Faça do fundo do coração que vai se realizar.
Ela abre um sorriso amplo e com a mais adorável janelinha na frente. Então fecha os olhos e sopra as velas com toda a força que tem em seus pulmões. Assim que abre os olhos, ela faz uma carinha bem conhecida para mim. Carinha de quem estava aprontando alguma.
Não sei se deixo essa passar já que é aniversário dela...
— Mamãe. Papai — ela diz com uma voz um pouco mais séria e tenho que segurar a risada. — Eu pedi que para esse ano vocês não comprassem nenhum presente pra mim, certo?
— Certo colorida.
— Eu disse que o presente que eu queria esse ano seria feito por vocês...
— Mas parece que você se esqueceu de nos dizer o que queria que fizéssemos sua malandrinha — digo brincando com ela.
— Não esqueci não mamãe. Eu só queria ganhar esse presente no dia do meu aniversário mesmo... — ela diz como se fosse óbvio e o Nicolau dá uma pequena risada.
— Então você já sabe o que quer pedir para nós filha? — ele pergunta mordendo o lábio para não rir ainda mais.
— Claro que sei. Mas vocês tem que fazer tudo bem?
— Se tiver ao nosso alcance filha, claro que faremos — digo sorrindo para ela.
— Vocês podem fazer sim. É bem simples na verdade mamãe. Mas vocês tem que prometer bem grande. Tem que prometer de mindinho — ela diz e estende um dedo mindinho para mim e outro pro Nicolau.
— Prometemos — falo ao mesmo tempo que ele e sorrimos. Enlaçamos nossos dedos mindinhos e confirmamos a nossa promessa.
— Bom, então agora eu posso falar. O meu presente de aniversário que eu quero é que vocês dois se casem.
Eu perco a fala. Como assim? Casar? Sim, eu sabia que a nossa filha tinha consciência que eu e o Nicolau não éramos casados. Mas não sabia que ela se incomodava a ponto de querer nos ver casados. Olho buscando uma resposta em Nicolau, mas ele parecia tão surpreso quanto eu. Droga! E eu pensando que talvez pudesse ter um dedo dele nessa ideia dela. Pelo menos faria mais sentido.
— Todos os pais dos meus amigos são casados e felizes. Eu sei que somos muito felizes, mas vocês ainda não são casados! Eu queria que vocês se casassem... — ela continua a falar como se fosse a explicação mais óbvia de todo o universo.
— Mas filha de onde você tirou isso?
— A vovó me disse que quando duas pessoas se amam muito, elas se casam para depois criarem um filho. Mas ela disse que vocês dois não se casaram, isso quer dizer que vocês não se amam muito? Quer dizer que vocês se amam só um pouquinho? — ela diz com uma vozinha triste.
— De onde você tirou que eu não amo muito a sua mãe colorida? Ela é a segunda mulher da minha vida, depois de você é claro minha pequena! Nos não nos casamos por... — ele parou de falar e olha para mim inquisitivo. — Porque não casamos mesmo mandona?
— Nem eu sei te dizer isso...
— Então quer dizer que vocês dois se amam muito? — Vanessa diz com a voz audivelmente mais animada.
— Claro que sim! — olho no fundo dos olhos dele e ainda me sinto tão apaixonada quanto da primeira vez que percebi que o amava. Não. Eu o amo muito mais do que amava antes.
— Nem por um momento eu duvidei desse sentimento — Nicolau faz carinho em meus dedos com seu polegar e beija carinhosamente meu ombro, sem nunca tirar o seu olhar do meu.
— Então está decidido, eu vou casar vocês dois! — Vanessa abre um sorriso enorme e fica de pé com um pulo. — Não saiam daí, que eu tenho uma coisa pra vocês! — ela corre na direção do seu quarto e volta depois com duas caixas empilhadas.
Coitadinha, mal conseguia equilibrar as duas em suas pequeninas mãos.
— Essa caixa é pra senhora mamãe — ela me entrega a caixa que estava em cima. — E essa é a sua papai! — ela entrega pro Nicolau a outra caixa. — Mamãe, a senhora pode ir se arrumar no meu quarto, o papai se troca no de vocês...
— Trocar? — Nicolau abre a caixa dele um pouco confuso.
— Sim papai, vocês não podem se casar assim! A vovó me ajudou a separar as roupas de vocês pra esse dia. Agora vai papai! Eu vou ajudar a mamãe a se vestir e ficar ainda mais bonita pra você. O senhor tem que ficar lindão pra ela também!
— Tudo bem então — Nicolau parecendo se render na brincadeira, fica de pé, dá um beijo no topo das nossas cabeças e vai para o nosso quarto, carregando a sua caixa nas mãos.
— Vamos mamãe! — ela segura a minha mão e me faz acompanhá-la. Fazer o quê certo? Pego a caixa em mãos e acompanho a minha filha apressada para o quarto dela. — Pronto, pode se vestir! — ela diz animada, abrindo a caixa por mim e tirando de dentro um tecido branco fino e delicado.
Era um vestido lindo, tomara que caia, com uma saia estilo princesa que chegava pouco depois dos meus joelhos. Minha mãe sabia as minhas medidas certas, pois o vestido serviu como uma luva. Depois de me vestir, ajudo Vanessa a se trocar.
Não consigo segurar a risada quando vejo que ela esta vestindo uma camisa enorme, que nela ficava um vestido que chegava até os seus pés, com um adesivo branco no colarinho. Parecendo muito a roupa de um padre. Minha mãe não tinha limites.
Vanessa faz questão de me ajudar a prender o cabelo, e mesmo o coque que ela me ajudou a fazer ficando bem torto e folgado demais, eu nunca negaria a ajuda dela. Ela que escolhe os brincos que eu ia usar e também a cor do batom que ela queria que eu usasse. Me ajuda a prender no cabelo um pequeno véu.
Passamos uns bons minutos rindo e me maquiando quando ela olha pro seu relógio e fica de pé rápido.
— Nossa mamãe! Já demoramos muito o papai já deve estar esperando por nós. Fica aqui no quarto e eu vou ver se ele já está pronto — ela me dá um beijo na bochecha e sai do quarto sem me dar a chance de falar qualquer coisa.
Me olho no espelho e me sinto bem. Não somente linda, mas bem. A porta do quarto se abre e a cabeça da minha filha aparece.
— O papai já está esperando por você lá na sala mamãe. Espera um minuto e pode ir! — ela sai na mesma velocidade que chegou e eu fico de pé.
Ando lentamente até a porta e abaixo o véu sobre o meu rosto. Isso vai ser divertido. Abro a porta e conto até trinta. Antes que eu possa terminar escuto uma música vindo da sala. Reconheço com facilidade a marcha nupcial. Aquela era a minha deixa.
Ao entrar no pequeno corredor que dá acesso a sala não tenho como esbanjar sorrisos. Nicolau está lindo, parado em pé ao lado da nossa filha, muito bem arrumado com um terno novo e muito bem passado, com os cabelos penteados para trás e um sorriso maravilhoso nos lábios. Ele estava descalço, assim como eu. Vanessa estava em pé também, olhava com atenção para nós dois e estava com uma posição toda séria atrás da pequena mesinha de centro, que agora não tinha mais o bolo de chocolate. Somente o celular do Nicolau e um pedaço de papel.
Vou andando sem pressa em direção ao Nicolau e assim que estou a seu lado, ele me desvela e dá um beijo em minha mão.
— Estamos aqui hoje reunidos para casar no mais completo amor o meu papai, Nicolau, e a minha mamãe, Vivian — Vanessa começa a falar, então sentamos na sua frente, escutando com atenção o que a minha filha a dizer. — Vocês vieram aqui porque quiseram, certo? Mesmo sendo um pedido de aniversário meu, vocês não estão aqui obrigados, certo?
— Eu vim de espontânea vontade — Nicolau sorri e segura minha mão.
— Eu também vim de espontânea vontade.
— Então tá certo. A vovó até escreveu o que eu deveria falar hoje, mas eu acho que é melhor se eu falar o que eu estou sentindo no meu coração... Eu tenho muita sorte por ter vocês dois na minha vida e sou muito feliz por sermos a melhor família no mundo inteiro. Sei que vocês dois se amam muito, mas são esquecidos demais, então se eu não lembrasse que vocês nunca se casaram, provavelmente nunca iam fazer isso. Mesmo eu não sendo padre, eu sei que o Papai do Céu não vai brigar comigo por fazer isso por vocês. E nem vai ser menos verdadeiro do que seria se fosse um padre aqui no meu lugar. O importante é o que esta aqui — ela aponta para o próprio coração. — Mas a vovó disse que os votos são importantes. Então mamãe, o que você quer dizer pro papai nos seus votos? — ela passa a palavra pra mim.
— Eu só tenho a agradecer por tudo o que ele representa na minha vida. Por me ter dado a chance de construir uma família e me dado forças quando eu fraquejava. Eu esperava a pessoa certa Nicolau, não vou mentir. Mas então você surgiu na minha vida, e eu te quis assim mesmo. Não era o certo que eu esperava, mas foi o certo para mim. Eu te amo muito Nicolau e espero dividir o resto dos meus dias com você.
— Agora é a sua vez papai. O que você quer falar pra mamãe?
— Dizer que eu sou muito agradecido por tudo o que você me proporcionou, por tudo que ainda me proporcionará. Você me fez olhar o mundo ao meu redor, me fez enxergar tudo com outros olhos. Sou muito grato por ter a chance de amar e ser amado por você. Nunca terei palavras para agradecer esse presente que você deu para as nossas vidas. Todos os sacrifícios que você fez. Por tudo o que você e é por tudo que você me faz ser. Eu te amo minha linha mandona! — ele sorri para mim e não conseguimos frear as lágrimas.
— São lágrimas de felicidade não e? — Vanessa diz, limpando as lágrimas dos meus olhos e do Nicolau.
— Claro que sim filha — ele diz, liberando uma de suas mãos e puxando a Vanessa para um abraço. — Obrigado filha por proporcionar esse momento para nós.
— Não papai! Ainda não, falta duas coisas! — ela se livra do abraço do pai e vai na direção do seu brinquedo favorito. Um pequeno castelo todo enfeitado e mobiliado. Ela abre um dos quartos do castelo e me impressiono ao ver ela tirar dois anéis dali de dentro. Sorrindo, ela volta a sentar na nossa frente e entrega um anel para cada. — Vocês tem que colocar as alianças no dedo do outro! — ela praticamente bate palmas ao terminar de falar.
Colocamos as alianças nos nossos anelares sem falar nada, somente com os nossos sorrisos falando por nós. Nicolau assim que passa o anel pelo meu dedo, puxa a minha mão para um beijo e depois a apoia em seu coração. Faço o mesmo com sua mão.
— Agora, você já pode beijar a noiva papai! — Vanessa fala toda feliz.
— Claro — ele sorri de uma maneira tão plena que me enche imediatamente de amor. Suas mãos serpenteiam sem pressa a minha cintura, e aos poucos vai colando cada pedaço do seu corpo no meu, até que esta tão perto que não sei mais qual é a respiração dele e qual a minha. Não sei onde termina o meu cheiro e começa o dele.
Ele ainda sussurra um eu te amo antes de encostar seus lábios nos meus. Ele não aprofunda o beijo, mas não faltou amor entre nós. Uma ligação tão incrível que me roubou todo o ar. Seus olhos tem os pontos mais brilhantes de dourado ao me encarar. Pensei que fosse impossível ama-lo ainda mais, mas estava enganada.
Olhamos para a nossa filha que nos encarava com um sorriso que ameaçava sair do seu rosto de tão grande.
— Que tal essa cerimônia filha, agora estamos casados? — Nicolau pergunta.
— Sim! — a animação dela nos contagia.
— Que tal se tirarmos uma foto para nunca esquecermos esse momento... Hein mandona? Colorida? Vamos?
— Claro! — digo e nos aconchegamos para tirar a foto.
Vanessa fica no meio de nós dois e sorri amplamente quando eu e Nicolau damos um beijo em cada bochecha dela. Enchemos a nossa filha de carinho e beijos. Aquela tarde foi sem dúvida inesquecível. Todos os momentos que eu compartilhava em família acabavam sendo inesquecíveis. Nos olhos da minha filha agora éramos uma família de verdade e aquilo que era importante.
F I M
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