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Todos paramos as nossas atividades e focamos nossa atenção para o Leonardo e a porta que ele fez questão de abrir lentamente. Minha irmã abre um sorriso que ameaça rasgar o seu rosto de tanta felicidade.

Meus pais ali na porta e abraçam o Leonardo cheios de intimidade. Minha mãe assim que o larga, vai falar com a Vanessa, a puxando para os seus braços, para um abraço bem apertado. Meu pai vem falar comigo e sou surpreendida com um abraço de urso e um beijo mais do que carinhoso em minha testa. Não entendi o motivo, mas fiquei emocionada com o gesto dele.

– Olá minha rainha – meu pai diz baixo em meu ouvido.

– Oi papai – digo numa voz fina, que me fez sentir como se tivesse uns quinze anos a menos.

– Como você está? – ele pergunta calmo, me olhando profundo nos olhos. Sempre que ele me olhava daquele jeito, abria o meu coração facilmente.

– Estou melhorando pai, na medida do possível as coisa vão voltando para o lugar.

– Bom saber disso... Sempre soube que você é uma guerreira, e não ia deixar nada entrar no seu caminho...

– Como assim pai?

Somos interrompidos pelos gritos de felicidade da minha mãe que vem na minha direção e me abraça, carinhosamente, mas sem o mesmo sentimento que o meu pai. Ela alisa os meus cabelos e me mede da cabeça aos pés enquanto segura os meus ombros.

– Minha filha, você está linda! Acho que o seu afastamento daquela delegacia mofada e de todo aquele estresse desnecessário fez maravilhas para você...

– Mãe! – finjo estar brava com ela, mas por dentro fico feliz, não por conta do elogio, mas sei que ela fica verdadeiramente feliz em me ver bem e longe da polícia, mas se ela soubesse dos envelopes... Mas não vou falar isso para ela, é capaz dela passar mal.

– Mas sei também de outro motivo para você estar tão bonita e feliz assim minha filha, e lá vem ele aqui na nossa direção – minha mãe aponta para um local ao meu lado e vejo o Nicolau se aproximar de nós, com a expressão um pouco esquisita.

– Mãe! – brinco de brigar com ela mais uma vez.

– Sei que é verdade minha filha... Mas não é verdade Nicolau? Minha filha não está ficando cada dia mais bela? Quer dizer, não somente a Vivian, mas a Vanessa também não fica nada para trás... – minha mãe já vai logo puxando assunto com o meu namorado.

– Vivian sempre será a mulher mais bela do mundo ao meu ver – Nicolau diz com um sorriso e pisca o olho sensualmente para mim. – Como vão? – ele cumprimenta os meus pais e aquilo ali vira um festival de abraços e apertos de mãos, pois logo os pais do Leonardo se juntam a nós.

O jantar começa a ser servido e vamos todos para os nossos lugares. Vanessa começa a falar um monte de ideias que ela tinha para a cerimônia e os olhos da minha mãe brilhavam com cada detalhe que a minha irmã fornecia.

Antes de ser servida a sobremesa, Leonardo ficou de pé e começou a bater de leve na sua taça de vinho. Todos ficamos em silêncio e esperamos o que ele tinha para falar.

– Bom, antes de tudo, queria agradecer a presença de todos aqui e aos meus pais e a Simone, que promoveram esse jantar que esta absolutamente maravilhoso. Fico muito feliz por compartilhar a minha felicidade com cada um de vocês, principalmente com essa mulher maravilhosa que me deu a alegria de aceitar passar o resto dos seus dias comigo. Meus pais sabem o quanto eu era, quer dizer, ainda sou difícil, para me abrir com outra pessoa, mas essa mulher especial faz com isso seja fácil. Quero compartilhar tudo com ela. Quer fazer tudo para ela. Porque ela é o meu tudo – ele segura as mãos da minha irmã, que está com os olhos cheios de lagrimas.

– Leo – minha irmã diz mordendo os lábios com uma expressão de um amor puro.

– Meu amor, sei que eu já te perguntei isso, já disse para todo mundo, mas vou te questionar mais uma vez – ele apoia um joelho do chão e segura a mão da Vanessa com extrema devoção. – Você aceita casar comigo?

– Claro que sim. Milhões de vezes sim! – Vanessa diz animada e pula no pescoço dele, fazendo com que os dois caiam no chão, rindo e se beijando apaixonadamente.

Todos ali bateram palmas e sorrimos por conta da cena. Os dois pareciam extremamente felizes. A sobremesa foi servida e os modos passaram foi longe, já que a Vanessa comeu o seu sorvete no colo do seu noivo, e os dois se divertiam dando comida na boca um do outro e se sujando de brincadeira. Era uma cena de aquecer o coração.

As horas foram passando com facilidade e logo tivemos que nos despedir. Os pais do Leonardo convenceram todos a dormirem por lá mesmo e nos providenciou tudo. Tomei um banho e coloquei um pijama que a mãe do Leonardo tinha disponibilizado. Nicolau também tomou seu banho e eu estava sentada na cama, esperando ele sair do seu banho.

– Você viu como a Vanessa ficou feliz por causa dos meus pais? – pergunto por alto.

– Vi sim, na verdade, eu ajudei um tantinho de nada o Leonardo, então eu meio que já sabia que seus pais viriam hoje...

– Sabia? E não me disse nada sua pessoa do mal?

– Era pra ser uma surpresa pra você também mandona – escuto a sua risada e ele abre a porta. Ah a visão desse homem de banho tomado, sorridente e somente de cueca...

– Realmente foi uma surpresa... – falo com uma voz meio esquisita.

Nicolau vem na minha direção e passa de leve o seu dedo por debaixo de todo o meu lábio inferior, descendo em direção ao meu queixo. Foi um gesto bem diferente, mas sensual. Ele me olha divertido e morde de leve o seu lábio. Não consigo mais pensar em nada.

– O que foi isso mesmo? – pergunto um pouco curiosa.

– Só tive que limpar um pouco da sua baba aqui minha mandona, acho que você olhou demais...

– Ah, mas você é um convencido mesmo...

– Vai negar que estava olhando? – ele sorri de leve e não consigo não sorrir com ele.

– Não vou. Mas a culpa é sua por ficar gato demais de cueca e molhado...

– Fala baixo mandona... Quer que os nossos vizinhos de parede escutem que eu vou dormir do seu lado somente de cueca? – ele diz baixinho no meu ouvido, fazendo a minha pele arrepiar. – A noite esta quente...

– Concordo com você... – perco o bom senso e retiro o meu pijama, ficando somente de calcinha e indo me deitar. – Está quente mesmo.

Nicolau se afasta de mim com passos rápidos e vejo ele trancando a porta do quarto.

– Espero do fundo do meu coração que essa tranca funcione, pois se alguém abrir a porta desse quarto e te ver de calcinha, juro que eu não respondo por mim...

– Ah, e te ver de cueca tudo bem não é? – ergo uma sobrancelha, desafiando ele.

Touché  mandona... – ele se aproxima silenciosamente de mim e vai com muito jeito ajustando o seu corpo enorme em cima do meu. Suas mãos serpenteiam pela minha cintura e sobem, amassando com carinho os meus seios. Mordo o meu lábio para não deixar nenhum som escapar. – Não quero que ninguém mais veja essas perfeições...

– Nicolau... – digo num gemido baixo, advertindo ele, mas sem conter o desejo na minha voz.

– Eu sei, eu sei... Não quero testar a grossura dessas paredes. Hoje eu me comporto... Mas que tal você colocar o seu pijama novamente hein Vivian? O que os olhos não vêem, o pau não sobe.

– Acho que esse ditado é um pouco diferente – rindo, fico de pé e apanho do chão o pijama, o recolocando. – Você bem que podia me ajudar também não é? Que tal colocar uma roupa também?

– Certo, certo – ele sorri e coloca uma bermuda de malha bem folgada. Ainda era uma tentação, mas... – Melhor?

– Vou ter que me contentar...

Nos deitamos e começamos a procurar a melhor posição para descansarmos. Mas como não estávamos muito cansados, o sono demorou para aparecer para nós dois. E então nos pomos a conversar baixinho.

– Posso falar uma coisa pra você mandona? – Nicolau diz me puxando um pouco mais perto dele.

– O que quiser... – digo aconchegando o meu rosto em seu peitoral.

– Não gostei nem um pouco do amigo do Leonardo, aquele tal de Pedro... – ele diz e não posso deixar de rir um pouco. – Ei, estou falando sério aqui mocinha!

– Eu sei que está. Por isso que eu ri.

– Mas qual o motivo dessa risada?

– Desculpa, mas é que dessa vez você não conseguiu manter o ciúme longe da sua voz...

– Ei, qual foi, eu não estou com ciúme daquele cara... Mesmo ele ficando todo cheio de dedos e risos para cima de você...

– Então quer dizer que você viu a gente conversando não foi?

– Sim, mas ele também não disfarçava muito o interesse dele por você... Mas não é por esse motivo que eu não gosto dele, mandona... Mas admito que ele tentar alguma coisa com você me fez gostar dele ainda menos...

– Então qual o motivo de você não gostar dele?

– Pode me chamar de maluco, mas algo naquele cara me faz querer ficar em alerta. Como se ele tivesse um aviso de perigo na testa dele.

– Pra ser sincera, você meio que também tem esse ar de perigo...

– Não sei explicar direito, eu... – coloco o meu dedo em seus lábios, pedindo que ele parasse de falar, ele não precisava se explicar, eu o entendo. Não conseguia ver esse perigo no Pedro, mas eu o entendo. Ele também tinha o direito de ter os seus instintos.

– Tudo bem. Não precisa se explicar mais. Eu entendi o que você quer dizer... E pode deixar, que a partir de agora, eu vou ter mais cuidado ao falar com o Pedro, tá bom assim?

– Obrigado – ele me abraça e beija o topo da minha cabeça.

– Acho que vou sentir falta da minha irmã dormindo aqui comigo – digo depois de um bom tempo de silêncio. Falei mais para mim, mas Nicolau me respondeu.

– Mas parece até que ela nem mora mais com você... Afinal, as últimas semanas ela sempre esteve aqui ou na casa do Leonardo...

– Eu sei bem disso, mas agora vai ser diferente. Ela sempre voltaria para casa, mesmo passando uns dias fora, ela voltaria, mas agora ela não vai estar mais para me fazer companhia... Vou ficar só.

– Obrigado pela parte que me toca. Bom saber que eu sou um ninguém...

– Não é isso – digo me erguendo e o encarando. Poxa, sempre me esqueço como os olhos deles são bonitos, principalmente sob a luz da lua. – Só que vai ser diferente sem a Vanessa aqui. Meio que me acostumei a ter sempre uma opinião feminina por perto...

– Mas a sua irmã só vai se casar Vivian... Ela não vai se mudar. Sei que sempre que você precisar ela vai estar por perto... – ele diz carinhosamente, alisando o meu rosto com os seus dedos quentes.

– Sei disso, e sei também que é bobagem minha... Vou me acostumar... Eu tenho alguém para me ajudar a não ficar mais sozinha – sorrio e lhe dou um selinho.

– Agora sim estamos conversando – a risada que ele dá é uma maravilha de se ouvir.

E foi entre beijos e risos que nós dois pegamos no sono.

A lua ainda brilhava no céu quando meu celular começa a tocar. Abro os olhos alarmada. Ligações de madrugada nunca são boas notícias. Procuro o meu celular e atendo sem ao menos ver quem era o dono da ligação.

– Alô?! – Nicolau está com a mão no meu ombro e a sua expressão é tão preocupada quanto a minha.

Só o que eu consigo escutar é o barulho do mar, bem distante, e um chiado que chega a ser desesperador. Nicolau acende a luz do abajur do meu lado e se senta ao meu lado na cama. Ninguém fala nada do outro lado da linha, mas agora consigo escutar algumas vozes abafadas.

– Alô?! Tem alguém na linha? – digo um pouco mais alto. Começo a pensar que pode ter sido um engano, mas a voz do outro lado da linha que fez ter certeza que não era engano algum...

– Vivian... – a voz saia num sussurro rouco e sofrido. – Me ajude eu... – o barulho é distinto agora.

Alto e claro como um dia ensolarado. Três disparos são feitos com uma arma de fogo. Depois disso volto a escutar somente o barulho do oceano ao longe. A ligação então é cortada, e fico ali naquele silêncio mortal.

Deixo o celular cair da minha mão e cubro a boca com minhas mãos em puro choque. Acho que o Nicolau está perguntando o que foi que aconteceu, mas não consigo formular uma frase agora. A voz eu acho que era... Era... Não pode ser.

Primeiro capítulo do ano :) Olá pessoal! Quem estava morrendo de saudade desse livro levanta a mão (eu sei que eu estava morrendo de saudade do Nicolau e da Vivian)

Já comecei com vontade esse ano não foi? Kkkkkkkk Então pessoal, alguém arrisca dizer de quem foi essa ligação que a Vivian recebeu? Deixa aqui nos comentários, quero saber ;) E se gostou do capítulo, não se esqueça de votar é muiiiito importante pra mim ;)

Desculpem a demora para postar, mas estava de férias, precisava de uns dias para colocar a cabeça no lugar e refrescar a cachola. Uns dias sem escrever mesmo sabe? Só lendo e colocando algumas séries em dia. Juro que até tentei escrever um pouco durante as férias, mas juntando um mês inteiro só consegui escrever uma linha kkkkkkkkkk. Por isso resolvi embarcar de cabeça nas férias e só voltar a escrever quando voltasse pra casa. E deu certo, kkkkkk esse capítulo saiu mais ou menos em duas horas (contando a revisão meio porca que eu faço pelo celular).

Obrigada por acompanharem a história e nos vemos no próximo capítulo ❤

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