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Duas semanas tinham se passado com uma velocidade maluca, e os meus pais estavam arrumando as malas para irem embora.
Minha mãe estava desolada, pois queria muito que Vanessa voltasse com eles, que voltasse a morar com os dois, mas Vanessa estava decidida a ficar. E eu estava muito feliz com aquilo. Passei a apreciar a companhia da minha irmã com todo o meu coração.
Estava ajudando o meu pai a colocar a última mala dentro do carro quando escuto minha mãe conversando com a minha irmã.
– Filha, tem certeza que não tem nada que eu possa falar que vai fazer você mudar de ideia? – a voz da mamãe estava chorosa.
– Não tem mãe, eu estou bem aqui. Estou feliz. Fazia um bom tempo que não passava um tempo com a Vivian e estava morrendo de saudades dela. Nós matamos a saudades e pra falar a verdade nós nos damos muito bem juntas.
– Quer dizer que você não se dá bem com sua mãe?! – minha mãe fala fingindo estar ofendida, mas sei que aquilo era somente um joguinho seu. Uma de suas cartadas finais.
– Mãe! Não é isso! Mas eu gosto de morar com a mana. Só isso. Morei a minha vida com vocês, o que são alguns meses com a minha irmã? Nem vai dar tempo de vocês sentirem a minha falta!
– Essas duas não tem jeito não é? – meu pai fala, colocando o seu braço sobre o meu ombro.
– Não, vai entender esse relacionamento entre elas – sorrio.
– Filha, estou muito feliz em ver como você duas estão bem. E mais feliz ainda que você saiu da polícia. Não sabe as noites tranquilas que eu dormi...
– Ah papai, deixe de ser bobo – encosto minha cabeça em seu ombro. – Mas sei que o senhor ficou aliviado mesmo.
– Nem sabe o quanto... Se você precisar de alguma ajuda financeira minha filha, pode nos pedir. Eu e sua mãe ficaremos felizes em ajudar você até você se reerguer.
– Não precisa pai. Eu tenho boas reservas. Mas eu vou logo, logo arrumar um outro emprego e tudo voltará aos eixos.
– E falando em novo emprego filha, você já sabe o que vai fazer?
– Pra ser sincera pai, eu ainda não tenho muita certeza, mas assim que descobrir ou arrumar alguma coisa, ligo para vocês, avisando.
– Estaremos esperando notícias em breve então minha filha.
– Pode deixar.
– Ah, e antes que eu me esqueça. Sei que nem preciso pedir isso, mas eu não sairia tranquilo se não falasse.
– O que foi pai?
– Cuide bem da sua irmã minha filha. E não se esqueça de se cuidar também... Vocês duas são as coisas mais importantes na minha vida e de sua mãe.
– Nem precisa pedir pai. Vamos nos cuidar! – falo feliz e puxo o meu velho para um abraço de urso. – Venham nos visitar sempre que quiserem!
– Viremos mais vezes – meu pai diz e me dá um beijo na testa.
– Estaremos esperando.
Minha mãe vem falar comigo e meu pai vai falar com a Vanessa. Os olhos dela estão cheios de lágrimas. Abro meus braços pra ela e minha mãe vem sem demora.
– Não fica assim mãe. Vanessa só quer um pouco mais de independência... – aliso os cabelos dela.
– Eu sei Vivian. Mas é que eu tive que aceitar a sua independência cedo demais, e eu ainda tinha a da sua irmã. Pensei que a teria por mais tempo.
– Mas a senhora a tem pra sempre mãe! E não me perdeu também. Coisa Boba!
– Sei que sou uma boba minha filha, mas não tenho como mudar! Acho que você só poderá entender o que sinto quando tiver os seus filhos!
– Ih mãe, mas isso ainda vai demorar um pouco...
– Sei disso. Mas fiquei super feliz em conhecer o seu namorado. Um amor de pessoa ele. E muito lindo. Já fico imaginando os meus possíveis netinhos, um mais belo que o outro!
– Credo mãe! Não quero pensar nisso agora!
– Você não está ficando mais nova filha! Você deveria aproveitar que saiu daquele emprego horroroso e focar em ser mãe!
– Mãe! Não vou nem discutir isso com a senhora! Filhos não estão nos meus planos agora.
– Sei disso minha filha, mas não custava nada tentar não é?
– É, só tentar mesmo mãe!
O portão se abre e Nicolau entra. Ele vem sem cerimônia dar um abraço nos meus pais e se despedir deles.
– A Viv tinha me dito que vocês já iam embora hoje! Não teve jeito de estender a estadia de vocês dois não foi? – ele diz de forma descontraída enquanto abraça a minha mãe.
– Nossas férias acabaram Nico – minha mãe responde já cheia de intimidades. – Temos que voltar para os nossos empregos. A livraria já passou muito tempo fechada. Mas você entende não é?
– Mas é claro que eu entendo senhora Darela!
– Já passamos disso meu jovem, pode me chamar de Sônia – fico um pouco perdida com a aproxima dos dois, mas ao mesmo tempo feliz.
– Certo então Sônia – Nicolau parece feliz com a facilidade com que se deu bem com a minha mãe. Mas eu tenho a esperança que o meu pai lhe dê um pouco mais de trabalho. – Espero que façam uma boa viagem de volta – ele diz para o meu pai.
– Obrigado Nicolau – meu pai diz um pouco mais sério que a minha mãe.
– Ah, ia me esquecendo! – ele retira uma folha de papel do bolso da sua calça jeans e entrega pro meu pai. – Aqui para vocês.
– O que é isso? – meu pai já fala, desdobrando a folha de papel.
– É o endereço de alguns hotéis que eu tenho pelo caminho de vocês. Se quiserem ficar em qualquer um desses, é por minha conta. Já deixei os hotéis sobre aviso.
– Não precisava se incomodar com isso filho! – e lá se vão as minhas esperanças de meu pai não ter ficado completamente encantado com o Nicolau.
– Imagina, não foi incômodo nenhum – Nicolau meio que dá de ombros.
– Você não nos conhece muito bem, mas já fique logo sabendo que não recusaremos seu presente tão generoso Nicolau. Muito obrigado filho – meu pai puxa Nicolau para um abraço e é hilário ver por poucos segundos o senhor da razão sem saber o que fazer. Só consigo escutar as próximas palavras do meu pai, pois estou bem próxima dos dois. – Eu não estou falando isso só por que você acabou de nos oferecer essas noites nos seus hotéis de graça. Falo isso de coração e de intuição filho. Você é um homem decente. Um homem bom pra minha filha. Cuide bem dela.
– Cuidarei senhor.
– Gostei muito de conhecê-lo – meu pai diz sincero e dá dois tapinhas nas costas do Nicolau.
– Igualmente.
Tá, meus pais já estão nas garras do meu namorado, mas foi muito gratificante ver as bochechas dele ficando um pouco vermelhas. Nicolau estava envergonhado e não era uma cena que eu não via com frequência. Guardarei essa memória.
Depois de mais uma rodada de beijos, abraços e despedidas, os meus pais partem. Sorrio ao acenar para os dois. Minha mãe me prometeu dar notícias assim que fizessem a primeira parada. Eu amava quando eles vinham me visitar. Essa visita pareceu que foi mais completa, já que a Vanessa também estava aqui. A única coisa que eu não gostava era o fato que eu ficava cheia de saudade dos dois quando eles iam.
– Que bom que pelo menos você resolveu ficar Van – falo abraçando de lado a minha irmã.
– Mas é claro que eu ficaria... – ela sorri e me dá um beijo no ombro. – Mas eu não consegui falar para eles Vivian – a tristeza em sua voz me faz abraçá-la um pouco mais apertado.
– Tudo bem Vanessa, você terá outras oportunidades de falar para eles.
– Sei disso – ela ergue o olhar e olha diretamente para o céu. – Não sei vocês dois, mas eu estou morrendo de fome. Querem comer alguma coisa?
– Algo italiano cairia bem agora – Nicolau diz, entrando na conversa.
– Italiana então! – Vanessa diz animada. – Peçam o que vocês preferirem, eu vou só tomar um banho e deve ser mais ou menos o tempo que o pedido chegue.
– Alguma preferência mandona? – Nicolau pergunta abraçando as minhas costas e dando uma mordida de leve no meu pescoço.
– Hoje não quero ter que tomar nenhuma decisão, o que você escolher está bom pra mim.
– Pena que não tem você no cardápio, senão eu só pediria isso – ele diz cheio de segundas intenções, beijando lentamente a minha orelha e me apertando bem perto dele, me fazendo sentir a sua ereção.
– E quem disse que eu não estou no seu cardápio? – me viro e passo os dois braços pelo seu pescoço, o abraçando.
– Gosto muito para onde esta conversa está caminhando.
– Me surpreenda com o almoço que eu dou o meu jeito de surpreender você com a sobremesa!
– Mal posso esperar pela sobremesa – ele diz e me dá um beijo e arrancar o meu fôlego.
O nosso almoço chega e durante a conversa entre as garfadas, decidimos ir ao shopping depois do almoço, assistir um filme de comédia que parecia ser muito bom. Como o Nicolau tinha escolhido muito bem o nosso almoço, eu dei um jeito de surpreender ele no banho e fiz com que ele gostasse da sobremesa. Ele até repetiu!
A tarde no shopping foi bem descontraída e quando percebemos, a hora tinha passado com uma velocidade alarmante e o shopping já estava fechando as suas portas. Nem preciso pedir muito, e o Nicolau foi dormir lá em casa, estava com saudade de dormir ao lado dele, já que ele se recusou a fazer isso enquanto os meus pais estavam em casa. Estava com saudade do seu corpo quente colado no meu.
Vanessa vai logo se despedindo e diz que vai capotar na cama, dava pra ver o cansaço em seu rosto, eu estava cansada também, mas eu ainda tinha algumas ideias na cabeça antes de dormir. Então o arrasto para um banho quente comigo e terminamos o que começamos debaixo do chuveiro em cima dos meus lençóis.
Ele pega uma cueca na gaveta com algumas peças básicas dele no meu guarda-roupa. Sim, agora ele tinha até um espaço para as suas coisas no meu armário. Resgato uma camisola sexy, de renda rosa do fundo do armário. Nicolau passa as mãos pelos cabelos tentando domá-los um pouco e sem conseguir arrumá-los, deita ao meu lado.
– Não entendi o motivo de você querer arrumar o cabelo, você sabe muito bem que uma das minhas coisas favoritas é desarrumar ele...
– E como você pode desarrumar ele se ele não estiver arrumado hein mandona?
– Bem pensado – digo num sorriso e o puxo para perto. Meus dedos já estão em seu cabelo e eu mexo meus dedos, fazendo uma massagem.
– Hummm, isso é muito bom – ele diz fechando os olhos, e relaxa sob o meu toque e o meu sorriso alarga.
– Deita, deixa eu fazer isso direito... – ele nem protesta e gira as nossas posições, me fazendo ficar em cima dele. – Agora sim.
Digo num sussurro satisfeito e continuo a minha massagem pelos seus fios macios e limpos. A massagem desce pelas suas têmporas e não consigo conter um gemido de aprovação quando sinto ele despertar entre as minhas pernas.
Seus olhos que estavam muito bem fechados e aproveitando a massagem se abrem maliciosamente quando eu começo a rebolar devagar em cima dele, massageando também o seu membro que ganhava espaço dentro da cueca dele.
– Definitivamente essa massagem vai entrar no meu top dez... – ele diz com um sorriso brincalhão.
– Só no top dez? – ergo uma sobrancelha e paro momentaneamente os meus movimentos.
– Deixa eu ver se eu posso melhorar isso – ele diz e num movimento rápido segura a barra da minha camisola e o retira de uma vez. Agora estou usando somente uma calcinha– Ah, agora sim, bem melhor – ele abre um sorriso.
– Pervertido. Nem assim que consigo entrar no top cinco? – cruzo os braços na minha frente, consciente que aquilo estava projetando o meu peito para frente.
– Que top cinco? – ele diz agora bem sério. Me vira de uma vez e estou presa debaixo do seu corpo quente. – Você sem sombra de dúvidas é a melhor que eu já tive. E a última que eu quero ter.
Ele nem me dá tempo de pensar na última frase que tinha dito, já vai colando os nossos lábios e eu não consigo pensar mais nada, quando a sua boca deixa os meus lábios e encontra um caminho muito interessante pelo meu corpo.
Estou completamente satisfeita, assim como ele e estamos num enroscado muito delicioso de pernas e braços na minha cama. Estávamos sonolentos e um silêncio delicioso nos embalava. Até que fomos interrompidos pelo toque do celular dele.
– Desculpa minha linda, esqueci-me de colocar no silencioso... Deixa-me atender e aproveito para desligar ele, não quero ninguém atrapalhando o nosso sono hoje.
– Precisa mesmo atender? – digo me enroscando um pouco mais nele.
– Desculpa mandona, deixa só eu ver quem é e eu volto em questão de minutos. Quero você mais enroscada em mim quando eu voltar tá certo?
– Minhas pernas e braços já estão se preparando – digo e solto o seu corpo. É uma delícia ver o corpo dele se mover sob a luz da lua. É um espetáculo a parte.
Ele se levanta e se afasta um pouco para atender a ligação. Não consigo distinguir o que ele está falando, mas só pelo tom da sua voz e expressão de seu rosto, sei que o assunto é sério. Cinco minutos depois ele volta a deitar do meu lado.
Faço o que eu prometi e me enrosquei novamente nele. Ele parece um pouco perdido em pensamentos.
– Algo que eu possa ajudar para essa sua cara de preocupado?
– Era o investigador que eu contratei no telefone.
– O que ele queria com você, ligando assim tão tarde?
– Ele estava investigando algumas coisas sobre o meu irmão e então descobriu algo muito perigoso, algo que envolve toda a cidade...
– Toda a cidade? – pergunto me sentindo a cada segundo mais desperta.
– É sério.
– Eu posso saber disso somente amanhã? Estou um pouco cansada de todos esses problemas e conspirações. A cidade não vai sofrer se você me contar somente amanhã não é?
– A cidade está segura essa noite – ele diz sem muita certeza, mas decido acreditar nele mesmo assim.
– Acho que eu vou precisar de um bom beijo de noite para conseguir dormir depois dessas faltas de informações.
Ele sorri com malícia e me dá exatamente o queeu peço, e adormeço envolta na minha nuvem de luxúria. Só espero que a quedanão seja muito grande quando o Nicolau me contar o que está sabendo.
Capítulo novo de Nico e Vivi pra vocês se animarem! Espero que gostem! Um grande beijo e até o próximo capítulo <3
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