• Você não?


| Noelly |

· Já estou aqui, abre a porta. 👻

Príncipe♥️: Por que você fica usando sempre esse emoji de fantasma?

· É a minha marca 👻
Agora abre a porta antes que eu congele aqui e receba o convite de interpretar o Olaf no cinema.

Príncipe♥️: Mandona+dramática= você.
A propósito, eu assistiria esse filme várias vezes só por sua causa 💕

· Own que fofo 😻, agora... Por que está digitando ao invés de abrir a porta para mim?

Enviei a mensagem e logo guardei meu celular no bolso esperando o Jimin abrir a porta da casa dele enquanto me encolhia apertando o casaco grosso que eu usava. Hoje era o segundo final de semana que nós iríamos passar juntos, e como o nosso primeiro não deu lá muito certo já que ele se machucou, decidimos fazer algo em casa mesmo, o que resultou em ele me convidando para assistir um filme na casa dele.

Ainda lembro direitinho o que rolou entre nós no final de semana passada e é quase impossível controlar meus batimentos cardíacos quando penso naquele dia. Depois de confessar que eu retribuía seus sentimentos, Jimin perguntou se ele poderia ficar um pouco mais na minha casa e obviamente eu não neguei seu pedido.

Nós ficamos o restante do dia trocando beijos e carícias -sem muita ousadia da parte dele e um pouco de ousadia por parte minha- e vez e outra eu me deliciava vendo as bochechas coradinhas do Park sempre que eu roubava um beijo seu, o que só me fazia querer o beijar mais e mais. Era tão fofo a forma como ele se entregava para mim sempre que eu o beijava e me deixava ser seduzida pelos suspiros profundos que ele soltava quando eu me aventurava um pouco e deixava selares longos no seu pescoço branquinho e cheiroso.

Mas sempre que eu começava a beijar ele de uma forma mais "séria", o Park nos afastava e mudava de assunto com o rosto completamente corado, respiração ofegante e nervoso me fazendo sorrir. Ele era tão perfeito e tão inocente que eu até pensei que eu estava praticamente abusando do menino, então decidi que iria ficar um tempo sem beijar ele, já que era sempre eu que tomava a iniciativa e não queria que ele pensasse que eu estava apenas abusando do seu corpo. E que corpo meus amigos, que corpo.

Mas eu logo percebi que o Jimin não se importava nenhum pouco em ser "abusado" por mim, já que depois de ficarmos quase uma hora sentados no chão do meu quarto conversando sobre diversas coisas, ele se virou para mim com um biquinho nos lábios e murmurou em um tom tristonho: - Por que você não está mais me beijando, Nô? Eu fiz algo errado?

E obviamente eu não resisti aquele garoto e literalmente me joguei para cima dele o que fez ele cair de costas no chão comigo abraçada em seu corpo o que nos causou uma curta crise de riso que logo se cessou quando dessa vez, ele tomou a iniciativa e me beijou com confiança me fazendo ofegar quando senti seu aperto na minha cintura. Jimin passou a tarde inteira comigo e só foi embora quando eu avisei que logo alguém chegaria o que fez ele sair apressado da minha casa me fazendo rir por notar sua timidez voltando.

Eu passei o domingo inteiro revivendo o que rolou entre nós em meus pensamentos, surtando vez e outra na minha cama enquanto praticamente esmagava meu rosto contra um travesseiro para ninguém conseguir ouvir meus gritinhos histéricos. Eu estava me sentindo uma idiota apaixonadinha. E para falar a verdade, eu até que estava gostando de me sentir assim pelo Jimin.

Quando as aulas voltaram, eu me senti nervosa por não saber como ele iria reagir mas logo percebi que não tinha o porquê de me sentir assim, já que a primeira coisa que o Jimin fez quando me viu, foi sorrir daquele jeito lindo dele e logo pegou seu celular para digitar algo e não demorou muito para uma mensagem sua chegar para mim: Às vezes acho que você é uma ilusão, de tão linda que é.

Não preciso nem dizer que fiquei sorrindo que nem uma idiota enquanto as minhas amigas me zoavam. Nós passamos a semana inteira assim, trocando sorrisos quando nossos olhares se encontravam e trocando mensagens todos os dias e quando ele falou que queria me ver de novo e eu quase infartei com o seu convite, eu já sabia que não tinha mais como voltar a trás.

Park Jimin já havia chegado no meu coração.

- Oi. - sorri quando a porta foi aberta e logo o Jimin apareceu no meu campo de visão me olhando com a boca semiaberta e depois de soltar um suspiro que deixou ele ainda mais fofo, ele murmurou timidamente:

- Oi linda.

- Tem uma babinha aqui. - brinquei apontando para meu próprio queixo e o garoto revirou os olhos com as bochechas já na coloração vermelha que eu tanto adoro.

- Não começa. - ele resmungou ainda envergonhado e logo me puxou pela mão - Vem.

O Jimin estava a cada dia mais solto comigo e eu confesso que estava adorando isso, ele já não tinha mais aquela vergonha em me tocar ou me elogiar e sempre que ele fazia uma dessas ações, eu me apaixonava ainda mais por ele. Como se isso fosse possível, eu já estava no nível máximo de paixão ultrapassando meu limite de boiolice.

- O que vamos olhar? - perguntei me sentando ao seu lado no sofá. Seus pais estavam trabalhando então ele achou melhor ficarmos na sala mesmo e eu quase ri quando ele falou isso em uma das nossas ligações. Será que ele temia que eu agarrasse ele no quarto dele? Sendo que eu posso agarrar ele independente do local que estamos?

- Que filme você gosta? - ele perguntou pegando o controle e eu achei fofo o jeito que ele se atrapalhou para apertar os botões, já que ele parecia nervoso.

- Já olhou o filme "A lenda da espada do rei Arthur?"

- Não.

- Ele é muito bom!

- Então vamos olhar esse. - ele sorriu para mim e logo colocou o filme, mas deixou ele pausado no início - Eu comprei uns doces, você gosta?

O único doce que eu gosto aqui é você.

- Gosto sim. - sorri para ele que pediu para eu esperar ele na sala e antes que ele fosse para cozinha, ele deu um beijo rápido na minha bochecha, fazendo meu sorriso aumentar.

Ai papai, apaixonei.

Não demorou muito para ele voltar com uma sacola cheia de balas, chocolate e outros doces e com um pote com pipoca que eu tenho quase certeza que ele já tinha preparado ela antes de eu chegar. Ele se sentiu do meu lado e logo colocou o filme, e eu como uma grande fã desse filme, estava fissurada nas cenas de ação mas mesmo assim conseguia sentir o olhar do Jimin sobre mim.

Ele estava a uma palma de distância de mim, e vez e outra nossas mãos se esbarravam o que me faziar rir.

- Você não vai entender nada do filme se continuar me olhando. - brinquei ainda sem o olhar e escutei ele rir soprado - Esse filme é complexo.

- Na verdade, eu só quero entender você.

- E o que você não consegue entender? - perguntei curiosa me virando para ele.

- Por que você é tão linda? - perguntou levando uma de suas mãos para meu cabelo começando a enrolar uma mecha em seu dedo o que resultou em um quase engasgamento da minha parte, mas ainda bem que eu consegui controlar e não passei essa vergonha.

Ele definitivamente estava mais solto hoje.

- Eu não tenho uma resposta para isso. - resmunguei envergonhada voltando a atenção para o filme enquanto pegava mais um doce para tentar disfarçar meu constrangimento. Caralho, eu só espero que meu rosto não esteja mais vermelho que esse alcaçuz.

- Então eu vou continuar te olhando. - ele murmurou ainda brincando com meu cabelo - Até eu conseguir uma resposta.

- Se continuar me olhando, você vai conseguir um olho roxo. - resmunguei depois de mastigar um pedaço generoso do doce.

- Você não gosta de elogios?

- Todo mundo gosta de elogios, Park. - ri ainda prestando atenção no filme, ou ao menos tentando, já que a minha atenção definitivamente não estava naquele filme - Eu apenas não sei reagir à eles, eu nunca sei o que responder.

- Eu não preciso de uma resposta. - ele riu e continuou me olhando o que já estava me incomodando. Eu realmente odiava quando as pessoas ficavam me encarando sem parar, me deixa nervosa, eu sinto que elas estão examinando cada coisinha em mim e isso me deixa meio frustrada.

Eu não sou a porra de um quadro!

Mas como era o Jimin ali me observando, o minha incomodação estava ainda pior. Será que ele achou algum defeito no meu rosto? Será que eu estou com algum doce preso no dente? Por que ele não para de me encarar?

- Eu vou jogar esse pote na sua cabeça se você não parar de me encarar.

- Desculpa. - ele riu e eu o olhei e logo começamos uma pequena batalha de olhares ali, até que ele mordiscou os lábios envergonhado e desviou o olhar. Ora, ora, não é ele que gosta tanto de encarar?

- Jimin. - chamei ainda o olhando mas ele continuou encarando a televisão.

- O que?

- Você é um bobão. - falei e me inclinei na sua direção deixando uma mordida fraca na sua bochecha vermelhinha. Okay, as bochechas de Park Jimin realmente eram as minhas fraquezas.

Depois disso, eu voltei minha atenção para o filme e o Jimin fez o mesmo, mas hora ou outra eu pegava o garoto me olhando, então beliscava a coxa dele fazendo ele rir enquanto tentava segurar a minha mão para me impedir. E foi assim durante o restante do filme.

- Você perdeu quase todo filme. - resmunguei quando o filme acabou fazendo o garoto rir.

- Mas ganhei algo bem melhor. - ele sorriu me olhando corado e eu franzi o cenho confusa.

- O que?

- A visão de você bem de pertinho. - sussurrou e eu senti meu rosto esquentar. Maldito - E filme nenhum faz meu coração bater tão rápido quanto você.

- Okay, eu vou largar o pote. - falei já deixando o pote com as poucas pipocas que sobraram ao meu lado no sofá e me virei para o garoto que agora me encarava assustado.

- Para me bater?

- Para te beijar. - ri e logo puxei o garoto pela gola da camiseta podendo ver de pertinho sua reação. Eu definitivamente amo a cor avermelhada de suas bochechas. Segurei seu rosto com carinho e logo juntei nossos lábios iniciando um beijo lento mas caloroso.

Ah, como eu estava com saudades dos lábios de Park Jimin! Ainda mais quando ele se sentia seguro o suficiente para me tocar sem medo, como estava fazendo agora, com as suas mãos segurando firmemente a minha cintura, enquanto eu o segurava pela nuca, fez o outra puxando os fios ralos do seu cabelo, sentindo ele tremer com o meu toque enquanto retribuía o meu beijo.

- Você é irresistível Park Jimin. - sussurrei ao afastar nossos lábios para respirar enquanto deixava minha cabeça cair em seu ombro no mesmo instante em que sentia seu braços abraçarem minha cintura - E eu só tenho olhos para você.

- Eu sempre tive olhos somente para você. - ele falou um pouco ofegante deixando um beijo molhado no meu pescoço fazendo com que eu me encolhesse ainda mais contra seu corpo - Eu te quero tanto Nô.

- E você me tem.

(...)

| Jimin |

- Filho, tem um carro aqui na frente de casa. - minha mãe avisou assim que desci as escadas afobado - É algum amigo seu?

- É um pouco mais que isso. - murmurei bloqueando o celular depois de ler a mensagem da Nô falando que ela já estava me esperando - É a garota que veio aqui em casa ontem.

Observei o corpo da minha se virar rapidamente para o meu enquanto um sorriso grande se formava em seus lábios. Essa não.

- A namoradinha do meu bebê? - ela exclamou com os olhos brilhando e logo se virou para o armário pegando um prato ali - Vou lá oferecer um bolo para ela.

Namoradinha... Bolo... Bebê... Minha mãe... Noelly...

- Talvez outra hora mãe. - cortei ela já imaginado a vergonha que eu iria passar, já que a minha mãe definitivamente não sabe o significado da palavra "discreta", e provavelmente já irá se apresentar como sogra da garota - Nós temos que ir para aula, mas eu prometo um dia trazer ela aqui.

Minha mãe me olhou, olhou e por fim suspirou me olhando séria enquanto apontava o dedo para mim: - Espero mesmo, eu preciso saber se ela é a mulher ideal para o meu bebezinho!

- Eu te amo. - ri deixando um beijo na sua bochecha.

- Também te amo bebezão. - ela gritou enquanto eu saía apressado de casa e eu suspirei envergonhado. Que mania que ela tem de ficar me chamando de bebê, por sorte o Jungkook não está aqui para me zoar graças a esse apelido.

Ainda lembro quando a gente foi em um fliperama e só porque eu ganhei dele em um jogo ele decidiu se vingar falando alto para todo o fliperama ouvir: "Bebê, acho que você deixou sua caquinha no vaso, vai lá pegar um banquinho para puxar a descarga, vai"

Não preciso nem dizer que depois disso eu avancei pra cima dele e nós dois ficamos batendo um no outro até sermos expulsos do fliperama.

- Bom dia. - murmurei para a garota que vive em meus pensamentos assim que entrei no carro. Logo flashback do sábado passado me atingiram, fazendo com que eu me sentisse ainda mais envergonhado.

Era estranho pensar que a gente estava em algum tipo de relacionamento. Ficantes? Amigos coloridos? Eu definitivamente não sabia como rotular o que estávamos tendo, mas eu só sabia que não precisava de um rótulo para saber que eu pertencia a ela. E se ela me quisesse, eu poderia ser para ela o que ela quiser que eu seja.

- Bom dia coisa linda. - ela sorriu se inclinando na minha direção e eu me senti desnorteado quando ela me segurou pela nuca para deixar um selinho longo em meus lábios.

- Noelly. - murmurei surpreso quando ela se afastou de mim o que fez a garota rir.

- O que foi?

- Por que você veio me buscar? - mudei de assunto enquanto arrumava a gravata em meus pescoço. Esse uniforme sempre foi sufocante assim?

- E por que eu não viria? Eu quero estar com você.

- Até mesmo na escola? Na frente de todo mundo?

- Eu iria querer ficar com você até mesmo em cima de um palco com todo mundo olhando. - ela sorriu enquanto pegava minha mão me olhando com carinho - Você não?

- Sim, eu iria querer ficar com você também. - falei entrelaçando nossos dedos.

Eu sempre vou querer ficar com você.

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Até os 14 anos, eu falava "picoca" ao invés de "pipoca" 😔✋
E até hoje (18 anos) falo "maquinica", ao invés de "máquina" SJSJSJSJ, enfim, uma falta de fono.

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