Capítulo 2 - Um Quase Desastroso Jantar Real

Saímos em rumo ao nossos quartos, percorrendo nossa escada enorme, Henri segue para seu quarto e eu para o meu que fica no final do corredor. Depois de uma ducha rápida, não estou afim de tomar banho com a empregada em meu quarto, quero privacidade. Enrolada em meu robe de seda preto, me direciono ao meu closet, pelo menos essa vida me proporcionou um guarda roupa digno.

Deparo-me com um guarda-roupa repleto das mais luxuosas roupas, contendo vestidos, bolsas caríssimas e sapatos. Não sou muito chegada a bens materiais, porém valorizo estar bem arrumada. Vendo aquele mar de vestidos de todas as cores, opto por um branco com detalhe preto e desfiado nas pontas, seu comprimento é midi ou seja, bate em meus joelhos. Com o vestido já abotoado, caminho em direção ao espelho, depois de uma rápida olhada, decido que está ótimo, para acompanhar pego um sapato alto preto, passo uma maquiagem leve e solto meus cabelos.

Devidamente pronta, decido que é hora de descer e quando já ia em rumo as escadas, encontro meu gêmeo favorito seguindo o mesmo caminho, estando devidamente arrumado. Esboçando um sorriso, me guia pelo braço e descemos as escadas rumo a sala de jantar.

Adentrando na sala, observo em como a mesa parece muito mais farta do que de costume, não só isso, mas também parecia mais arrumada. Meu pai deve explicar depois, caminho em direção a mesa e Henri como um cavalheiro, puxa a cadeira para mim, afinal como eu disse, temos uma ligação muito forte e sentimos o que um ou outro quer, depois prontamente se senta na minha esquerda. Sem demorar muito, ouço portas sendo abertas e vejo minha irmã entrando no salão, ela está com um vestido rosa adorável, Justine entra no ambiente nos desejando uma boa noite, e senta ao meu lado, imediatamente me lembro da confusão que tivemos mais cedo, quando ela me contou sobre o noivado.

- Juh, me desculpa sobre mais cedo, eu estava com um humor péssimo.

Ela sorri, paciente e diz: - Deixa pra lá, não foi nada de mais.

Sério, tem como não amar essa garota? Justine é calma, doce e bonita, quem a olha poderia jurar que nasceu para ser uma princesa.

- Posso saber sobre o que vocês estão cochichando ai?

Não tenho tempo para responder, pois nosso irmãozinho Lucca entra no salão correndo como se a morte estivesse atrás dele.

- Pelo amor de Deus, menino!

Olho para trás e vejo uma senhora, no início dos quarenta anos, arfando, com as mãos nos quadris, olhando para o meu irmão, que acabou de achar lugar ao lado de Henri.

- Ama, pode ir. Ele não vai mais causar confusão, certo? - Olho para Lucca, ele está com as bochechas coradas e um sorriso tonto, mas assente sem uma palavra. Justine solta um risinho, e Henri faz um carinho em sua cabeça.

Ama sai sem mais nenhuma palavra. Olho novamente para Lucca - Acha que isso é jeito de tratá-la? A mulher cuida de você desde que estava na barriga de nossa mãe.

- Desculpa, só estava brincando. - Ele dá de ombros.

Depois disso, é possível ouvir vozes se aproximando do espaço em que nos encontramos. Assim que entram meu olhar chega nas pessoas que estão presentes. Obviamente não são pessoas comuns, estão vestidos com os roupas elegantes e obviamente caras, não posso deixar de me surpreender, olho para meu pai que esboça um sorrisinho cínico. Argh que raiva!

- Boa noite meus filhos, não havia comunicado ainda assim a família Allen foi convidada para conhecer a futura esposa de seu filho, minha querida Antonella. - declara com os olhos cravados em mim, de pé ainda com os convidados - Por favor podemos nos assentar, sem demora o jantar será servido.

Sem demora, todos se encontram sentados, meu olhar colide com o de Ian e... nossa. Ele é muito lindo. Tem o cabelo loiro escuro e olhos de um azul tão claro que pode facilmente ser confundido com cinza, ele me oferece um sorriso e preciso me esforçar para manter o foco.

- É um prazer conhecê-la, princesa.

Se pronuncia pegando minha mão e beijando-a.

- Pena que não posso dizer o mesmo, alteza. - Respondo com um sorriso irônico, retirando discretamente minha mão. Minha resposta parece não o abalar.

Observo os pais de Ian, são pessoas muito bonitas e sua irmã uma loira lindíssima. Ela olha para mim e sorri, enquanto sorrio de volta, percebo como é parecida com seu irmão, mesma cor de cabelo e olho, apesar de que ela parece mais simpática.

O jantar começa a ser servido, apesar de as entradas serem os menores pratos da refeição inteira, tudo está lindo e suculento,to que só me deixou mais faminta. Com os olhos nos pratos, quase pulo da cadeira quando um barulho de algo metálico acertando o chão irrompe de algum lugar do salão. Obviamente não fui a única, todos na mesa tiveram reações das mais variadas. Lucca e Henri viraram a cabeça rapidamente, enquanto a irmã de Ian e sua mãe gritaram com o susto, eu Justine e o pai de Ian saltamos de surpresa.

Em menos de um segundo todos os olhos do salão se voltaram para uma figura pequena, a cerca de dois metros da mesa, caída no chão, seu cabelo loiro curto, cobrindo parcialmente o rosto em pânico.

Automaticamente, meus olhos voaram da bandeja caída para meu pai e noivo, os alvos da bandeja aparentemente, ambos se levantaram rapidamente e não pude evitar uma gargalhada, ambos estavam melados com um tipo de molho cor de canela.

- SUA IDIOTA INCOMPETENTE! - Meu pai está furioso, obviamente e novamente, todos se assustam, menos eu e a pobre garota, já não mais no chão, parece extremamente interessada no chão, pois não tira seus olhos de lá. Nunca a vi aqui no palácio. Nova, talvez? Meu pai vai humilhá-la com certeza, talvez até demiti-la do palácio. Trabalhos assim são difíceis de conseguir, sua vida vai acabar.

Por causa de um deslize.

- Ouça bem, será castigada por sua incompetência.

Agora, a garota parece aterrorizada, praticamente implorando por ajuda.

- Acredito que não seja para tanto pai. - Me pronuncio ficando de pé.

- A pobre garota devia está só nervosa por servir a família real.

De jeito nenhum vou deixar ele fazer algo com ela.

- Vossa majestade, creio que isso não seja necessário. - se pronuncia Ian - Acidentes acontecem. - Diz mas não é isso que seu rosto aparenta pois faz uma careta.

- Concordo com eles, pai. A garota cometeu um erro, acontece. - Henri se une a nós no batalhão de defesa da empregada atrapalhada.

Com três pessoas a defendendo e na frente da família de Nilfgard, meu pai não teria coragem o suficiente para castigá-la agora.

- Lidarei com isso depois, agora se me derem licença - Sem terminar a frase, o rei sai da sala, provavelmente para se trocar.

O clima está muito tenso. Olho para a menina, que agora está pegando rapidamente a bandeja e o recipiente vazio de molho do chão, para depois caminhar rapidamente em direção da cozinha.

- Me dêem licença. - Digo, me retirando rumo a cozinha, onde se encontram os empregados.

Chego no ambiente, me agradando com o cheiro maravilhoso presente. Noto logo alguns empregados curiosos com minha presença, peço para chamar a moça que derrubou bandeja no rei. A moça vem de imediato.

- Obrigada, alteza - Me diz com um sorriso tímido. Seus olhos castanhos mostram nada além de uma gratidão absurda.

- Como se chama? - questiono a garota loira a minha frente.

- Adelaine, mas sou conhecida por Eli, alteza.

- Prazer Eli, quero te dizer que hoje foi o momento mais cômico da minha vida - gargalho enquanto falo e a pobre me encara arregalando os olhos - Calma você não perderá o emprego.

- Ainda bem... obrigada novamente, alteza.

- Sem alteza, por favor me chame de Antonella.

- Certo alt- Antonella - Sorri e me abraça, o que me surpreende pois só abraço meus irmãos.

Me despeço de Eli, me direciono para aquele jantar que promete ser um tédio, mas a comida será uma delícia com certeza.

Todos os olhos se voltam para mim, quando entro no salão, duas empregadas estão terminando de limpar o chão sujo. Sem nenhum alarde, sento na cadeira e abro um sorriso para Justine, que me olha impressionada.

Decido começar uma conversa com a irmã de Ian, Scarlet, como descobri que se chama, Justine escuta a conversa com atenção. Meu pai volta sem alarde e começa uma conversa com os pais de Ian. E meus irmãos parecem interessados em interrogar o príncipe sem misericórdia. E simples assim, esse jantar se torna mais suportável.

Minutos se passam e meu noivo se põe de pé e me chama:

- Princesa, gostaria de me mostrar o jardim e conversarmos?

Me oferece sua mão, olho para todos e meu pai me envia um olhar ameaçador que me faz aceitar.

- Claro, alteza! - Eu dou um meio sorriso e aceitar sua mão - Me acompanhe.

Saímos do ambiente, indo em direção ao jardim, mas no corredor sou bruscamente puxada por Ian.

- Ouça bem princesa, não quero esse casamento tanto quanto você. - Ele me prensa na parede - Mas será muito vantajoso, tanto para os reinos quanto para mim. - ele olha diretamente em meus olhos.

- Por mim, nem haveria casamento.- dou um sorriso sarcástico, esse imbecil pensa que pode me intimidar?

- E não venha com essa história de vantagem porque eu não cedo fácil. - Me solto de seu aperto sem muito esforço.

- Concordo. Nunca quis me casar e uma mimada não vai mudar isso! -Ele agarra meu braço me fazendo olhar para ele.

- Então, acho bom você concordar com o que seu pai quer, se não um reino inteiro pode sofrer. - Ele me encara muito sério, mas não zangado.

- Você. Não. Manda. Em. Mim. - Solto meu braço novamente, mas dessa vez, seguro seu pulso com força, ele franze a testa, espero que com dor.

- Se acha mesmo que esse casamento vai acontecer você é mais imbecil do que pensei.

Aperto mais o seu pulso, espero que fique uma marca, ele parece estar com dor, mas não faz nada para tirar seu pulso.

- Você é bonito, alteza, mas não o bastante pra ter o mundo debaixo do sapato.

Jogo seu pulso para trás e ele por pouco não cai, mas não fico alí para ajudar, saio do corredor em direção ao meu quarto. E não ouço o menor indício de que estou sendo seguida.

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