Capítulo 54

- Eu saio e você coloca suas garras sobre minha sobrinha dessa forma? - Aloïsia gritava no pátio, Blair segurava o braço dela com uma expressão entediada - Aposto que você não teria coragem de fazer o que ela fez! Seu grande...

- O que você acha que está fazendo? - o lorde respondeu, sendo segurado por alguém do clã Saeb - Sua traidora de Zaark! Meu filho foi morto por aquele homem! Ele feriu milhares dos nossos! Foi justo!

- Justiça não tem nada haver com vingança!

- Quem determinou isso? Você e suas mulheres que apenas assistem?

- O que está acontecendo?

Avalon apareceu na entrada do castelo, Marlon estava com uma de suas mãos nos ombros da moça e a coruja voava na frente. Ela seguiu em frente com calma e graça, apesar de sua ligeira irritação.

- Aloïsia acertou meu rosto, enquanto declarado sua vontade de deixar o assassino Alec vivo.

- Senhor Aran... - Asterin disse com suavidade - Eu mesma já expressei minha vontade em relação a isso, enquanto ao soco que você levou eu vi isso.

- Esse homem é uma cobra. - a mulher disse apertando os lábios - Não aprendeu com os erros passados! Tenta arrumar poder através de manipulação e tudo que decide fazer explode em...

- Tia, o lorde Knightley teve uma participação na minha decisão em matar Alec, mas quem deu a palavra final foi eu. Deveria ter refletido melhor e ponderado que Aran estava passando por um luto, assim como todos nós ainda estamos. - ela suspirou - Não quero brigas na minha corte. Guardem energias para Catalan, por favor.

- Sim, minha princesa... - o lorde disse torcendo a boca e subindo as escadas.

- Está bem sobrinha. - Aloïsia disse vendo o homem ir embora - Acho que ele estaria melhor se fosse dispensado.

- Vocês dois tem vários problemas, não? - Marlon disse segurando o riso.

- Desde o dia que eu fui embora. - Aloïsia bufou - Ele acha no fundo do coração dele que ao sair de Zaark para me tornar uma Guerreira eu... trai o sangue.

- Um pouco exagerado, não? - Valentina disse se aproximando a medida que a plateia da briga sumia.

- Eu era noiva dele. - ela revirou os olhos - Acho que o olho dele estava grande sobre a possibilidade de ter tanto poder nas mãos. Que estrago aquele homem não poderia ter causado.

- Não acha que está exagerando? - Asterin insistiu - O lorde Knightley é... bem intenso no que acredita, mas...

- Não. - a guerreira disse sem pensar duas vezes - Eu o conheço, bem mais do que eu gostaria... ainda assim, depois vou me desculpa e prestar as condolências. Val, Avalon, creio que devo isso a vocês também. Como estão?

- Um passo na frente do outro. - Valentina respondeu balançando a cabeça - Aquele idiota não ia querer me vê desanimada de qualquer forma, mas há um... vazio ao meu lado constantemente. Não acho que isso vai passar.

Aloïsia colocou seu pesado braço ao redor do ombro de cada garota e sorriu com tristeza. Era mais ou menos aquilo, um passo após o outro e um dia, iam perceber que o Sol ainda brilhava.

- Bem... - ela disse olhando para a princesa - Eu tenho notícias animadoras, Uhall está perdendo as novas batalhas. Meus parabéns, sobrinha, suas ordens estão mostrando resultado, mas...

- Mas... - Marlon disse tenso.

- Houve uma movimentação na fronteira. Um sinal de fumaça foi acesso e uma de minhas moças foi ver o que era. - ela suspirou - Catalan está marchando para cá. Muitos homens, querem massacrar aqui.

- Chamem o Con...

- Calma, minha sobrinha. - a mulher disse sorrindo - Estão vindo em passadas lerdas, não atacam vilas e nem querem destruir tudo no caminho. Acho... Acho que querem colocar medo apenas... não sei ao certo.

- Ainda assim, isso é preocupante.

- Sim, mas... tenho que tirar você daqui e não sei como dar essas duas notícias ao mesmo tempo para um bando de conselheiros.

Asterin ia questionar a tia sobre aquela fala completamente ilógica, então se lembrou do motivo que fez ela sair do castelo durante aquele tempo. Bem... estava longe de ser o melhor momento para ir se encontrar com os nativos.

- Descanse e comece a pensar... - a princesa bufou - Céus... que leis mais burocráticas.

- Ainda nem passou por uma festa da corte de Zaark. - Aloïsia riu - Aquilo que é burocracia...

Levou o resto do dia para que Aloïsia pedisse essa reunião, disse a sobrinha que depois de dormir, procurar o lorde Knightley para se desculpar, foi pensar em seus argumentos até notar que não havia muitos além da própria lei, evitar uma guerra contra os nativos e manter seu apoio.

Diante do mapa e com as anotações feitas por suas guerreiras que viram as tropas de Catalan, a mulher mostrava a sua formação, onde estavam e seu provável caminho. Suspirou e olhou para o grupo na mesa, todos quietos e pensativos.

- Não faz sentindo o que esse garoto está fazendo. - Marlon foi o primeiro a dizer - Tirando o ataque de Uhall, o resto não parece contar com um ataque surpresa, tirar a nossa força ou...

- Eles querem chegar aqui inteiros... - Val o interrompeu - Por isso evitar as cidades e não atacar as vilas.

- Mas vim em nossa direção assim... - Adam franziu as sobrancelhas - Bem... eles sabem que não pretendemos ir e... isso pode gerar um bom medo. Os coitados não sabem dos reforços.

- Se deixar eles virem podemos usar nosso local e deixá -los desfavorecidos.  - Ravena disse com um suspiro - Mas esse já era nosso plano desde o início, apenas não estávamos esperando que eles fossem tão cautelosos.

- Cautelosos? - o lorde Knightley bufou - Dois atentados contra nossa princesa e isso foi cauteloso?

- Isso não foram ordens de Aires. - Asterin disse suspirando - Akanta falou que fugiu de casa e Alex nunca foram para Catalan após o ataque...

- Acredita nela? - Val disse cruzando os braços.

- Não sei se isso importa muito... - a princesa deu um sorriso torto - Mas faz mais sentido do que essas duas atitudes contraditórias.

- Bem... - o lorde Lillac falou calmo - Quanto tempo temos?

- Aproximadamente um mês. - Aloïsia se levantou, pronta para as pedras que iam voar - Isso nos leva ao próximo tema: a visita de Avalon aos nativos.

- Visita dos nativos? - o lorde Knightley disse quase gritando - Mas isso é...

- Na época que tocamos nesse assunto pela primeira vez não era e nunca vai ser. - a princesa suspirou - Pelo menos não pelos próximos anos e... já discutimos isso e tudo está decidido.

- As nomeações de seus representantes vai permanecer? - Val disse.

- Sim, Marlon, Valentina, Ravena... vou apenas colocar Liam na lista.

- Liam nem participa do Conselho. - lorde Lillac disse limpando a garganta.

- Não, mas não existe uma única lei que o impeça de ser nomeado para esse tipo de coisa... por incrível que pareça. - ela sorriu - Já passou da hora de rever essas leis, não? São do tempo de Celina! Mas isso é problema para depois.

- Não se a pauta for mudar essa reunião com os nativos para governar. - Aran insistiu - Minha princesa, reconsidere isso. Por favor!

- Não gostaria de deixar minha casa tão cedo. - ela admitiu na frente de todos e enquanto segurava o ombro de Marlon - Só que isso já está decidido! Quanto tempo levaria essa viagem, tia?

- Duas semanas no máximo. - a mulher sorriu - Vamos apenas falar com a tribo de nativos mais influente e voltamos em seguida.

- Estariam indo para locais onde estão acontecendo batalhas, não? - Adam disse preocupado.

- Ela vai está com as Guerreiras e sairá daqui sem que ninguém saiba. - Aloïsia disse calma - Não permitirei que ela corre perigo algum.

- Boa sorte em relação a isso. - Marlon disse quase rindo, mas tinha muita tristeza em seu tom - Ela vai pular na frente de todos os perigos que aparecer.

- Prometo evitar isso. - a princesa se virou para seu Conselho - Espero que vocês consigam fazer tudo com tranquilidade, mas estavam bem durante esses treze anos, o que será duas semanas? Quando planeja partir tia?

- Assim que estiver pronta. - a Guerreira abriu um sorriso - Não precisa levar nada além de uma muda de roupa e sua arma.

Asterin suspirou."

- Voltei! - o ruivo disse abrindo a porta - Onde estamos?

- Asterin está indo ver os nativos... - eu digo vendo aquela montanha de pessoa sentar.

- Ainda? - ele dá um sorriso provocativo para Gwendolyn - Pretende acabar essa história apenas ao amanhecer? Temos que está lá antes...

- Tá, tá... - a moça responde batendo no ombro dele, se levantando sentando no seu colo e colocando sua mão na boca dele - Fique quietinho, sim?

O rapaz revirou os olhos e esperando que ela tirasse a mão, assim que o fez, ele pegou o copo de cerveja dela e o virou.

- Pode beber... - ela riu - Voltando... foi estranho quando Asterin pegou mais uma vez seu machado e escuto, seus dedos tremiam diante a madeira e sentiu sua respiração falhar, a sensação foi tão ruim que ela guardou a arma na bolsa rapidamente. Depois vestiu uma das roupas oferecidas por Marlon e suspirou.

"- Duas semanas... - ela pegou a mão de Marlon e o puxou para mais perto de si, sentindo seu cheiro - Menos, até...

Marlon queria falar muita coisa para ela naquele momento, pedir para que ficasse em segurança, implorar para que ela desistisse daquilo ou falar o quanto a amava, mas as palavras se embalaram em sua garganta, seus pensamentos se perderam e seu corpo agiu primeiro. As mãos dele soltaram da moça e foram para seu pescoço, fazendo com que seus lábios se encontrasse.

Aquele beijo foi diferente de todos os que eles já tinham dado até então. Não tinha a preguiça e a suavidade costumeira, nem o carinho manhoso, era algo novo e estranho, tinha saudade, vontade e promessas. Foi difícil parar, foi difícil não voltar a se beijarem e quase impossível para sair daquele quarto.

- Eu... - ela disse já nos corredores, onde não havia risco de desistir de tudo - Fique bem...

- Você também. - ele fez um carinho em sua mão.

Marlon ouviu quando sua amada se despediu de todos, subiu em um cavalo e saiu de lá. O mundo ficou estranhamente, mais frio.

Mais tarde naquele dia, a porta do quarto de Akanta foi batida, a princípio ela achou que era seu avô para mais uma de suas várias visitas recorrentes durante o dia. O senhor sempre trazia comida, livros ou qualquer coisa para distrair a neta nos momentos que não pudesse está perto, mas raramente ele a deixava sozinha, por isso assim que viu a cabeleira ruiva entrando e o grande porte de uma moça franziu a sobrancelha.

- Princesa Akanta. - Valentina fez uma referência suave, demonstrando respeito, mas não submissão - Como vai?

- Senhorita Saeb... - ela respondeu lembrando alegremente o sobrenome de sua ex-prisioneira - Engraçado como o mundo gira.

- Bom... - a ruiva não pode deixar de sorrir - Fico feliz em poder retribuir o favor.

Akanta sorriu também, olhou para as nuvens passadas que se formavam no céu e suspirou.

- Percebi uma movimentação estranha do lado de fora. Para onde Avalon foi?

- Não sei ao certo, mas logo estará em casa de novo.

Os olhos castanhos se cruzaram com os lilás, um sorriso sincero e branco foi aberto pela princesa. Valentina não sabia o que falar a seguir, na verdade não teria a visitado se não sentisse que tinha.

- Me fale de Catalan... - a ruiva disse sentando ao lado da princesa, lembrando das palavras do irmão dela quando a visitava.

- Já foi para lá... - Akanta disse apertando os lábios.

- Fiquei presa no castelo a maior parte do tempo, além de que minha visão é contaminada por minhas opiniões.

- Bem... não somos muito diferentes... - ela riu - Devo ter saído do castelo no máximo cinco vezes e duas delas foram escondidas.

- Mas o reino não é seu, não deveria conhecer a capital?

- O reino é de Aires. Lembra? A sucessão e dada para o homem.

- Sim... - Val disse cruzando os braços - Mas você é a princesa de qualquer forma.

- Bem... isso faz com que eu tenha que sair menos de Catalan, infelizmente.

- Queria sair mais?

- Bem mais... - ela disse com um olhar perdido no horizonte - Meu guarda veio do além mar, em terras de desertos, tecidos coloridos e temperos cheirosos. Meu sonho e ir para lá, mas...

- Mas Catalan tem um papel bem claro do que você vai ser.

- Casar com um nobre de alta patente ou alguém importante em Uhall ou os países do Sul. Ser mãe e esposa, isso tudo foi definido quando souberam que eu era menina, não tenho muitas escolhas, então, me adaptei bem ao papel.

- Adaptou? - Val começou a ri - Talvez Catalan seja mais interessante do que eu estava pensando.

- Antes do meu pai morrer estava seguindo os passos de uma perfeita dama... pouco importa! - ela bufou - Agora, estou desempenhando meu papel mais uma vez... dama indefesa.

- Com sorte... - a ruiva sorriu - Você vai ser bem mais do que isso.

- O que quer dizer? Vão me usar?

Valentina cruzou os braços e suspirou.

- Esperava o que? Vocês pretendiam fazer o mesmo comigo! Moeda de troca ou uma oportunidade de negociação.

- Negociar o que? - a garota riu - Quem vai começar a atacar?

- Não vejo o motivo de não ser isso.

Akanta franziu a sobrancelha, mas seus olhos brilharam em divertimento. Cuidadosamente, ela observou o corpo atlético da moça a sua frente e chegou a conclusão de que a Saeb poderia facilmente acabar com um soldado de Catalan sozinha.

- Seu clã inteiro é assim?

- Assim como?

- Forte...

- Nós do clã Saeb somos filhos da guerra, amantes da luta e pais da vitória. Não aceitamos o fraco e não perdoamos o covarde. - a ruiva riu - Tive de falar isso tudo nas terras Saeb quando fiz 13 anos. Liam deve fazer o mesmo em breve.

- Zaark é estranha.

- Diz a princesa que fugiu de Catalan e não pode conhecer o próprio reino.

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