Capítulo 5

Kay não conseguiu dormir naquela noite, todas as vezes que ele fechava os olhos e seu cérebro começava a desligar belos olhos escuros e confusos apareciam na sua frente, junto ao sussurro suave de seu nome que o despertava. Ele sentava na cama, ofegando. Por que agora? Por que desse jeito?

A sua prima e rainha era a traidora. A sua prima estava viva e terminando suas transformações para ser um mulher maravilhosa.

Ele e Val haviam discutido durante o dia o que fariam com a informação, o rapaz não hesitou em dizer que tinham que questionar o Concelho e apenas depois disso, começar a planejar uma maneira de trazê-la de volta para casa. Não, ele não acreditava que ele poderia está enganado.

Como poderia? A moça tinha todos os traços dos falecidos monarcas. Os cabelos e olhos do rei, assim como o sorriso e a boca. Já as sardas, nariz e pequena estatura era da rainha, a voz doce e suave também deveria ser herança da mãe. Será que ela ainda cantava? Ele lembra da princesa consorte e Avalon em quase todos os momentos cantarolando alguma coisa e atraindo a atenção de todos, pois não havia pássaro ou ser humano capaz de cantar tão bem.

Queria ouvir a sua voz mais uma vez...

No dia seguinte quando Malakay encontrou Valentina na porta de seu quarto, percebeu que a menina se surpreendeu com seu rosto cansado e os movimentos letárgicos do corpo. Ela apenas riu e abaixou a cabeça, preocupada.

Com uma troca rápidas de palavras com Liam os dois se despediram e começaram a andar pela cidade subterrânea. Após o ataque, os nobres de Zaark temeram que Catalan tentasse algo com os sobreviventes, então, pouco a pouco eles construíram em baixo do castelo um enorme espaço para que casas fossem construídas. Ali todos os nobres que não estavam no Concelho se escondia, raramente saia e dificilmente caminhava pelos corredores do castelo.

Os dois subiram as escadas e abriram o teto, que seria apenas um buraco criado na parte mais escondida da biblioteca, tapado por um pedaço de ladrilhlos, e começaram a andar pelos corredores do antigo castelo.

Zaark não estava de brincadeira quando construíram esse local, do lado de fora todos temos noção da sua grandiosidade, mas nada se compara com a arquitetura interna! Todos os tetos são cheios de desenhos, pinturas ou trabalhos em gesso, o chão é sempre com alguma coisa desenhada, as paredes tem pinturas, as quais o cobrem completamente ou com algum outro trabalho, corredores abertos para pátios internos com o mais belo jardim que você possa imaginar, salões e mais salões para diferentes finalidades, quartos enormes com camas gigantescas, lareiras dignas de esquentar uma única casa, vitrais, candelabros, lustres, portas trabalhadas, esculturas, tudo quando é obra de arte e beleza estava ali. É perder o fôlego.

Infelizmente, agora, enquanto Kay e Val andavam por ali toda aquela beleza era extremamente triste. Antigamente o castelo era cheio de vida e som, havia música em cada canto, risos e sempre um familiar chegando ou indo embora, rapazes e moças treinando, crianças correndo, empregados conversando animadamente, agora havia apenas o eco dos passos deles, poeira acumulada e plantas descuidadas. Poucas coisas haviam sido mexidas após a morte dos reis.

Os dois pararam na frente do único quarto onde vozes vinham, bateram na porta duas vezes e esperaram, não muito tempo, para entrar. Na grande mesa redonda os lordes olharam para os jovens entrando e se entreolharam surpresos para a visita rara, mesmo que não devesse ser.

- Filho? - o lorde Knightley disse se levantando - Está tudo bem?

Os olhos de Kay foram, sem querer para a cadeira ao lado do pai, onde Avalon deveria está sentada. Suspirou e olhou ao redor, fechando a porta atrás de Valentina.

- Sim, meu pai, estou bem... - ele respondeu - Só que ontem o príncipe herdeiro e a traidora estavam na cidade e...

Os lordes o encararam, ansiosos pelas próximas palavras, na realidade, ansiosos pela possibilidade de adiantaram a guerra, seja porque querem aquilo ou apenas repugnarem tal ato.

- Eu reconheci minha prima Avalon como a traidora.

Silêncio, um bem parecido com o que aconteceu na corte de Catalan. Aquele clima estranho só foi cortando quando a porta atrás dos jovens se abriu e Adam entrou carregando vários livros de mapa, o homem com o rosto cheio de cicatrizes sorria, mas parou ao perceber os visitantes e a atmosfera estranho no local.

- Eu... - ele disse colocando os livros sobre a mesa e indo para seu lugar ao lado da esposa - Eu achei os mapas. Está tudo bem?

- Sim, querido. - Ravena disse ficando de pé e passando a mão calmamente sobre a barriga de grávida - Eles apenas descobriram o que estávamos tentando esconder.

Ravena era irmã de Flora, ambas não haviam nascido em Zaark, mas possuíam os sangue dourado correndo pelas veias. Na realidade havia bem mais do que sangue dourado nas duas e isso ficava claro quando olhava Ravena ao lado do Lorde Lillac. Há alguns anos um representante da família real teve uma amante que desapareceu no outro continente, estava ali a explicação, nos olhos completamente roxos da mulher. Mesmo assim, no início Ravena havia sido recebida apenas como parte da família, somente quando Adam, um príncipe de Canavil, chegou em Zaark e pediu a mão dela em casamento o Concelho arrumou uma cadeira para ela. Alianças em guerras são mais importantes que costumes.

Mas acho que me distrair do mais importante.

- Como assim esconder? - Valentina trocou o peso do corpo cruzando os braços - Achei que não poderiam esconder nada do futuro rei.

- Não tínhamos ideia de como meu filho ia agir com a possibilidade de Avalon está viva e em Catalan. - Knightley disse voltando a se sentar.

- Quanto tempo vocês sabem dela? - Kay disse sombrio.

- Há três anos trabalhamos com essa possibilidade... - Adam quebrou o silêncio.

- Mas não há como ter certeza. - lorde Lillac interferiu.

- Bom, agora que eu tenho certeza, o que vamos fazer?

- Kay... - uma lorde disse receosa - Você era uma criança e Avalon também, não tem como você ter certeza, além disso, se for ela o que te garante que a nossa rainha esteja contra os nossos inimigos?

- Retire suas palavras! - Kay começou a dizer, mas Valentina segurou o ombro dele.

- Ela está certa. - a ruiva disse suspirando - Ela foi criada em Catalan, parece feliz em está sendo guarda daquele príncipe. Se ela decidir ser peça no tabuleiro de Catalan, não podemos fazer nada!

- Além de se desesperar... - Ravena disse olhando para o marido com carinho - Se a rainha estiver viva e for traidora, não podemos nem iniciar a guerra. Sorte nossa que ela parece só está confusa.

- Já discutimos isso, Ravena... - Knightley começou, mas Kay interrompeu.

-O que você quer dizer?

- Acho que ela só não se lembra de nada! - a moça deu de ombros - Caramba, ela tinha apenas cinco anos quando foi levada! Se ela lembra de algo, tudo deve está completamente confuso na cabeça dela agora.

- Vocês estão trabalhando com essa possibilidade? - Kay disse se virando para o pai.

- Kay, não temos tempo...

- Vocês têm sim! - ele disse batendo na mesa - É minha prima, nossa rainha!

- Kay... - Ravena disse calma e colocando a mão sobre a dele - Calma, ela está em segurança e estamos sim trabalhando em alguma maneira de entrar em contato com ela, mas estamos sendo cuidadosos.

- Então o seu cuidado foi para o inferno. - Valentina disse rindo - Logo, logo Aron inteira estará falando da nova lenda de o que aconteceu com Avalon.

- O que vocês fizeram? - Estêvão disse tenso.

- Avalon estava comprando as armas do ferreiro para quem vendemos o trabalho de Liam. - Kay disse subindo o queixo - Eu a vi e acabei ficando surpreso e...

- Revelou quem era e a chamou de Avalon. - Knightley disse se jogando na cadeira.

- É... mais ou menos. - a voz dele era arrogante - Algum problema?

- Depende. - Estêvão disse olhando para Flora - Quem estava com ela?

- Soldados de Catalan e o duque, irmão do rei.

Silêncio, apenas Ravena conseguiu sorrir.

- Bom agora, ela pode está em risco, e isso irá nos obrigará a agir. Então, qual é o plano?

👑

Será que Gayla é mesmo Avalon? Se sim, o que vocês acham que ela vai fazer, apoiar seu país natal ou dar as costas ao seu passado?
Obrigada pelo o apoio e até o próximo capítulo!

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