Capítulo 33

Darlan pegou a menina com uma força absurda pelo braço, aquele gesto poderia ter deslocado o membro. Sua mãe avançou no homem, mas um soldado a interrompeu com um golpe na cabeça, Mael socou o rosto desse homem e ajudou sua esposa levantar, estava preparado para avançar no nobre quando uma faca foi colocada no pescoço. A mãe dele surgiu na multidão gritando.

- O senhor tire as mãos da minha família! - ela parou na frente do rapaz que ainda segurava Em - Minha neta está certa! Não são bem-vindos, mas se você fizer algo a eles, não irão sair daqui vivos.

Darlan riu em deboche, olhou para a senhora na sua frente e depois para todos os aldeões. Eram caipiras, sem nada a oferecer.

- Como? Estão sem armas. - ele puxou o braço de Em, a menina resmungou - Vamos fazer assim. Me dê a garota e eu deixo vocês em paz.

Marlon demorou para reagir quando Asterin soltou a mão dele e saiu pela multidão gritando. Dentro de si não sabia se ficava com raiva ou orgulho pelo fato da moça ser tão estupidamente corajosa quando a questão era defender os outros.

- Solte ela, Darlan! - ela disse abrindo espaço - Deixa de ser babaca em atacar alguém tão mais fraco!

Sua última palavra foi feita olhando no rosto do rapaz, um choque passou por suas feições, ele não tinha a reconhecido. Gayla tinha a aparência de uma bárbara, mas parecia uma, usava calças, era forte e treinada, mas seus rosto era calmo, sua voz gentil e sua expressão corporal, a qual se restringia para não assustar os outros. Aquela mulher que saiu da multidão era igual, só que estava completamente vestida como uma bárbara, sua voz era firme e intrusiva e seus olhos queimavam, mostrando que estava pronta para lutar. Mas outra coisa maior tinha nascido ali, aquele brilho e serenidade que ele havia visto naquele dia em que Vincent tinha levado a garota para o castelo tinha voltado, bem mais intenso.

- Quem diria? - ele riu soltando a menina que correu para sua avó.

Asterin se aproximou da menina e da senhora com olhares de desculpa, disse para a garota baixo:

- Se esconda. - ela temia que o cara usasse a menina contra si de novo.

- Então... - ele sorriu em deboche - Vejo que decidiu aparecer. O que anda fazendo, Gayla? Além de ser uma ingrata a Vossa Majestade?

- Ingrata... - ela repetiu cruzando os braços - Ingrata? Darlan... eu fui sequestrada.

- Certo... recebeu educação, treinamento militar, amor e carinho... não só do rei, mas meu, do Aires e Akanta! Como pode dar as costas para isso?

Isso magoou a menina e a fez fraquejar. Engoliu seco antes de falar.

- Darlan... eu não sou de Catalan. Nunca fui  você sabe disso! - ela suspirou - Sou grata a tudo o que vocês me fizeram, mas não posso fingir... não posso seguir o papel que me obrigaram a seguir!

O homem torceu a boca, incapaz de crê nas palavras, as quais ela falava, então viu no dedo dela, o anel de noivado. Ele se aproximou com um rosto de deboche, segurou a sua mão e olhou na multidão, havia chegado a ele que Gayla deveria está com outro homem, quem era e onde estava?

- Se você não é essa pessoa, por que ainda está com esse anel de noivado que eu te dei?

Asterin olhou para a peça de ouro e suspirou, só de imaginar de fazer isso antigamente fazia seu coração disparar e o medo a travava. Não que agora não sentisse medo, não que seu coração não tivesse disparado, mas já tinha decidido, não voltaria para Catalan. Internamente dava adeus para o que havia sido a sua família, enquanto tirava o anel e segurava a mão de Darlan.

- Não tinha para quem devolver. - ela colocou a peça em sua mão.

- Você deve ter enlouquecido! - ele disse agarrando o braço dela - Gayla, você vai voltar para casa e vai se casar comigo...

- Eu não sou Gayla. - ela disse com muita calma - Catalan não é minha casa. Meu nome é Asterin, nasci em Zaark e meu coração está aqui!

Darlan soltou ela como se sua pele pegasse fogo. Os sentimentos de quando sua mãe foi embora voltaram, aquela traição misturada com abandono. Eles iam ser felizes se ela não fosse tão egoísta e sentimental. Todas as mulheres eram assim, cada uma que ele havia conhecido. As que ele tinha dormido eram cadelas no cio, loucas para serem aliviadas, sua mãe uma idiota sentimental demais para pensar em outra coisa do que seus abortos, Akanta, uma menina mimada que achou está ajudando uma amiga ao permitir que ela não assumisse seu lugar e Gayla, era apenas uma aproveitadora.

- Você tem noção do que está falando? Vai negar seu passado? Da nossa amizade? Da sua ligação com a família real?

Ela desviou o olhar e o rapaz se tornou sombrio, sentiu a peça de ouro na mão e a arremessou longe.

- É isso, então? - ele disse amargo - Não vai vim por bem?

- Não.

- Guardas, peguem ela!

Os homens hesitaram, a moça na frente deles era a líder deles, sabiam da força e das habilidades dela, mas como não poderiam desobedecer ordens tão diretas de um nobre, respiraram fundo e atacaram. Dois deles só sentiram, nem viram Marlon chegando com o bastão acertando na cabeça deles, Oto voando de rasante acertou o rosto de Darlan o arranhando, Anneliza socou o rosto de um deles, enquanto Mael era salvo por sua mãe. Em questão de segundos, a família de artistas e as moças do mar estavam lutando, incentivando o resto da cidade a fazer o mesmo.

- Marlon, leve Asterin para Ravena! - Nora disse com um roxo na cabeça - Vão embora.

- Desculpe pela confusão... - a moça gaguejou.

- Que isso, garota. - a mãe de Marlon disse sorrindo - Você é da família, sua briga e nossa. Além disso, esse cara é um babaca.

- Vamos? - Marlon segurou a mão dela e girou o bastão para manter os homens em uma distância segura.

- Volte ano que vem, querida. - Anneliza disse enquanto socava a cara de outro sorrindo.

- Vamos...  - Marlon disse a puxando.

A garota começou a correr para longe daquela bagunça, os guardas tentavam avançar, mas a população impedia que desse um único passo na direção deles. Quando, enfim eles chegaram ofegantes a saída leste da cidade, uma estrada pequena e abandonada, viram Ravena parada ao lado da carruagem com uma expressão de dor e a mão na barriga.

- Desculpe por fugir... - ela engoliu seco - E só que...

- Não precisa se desculpar! - Asterin disse segurando a mão dela, a mulher estava toda tensa - Vai conseguir fazer essa viagem?

- Claro que vou! - ela disse ofegante.

Asterin olhou para Marlon, estavam preocupados, porém não tinham muito tempo para contestar ou mesmo refletir se aquilo era uma boa ideia. Com ajuda do homem que guiava os cavalos eles subiram ela na carruagem, a garota foi ao lado dela, oferecendo sua mão para que fosse apertada e o rapaz na frente das duas, com Oto no ombro.

- Eles vão ficar bem? - a moça sussurrou para seu amante.

- Claro que vão! - ele riu confiante.

Enquanto eles entravam pela floresta e as silhuetas das árvores eram deixadas para trás, a moça via vários vaga-lumes brilhando, deixando o lugar parecido com o céu estrelado."

Abro uma boca de sono enorme e sinto minhas pálpebras fechando. Ia acabar dormindo em pé se continuasse contando essa história. Refletir se aquele era o melhor momento para parar e percebi que apesar de ser um clímax, ainda não era o ideal, mas não aguentava mais.

- E então...? - Stefan falou ansioso.

- Amanhã término... - digo ficando em pé e vendo o Sol nascer pela janela - Tenho que dormir um pouco para prestar durante a tarde.

- Mas... - alguém disse preocupado.

- Amanhã a noite, eu volto e término a história.

Meu amigo não ia gostar nada disso, ouviria ele reclamar do momento em que falasse dessa minha promessa até o fim da história. Paciência! Afinal, esse era meu trabalho.

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