Capítulo 14
A menina tinha andado a noite toda pela Floresta da Fronteira e agora seus pés estavam doendo, seu corpo exausto e sua cabeça latejando. Precisava descansar desesperadamente, mesmo temendo que alguém a encontrasse ali.
Sentou no meio das raízes de uma árvore ancestral, esticou suas pernas e tocou a sua cabeça na madeira, vendo lampejos de céu entre as copas das árvores. Ali tudo era bonito e vivo, até mais do que ela se lembrava, o cheio de terra molhada e grama tomava todo o seu corpo, assim como os barulhos dos animais e galhos quebrando pela passagem deles. Sua cabeça olhou ao redor e viu alguns arbustos, flores e frutos estranhos em todos os cantos. Um esquilo na árvore oposta a ela a olhava com curiosidade.
Engolindo seco ela refletiu se não estava andando em círculos. Aquilo tinha sido preocupação de horas atrás, pensou em deixar marcas para conferir isso, contudo, poderia se transformar em uma trilha fácil para encontrá -la. Sendo que, se encontrassem a guarda ali, teria uma boa desculpa para voltar para casa... cativeiro... casa... merda!
Aquela situação estava ferrando a sua cabeça, não sabia o que sentir ou pensar diante de tantas informações novas. Fechou os olhos durante alguns segundos visualizando Vincent, o que ele era? Pai? Sequestrador? Assassino? Depois viu Malakay na sua frente, eram duas pessoas diferentes, uma criança e o rapaz da feira, ele era o que? Primo? Noivo? Um completo estranho?
E ela? Queria ser uma rainha? Não! Isso era a única coisa clara. Mas tinha um povo que precisava de sua ajuda. Como ela ajudaria? Não sabia nada de ser monarca, apesar de está sempre ao redor deles isso não significava que iria conseguir ser boa para aquelas pessoas. Só que, Malakay seria?
O que seus pais iriam esperar dela? Isso importava? Bem... sim. Não tinha muitas memórias deles, mas as que tinham conseguia sentir muito amor e carinho. De certa forma tinha certeza que eram pessoas boas.
Depois de sair correndo do castelo daquela forma e as memórias se acertarem em seu cérebro mais tranquilamente sua mente iniciava uma nova atividade extremamente acelerada, de refletir nas suas últimas escolhas e passear entre o arrependimento e orgulho. Agora encontrava no ponto mais alto do arrependimento.
O que faria? O que faria?
- O que está fazendo aqui, bonitinha? - uma voz acima dela soou a assustando.
Se levantou em um pulo e sentiu suas armas pesando em suas costas, lembrando-a que não estava sozinha nessa. Um homem com olhos verdes e sorriso sem dentes, olhava para ela com um extremo interesse. Não era um soldado, o que o tornava um excelente candidato para ser um dos saqueadores que ela ouviu falar que viviam na floresta. Normalmente, quando eles encontravam pessoas sozinhas, o final da história não era feliz.
- O que foi pequena? - o homem aproximou-se, segurava uma faca na mão - Te assustei?
- Um pouco... - ela disse engolindo seco - Não esperava ninguém por aqui.
- Digo o mesmo, a maioria das pessoas preferem evitar os locais que não tem estrada. - ele sorriu - Há não ser quando desejam evitar os soldados.
Silêncio. Os olhos do homem vagaram pelo corpo da moça e parou na sua bolsa na cintura, a mão da menina foi rapidamente para em cima do pano, atraindo a atenção do homem para ela de novo.
- Acho que eu tenho o dever de deixá-la em uma cidade tranquila e segura... - ele disse se aproximando - Não quero que ninguém faça nada a você.
- Eu sei me proteger. - ela sorriu fria.
- Não, eu insisto! Eu e meus amigos fazemos questão. - nesse instante a moça percebeu o silêncio da floresta, olhando ao redor viu que estava cercada. Cinco homens assustadores.
Sua mão foi até o machado e o escudo, entrando em posição de batalha. Não sabia como iria sair lutando de saia, no meio da floresta contra cinco pessoas, mas não iria ir assim tão facilmente.
- Calma, garota, estamos aqui para ajudar. - ele levantou a faca, os outros homens também entraram em posição de combate - Não queremos que seu rosto seja desfigurado.
Dizendo isso o homem atacou. Rapidamente a menina usou seu escudo para se defender e quando a faca entrou na madeira empurrou sua defesa para cima do homem o derrubando no chão, ele caiu gemendo e seus companheiros, todos de uma vez avançaram sobre ela.
Pulando do corpo caído do homem tentou ganhar uma posição mais confortável diante da luta, girou o machado na sua frente, obrigando os homens pararem.
- Calma garotinha...
Facas, uma espada e uma lança. Essas eram as armas daquele homens. Respirou com mais atenção para se acalmar. Deu um pulo para frente acertando o homem com a lança, quebrando a arma dele, chutando a sua barriga em seguida, ouviu os outros quatro avançaram sobre ela (o banguela havia se recuperado). Girou o machado mais uma vez cortando o ombro de um, mas superficialmente.
- Vadia! - ele gritou passando a mão no local e vendo seu sangue vermelho.
A menina gritou batendo o machado na lâmina do homem com a espada e o escudo nele para deixá-lo desorientado. Com o cabo da arma bateu na barriga de um terceiro e deu passos para trás, distanciando da situação e respirar um pouco.
Atrás dela, viu pela visão periférica um brilho prata. Ela tinha deixado um cara desmaiado ali! Girou o corpo com o escudo para cima e acertando a borda daquilo com força na cabeça dele. De uma vez ele foi ao chão desmaiado, ia ficar assim por um tempo.
Ainda preocupada com os homens atrás dela voltou a posição inicial, mas sentiu uma dor aguda na cintura antes de conseguir. Havia tomado uma facada! Um grito saiu de seu peito enquanto cortava o braço do homem profundamente. Não tinha tempo de olhar a ferida, tinha que continuar lutando.
O homem com o braço cortado deu um passo para trás soltando a faca e vendo o sangue dourado escorrendo até seus dedos. A garota teve a impressão que havia acertado um tendão dele, com sorte havia feito isso mesmo.
Cambaleando em desespero apoiou suas costas na árvore e pensava no que poderia fazer. Quatro homens, sendo que um deles estava quase inútil para lutar. Poderia lidar com isso.
Uma mancha preta formou na sua frente. Por que ela tinha que ter sido tão idiota em esquecer um homem atrás dela?
O homem que havia perdido a lança foi o primeiro a avançar, seus cabelos eram de uma cor tão estranha.
Tirou o apoio das costas e ajeitou o corpo, tentando sorri.
- É só isso que tem?
Os homens riram e iram mais e mais na direção dela. O plano era cair lutando, mas uma coruja apareceu e começou a atacar o homem de cabelos estranhos. Certo... havia perdido muito sangue, ou não, já que todos eles pararam para olhar o animal com medo.
- Já disse que aqui não é lugar disso! - uma voz forte e rouca saiu de trás deles, que se dane se fossem guardas ou rebeldes, só não fosse mais bandidos.
- Marlon... - o banguela disse ajeitando a sua arma - Que grande surpresa!
O homem nem estava no campo de visão da menina quando o banguela o atacou. A única coisa que ela foi capaz de perceber foi ele girando um bastão para acerta a barriga dele e em seguida batê-lo em sua cabeça. Não conseguiu disfarçar a careta de dor.
Assim estava um desmaiado pela moça, outro pelo novato na briga, um atacado pela coruja que iria deixá-lo cego se continuasse assim e mais dois prontos para brigas. O com a espada avançou no homem, enquanto com a faca foi na machucada. Ela sorriu.
- É melhor deixar que eu te leve... - ele disse - Marlon não será muito mais gentil que nos.
Silêncio. E ele atacou.
Ela deixou ele avança para muito perto, quase acertando seu corpo, para então sair do seu encosto da árvore e deixar com que ele acertasse o local onde esteve. Sentindo muita dor virou o corpo batendo o escudo em sua cabeça e o vendo desmaiar.
- Idiota... - ela sussurrou para ir no outro que o animal estava judiando. De novo, apenas um escudo na cabeça.
A coruja piou diante do seu trabalho feito e pousou em um galho bem próximo dela, curiosa. Mas não tinha tempo para se interessar pelo animal, tentou, sem gemer, ir até o estranho para ajudá-lo quando o homem com a espada foi arremessado nos seus pés, assustado e machucado.
Então ela viu quem tinha ido ajudá-la e torceu para ser apenas para isso. Era um rapaz bonito, cabelos loiros areia e com no mínimo dois metros de altura e bastante forte, assustada e com a dor latejante deu um passo para trás, mas caiu no chão.
O rapaz foi até o único homem acordado entre todos, batendo o bastão no chão várias vezes até acertar sua barriga, para pegá-lo pela camisa.
- Agora o que você vai fazer?
- Ir embora.
- E...?
- Nunca mais voltar.
- Ótimo! - ele disse soltando o homem, que caiu, levantou e saiu correndo.
Foi só aí que a garota se permitiu ver o machucado... e céus aquilo lhe deu vertigem e enjoou. A lateral esquerda a sua blusa branca parecia feita de ouro, completamente grudada em seu corpo. Tentou se levantar, mas ao se mexer um pouco sua visão se enchia de estrelas. Que falta a adrenalina fazia!
- Está bem? - o rapaz disse indo em sua direção - Você é uma tremenda idiota por ter vindo pela floresta e não...
Sem muito jeito o rapaz foi até ela e procurou com as mãos o seu braço para puxá-lo com força. Aquilo deixou ela em pé, mas arrancou um grito de dor dela, ele se encolheu e engoliu seco.
- Idiota é você por não ter visto que estou sangrando. - a voz dela saiu sonolenta. Merda!
- Talvez... - ele disse cruzando os braços e olhando para o nada.
A menina deixou seu corpo cansado e machucado bater na árvore que estava para olhar o seu salvador e acabou percebendo que os olhos dele tinha uma cor avermelhada fora do comum e também eram leitosos e vazios. Seus olhos foram para o bastão dele e sua mente conectou a forma dele de andar e como ele tinha pegando nela pela primeira vez. Ele era cego!
- Eu não tinha percebido. - ela disse um pouco culpada, estava com sono.
- Que eu era lindo? - ele sorriu irônico - A maioria não nota!
A menina se restringiu a revirar os olhos. Era sério aquilo? Enfim, precisava estancar seu sangue!
A floresta caiu em um silêncio familiar e sentiu algo se espreitando atrás dela, então na hora que o estranho gritou para ela ter cuidado a menina reagiu, acertando o cabo do machado na bochecha do homem que deveria ter indo embora. Ela pensou em se virar e falar alguma coisa engraçada ou comentar da burrice daquele cara, mas o esforço pareceu sugar sua energia final, o mundo pareceu balança umas duas ou três vezes, estrelas surgiram na escuridão que surgiu e suas pernas falharam quando sua consciência vagou para longe.
Marlon foi capaz de ouvir a menina escorregando para cair, progetou o corpo para frente e segurou com o maior cuidado que podia. Em seus braços percebeu o quando era pequena e que da sua cintura saia um líquido quente com o cheiro metálico. A garota falou que estava sangrando, mas não tanto!
Desesperado o rapaz assoviou para a coruja ajudá-lo a achar as armas da moça, para assim colocar tudo em suas costas, pegar o que era seu e carregar a menina para longe daqueles homens que poderiam acordar a qualquer momento. Assim, enquanto a ave o guiava pelos seus barulhos e o bastão batia no chão de qualquer jeito, torcia para não ser tarde de mais para a garota.
Enquanto isso, Malakay não acreditava no que estava acontecendo. Pela primeira vez em muito anos ele viu os cavaleiros do reino sair do esconderijo, vestidos e sobre cavalos, indo para a floresta buscar a sua rainha, não só isso como também algumas moças mais treinadas realizaram longas caminhadas pela mata durante todo o dia na esperança de encontrá -la. Aquela era a primeira vez em que os nobres pareciam ter voltado a vida, saídos de debaixo da terra para mais uma vez lembrar a todos que eles existiam.
O Conselho também decidiu enviar cartas as suas família sobre a menina, para que todos ficassem atentos com forasteiros nas cidades e preparados para a princesa. As terras mais próximas já haviam respondido a mensagem e aparentavam um ânimo que há muito estava morto.
Era isso, esperança. Quanta falta ela fez na vida daquelas pessoas! Tinham que agora anunciar tudo ao seu povo e achava que deveriam fazer uma grande festa para receber a princesa de volta, mas seu pai mandou ter cautela e mesmo não compreendendo completamente o aviso, decidiu obedecer.
Em meio a tanta felicidade e alegria, apenas uma sombra de tristeza estava caminhando entre os rebeldes, uma tristeza ruiva. Kay não conseguia até agora olhar nos olhos verdes do Liam quando ele estava no mesmo lugar que o futuro príncipe consorte, dificilmente conseguia pensar sobre o que conversar. Era a sua culpa Val não está entre eles.
Caminhando pela floresta o rapaz estava pensando na amiga e como ela estaria andando ao seu lado nesse minuto, rindo e falando alguma bobagem ao se agarrar em galhos altos e brincar por aí. Queria muito poder comemorar com Valentina o retorno da rainha...
Um barulho chamou a sua atenção, flechas acertando a madeira. Nesse horário era o que sua amiga começava a treinar seus tiros, incocientemente ele havia caminhado até lá.
Saindo do meio das árvores foi para a clareira, a qual antigamente os reis usavam como ponto de encontro para iniciar as caçadas. Uma mesa de madeira ficava em seu centro, locais para amarrar cavalos apodreciam nos cantos e alvos e locais para guardar armas estavam espalhados de forma uniforme.
Alguns passos a frente Ravena estava com um vestido azul escuro extremamente largo, atirava em um alvo a pouco metros dela, errando pela clara falta de prática. No meio de tudo Adam estava com algumas crianças ensinando-as empunhar uma arma, extremamente feliz em perceber que nenhuma delas estava temerosa pelas cicatrizes.
A medida que se aproximava do grupo viu Liam saindo do mato com uma flecha retorcida com uma careta de desânimo.
- Quebrou... - ele disse jogando a madeira na grama.
- Desculpe. - Ravena disse sorrindo.
- O que estão fazendo? - Kay disse engolindo seco.
- Treinando. - Ravena sorriu - Se vamos entrar em uma guerra eu sugerir em manter todas as pessoas com a mínima chance de se defender.
- Adam está com as crianças e as espadas, eu com o arco em flecha e seu pai com a lança. - Liam disse colocando outra flecha na arma.
- Aprendendo uma arma nova? - o futuro príncipe regente disse a moça de olhos roxos.
- Aprendendo uma arma. - ela sorriu - Em Vahall mulheres não aprendem a usar armas normalmente.
- Mas como você ia se defender? - Liam disse entregando o arco para ela e ajeitando a sua postura.
- Me virava bem com a faca. - ela disse soltando a flecha e errando.
- E teve a vez da espada... - Adam disse se aproximando e observando as crianças distribuídas em duplas lutando com espadas de madeira - Mas acho que seria bom você saber de fato usar alguma coisa.
- Bem, como parte do Concelho, você tem obrigação de saber usar armas! - Kay disse cruzando os braços - Irresponsabilidade de seus governantes em deixar pessoas tão indefesas.
- Em nossa defesa... - Adam disse rindo - Mulheres devem ser mantidas longe de brigas.
- Funciona?
- Claro que não! - ele deu de ombro - É idiotice! Mas tradições e manias são difíceis de largar. O seu povo foi criado em meio de mulheres guerreiras.
- Pode ser... - Liam disse ajudando Ravena mais uma vez - Porém na história de vários lugares tem suas grandes mulheres. A própria formação da Ilha do Dragão foi assim e ela fica do lado de vocês.
- Como assim?
- Não conhece a história? - Kay disse rindo - Rohana e os dragões. Foi assim que esses animais foram para lá e a corte foi formada.
- Bem, isso faz parte da história de vocês! - Ravena riu.
- A sua também! Olhos roxos.
- Deve ter uma história incrível com uma garota em seu continente! - Kay insistiu.
- Além da minha garota... - Adam disse começando a ir até as crianças que começaram a discutir - Desconheço.
- Me fale um pouco de Rohana... - Ravena disse tentando acertar a flecha sem sucesso.
- Os dragões vieram do deserto e eram controlados pelo povo dela. - Kay disse ajeitando a postura da moça com cuidado - O líder era sempre escolhido entre os filhos dos líderes vigentes com uma luta entre eles. Raramente a situação encaminhava para a morte, mas as vezes um irmão matava o outro.
- Rohana era irmã de dois irmãos homens, mas sem dúvidas era a mais indicada. Havia sido a primeira deles a domesticar um dragão, sabia lidar melhor com as pessoas e sem dúvida era forte o suficiente para ganhar dos meninos. - Liam disse colocando a flecha e mais uma vez ajudando a moça com a posição - Então com medo disso tirar seu poder, Clopan, seu irmão mais velho, usou o seu dragão para atacar sua família e povo e matar a irmã, garantindo a posição.
- Mas isso não o faria líder de cinzas?
- Não, havia aqueles que o apoiavam.
- Ela fugiu muito machucada com vários dragões que obedeciam apenas ela. Clopan se livrou se seu irmão mais novo e foi atrás dela, assim iniciou o fim daquele povo do deserto, que pouco a pouco se espalhou pelo mundo. Hoje são conhecidos como nação sem pátria ou povos nômades. - Kay disse ajeitando o braço de Ravena - Rohana encontrou na ilha dos Dragões, anos depois, aliados. Assim ela derrotou seu irmão, reuniu parte de seu povo e criou a corte dos Dragões.
- Mas isso não foi o suficiente para manter os animais vivos ou encontrar seu irmão mais novo. - Liam disse observando a sua aluna acertar muito acima no alvo- Anos depois disso, quando enfim a ilha recebeu o nome de Ilha dos Dragões, Celina saiu de Vahall com seu povo de sangue dourado ao lado de dois rapazes gêmeos com olhos roxos, mas uma vez, com um dragão. Seria una bela história se fosse verdade.
- Mas é verdade, Liam! - Kay disse ligeiramente ofendido - Essa é história do nosso povo como pode...?
- São lendas. - Liam disse rindo e ajudando mais uma vez Ravena - Coisas que camponeses e contadores de história inventam para crianças sonhadores. Se um dia houve magia nesse mundo, ela não seria o suficiente para manter um dragão.
- Eu acredito que possa ter acontecido assim... - Ravena disse acertando e sorrindo para os dois - Por que não? Isso me faria parte de duas realezas diferentes!
- E nos como um povo que pode controlar animais poderosos. - o rapaz disse triunfante.
- Ainda bem que não tem mais... - Liam murmurou mirando a flecha e acertando na flecha de Ravena.
- Não há necessidade de humilhar. - a mulher disse sorrindo, mas mudando o rosto para uma careta - Eu preciso sentar.
- O bebê?
- Sim, mas não está na hora de nascer. - ela disse indo para a mesa.
- Será que devemos ir para lá? - Kay disse olhando preocupado para a mulher caminhando devagar.
Como o menino não respondeu fez com que ele virasse o rosto e observasse o ruivo branco como papel e engolindo seco. Isso acabou por arrancar uma risada.
- Céus, Liam, o que foi?
- Você não fica assustado? - o menino disse virando o rosto com um calafrio - Esses momentos em que ela parece sentir dor?
- Isso é normal da gravidez.
- Não serei pai, então. - ele disse puxando a flecha e acertando mais uma vez perfeitamente.
- Diz isso agora. - Kay cruzou os braços, observando o garoto - Imagino que o desconhecido seja assustador para todos... a própria Ravena deve ter ficado com medo na primeira contração.
- Credo... - ele fez uma careta.
Durante mais alguns minutos os dois ficaram ali, Liam em nenhum momento errou as flechas que atiravam e Kay tentava desesperadamente arrumar coragem para falar sobre sua irmã, mas isso foi deixado de lado, a mira dele era uma assunto mais atraente.
- Liam, sua irmã que ensinou a atirar?
- Sim. - ele disse puxando o arco mais uma vez - Ela disse que seria uma vergonha se eu não conseguisse usar a arma da nossa família, pelo menos.
- Sabe usar outra coisa?
- Val não sabe, como me ensinaria?
Kay refletiu por alguns segundos, mas tirou a sua espada da bainha entregando o cabo para o menino. Liam pegou a arma e o encarou durante alguns segundos, sem entender o que estava acontecendo.
- Vamos! - o rapaz disse rindo - Sua postura é melhor do que isso!
- Vai me ensinar usar uma espada?
- Espada, lança, machado, facas e o que mais eu souber! - ele disse - Afinal, quando Avalon voltar a sua família irá querer que o clã seja representado pelos seus melhores guerreiros.
Liam olhou para a espada e depois para o Kay, suspirou e segurou a arma com mais firmeza.
- E agora?
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