CAPÍTULO 27 - SOMBRA E LUZ


Com o passar das semanas o castelo se tornou mais movimentado. O rei se tornava mais frequente e conversava frequentemente com as candidatas, exceto eu. Lucas também estava mais próximo delas. Annie e eu estávamos nos jardins quando vi Lucas e Margot passando por ali. O braço dele com a mão enluvada dela repousada.

– Você parece triste – comentou Annie.

Voltei meu olhar para ela, apesar de não querer.

– Triste? Não! – respondi – Só estou pensando o que acontecerá comigo depois que Margot for a escolhida.

– Quem disse que será ela?

Dei de ombros e olhei novamente para os dois conversando ao longe.

– Está na cara – respondi. Annie deu um suspiro.

– Eu andei praticando a meditação que você me ensinou, Dylan tem me ajudado.

– Ah, é? – minha pergunta saiu mais amarga que eu imaginei, como se eu estivesse com ciúme de Dy, e de Lucas, ao mesmo tempo.

– Sim, e sinto que estou melhor do que antes – disse ela animada.

Dylan estava passando muito tempo com Annie, mas não posso reclamar disso, ele era seu guarda-costas, eu e Lucas também passamos muito tempo juntos. Na verdade, passamos muito tempo em contato físico um com o outro... será que Dylan e Annie também tinha algo parecido?

– Fico feliz em ter te ajudado – falei.

– Ah, Selena, eu queria muito que você fosse a esposa de meu irmão, mas nossos pais... sua vida seria um inferno. Você merece um futuro feliz e iluminado – ela disse com a voz embargada.

– Tudo bem, eu entendo, mas justo a Margot? – questionei e Annie riu.

Ficamos conversando a manhã toda. A coroação seria neste final de semana, então aproveitamos para colocar o assunto em dia. A tarde segui para a aulla de pintura, caminhei até a sala em volta dos canteiros de flor. Me sentei ao lado de Camila, longe de Despina e da professora. Ela me cutucou e escreveu algo na tela.

Vamos impedir a coroação

Olhei rapidamente para ela com o olhar intrigado. Ela pegou uma tinta especial e apagou o que tinha escrito antes e escreveu outra coisa com sua caligrafia apressada no pincel.

União libertadora já está agindo.

Peguei meu pincel e escrevi na minha tela.

Assassinato???

Ela sorriu maliciosamente.

Se for o caso...

Engoli em seco. Eu estava ajudando alguém que planejava assassinar a futura rainha, mas... era Margot? Ela merecia, não é? Ou ela ou o povo, era isso. Escrevi OK na tela e depois apaguei tudo caminha arrancou a folha de seu quadro e a queimou com as mãos. A professora lhe dirigiu um olhar carrancudo. Ela desceu da baqueta e saiu. Continuei olhando para a tela em branco pensando em algo feliz para pintar por cima da mensagem macabra gravada por baixo.

Quando terminei minha flor de cerejeira, deixei o quadro secar e tirei o avental. Avistei o mago Levi e ele parecia estar me esperando. Segui para fora. El estava com as mãos postas para trás e me observava leviamente.

– Não me encontrei com o senhor para agradecer o que fez por mim há um tempo.

Ele alisou a longa barba.

– Eu disse a verdade do momento, apesar que não posso afirmar o mesmo depois de quando saiu e o que aconteceu com o pequeno Leão.

– Tão pouco eu – falei.

– Enfim – ele começou a andar e eu o acompanhei – Apenas queria parabenizar a senhorita pelo desempenho nas minhas aulas. Eles terminam aqui.

Arregalei o olhar.

– Como assim? Eu nem conheço tudo ainda.

– Conhece o que lhe é permitido conhecer.

– E você concorda com isso? Ora, você é um sábio!

– Dependendo doo conhecimento que você possui, você pode ser queimada numa fogueira.

– Eu não ligo. Não sou uma iluminada, então conhecimento é meu poder.

Levi deu um sorriso.

– O que a faz querer saber tanto?

Dei um suspiro.

– Eu não concordo com o tanto de poder atribuído a Anelin – confessei.

– Essa é uma afirmação séria... alguém precisa manter a ordem – ele explicou.

– A ordem ou a opressão? A revolução conclui isso, que algo não está certo. E o reino de Motus percebeu isso e está tentando mudar, pelo menos mudar a si. Você sabe o que eles tanto procuram aqui? – perguntei.

Levi se manteve em silêncio e continuamos caminhando, ele não pareceu disposto a responder, mas tenho certeza que ele sabe de algo. Quando entramos no castelo, Levi observou a construção e o teto com os lustres de cristal.

– Algumas coisas você tem que descobrir sozinha. Mas continue com esse pensamento.

Enruguei a testa até que ele se despediu com um terna reverência e saiu andando. Meu coração se descompassou, o maior mago havia se reverenciado para mim, de um modo tão respeitoso que nunca ninguém havia feito antes.

À noite Ivy se despediu e me disse que Levi havia me deixado um presente na gaveta da escrivaninha. Eu já estava de banho tomado e usava um vestido preto de cetim em camadas e alças, olhei para a gaveta curiosa. Quando decidi ir ver o que era, ouvi uma batida na porta, corri para abrir, pois já esperava que fosse ele.

Abri rapidamente para que Lucas entrasse, tranquei e corri para beijá-lo. Ele me abraçou pela cintura e me senti flutuar. Encaixei meus lábios nos seus, intercalando entre beijos intensos e suaves. Então eu o abracei e ficamos assim, ele com o queixo apoiado na minha cabeça, uma mão acarinhava meu cabelo e a outra continuava me abraçando. As minhas repousavam em suas costas por cima do tecido senti suas cicatrizes. Ergui meu olhar para ele e o beijei-o novamente.

– Me desculpe a visita repentina – ele disse.

– Eu abriria a porta mesmo que fosse de madrugada.

– Sério?

– Não, meu sono é sagrado.

Nos dois rimos. Por que era tão fácil e natural rimos juntos? Eu queria fazê-lo rir, eu queria ver todo aquele peso de ser rei fora dos seus ombros, eu gosto de ver seus olhos brilhando e não cinzas de preocupação.

– Você parece tenso hoje – observei.

Lucas tirou os braços do meu redor e me guiou até a cama.

– A coroação está se aproximando... e você sabe como será daqui para frente.

Suspirei. Eu poderia imaginar. Não haveriam mais brincadeiras entre nós, nem passeios pelos jardins, nem conversas longas, nem visitas nem beijos às escondidas. Não haveria mais o príncipe que se tornou meu amigo, apenas o futuro rei.

– Não gosto de ser príncipe – ele revelou – Se eu não tivesse preso aqui...

– Para onde você iria? – perguntei encorajando-o a falar – Se fosse livre.

Ele me olhou e em seguida começou a imaginar, tentou parecer um filósofo pensando.

– Acho que para um lugar tranquilo, com um lago, cavalos, uma casa confortável e uma família – ele respondeu.

Tentei me imaginar no sonho dele, uma casa grande com dois andares, não um castelo, pintada de verde-água e uma grande varanda, o lago estava cheio de peixes e patos, tínhamos um pomar, numa das árvores uma gangorra, havia canteiros de flores muito coloridas, nossos cavalos, relâmpago e o dele, estavam em suas baias. Eu estava regando as flores quando Lucas me cutucou por trás e eu lhe molhei com o regador, nós rimos e nosso riso atrai as crianças que saem correndo animadas de dentro da casa...

– Você ainda pode ter isso, pode ser um rei diferente... – falei com um nó na garganta. Permiti minha imaginação ir longe demais.

– Esse não é o problema. Não sei se posso gostar de quem quer que eu escolha como princesa, porque eu queria que fosse você.

– Então pare de gostar de mim! – bradei – Eu não vou ficar no meio do caminho. Eu me mudo se for preciso!

Me levantei, mas ele segurou minha mão e me puxou para si. Ele se recostou no travesseiro quando caí sobre ele e sua boca encontrou a minha. Suas mãos começaram a passear pelo meu corpo, abaixo do meu quadril. Soltei um gemido e lhe mordi o lábio, porém Lucas não se importou e continuou me beijando. Suas mãos encontraram a barra do vestido e subiram pela minha pele nua. Senti arrepios e calor ao mesmo tempo. Me recostei mais contra ele, sua boca desceu pelo meu pescoço e me beijou até chegar ao decote e passou a língua pelo contorno dos meus seios.

As mãos alcançaram minha roupa íntima e suspirei em clemência. Lucas me beijou intensamente quando colocou um dedo dentro de mim e me provocou até que eu me sentisse molhar e contrair.

– Pelas minhas sombras – murmurei quando ele aumentou um dedo.

– O quê? – ele perguntou beijando meus ombros e abaixado as alças do vestido.

– Nada, apenas continue – falei e procurei os botões de sua roupa freneticamente.

Senti ele sobre mim, Lucas retirou meu vestido, me deixando apenas com a roupa de baixo. Eu tirei-lhe o paletó e a camisa, joguei-as longe, tirei suas botas e desabotoei sua calça. Ele me observava encantado e apaixonado e eu nem sabia o que estava fazendo. Tornei a montá-lo, mas ele me deitou carinhosamente na cama e retirou lentamente o resto de tecido que me restava cobrindo o corpo, arqueei as costas sentindo meus seios endurecerem quando ele os chupou e continuou com os mesmos dedos dentro de mim. Soltei um gemido.

– Eu quero mais... alteza – implorei.

Lucas acariciou meus mamilos e depois retirou toda sua peça de roupa. Ergui o olhar e me senti chegando a um ápice apenas com a grandeza do que eu vi. Ele se deitou sobre mim e entrelaçou as mãos nas minhas erguendo-as na altura da minha cabeça. Ele parou e me observou, eu também o fitei. As írises de seus olhos se movimentavam como ondas do mar e encaravam os meus, cinzentos como tempestades, depois desceram para meus lábios vermelhos, inchados e entreabertos. Senti seu membro próximo a minha entrada. Mordi o lábio inferior e arquei a cabeça. Lucas me beijou o queixo e depois minha boca, então entrou em mim.

Gemi. Ele avançou devagar e suavemente se aconchegando entre minhas pernas. Dobrei os joelhos e lhe abracei com as pernas. Suas mãos nas minhas me impediam de tocá-lo, apenas ele me molhava e acariciava com a boca. Ao mordiscar meus seios aumentou a velocidade ao entrar e sair e as estocadas seguiram mais fortes, senti que seu membro se apertava dentro de mim, e já se movimentava com facilidade. Apertei suas mãos e gritei seu nome quando ele avançou fundo e senti algo se estilhar em mil fogos de artifício dentro de mim. Lucas me beijou para abafar nossos sons e deixou-se explodir dentro de mim.

Acordei no meio da madrugada com a sensação de estar sendo observada, mas não havia ninguém no quarto além de Lucas e eu. Puxei os cobertores ávidos para cima, me aconcheguei em Lucas e voltei a dormir, profundamente como nunca tinha dormido antes.

***

Infelizmente antes do sol iluminar o quarto Lucas já havia partido. Minhas roupas estavam cuidadosamente dobadas no canto da cama. Observei o céu azul que se estendia lá fora e apreciei a sensação de estar envolta em algodão. Me levantei e caminhei até o closet, eu estava me sentindo tão plena, me observei nua no espelho, especialmente os lugares tocados por Lucas, apesar de tudo ter terminado, teve um final maravilhoso.

Optei por usar calças hoje, pretas e botas da mesma cor. Acordei com disposição para treinar naquela manhã. Estava arrumando o cabelo quando Ivy entrou com o café da manhã. Ela me observou com um sorriso.

– Bom dia – disse a ela com um sorriso. Peguei a xícara de café e o cheirei.

– Ah, antes que beba, o príncipe me pediu para avisar que tem um pouco de poção contraceptiva, ele me deu e sugeriu que eu colocasse no chá para amenizar o gosto.

Minhas bochechas se esquentaram e me senti envergonhada. Bebi um pouco, o gosto estava amargo demais, quase vomitei, deixou o café mais forte que o normal, juntei coragem e bebi o café num gole só. Ivy sorriu. Peguei algumas torradas para melhorar o paladar.

– Agora entendo porque acordou tão disposta – ela me deu um olhar malicioso. Fiz um sinal para que guardasse segredo e sai.

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