Deathkiller

Por que ele tinha que ter feito aquilo... logo o Saito... eu confiava tanto nele... tendo ciúme a ponto de mentir desse jeito? Logo quando estava apaixonada por ele... A vida é realmente uma caixinha de surpresa, quando você menos espera, uma merda explode na sua cara te fazendo sentir o lixo que você é.

— Então, o que achou? — Deathkiller me perguntou após me mostrar o seu castelo. Era muito vasto, deve ter custado caro fazer uma casa personalizada de tamanha escala.

— Tô impressionada! Por mais que pareça meio mórbido a decoração é muito interessante. Essas espadas penduradas, o estilo rustico, tijolos de pedra em arcos.

— É, sou bem criativo! Fiz cada detalhe minuciosamente! — Eu contive uma rápida risada. Não sabia muito sobre decorações, mas tinha certeza que eram conjuntos pré-prontos que DeathKiller apenas posicionou, então ele não era tão criativo quanto dizia. Todavia achei fofo DeathKiller tentar me impressionar. De repente ele coçou a cabeça — Então, vamos para o meu quarto principal para conversar?

— Ah, perdão?

— É que falta ele para apresentar e é o local mais confortável da casa! Será melhor conversar lá.

Relutei estranhando um pouco, mas não queria perder a chance de conversar com ele, então acabei aceitando. Atravessamos o castelo, estava mais longe do que eu esperava. Ao entrar eu consegui ver uma cama com um cobertor preto, alguns sofás, uma lareira e uma televisão. Um item desses é bem caro.

Deathkiller logo sentou no sofá branco e eu acompanhei.

— Então... por onde posso começar! — Tentei não deixar transparecer tanto a minha felicidade — É que você me salvou Deathkiller! Você provavelmente não deve saber do que eu estou falando, mas vou mastigar para você! Muitos meses atrás eu vi na televisão a live que fizeram do confronto "Herois contra Carnificina". Aquilo foi de escalas astronômicas! Todos os sites estavam falando sobre. Naquele dia eu estava no hospital.

— Estava doente?

— Não... é que sabe... é difícil comentar sobre isso — lembrei-me naquele momento que estava prestes a contar para o Saito sobre eu ser paraplégica. Tive um impulso de abrir a lista de amigos, mas logo balancei a cabeça. "Não eles são todos iguais, depois você vai removê-lo! Concentre-se no seu herói!" — Eu nunca me abri com muitas pessoas sobre isso. Eu era uma corredora, gosto muito de correr por hobbie. E por conta disso já ganhei diversos tipos de torneios de corrida. Aí um dia eu estava na minha caminhada matinal quando eu vi um garoto. Ele era meio estranho, tinha a coluna meio curvada para frente e tava com um capuz na cabeça, mas não lembro muito bem do rosto dele... só sei que naquele dia ele se jogou na frente do carro... Eu não sei porquê, mas em um impulso eu corri em um dos disparos mais velozes da minha vida, senão o mais veloz... e quando eu percebi já estava empurrando ele. Eu vi sangue, muito sangue, e tudo ficou preto... até que acordei no hospital... tudo doeu muito por um tempo. Eu perguntei sobre o garoto, mas apenas pude saber que ele estava bem, graças a mim ele só bateu a cabeça, mas ficou bem... já eu fiquei gravemente ferida. Passei por muitas cirurgias, mas no fim fiquei paraplégica.

— Você se arrepende de ter salvo aquele garoto?

Eu disse que não com a cabeça. Acredito que eu faria igual, mesmo sabendo que ficaria paraplégica... sempre sonhei em ser militar como Elena, porque eu queria proteger os outros, então salvar aquele menino não é algo que eu queira me arrepender.

— Mas onde que eu entro nessa história?

— É que depois das cirurgias eu fiquei sem esperanças... não conseguia mover nem sentir minhas pernas e para piorar o colar único da minha vó ficou destruído... eu chorei muito... chorei até meu corpo desidratar... Por mais que não me arrependa, meu sonho tinha ido por água abaixo, estava estudando para prova, e meu teste físico estava praticamente garantido... tinha tudo para passar, foi um choque de realidade muito grande. Aí quando eu estava sem esperanças naquela cama de hospital, você apareceu na televisão. A sua causa de acabar com a Carnificina... e você disse uma frase que eu nunca vou esquecer: "Isso não é só um jogo, é outra vida. Todos deveriam poder experienciar esse mundo, podendo jogar de forma justa sem abusadores, não permitirei que apaguem a chama dos futuros jogadores! Eles tem que poder sentir a beleza desse mundo!" Isso me iluminou e eu quis entrar nesse jogo na esperança de algum dia te agradecer, por mais que apenas alguns meses depois eu pude sair do hospital, esperava algum dia te contar! Sou sua fã!

— Ah, suas palavras me tocam muito... sua superação... você é uma menina muito forte. Muitos não aguentariam o que você passou.

— É... por isso eu tinha que vir conhecer você, eu precisava!

— Entendo. Então você que eu te adicione então?

Olhei confusa para ele naquele momento. Tão fácil assim?

— Você... quer me adicionar? Mas sempre achei que você jogasse sozinho... pensei que ia talvez te chamar para um café até você confiar em mim... um café... — Saito invadiu minha mente naquele momento.

— Ah é que... — sem jeito, ele esperou alguns segundo para pensar em uma resposta — fiquei comovido com a sua historia. É isso, então abri uma exceção para você!

— Desculpa — soltei um sorriso tenso e recuei no sofá — É que achei estranho.

— Não tá tudo bem, vamos nos adicionar então? — uma gota de suor escorreu pelo canto do rosto dele.

Por um momento eu me deixei levar, abri a lista de solicitação e acabei vendo a conversa com Saito. Ele não havia me mandado nada, e havia deslogado desde aquele momento. Meu coração se apertou, era impossível... eu estava doida... não tinha como Saito estar falando a verdade, não é? Estava tudo tão estranho...

— Posso fazer uma pergunta antes de nos adicionarmos? — Forcei um sorriso simpático no rosto.

— Claro, faça.

— Existe uma liberação de espada conquistada na floresta sombria em uma missão secreta a baixo da terra, um combo de dezesseis ataques... é possível — Engoli em seco, preparando-me — É possível aparar esse ataque?

— Ah nossa! Essa resposta é muito fácil! É uma duvida que muitos iniciantes tem! — O jeito que ele iniciou a resposta me tranquilizou. Ele tem que responder certo, esse é o Deathkiller, tem que ser! — o ataque que essa missão secreta dá não pode ser aparado de forma alguma, tá bem claro na descrição!

Meu mundo desabou... ele era falso, Saito falou a verdade. Era impossível o Deathkiller não saber disso, ele é considerado um mestre em aparar, nenhum jogador nesse mundo consegue aparar tão bem quanto ele... não acredito que fui grossa com Saito... acima de tudo eu me abri com esse falso... que droga!

— Que foi? Por que ficou relutante de repente?

— É que... nada! Foi a resposta certa! — Eu não perdi tempo. Eu sei que fui rude com o Saito, mas tenho esperanças que ele verá isso... mandei minha localização para ele, não tinha tempo de digitar, espero que ele veja, e se ver que entenda — Eu só tenho que ir agora...

— Espera, tá tão cedo! — Ele segurou meu braço, e eu gritei assustada — Calma eu não vou te machucar!

— Você não é o Deathkiller! Você é falso!

O rosto daquele cara se enfureceu naquele momento, mas ele logo soltou uma gargalhada histérica.

— Caralho como você descobriu? Bom, não importa, você será minha de qualquer jeito.

Ele me puxou para perto e me pressionou contra o corpo dele. Cheirou meus cabelos e passou a mão pelo meu rosto e cintura.

— Para! Não faz isso comigo!

— Não adianta resistir, agora que você está no meu quarto você é minha! — Ele me empurrou conta o sofá e subiu em cima de mim, sentando no meu quadril e contendo minhas mãos pelos pulsos — Sabe que seria melhor se você tivesse ficado tetraplégica? Assim eu poderia te dominar muito mais fácil!

— Vai se tratar seu doente! — Tentei resistir, mas ele era mais forte.

DeathKiller apenas gargalhou. Sua mão maliciosa tentou adentrar nas placas da minha armadura, com uma clara intenção de pegar meus peitos, mas não era possível retirar ou levantar a armadura.

— Vamos lá, retire para mim.

Eu não respondi, apenas fechei meus olhos e rezei para que Saito entendesse minha mensagem, ou que pelo menos visualizasse... se ele não ver eu não poderia o culpar também...

— Olha eu não queria que fosse desse jeito, então se vai ser assim... — Ele me pegou pelos cabelos e me arrastou até a cama. Então selecionou algo em seu inventario, era uma corda. Prendeu cada membro meu em uma parte da cama, deixando-me o mais esticada possível — Vai ser à força então!

Por fim ele retirou uma espada e me golpeou. Como o castelo era considerado uma área segura, eu não receberia dano, mas meus itens sim. Eles seriam gastos até quebrar, e quando isso acontecesse ele poderia abusar de mim... Por favor, Saito, me salve!

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