Encontro destinado


Hello, estou bem inspirada ultimamente e aqui está a minha terceira (será que é isso mesmo? Hahaha) fanfic do BTS postada no wattpad!
Espero que gostem, tenham uma boa leitura <3'

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A primavera podia ser considerada, de certa forma, sua estação favorita. E essa afirmação, poderia ser tomada como inusitada, quando se tinha consciência de que, o ser que admirava aquela estação era o deus da morte, Jeongguk. Entretanto, não eram as flores, nem os perfumes ou as cores e muito menos a beleza dela que o encantavam, sendo sincero, nada na estação lhe era deleitoso, com exceção é claro, de seu precioso Jimin.
 
Lembrava-se bem de como a história deles teve início.

Jeongguk não era sociável por natureza — talvez, seus muitos anos de existência também tivesse influência em seu comportamento — e, por esse motivo, permanecia o mais longe possível dos outros deuses, evitando até mesmo falar com eles ou permanecer muito tempo na companhia deles.

Por ter sido um dos primeiros a surgir, sua relação com os "mais novos" era quase inexistente, para dizer o mínimo. Porém, Jeongguk nunca deu muita importância àquele fato, ao menos não até aquele fatídico dia. 

No dia em questão, como de costume, ele seguia afastado de todos os outros deuses, enquanto caminhava pelas planícies de Octaeria, aproveitando o silêncio e a escuridão que a floresta proporcionava, por conta da grande quantidade de árvores ao redor, estando completamente sozinho —  menos foi isso o que ele pensou, até seu caminho cruzar com o deus desconhecido. 

Seu primeiro instinto foi parar sua caminhada e dar meia volta. Contudo, antes de seguir em frente e executar seu objetivo de afastar-se, seu corpo simplesmente parou de se mover. Jeongguk ficou estático de costas para o desconhecido, sem conseguir dar um passo sequer. 

Aquela sensação tinha sido tão terrível que, o deus da morte jurou ter sentido fortes batidas no peito, o que poderia ser tomado como um momento de insanidade, diante do fato de que ele não tinha um coração. Simplesmente, não havia jeito de ter um dentro de seu peito, era definitivamente, impossível! Por esse motivo, no momento do ocorrido, julgou que aquele falso batimento não passava de uma fantasia sua, inventada por sua mente cansada.

Jeongguk balançou a cabeça com força, tentando voltar aos próprios sentidos e comandos.  Foi justamente, esse seu movimento, que atraiu a atenção do outro. 

— Perdoe-me... mas estou no seu caminho? — O deus da morte ouviu a bela voz soar, atrás de si. O som doce, fez um forte calafrio percorrer todo seu corpo, das pontas dos pés ao topo da cabeça.

Jeongguk, é claro, continuou tentando se mover para longe do estranho, porém seu corpo continuava parado pesadamente, sobre a grama alta e úmida. Naquele momento, o único movimento que conseguia realizar era o involuntário do ato de respirar. 

A movimentação dos passos sobre a  grama, vindo das suas costas, tornou-se ainda mais evidente e audível. Logo, quando deu-se por si, sentiu uma pequena mão lhe tocar no antebraço direito e dela, um calor bom emanar, tomando todo o seu ser e talvez, por causa do fator surpresa, sua cabeça se moveu automaticamente na direção em que era tocado. Nesse momento, seus olhos foram capturado pelas íris azuladas que fitava-o com uma curiosidade quase infantil.

Jeongguk mal percebeu que prendia a respiração, segurando o ar com força nos pulmões, enquanto analisava o outro. Ele somente se deu conta desse fato, quando o peito inteiro começou a queimar, quando não era mais possível aguentar, soltou o sopro com força, assustando aquele homenzinho que ainda o segurava com força... ao menos, antes dele pular para longe.

Foi somente naquele momento, que o deus da morte conseguiu retomar o controle de seu próprio corpo. Virou-se na direção do desconhecido e o analisou um pouco. Além dos olhos azuis, seus cabelos loiros eram tão brilhantes que causavam uma certa irritação aos olhos ônix. Notou também, que havia uma clara diferença de altura entre eles. Então, após analisá-lo de cima a baixo, voltou a focar novamente em seu rosto percebendo o quão belo o jovem era.

— Peço novamente desculpas por atrapalhar sua caminhada... — Ouviu a voz soar um pouco mais baixa, diferentemente da primeira vez, contudo, ainda era melodiosa.

Continuou o examinando minuciosamente, reparou na vestimenta diferente dele, seu quíton era mais longo — diferentemente do que os outros deuses costumavam usar —, seu comprimento chegava até um pouco abaixo dos joelhos e, apesar de ser um tecido feito de linho, era num tom limpo e muito branco, surpreendendo Jeongguk.

— Quem é você? — Conseguiu perguntar, com a voz um pouco mais fraca, todavia não deixava de soar imponente.

— Me chamo Jimin... sou o deus da primavera. — Jeongguk ouviu aquilo com o cenho franzido. 

— Da primavera? — Indagou ainda confuso, vendo o outro assentir apressadamente. O analisou um pouco mais, por uma última vez e logo, virou-se de costas, para seguir seu caminho.

Assim, depois daquele encontro, Jeongguk tentou de todas as formas não cruzar o caminho do deus da primavera. Entretanto, isso não impedia sua mente de ficar pensando nele. Bem, no início, achou que era apenas curiosidade e que talvez, sua cabeça estivesse momentaneamente cansada da solidão, por isso, ficava revivendo cada instante do encontro entre eles, julgou que logo aquele tormento cessaria, que pararia.

Não cessou.

Então, decidido a tentar entender o que estava acontecendo consigo, tentou procurar Jimin, mas mantendo uma certa distância, uma distância segura.

Começou dessa forma, apenas observando de longe, acompanhando seus movimentos suaves por entre as flores, analisando seus gestos e suas feições. Quando deu-se por si, buscar pelo deus da primavera tinha se tornando algo habitual e frequente em seu dia-a-dia.

Conforme o tempo passava, suas reações em relação ao outro, foram se tornando cada vez piores. Seu peito continuava a dar batidas insistentes e incômodas, sempre que seus olhos  encontrava o deus da primavera, em meio a natureza. Suas mãos suavam e seu estômago se contorcia violentamente, toda vez quando via ele sorrindo, além de sua mente ficar totalmente em branco, quando assistia o sol iluminava a pele alva dele.

Eram sensações tão esquisitas e apesar disso, algumas também eram boas, principalmente para um ser como ele, que estava acostumado a não sentir absolutamente nada. 

Conforme o tempo passava, Jeongguk se via cada vez mais enfeitiçado e encantado pelo jovem primaveril, entretanto, apesar de vivenciar esses sentimentos desconhecidos, o deus da morte preferiu manter-se distante. Afinal de contas, tinha plena consciência dos rumores que o cercavam, boatos esses a qual nunca dava importância... no passado. Agora, no presente momento, eles pareciam milagrosamente ter muita relevância.  Ainda mais quando pensava que eles pudessem chegar até os ouvidos de Jimin.

Após um tempo aproveitando a boa Octaeria, Jeongguk ainda precisava cumprir com seus deveres com o reino inferior. Ele era sempre responsável e, não se queixava de nada, nunca! Mas ainda sim, sentiu-se aflito por não poder ver o deus da primavera e quando percebeu, ter de partir para as terras em guerra do norte foi quase como um mártir.

Porém, pior do que ter que ir às guerras, para poder guiar as almas dos falecidos, era voltar e não encontrar Jimin no reino dos céus. E se ele já era considerado "mal-humorado" por seus irmãos, nos tempos em que não podia encontrar o deus da primavera, seu humor se tornava cada vez mais gélido e ácido. 

— Você poderia ao menos sorrir. — Ele ouviu seu irmão, Seokjin dizer ao seu lado.

Jeongguk o fitou por um longo período, antes de virar o rosto, decidido a ignorar as lamentações e reclamações que viriam do mais velho — porque sabia que não terminariam ali. Seokjin era o deus do sol e das festividades e assim como ele, tinha sido um dos primeiros a surgir, dentre os primeiros irmãos, era conhecido por ser o mais alegre. Era tanta felicidade, irradiando de um único ser, que Jeongguk sentia-se irritado sempre que ouvia as risadas escandalosas que Seokjin dava.

Contudo, surpreendentemente ele não achava irritante as risadas de Jimin. Seria impossível pensar assim dele, porque o som doce que a voz dele adquiria, sempre que ele gargalhava era um completo deleite aos ouvidos.

— Você poderia me ouvir? — Ouviu Seokjin gritar e então lhe cedeu atenção.

— O quê? — Indagou simplesmente, fitando-o seriamente.

— Você deveria ir comemorar o solstício conosco — Seokjin avisou, deixando um longo suspiro derrotado escapar. — Todos estaremos comparecendo e os humanos vão nos dar oferendas. 

Jeongguk não pode evitar se sentir surpreso com aquela afirmação e antes que pudesse pensar com calma, logo questionou: — Todos virão? Sem exceções? Até mesmo o Jimin, deus da primavera, virá?

— Oh! — Jin exclamou parecendo ainda mais abismado e meio atordoado, olhando-o de forma esquisita antes de responder: — Bem, sim... ele também virá...

Jeongguk assentiu, virou-se na direção oposta e caminhou para longe do irmão o mais rápido que conseguia, porque não queria exibir sua feição satisfeita na frente de ninguém

Estava genuinamente contente por saber sobre a volta do deus da primavera à Octaeria e, apesar de não gostar de festividades, compareceria aquela, somente para vê-lo, uma vez que sentia tanta falta dele e nem sabia o porquê disso.

Claro, ele próprio achava estranho essa fixação que tinha por Jimin, no entanto, julgava ser por conta da curiosidade, por serem tão distintos um do outro, talvez sua mente quisesse lhe informar que precisava de algum amigo e a forma de evidenciar isso, era fazendo-o pensar no outro a todo momento. Essa era a única conclusão possível. 

Quando se é um deus, ser respeitado e adorado é algo comum e muito preciso, mas ainda existiam aqueles entre eles, que conseguiam ser elevados ainda mais: ser amados pelos humanos. 

Porém, Jeongguk nunca saberia qual era a sensação de ser amado. Afinal de contas, quem em sã consciencia, amaria o deus da morte?
 
Era assim desde o início de seu surgimento, estava mais do que acostumado a não estar entre os favoritos. Era muito mais fácil aceitar sua própria condição, do que lutar contra ela.

Contudo, de ter consciência sobre sua situação e lugar, ainda se preocupava com a opinião que Jimin teria se si. Era estranho. Toda a situação era um pouco incomoda, pois não compreendia o que estava acontecendo. Passou mais de três milhões de anos sozinho, sem ligar para ninguém e, agora, após conhecê-lo, seu mundo tinha virado de cabeça para baixo. Quanto mais pensava a respeito; mais confuso e aflito ficava, então, o deus da morte concluiu que a melhor decisão, naquele momento, era ignorar e esperar pelo dia em que poderia se encontrar com Jimin novamente.

Ele pacientemente – ou quase isso –, esperou. E agora, estava preparado para receber sua tão esperada recompensa! 

O salão onde seria comemorado o solstício estava muito bem arrumado, foi a primeira coisa em que reparou logo quando chegou. Os alimentos e refrescos estavam em uma parte afastada, sendo expostos em uma longa mesa. Jeongguk não entendia o porquê de alguns dos deuses se alimentarem, como humanos, quando não havia necessidade, em síntese, não sentiam fome e nem morriam pela falta de alimentos, entretanto, não os julgaria por seus costumes. Mesmo que achasse estranho.

Ele percorreu todo o lugar com os olhos rapidamente, procurando o seu motivo de estar ali. O encontrando um pouco afastado e sozinho.

Pensou se deveria tentar dizer algo, mas percebeu que poderia ser esquisito, porque essa reação não era algo de seu feitio. Logo, decidiu seguir o exemplo dele e manteve-se afastado,  tentando sempre ter uma boa visão de Jimin, o deus da primavera.

— Devo admitir que estou surpreso em vê-lo aqui. — Ouviu a voz grave que soou ao seu lado, virando o rosto para encará-lo.

— Irmão. Estou contente em vê-lo. — Cumprimentou, olhando seriamente para o deus dos mares, Namjoon.

— Sua expressão continua não combinando com suas palavras, irmão. — Ouviu ele rir baixo.

— É incômodo ter que mudar minha feição sempre. — resmungou, irritado.— Ainda sim, devo dizer que também estou surpreso por vê-lo aqui.

— Geralmente não precisamos mudar nossas reações, elas acontecem naturalmente, entende? — Namjoon indagou, com o cenho franzido. — Bem, não importa. Jin insistiu para que eu participasse... e quando ele me contou, que você parecia interessado em vir, eu quis saber se realmente estaria aqui.

— Por quê? — Inquiriu, curiosamente.

— Acredito que saiba a resposta dessa pergunta, irmão. 

Jeongguk o fitou em silêncio, absorvendo o significado daquelas palavras, todavia não disse mais nada. 

— Seu interesse por Jimin é no mínimo curioso.

— Seokjin deveria aprender manter a língua dentro da boca, você sabe — Resmungou irritado, estalando a língua no céu da boca, enquanto ignorava a fala de Namjoon.

— Não o interprete erroneamente. — O deus dos mares pediu. — Ele estava muito contente em ver que você se importa com alguém vivo, se consegue me entender...

— E como chegou à conclusão de que me importo com ele? 

— Você novamente tem a resposta para essa pergunta — Namjoon maneou a cabeça negativamente. — Mas a questão é: como?

— "Como" o quê? — devolveu rapidamente.

— Como se aproximaram. — explicou. — Percorri uma longa distância somente para saber sobre isso, irmãozinho.

Jeongguk ouvindo aquilo, respirou fundo antes de suspirar pesadamente, em seguida, desviou sua atenção para outro ponto e disse:

— Não somos próximos. — contou.

—  É assim? — Namjoon quis saber. — Seokjin disse que seus olhos brilharam ao perguntar sobre ele, achei que estivesse acontecendo alguma coisa...

— O que quer dizer com isso? 

— Não é nada, apenas um erro de interpretação da minha parte, claro.

— Não há nada acontecendo entre nós. — O deus da morte declarou, seriamente.

— É, apesar de ter esperanças, imaginei que fosse o caso —  Namjoon comentou pesaroso. — Porém, não posso mentir dizendo que não me senti alegre com a ideia de você ter se aproximado de Jimin. Sempre te achei muito solitário, apesar de tudo, você não precisa se isolar de todos nós. 

— Não precisa se preocupar.

— Sabe, Jeongguk... nós também podemos amar, gostar, sentir apreço, assim como os humanos. — O deus da morte ouviu o irmão dizer, baixinho. — Nós podemos ser superiores de alguma forma, mas quando se trata de sentimentos, podemos ser declaradamente iguais. Então, não há motivos para tentar fingir que não sente nada.

Jeongguk o fitou por um tempo, absorvendo as palavras dele,  sem entendê-las. Namjoon estava insinuando que ele sentia algo por Jimin? E se fosse assim, qual era a definição para seus sentimentos e pensamentos? 

Por... por quê estou me sentindo assim? — perguntou, encarando o chão. — Não consigo entender. Depois de conhecê-lo, todos os meus pensamentos são sobre ele... meu coração acelera sempre que o vejo e isso é muito esquisito.

Namjoon achou graça. Ele, assim como Seokjin, se preocupavam muito com o irmão, principalmente por causa do jeito dele em querer se isolar de tudo e todos, por esse motivo, sentia-se contente por vê-lo estar interessado em outro alguém, era aliviante.

— Não posso definir o que você está sentindo, porém acredito que seja algo especial! — Sorriu gentil, repousando a mão direita no ombro esquerdo do outro, apertando de forma a lhe transmitir conforto — Somente você vai conseguir compreender a dimensão dos seus próprios sentimentos.

— E como eu consigo... fazer isso?

— É uma ótima pergunta! — Namjoon riu baixinho. — Talvez devesse tentar conversar com ele, isso pode te orientar e, você saberá como prosseguir dali em diante.

— Como eu faço isso? Como eu posso tentar conversar com ele? 

— Acredito que essa seja a parte mais fácil  — Deu duas batidas no ombro do irmão, fazendo ele levantar a cabeça para olhá-lo — Jimin está vindo ao nosso encontro nesse exato momento.

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Espero que tenham gostado! 

O segundo capítulo está pronto, para alegria de quem leu e quer acompanhar o desenvolver dos jikook! HAHAHA não tenho uma data para atualizar, mas vai ser em algum dia da próxima semana! Então aguardem ansiosamente <♡

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