⌚FIVE
"나는 너를 가질 수 없지만 너를 원한다"
[Não te posso ter mas quero-te]
✿✿✿
Quando abriu os olhos, Jungkook não soube reconhecer onde estava. Ele está sentado, a superfície abaixo de si não é tão gelada e Jungkook consegue sentir as marcas da madeira nas suas mãos.
O antigo rei está em cima de uma mesa, ele tem os pés descalços contra o material áspero e os joelhos encolhidos, colados no peito. Uma breve brisa faz o seu cabelo balançar levemente, ele olha em volta, e é impossível não reparar nas diversas armaduras ali espalhadas. Elas parecem estar ocas, tão vazias como o seu corpo. Jungkook encolheu-se mais, sentido que todas as armaduras o encaravam e julgavam. Eram olhares cortantes, agressivos.
Ele encolhe, aterrorizado. Aos poucos a noção dos seus erros pesa na sua consciência, o seu corpo, mais compacto que o normal, recusava mexer-se e Jungkook, nem tinha forças para tentar se levantar. O Jeon escondeu a cara nas pernas, fugindo dos olhares das armaduras, desejando internamente que se ele não as visse, elas também não teriam essa capacidade. Que nem uma criança perturbada. Ele não sabe ao certo quanto tempo passou, ali o tempo nem sequer parecia existir.
Talvez tenham sido segundos ou então horas. Independentemente do tempo que passou, Jungkook apenas levantou a cabeça quando um voz o chamou.
- O que é que estás a fazer aí parado? - ele já tinha ouvido aquela voz.
Olhando para a frente, Jungkook deparou-se com Oru. Era o mesmo ser que o encaminhou na viagem temporal. Ele ainda vestia as mesmas roupas douradas, o gorro ainda tapava os seus olhos, que magicamente vêm através do tecido, e a sua pele ainda mantém aquele mesmo tom enferrujado. A feição de Oru mantém-se séria, pelo menos os seus lábios não entortam, nem para baixo nem para cima.
- Vá, anda... Samay e os outros guardiões estão prontos para te dar o teu castigo - o homenzinho desceu da mesa, à frente dele manifestou-se um caminho dourado. Oru começou a andar e com medo de o perder de vista, o Jeon pulou da mesa. Seguiu-o.
Na palma dos seus pés, Jungkook podia sentir o pó brilhante ficar agarrado à sua pele.
- Eram simples regras. Quebraste-as, agora tens de lidar com as consequências meu jovem - o ser que apenas alcançava os joelhos de Jungkook andava alguns passos adiantado. A forma de como ele andava era estranha, cada passo dado por Oru era preformado com um pequeno pulo. Como se ele andasse aos pulinhos.
- Eu... - quis dizer algo, mas não soube o quê.
Jungkook não tem nenhuma justificação para as suas ações a não ser a raiva que o cegou. O que gerou aquela raiva? Os seus próprios pecados. Então preferiu ficar calado e apenas aceitar as consequências das suas ações.
- Boa escolha, jovem - Oru murmurou - Segue em frente - parou de andar. O caminho tinha acabado para si, não para o Jeon.
Hesitante, Jungkook deu o primeiro passo em frente. Oru ficou para trás. Tudo ficou para trás e agora, Jungkook está a cair num buraco sem fim. Ele consegue ver os finos fios começarem a rodeá-lo, e antes que possa raciocionar, quatro figuras grandes o cercam. Desta vez a esfera é maior e a aura também é completamente diferente da última vez em que se viu numa situação semelhante.
As quatro figuras eram praticamente idênticas. Não tinham rosto, mas sim uma máscara branca, igual para todos. A máscara não tinha forma, era plana e sem nenhuma característica única.
Um deles estava coberto por um manto preto, era uma capa negra com pontinhos brancos. Imitando as estrelas no universo, em certas zonas era possível ver formas que imitavam galáxias. Outro tinha um manto castanho, e na sua extensão era possível ver um bordado que imitava as diferentes estações que reinam sobre a Terra. O inverno, a primavera, o verão e o outono. O terceiro, tinha um manto dourado, e os diferentes relógios desenhados no tecido fizeram Jungkook supor que se tratava de Samay. A última figura ali presente, estava tapada por um manto branco e na vestimenta, carregava bordado o fluxo da vida.
- Jeon Jungkook - o homem não soube quem falara - O centésimo vigésimo quarto viajante temporal, foste convocado para um "Tribunal Harmonial" por teres quebrado diversas regras da viagem no tempo - era uma voz grave, carregada de poder. Jungkook nem tentou falar por cima dele, não seria escutado.
- Confirmas que quebraste todas as quatro regras da viagem no tempo? - foi-lhe dada a hipótese de falar.
- Eu... - baixou o olhar, não tento coragem de encarar as figuras ali presentes - Eu suponho que sim... - optou pela honestidade. Não queria piorar a sua situação.
- Será te entregue a respetiva punição para tal crime! - o suor escorre pelas suas têmporas. Ele engole seco, esperando o pior. A vida era muito cruel para consigo, quem quer que tivesse escolhido o seu destino era alguém impiedoso.
- Levanta a cabeça, criança - uma grande mão aproximou-se de si. O dourado era destacante na sua pele. O gigante dedo obrigou-o a olhar para cima, Jungkook deparou-se com Samay. Ela estava de frente para si e parecia examiná-lo - A vida foi muito bruta contigo, não foi? Lamento, mas não posso impedir o teu castigo. Ainda não vais ter paz, ele vai ser cruel. Quebrar as quatro regras é um crime que não pode ser encoberto - a voz feminina não demostra pena e muito menos piedade e Jungkook mentaliza-se disso. Ela apenas transmite uma informação e tenta prepará-lo para o que ele vai enfrentar - Mas eu prometo-te que no fim, assim como todos os outros seres vivos, tu vais ter direito a descansar - Samay recolheu a sua mão, e fez um sinal positivo para a figura coberta pelo manto castanho.
- Terás de passar um século no pior momento da tua vida. Verás vezes sem conta as tuas próprias mãos matarem a tua mulher - os olhos esbugalhados de Jungkook olham ao redor.
- Não por favor... tudo menos isso - ele rasteja até aos pés da figura castanha - Por favor... eu... eu fiz mal a ninguém... - àquela altura chorar, já fazia parte do se quotidiano.
- Levem-no! - foi a última ordem que deram antes de desaparecerem.
Oru foi quem apareceu, com ele vinham dois brutamontes. Dois metros de altura confirmados e músculos bem trabalhados. Eles apenas usavam umas calças castanhas, a pele também era enferrujada e um gorro estava nas suas cabeças, tapando o seu campo de visão.
Eles agarraram o pobre humano pelos braços. A esfera desfez-se, estavam de novo em frente ao caminho dourado. Os dois grandes seres mais conhecidos como, Obi e Oli, começaram a arrastar Jungkook pelo caminho. Á frente deles caminhava Oru, ele pulava como se estivesse contente, mas a cara mostrava sempre a mesma expressão. Ele está sério.
- Quando reparares, já acabou. Vai doer, mas depois deixa de fazer efeito - comentou, reparando que Jungkook ainda se debatia - É um meio necessário para se proteger a vida e a linha temporal, lamento... - Oru parecia saber sobre o que Jungkook estava a passar. Teria ele já passado por algo assim tão doloroso?
- Como podes lamentar? Não sabes de nada! - o Jeon exclama ainda tentando se ver livre Obi e Oli.
- Eu realmente lamento Jungkook... - a sua voz pareceu falhar.
Não disseram mais nada. Assim que chegaram perto da zona em que Jungkook inicialmente tinha acordado, caminharam com calma até uma das armaduras.
O Jeon franziu o cenho ao ver Oru abrir a armadura. Ela era aberta como um caixão.
- Coloquem-no lá dentro rapazes - agora o desespero foi sério, Jungkook mexeu-se tanto nos braços deles que conseguiu fugir, mas não por muito. Obi e Oli foram rápidos em apanhá-lo e colocá-lo inconsciente. Agora era mais fácil. Sem qualquer vestígio de dificuldade, o dois brutamontes colocaram o corpo dentro da armadura e Oru trancou-a.
O pequeno ser suspira.
- Vai doer, jovem... mas vai ficar tudo bem. Eu garanto-te - a pequena mão de Oru bate duas vezes no metal da armadura. Ele olha em volta - Todos vocês vão ficar bem... - ele lembra-se, com todos os detalhes existentes, o dia em que prendeu cada um daqueles que quebraram as regras dentro das armaduras. Eles tinham sorte. Pelo menos para eles, um dia acabaria.
Oru estava para sempre, obrigado a castigá-los.
✿✿✿
Lá estava ela, caída no chão, banhada no próprio sangue. Outra vez, outra vez e outra vez. Aquilo repetia-se e Jungkook lembrava cada segundo, cada movimento e cada sensação.
Por mais que ele tentasse, ele não conseguia controlar o próprio corpo naquele momento.
O dia iniciava-se da mesma forma. Eles acordavam juntos, os corpos entrelaçados um no outro. Jungkook levanta-se para fazer os seus afazeres como rei, prometia que a levaria para passear mais tarde e beijando a testa de Yoohyeon, o Jeon saia do quarto. Depois de passar a manhã na companhia de Junghyun, o Jeon mais velho voltava para o seu quarto. Yoohyeon estava encostada na porta dos seus aposentos.
- Oh! - ela notava a sua presença - Jungkook-ah, aí estás tu. Estava á tua espera... - os olhos de Yoohyoen sorriam na sua direção - Porque demoraste tanto...? - os seus lábios formavam um biquinho.
- Eu... - ela interrompia-o ao juntar as suas bocas.
- Nós não íamos passear? Tu prometeste... - fez manha. Jungkook ri, acaricia a cabeça da mulher e beija a sua testa.
- Claro que sim, podemos passar pela sala do trono? Esqueci o meu manto lá - ela acena positivamente e eles vão para o local indicado. É aí que tudo acontece. Ao ver que estão sozinhos, Yoohyeon trancou as portas e quando o Jeon ficou de costas ela roubou a sua espada. A lâmina refletiu os raios solares e o braço da mulher foi esticado na direção do rei. E o fim era sempre o mesmo.
Jungkook acabava por matá-la.
Uma...
Duas...
Três...
Dez...
Quarenta...
Até que ele perdeu a conta. Ele deixou de lutar contra, não tinha forças para isso e nenhum kit de primeiros socorros era capaz de salvar o seu coração.
E em todas as vezes, Jungkook desabou.
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