⌚EPÍLOGO

"내가 죽더라도 널 사랑할 거야"
[Mesmo que eu morra, vou amar-te]

✿✿✿

Mesmo que agora ele esteja a sofrer, Jungkook apenas mudaria uma coisa no seu passado.

Ele não alteraria o facto de ter conhecido Yoohyeon e ter decidido acolhê-la nos seus braços. Ele não mudaria o facto de ter lutado para convencer todos de que ela seria uma boa rainha. Jungkook não mudaria o facto de querer governar ao lado dela e de querer criar uma família com ela.

Jeon Jungkook apenas não a queria ter morto.

No entanto, mesmo sabendo que isso não podia ser alterado, o Jeon ainda escolhe amar Yoohyeon. Todas a vezes que a vê morrer, Jungkook também morre. Mesmo assim ele continua a amá-la.

Ainda se lembra do dia em que a conheceu. Jungkook tinha saído para ir caçar sozinho, um passatempo que ele gostava. Foi nessa caçada em específico que Jungkook acabou por cruzar o seu destino com Yoohyeon. Ele apontava a flecha na direção do veado, o cheiro da floresta entrando e saindo dos seus pulmões e o cantar dos pássaros, eram detalhes que traziam paz à sua alma.

- Perdido, sua alteza? - lá estava ela, a atrapalhar a caçada.

O veado rapidamente ergueu a cabeça, olhou na direção deles e fugiu. Irritado, Jungkook olhou para a mulher, pronto para mandá-la embora, contudo, quando se deparou com aquelas orbes, ele ficou estático. Era como se tivesse parado de funcionar.

Elas carregavam um amor nunca antes visto. Os cabelos ondulados, castanhos avermelhados, caiam sobre os ombros de Yoohyeon e os lábios rosados, sorriam com delicadeza. Foi nesse mesmo momento que Jungkook se apaixonou, o coração ficou agitado e as bochechas quentes. Ele nunca tinha visto uma mulher tão bonita de tão perto. Ela carregava um cesto e o seu interior estava cheio de flores. O contacto visual entre eles foi rapidamente cortado quando Jungkook espirrou. Era a sua alergia ao pólen.

- Não... eu não estou perdido... - respondeu após o espirro. Ela riu, achando-o extremamente fofo.

- Por favor, tente evitar matar os animais desta zona... eles são amigos. Quer que lhe mostre? - o rei ergueu uma sobrancelha, nunca se tinham dirigido a si com tal tom. Era doce e gentil, assim como a aparência de Yoohyeon. Jungkook aceitou, ele não estava interessado em ver os animais mas sim em passar tempo com ela.

Yoohyeon pousou o cesto e, junto de Jungkook, caminhou pela floresta adentro. Eles viram coelhos e veados, mais para à frente depararam-se com cavalos e até conseguiram tocar num. O Jeon estava encantado, não com os animais. Quem o maravilhara foi Yoohyeon, ela era deslumbrante.

O Jungkook da atualidade, aquele que está preso no seu pior pesadelo, sabe que se na altura soubesse que amar Yoohyeon o mataria, ainda assim o faria.

E apesar de estar a sofrer, Jungkook também aproveita.

Ele abraça-a mais antes de sair do quarto. E quando está com o seu irmão ele também o abraça. Pequenos gestos que de certa forma aconchegam os pedaços do seu coração partido.

O caminho que Jungkook traçou apenas o deixou com feridas dolorosas e mesmo quando ele tenta se agarrar às bordas da excruciante memória em que foi preso, ele ainda cai. Todos os dias Jungkook segura aquela dor, a mesma que sentiu no dia em que abandonou tudo, e conforme o tempo passa, a dor aumenta. É infinita e marcha na frente dos seus olhos como um repetitivo déjà vu.

Com cada repetição daquele dia, Jungkook faz mais uma promessa. Ele promete a si mesmo que não a vai deixar ir desta vez, mas sempre falha em cumprir tal juramento.

- Eu prometo que amanhã não vou falhar... vamos ficar juntos em todos os momentos. Por favor... fica comigo não vás - ele abraça mais o corpo, esperando que ela acorde. Todavia, Yoohyeon não se mexe e mais uma vez, Jungkook vê os seus olhos perderem o brilho.

Os dias passam e a espada volta a atravessar a mulher.

Os berros do rei fazem eco pelo palácio.

E o horror espalha-se pela cara dos guardas.

Este acontecimento repetiu-se por décadas. Sempre a mesma coisa, foram longos e tortuosos dias, Oru estava errado. Para Jungkook, a dor não diminuiu, ela só aumentava. Ele quis voltar a correr para a mentira que viveu em tempos, um lugar onde Yoohyeon não existia e ele passava as tardes na sala do psicólogo da escola a encarar o teto, esperando que o amigo acabasse de trabalhar para poderem ir jogar ténis juntos. No entanto, ao fim do dia Jungkook ainda ali estava, abraçado ao cadáver da sua amada.

Preso naquilo que escolheu nomear de déjà vu.

Aquilo era apenas uma má impressão, certo?

Logo, logo acabaria e tudo voltaria ao normal...

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