8. Broken plans

Jimin acorda sentindo o mesmo. Parece que sua cabeça se esquivou de toda clareza, como se ele estivesse em um estado perpétuo de preocupação. Ele sabe que não durará para sempre, mas é sufocante saber que ele não pode fazer nada, exceto seguir em frente.

Jimin passa seus dias como qualquer outro, cabeça erguida. Ele percebe que Seokjin está pressionando mais sobre ele, pedindo atualizações frequentes. Quando Jimin tem pouco ou nada a oferecer, Seokjin não diz nada, o que preocupa Jimin mais do que se ele fosse repreendido. Ele não tinha ideia de quanto tempo deve sustentar esse ardil, quanto tempo tem até ele desmoronar. Ou quanto tempo levará para fazer Jungkook desmoronar. Afinal, esse é o objetivo final.

Há um relógio mental na cabeça de Jimin, mas não há data de validade que ele possa ver. Não há mais brilho prateado, há uma realidade gritante feita sob medida para a situação que ele deve enfrentar. Ele ouve o som acenando o tempo todo, assombra-o quando está deitado na cama e o teto parece estar nadando diante de seus olhos.

Deve haver uma saída.

Jimin geralmente chega na hora, nunca calcula errado o tempo que levaria para chegar a algum lugar. Estar atrasado é raro para ele; portanto, quando se atrasa para a reunião semanal, ele tem duas opções. Uma, permitir que Seokjin inicie a reunião sem ele, e duas, fazer eles esperarem. Jimin avalia as opções, sabendo que não teria muita contribuição na situação atual de lavagem de dinheiro, e mais do seu peso será útil no final da discussão sobre Jungkook. Ele envia um texto simples para Seokjin, confirmando seu atraso e dizendo para começar sem ele.

Jimin se pergunta quando começou a perder a noção do tempo. Talvez tenha sido quando o primeiro rosto que viu ao acordar pertencesse a Jungkook.

- Podemos passar para a fase dois, eu acredito. - A voz de Seokjin pode ser ouvida através da parede enquanto Jimin vira a esquina para seu escritório.

- Fase dois? - Vem a voz de Taehyung.

- Eliminação.

Jimin faz uma pausa, mão na maçaneta da porta. Ele não consegue se lembrar de nenhum motivo pelo qual assumir um negócio de lavagem de dinheiro exigiria eliminação, o que significa morte.

- Temos informações suficientes, ao que parece, para puxá-lo.

- Não seria muito ideal? O que Jimin sabe disso?

Seokjin limpa a garganta.

- Não existe um plano perfeito. Jimin tem o número dele, conhece seus pontos típicos, com quem ele anda. É nisso que temos trabalhado esse tempo todo.

Jimin percebe que está segurando a respiração, as juntas brancas enquanto agarra a maçaneta da porta, ainda meio torcido. Ele precisa abri-lo, perguntar o que é a segunda fase.

- Ainda acho que precisamos de mais. Jungkook é incrivelmente imprevisível...

Jimin abre a porta, recuperando o ar.

- O que é isso de fase dois? - Ele pergunta um pouco alto demais.

- Nada para se preocupar. Só precisamos reconfigurar alguns planos.

A cadeira de Jimin chia quando ele se senta.

- O plano era derrubar seu império, reduzi-lo a nada. Não me lembro de matá-lo estar envolvido nos planos. - A realidade do que ele está dizendo o atinge, o medo em seu estômago se tornando aparente. Se eles deixarem essa sala com a mentalidade de que Jungkook morrerá, ele não saberá o que fazer. Mas, ele não pode transmitir seu pânico, tem que respirar fundo. - Além disso, eu não tenho o suficiente. Eliminá-lo não nos dará nada, apenas lançará suspeitas.

Seokjin suspira.

- Não pense muito sobre isso, Jimin. Esse não é o seu trabalho.

Jimin soprou um sopro de ar exasperado.

- É meu trabalho agora. Toda essa operação está sob minha liderança, é de minha responsabilidade. Esses são meus interesses tanto quanto os seus.

- O que você está sugerindo, então?

- Não haverá fase dois, ainda. Eu preciso de mais tempo. - Ele olha para Seokjin, a boca em linha reta. - Não haverá fase dois, ainda. - Ele repete.

Jimin está com dor de cabeça desde a última hora, uma que praticamente o força a sair de casa para ir ao bar mais próximo que ele consegue pensar.

Depois de se certificar que os planos abruptos de Seokjin foram dissolvidos, ele sai com uma carranca no rosto. Não teve fundamento anular planos tão sólidos. Ele espera que a nota de pânico em seu tom não tenha sido traduzida em sua voz alta, nem que alguém tenha lido seu rosto preocupado. Parte dele se recusa a pensar no vazio em seu peito, a realização oca de um temporizador invisível que havia sido silenciado apenas temporariamente.

Ele pega o óculos escuro que está isolado no balcão da cozinha antes de sair, prometendo a si mesmo que não voltará até esquecer a situação do dia e, mais importante, o rosto que continua se materializando toda vez que fecha os olhos.

O clube está animado como sempre, a familiaridade invadindo Jimin, a liberação da tensão em seus ombros palpável no momento em que ele entra pela porta. Animado e com tesão, ele observa. Ele assume sua posição habitual no final do balcão do bar, seus pés travando em torno das pernas do banquinho com segurança enquanto pede seu primeiro drink da noite. Ele consegue respirar.

Jimin sente o álcool zumbindo levemente em sua cabeça, um sorriso relaxado aparece em seus lábios pela primeira vez naquele dia, ele finalmente volta sua atenção para um homem que o olhava há algum tempo. O homem é bonito, e parece ter a idade dele. Jimin oferece uma bebida ao homem, iniciando uma conversa. Estranho, era o lugar que Jungkook uma vez sentou, e ele está inconscientemente procurando o rosto de Jungkook no homem.

A conversa parece ser agradável, deve ser já que ele ainda está falando com o homem meia hora depois, quando verifica o tempo. Ele também não tem certeza do que está dizendo, palavras que não lhe pertencem saindo da boca, garganta seca, implorando por outra bebida para resolver o problema.

Oh, ele está bêbado.

Quando o homem avança, a clareza de Jimin é jogada pela janela, então ele não está em posição de fazer um julgamento racional. Ainda assim, ele está se sentindo caloroso em relação a esse estranho, que está com a mão na cintura dele.

- Você não parece mais cansado, Jimin-ssi. - O homem bambucia, apertando sua cintura ainda mais.

Jimin pisca sonolento. Ele se pergunta que horas são, se a tontura que está sentindo é devido à música, ao coração ou à cabeça. Parece que não há teto, nem piso, a única sensação que lhe diz que ele está neste plano de realidade sendo o cotovelo apoiado no balcão e os dedos enrolados em torno de outra bebida tentadora.

- Oh sim? E você tem algo em mente agora?

O homem sorri, ou talvez fosse um sorriso malicioso.

- Gostaria de cuidar de você hoje à noite.

Jimin joga a ideia em sua cabeça. Não há dúvida que o homem quer dizer sexo.

Talvez um pouco de loucura seja a chave para ver novas cores.

- Cuide de mim. - Ele diz, orgulhoso de como o disse sem tropeçar nas palavras, apesar de estar bêbado. Jimin percebe com desdém que é definitivamente um sorriso malicioso pintado nos lábios do homem. Qual é o nome dele mesmo? - Hmm. Ninguém é capaz de cuidar de mim. - Ele diz com remorso.

- Absurdo. - O homem diz em seu ouvido, hálito quente. - Apenas venha comigo, tudo bem.

Ele é tentador. Bem, realmente, ele não é. No entanto, Jimin está procurando alguma maneira de esquecer. Se ele estivesse um pouco sóbrio, provavelmente teria avaliado o homem mais severamente, percebido que sua postura arrogante e seu sorriso de desprezo significavam que ele não era bom e não valia a pena, apesar de seu rosto bonito.

Jimin observa vários recursos, comparando-os cada vez com Jungkook. Seu nariz é mais afiado que o de Jungkook. Jungkook tem olhos amendoados e brilhantes, esse homem tem olhos menores e monólidos*. O queixo dele não é tão bonito quanto o de Jungkook, nem os cabelos escuros. Jimin prefere o cabelo do líderes da máfia com pontas mais longas e leves. Esse homem é bonito, na melhor das hipóteses, mais Jungkook é sexy e englobava a palavra bonito.
(Um olhar monólido é uma forma de pálpebra que não tem um vinco. Um olho que tem um vinco é conhecido como pálpebra dupla.)

Jimin gostava de correr riscos calculados, escolhendo os homens certos para dar a ele o desejado encontro de uma noite. No momento, ele não sabe dizer se esse é o tipo de cara com quem ele iria para casa. Sua cabeça está girando em uma névoa quase agradável.

- Não é bobagem, é a verdade. Você é tão bonito, deixe-me provar.

Os olhos de Jimin estão se fechando, ele está afundando nos braços do homem cada vez mais.

- Verdade. - Ele sussurra. - Eu sou um mentiroso.

O homem parece estar ficando impaciente. Jimin é puxado para ficar de pé. Seu corpo é flexível e obedece sem reclamação, um forte contraste com a voz em sua cabeça que está lentamente ganhando impulso a cada segundo que passa. Está dizendo a Jimin para parar ou ir embora?

- Onde estamos indo? - Jimin consegue perguntar. Ele não recebe resposta. - Eu perguntei, para onde estamos indo?

O toque do homem não é mais tão gentil.

Jimin está se tornando mais lúcido?

Ele está de pé, sendo puxado para longe do balcão. Jimin acha que o homem pagou por suas bebidas, mas não tem certeza. Isso explicaria sua carranca, sua conta deve ter sido alta.

Quando o homem se aproxima da porta, os olhos semicerrados, ele para abruptamente, fazendo Jimin bater a cabeça nas costas dele. 'Cristo, como é mesmo o nome dele?'

- O qu... - O homem está parado, rígido. Jimin espreita por trás do homem para encontrar a fonte do porquê de terem parado no caminho.

- Aonde você vai com ele?

É Jungkook.

- Jungkookie? - Jimin murmura, o corpo avançando instintivamente.

Ele está bêbado demais para entender sua expressão. Mais se parece com raiva, porque seu tom é gelado e acusador.

- Deixe ele ir.

- E quem é você para me dizer o que fazer?

A mão de Jungkook está em seu braço, firme.

- Ele está claramente bêbado. Onde você estava planejando ir com um homem embriagado?

- Não é da sua conta. Ele concordou e está indo comigo.

- Acho que não. Sinto o cheiro das suas intenções a uma milha de distância.

Jimin se sente pequeno, entre os dois homens altos.

- Quem é você exatamente? Que relação você tem com esse estranho?

Jungkook faz uma careta.

- Jimin, venha comigo. Você está bêbado demais para saber o que está fazendo. - Jungkook puxa os braços de Jimin, que está inclinado a segui-lo.

- Olha, idiota, é hora de você se arrepender.

Jimin finalmente fala.

- Gguk, o que está acontecendo?

Sua expressão suaviza, uma cobertura protetora moldando suas feições.

- Vamos lá, Jimin.

- Espere, porra. Você é tão estranho quanto eu. Você não o levará a lugar algum.

Jungkook segura Jimin agora, totalmente em seus braços.

- Ele me conhece. Eu sou Jeon Jungkook.

Os olhos de Jimin se abrem com isso. Jungkook está realmente puxando esse cartão agora? Jimin registra o medo no outro homem, que engole em seco e contempla sua próxima ação.

- Jeon... - O homem diz.

- Sim. Você precisa de provas ou devo ir?

O que Jungkook quis dizer com prova, Jimin não sabe. Mas é o suficiente para o homem se desculpar e se afastar, empurrando a porta e entrando na escuridão da noite.

Jimin sente o mais novo respirar profundamente, seu peito se contraindo. Ele se sente tão, tão, confortável aqui, nos braços de Jungkook e contra seu peito almofadado. Na verdade, pode ser a jaqueta, porque da última vez seu peito estava duro.

- Jungkook. - Ele sussurra.

- Você está bem? - Preocupação amarra sua voz.

- Hmm.

- Ele não... tentou fazer nada, não é?

Jimin olha para cima, descansando o queixo no peito. Ele sorri largamente, uma risadinha escapando dele. Jungkook está agindo como seu namorado?

- Você quer dizer me beijar? Não.

O rosto de Jungkook é difícil de ler, é uma mistura de vergonha e alívio.

- Venha, vamos. Você está prestes a desmaiar.

É verdade, Jimin está cochilando. Ele cai no peito do mais novo, aceitando seu destino.

- Merda. - Jungkook sussurra. Um Jimin desmaiado está em seus braços, e Jungkook esqueceu de pedir suas chaves. - Jimin. - Ele chama, sacudindo-o gentilmente. - Jimin. Você precisa me dar suas chaves. - Jimin não responde, sem vida, além do seu limite. - Como você iria assim para casa? - Jungkook se pergunta, cansado.

Ele procura nos bolsos com o melhor de suas habilidades, mas não encontra nada. 'Jimin estava preparado para passar a noite aqui?' Parecia assim.

O ar é sufocante, então ele sai com Jimin.

- Jimin, o que vou fazer com você. - Jungkook suspira, passando a mão pelo cabelo, deixando-a cair no topo da cabeça loira do mais velho. Ele o toca suavemente passando por trás da orelha. Jimin agiu de maneira imprudente. E, no entanto, ele ainda é um anjo, aconchegado a ele (Jungkook) com lábios macios enrugados. Ele precisa levar Jimin para algum lugar seguro esta noite, já não parece que esse vai acordar para voltar para casa. Seu apartamento terá que servir. - Ok, Jimin. Nós estamos indo agora. - Ele sorri, ouvindo Jimin murmurar seu nome.

Jungkook prende o cinto de segurança em torno de Jimin. Depois senta-se no banco ligando seu carro esportivo.

Olhando às vezes, quando Jimin se mexe, Jungkook dirige em silêncio. Ele não tem certeza do que aconteceu com ele, ele não tem nenhuma obrigação real com Jimin. Especialmente considerando sua posição. Mas ele está chegando agora, seu condomínio à vista e Jimin a reboque.

É um pouco difícil, mas Jungkook consegue arrastá-lo para sua casa, acendendo as luzes do seu apartamento escuro e vazio. Jimin está se mexendo, agarrando-se a ele.

- Onde estamos... - O mais velho murmura, tentando entender o ambiente.

- Minha casa. - Jungkook responde, tirando a jaqueta de Jimin para ele. - Você pode descansar agora.

Jimin diz algo incoerente, uma série de palavras ininteligíveis.

- C-can... o que...

- Vamos Jimin. Mas primeiro, você precisa beber isso. - Ele lhe entrega uma garrafa de água, ainda o segurando pela cintura. Colocando um Advil na ponta da língua dele, Jungkook o ajuda a engolir a pílula para que não sofra tão severamente na manhã seguinte.

- Você cuida muito... muito bem de mim, Gguk. - Jimin o segura firmemente, uma nova onda de emoção caindo sobre ele. Ele se sente preso, bem no covil de seu inimigo, e foi ele quem causou isso.

Jimin está ciente de seu corpo pressionado em um mar de lençóis, fresco e limpo contra a pele. Ele acha que Jungkook está trocando a camisa por ele, mas não tem certeza.

Muito cedo, ele sente Jungkook se afastando.

- Não, ainda não. - Jimin diz em tom de pânico.

- Hã? - Jungkook pergunta, passando a mão pelos cabelos da testa.

- Fique. - Ele sussurra.

- Eu não... - Jungkook protesta fracamente, os dedos parando nas bochechas do mais velho

- Por fav... - Jimin diz, nunca terminando a palavra, porque Jungkook está rastejando debaixo das cobertas, seu corpo envolvendo o do mais velho como se fosse natural para ele. Jimin relaxa, a alguns segundos de desmaiar. Há essa tontura novamente, mas ele tem certeza de que está vindo do coração dele.

Jungkook segura Jimin por trás, a respiração fazendo cócegas na sua nuca. Ele está dormindo, Jungkook pensa, porque ele não responde e sua respiração está firme. Ele se permite o pequeno prazer de entrelaçar os dedos com os de Jimin, descansando-os no meio dele.

Isso está errado em muitos níveis, e ele (Jungkook) sabe disso.

C O N T I N U A
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O que acharam desse capítulo? Jimin conseguiu livrar Jungkook da morte, por enquanto, pessoalmente, como leitora (já que eu li antes de traduzir) não acredito que Seokjin vá desistir. Estressado Jimin encheu a cara e seria estrupado se Jungkook não aparecesse. E agora, ele está na CASA de Jungkook. Será que Jimin irá contar isso a Seokjin?

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