5. Shocking discovery
O dia seguinte é um borrão para Jimin. Ele diz a Seokjin que o próximo local em que Jungkook irá é Bucheon e que ele o seguirá sozinho. Demora um pouco, mas Seokjin cede no final e lhe oferece transporte.
– Eu não preciso disso. – Diz Jimin, apresentando a Seokjin uma passagem de trem. – Vou descobrir o máximo que puder.
O disfarce de Jimin é impecável, se ele mesmo tivesse que dizer. Ele está irreconhecível sob o chapéu e a máscara, e a roupa discreta, um forte contraste com o seu traje habitual. Ele adiciona os óculos de sol como precaução de última hora e chega cedo à estação de trem. Ele age discretamente, não é a primeira vez que ele segue alguém. Ele é um especialista agora, sabendo em que ritmo deveria ficar para trás.
É mais emocionante do que deveria ser, seguir o líder da máfia. Jungkook deve chegar em breve...
Jimin reconhece os passos de Jungkook, ele percebe, por instinto. Sua postura se endireita, observando o mais novo passar por ele sem vê-lo. Ele nota com interesse a mala que o outro está carregando e a longa jaqueta preta. Combina bastante com ele.
Jimin sorri para si mesmo, batendo o pé com impaciência. Assim que Jungkook embarca no trem, ele o segue, escolhendo sentar alguns lugares atrás do mais novo e se ocupando com o telefone.
Ele presume que Jungkook esteja dormindo, ou pelo menos seus olhos estão fechados, porque sua cabeça continua pendendo para trás, pernas abertas. Jimin não consegue ver a expressão facial de seu ângulo, mas pode imaginar o olhar sereno em seu rosto.
Muito cedo, o trem chega a Bucheon, e Jimin está colocando sua mochila e seguindo Jungkook com a cabeça voltada para o chão.
É difícil acompanhar os passos de Jungkook, especialmente com a multidão que zumbe ao seu redor, mas Jimin consegue. Logo, a massa de corpos diminui e Jimin está sendo levado por uma estrada tão sinuosa que ele precisa se certificar de que não está sendo seguido. Ele se distancia um pouco mais, observando o prédio exato em que Jungkook entra.
Quando ele chega, percebe que é um armazém. Isso também não é nada novo para ele. Jimin vai para o fundo do prédio. Ele se sente com sorte quando vê janelas quebradas, permitindo-lhe vislumbrar dentro do depósito vazio.
É absolutamente silencioso, sem vento cortante no ar, nem o som do barulho vizinho. Apenas o som de sua respiração tranquila o acompanha, bem como seu coração batendo.
Agachado, Jimin olha de soslaio para dentro. Ele vê dois homens grandes, vestidos de preto, na frente de outro homem, amarrado e com a cabeça baixa. Jungkook entra na sala e recebe duas reverencia dos homens que são instruídos a sair.
Jungkook está atrás do homem, cujo rosto é ilegível nem distinguível na luz negra. O que parece sangue pode estar pingando no chão, mas Jimin não tem certeza.
– Você. – A voz de Jungkook é ensurdecedora.
O homem se encolhe na cadeira, fazendo uma fraca tentativa de romper seus laços.
– Não adianta, velho. – A mão de Jungkook desfaz a mordaça, jogando-a no chão com nojo.
O homem tosse, seus cabelos balançando no ritmo de seus ataques violentos. Jimin julga que o homem deve ser mais velho, dado o comentário de Jungkook e o corpo, que ele está podendo ver um pouco melhor agora.
– Por favor. – Sai a voz fraca, soando totalmente derrotada.
Jimin quase se levanta. Há um fogo gelado correndo por suas veias, seu corpo fica rígido com a voz.
Essa voz pertencia ao Chefe.
– Por favor. – O velho diz novamente, levantando a cabeça.
Se Jimin não fosse treinado para suportar operações de alto estresse, ele teria desmaiado de choque. Através da iluminação que atinge o rosto do homem, Jimin confirma a identidade da vítima.
"O que diabos ele estava fazendo aqui?" Jimin raramente via seu pai; só nas raras ocasiões em que era necessário para uma reunião, ele fazia negócio que apenas Seokjin conhecia. Era típico de seu pai negligenciar e menosprezar ele, seu próprio filho, assim. Jimin presumiu que seu pai estava na cidade novamente, dada a garantia de Seokjin de que estava relatando tudo ao Chefe. "Se ele estava bem há uma semana, como ele acabou assim?"
A atenção de Jimin é capturada novamente quando a voz de Jungkook enche a sala.
– Foi assim que meu pai implorou?
Jimin é jogado para outro turbilhão. "Foi assim que meu pai implorou?" Sangue lateja em seus ouvidos, adrenalina fresca nas pontas dos dedos. Ele está tão perto de fugir, mas não sabe em que direção - em direção a ou para longe de seu pai?
– Jeon era escória. – O Sr. Park cospe, arrogantemente. – Ele mereceu tudo.
A mandíbula de Jungkook aperta, os olhos escurecendo.
– E ainda assim você implora? Você percebe, – Jungkook diz, andando ao redor dele para encará-lo. – que você vai morrer hoje à noite, não é?
Há um fio de medo que é atingido, e ecoa no ar. O estômago de Jimin está enrolado, enrolando-se profundamente.
– Se você me matar, só vai piorar.
– Eu vou lidar com isso.
– Você não é melhor que seu pai.
Há uma arma no ar antes que Jimin possa processá-la. Puta merda.
– Não teste minha paciência, Sr. Park. Vou te matar, mas vou conseguir respostas primeiro.
Jimin detesta o jeito que seu pai sorri, reconhecendo isso desde a infância.
– Me mate agora. Prefiro morrer a falar sobre seu pai.
A mão de Jungkook treme, a ponta da arma pressionada na testa do Sr. Park.
– Não. Diga-me agora. Por que você fez isso?
Ainda sorrindo, o Sr. Park ri.
– É disso que se trata? Como você descobriu em primeiro lugar?
O corpo de Jungkook treme com impaciência.
– Nós descobrimos tudo. Tudo. Agora me diga, o que você queria dele? – Ele grita, fazendo com que Jimin prenda a respiração.
– Seu império.
O rosto de Jungkook nunca ficou tão duro.
– E, no entanto, o que você ganhou? Nada. Você sempre permanecerá com nada.
Se Jimin entende alguma coisa perfeitamente, é o conceito de olho por olho. Ele aprendeu a lição desde o início, e ela permaneceu com ele durante toda a vida adulta. Isso e o conceito de karma. O que vai volta.
O pai dele vai morrer, e ele não irá impedir.
Não, há muitas forças em jogo. Há um ressentimento amargo em relação ao pai que vem a tona, há um choque pelas revelações recentes e, o pior de tudo, Jimin percebe, o entendimento de que isso deve acontecer. O Sr. Park merece esse final. Jimin não é capaz de registrar o final da conversa, o sangue está muito alto em seus ouvidos.
É como se tudo estivesse em câmera lenta, desde a maneira como o som terrível de uma bala disparando ecoa na sala até a maneira como o vermelho carmesim pinta a parede atrás dele.
Jungkook cai no chão, o corpo tremendo. Jimin está fora de si, afastando-se da janela e encostando-se na parede. Ele está sussurrando maldições para si mesmo, em pânico.
Ele acabou de testemunhar a morte de seu pai. E não tinha nada para impedi-lo.
Ele se lembra de respirar, lutando contra a bile que está subindo ativamente em sua garganta. Ele não pode agora, ele tem que se controlar. Ele precisa sair sem ser visto. De pé, ele caminha por um beco diferente, já tendo escolhido sua rota de saída antes de dar a volta para testemunhar o evento. Ele anda o mais rápido que pode, de alguma forma está mais frio. Ele vai ficar bem, ele só precisa ligar para Seokjin, Taehyung, qualquer pessoa. Foda-se as regras, ele precisa repetir todos os detalhes enquanto as imagens estão frescas em sua mente.
Ele sobe a bordo de um ônibus que tem seu destino final a estação de trem de onde ele veio, sentando-se atrás e fechando os olhos. É quase impossível fazer com que seu corpo relaxe, sabendo que a cada segundo que passa ele está ficando cada vez mais longe de seu pai e de Jungkook.
Jungkook.
O nome dele evoca um sentimento confuso no peito de Jimin, é como se algo estivesse tentando sair dele. Ele não sabe se deve agradecer a Jungkook ou desprezá-lo mais do que já fez.
Jimin não consegue pensar com clareza agora, seu cérebro está girando e relocando o som do gatilho sendo puxado. Ele não deveria pensar agora, ele precisa se concentrar em voltar para casa e ligar para alguém.
"O que via acontecer depois? Guerra? Quem, além de Jimin e o Chefe, sabe sobre o pai de Jungkook?" Ele se lembra claramente, a história triunfante sendo contada. O próprio Jimin ficou chocado com a morte repentina, mas mais aliviado por seu reinado de terror ter terminado. Ninguém era páreo para o Sr. Jeon.
Mas saber que foi seu pai quem teve uma participação direta em sua morte? Cava um buraco de traição. "Como ele pôde não ter sido informado? Mais importante, quem mais sabe?"
Ele faz uma parada mais cedo, dedos já voando para ligar para Seokjin, que atende no primeiro toque e Jimin pode finalmente respirar.
– Deus, Seokjin.
– O que há de errado, Jimin?
Jimin recupera a compostura, engolindo muitos goles de ar.
– O Chefe. É o chefe. Eu apenas... acabei de ver...
– Devagar. O que tem o chefe?
– Onde ele está, Seokjin? – Jimin diz, desespero arranhando seu tom.
– Ele não está aqui, em Seul? Por que você pergunta?
– Ele está morto, Seokjin. Ele não está em lugar algum, está em Bucheon. Ele está morto em algum armazém.
– O que?
– Diga-me, Seokjin, agora...
Seokjin o interrompe.
– Jimin, mais devagar, por favor. Como ele morreu? Onde você está agora?
– Jungkook! Jungkook, o bastardo, atirou nele. Mas me diga, me diga agora, você sabia que foi o chefe quem matou o Sr. Jeon?
Há uma pausa do outro lado da linha.
– Sim eu sabia. Me desculpe, Jimin...
– Foda-se suas desculpas! Porra! O que eu faço agora? Por que ninguém me contou?
– Jimin, acalme-se. Fique onde está, enviarei alguém para buscá-lo. Eu também vou. Não vá a nenhum outro lugar. Você me ouviu, Jimin? Você não pode atrair atenção para si mesmo. Onde está Jungkook?
Jimin faz um giro de 360° ao seu redor.
– Aqui não, eu não sei. Eu não sei para onde ele foi, eu apenas... eu o vi no chão, chorando, eu acho.
– Tudo bem, Jimin. Estou me preparando agora. Você acha que vai ficar bem por enquanto?
– Sim.
– Vejo você em breve, envie-me sua localização. Nós vamos lidar com isso, você está me ouvindo?
– Sim.
Jimin desliga antes dele.
Jimin é pego logo depois, ainda abalado e sem acreditar. Ele fica calmo, porém, quando Seokjin segura firmemente seu ombro, ele finalmente desmorona. Seokjin não faz barulho, apenas segura um Jimin trêmulo nos braços.
Jimin não sabe por que está chorando, há muito para absorver de uma só vez.
Em Seul, Jimin é levado para o apartamento dele, onde Seokjin o manda para a cama. Ele não tem escolha a não ser desistir, sabendo que Seokjin responderá suas perguntas quando ele acordar com a cabeça mais clara.
Ele sonha com balas, corpos sem vida e, acima de tudo, fugindo.
[...]
Seokjin explica toda a verdade.
– Você não foi consultado, simplesmente porque...
Jimin termina para ele.
– Porque o Chefe não achou que eu era digno o suficiente. Pensou que eu seria um obstáculo. Eu sei.
– Mais ou menos. Você entende por que não pude dizer nada, certo?
– Claro. Então, o que Jungkook fez lá atrás foi... justificado?
Seokjin faz uma cara de dor.
– De certa forma, sim. O Sr. Park, sem o seu conhecimento, orquestrou muitas das catástrofes que ocorreram em seu império. Os inexplicáveis. Sapphire, cena de bordel, etc. – Seokjin diz, citando alguns dos incidentes. A mente de Jimin está trabalhando ao contrário para conectar seu pai a todos esses crimes.
– O bastardo. – Diz Jimin, apesar de está falando do pai. – Ele fez tudo isso sem pensar nas consequências?
– Temo que sim.
Jimin suspira. Ele pedirá mais detalhes outro dia.
– Quando é o funeral?
C O N T I N U A
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Que tenso hem. O pai de Jimin fez todo tipo de maldade e pior, ele matou o pai de Jungkook. E Jimin pensou que o pai não era tão mal assim. Mas o que vai acontecer com eles agora?
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