Capítulo 9 - Acasos?

Celeste tocou a campainha do apartamento de Bella depois de não ter sua vigésima ligação atendida. Não queria saber de segredos, a amiga teria que falar o que estava acontecendo.

Bella gritou um "já vou" e segundos depois atendeu a porta. Celeste arregalou os olhos para o estado da amiga, a moça estava com olheiras e o nariz vermelho denunciando que havia chorado.

— Vai me contar o que está acontecendo? — Celeste perguntou já entrando no apartamento.

Isabella fechou a porta e virou-se para a amiga, estava destroçada! Seus dias estavam exaustivos e não queria importunar ninguém, mas sabia que Celeste não passaria tanto tempo sem receber notícias e ela estar ali naquele momento era prova disso.

— Ai amiga, foram sucessivos acontecimentos. — A moça jogou-se no sofá e apontou o para o mesmo indicando para Celeste a acompanhar. — Antes de tudo, me desculpa por não falar antes. Minha vó... — Isabella não conseguiu terminar sua fala, o nó em sua garganta impediu qualquer palavra de sair, seus olhos brilhavam pelas lágrimas, no entanto, ela às segurava bravamente.

— O que houve com a dona Cleide? — a morena perguntou preocupada.

— Ela... — a moça pausou a fala por alguns segundos, respirou fundo e engoliu o choro — A vovó teve um infarto. Passamos algumas semanas no hospital, ela não pode mais trabalhar. E eu, bem, vou ter que cuidar dela.

— Você sabe que pode contar comigo, né? — Celeste apertou a mão da amiga e sorriu. — Faz quanto tempo que não sai? — a morena perguntou. Bella suspirou e fechou os olhos por alguns segundos.

— Meses! Vovó não pode ficar sozinha. — Olhou na direção do quarto da senhora e então voltou-se para Celeste.

— Que tal me acompanhar a igreja hoje? E depois podemos ir comer uma pizza. — Celeste sugeriu já pensando em alguém que pudesse cuidar da senhora.

— Igreja? — Bella fez uma careta após a pergunta.

— Sim, então, após o culto, podemos sair e conversar. — Bella pensou por um momento e resolveu aceitar. Não tinha nada a perder, pelo contrário.

Celeste ficou radiante com a resposta positiva da amiga. Conversaram por mais algum tempo e a morena partiu para casa, as duas nem de longe podiam imaginar as surpresas que as aguardavam aquela noite.

— Tenho certeza que conheço ele — Isabella falou e voltou o olhar para trás buscando o reconhecimento que almejava. — É ele, sabia que era! — Celeste negou e sorriu, cutucou a amiga e Bella passou a prestar a atenção ao culto.

Celeste guardava na mente e no coração cada palavra que era dita, desde os louvores às pregações. Bella parecia imersa na mensagem da mesma forma que a amiga. Para Bella, tudo que estava sendo pregado, era como a confirmação das palavras proferidas por sua avó durante a sua juventude. Sabia no seu íntimo que não poderia seguir sem Ele, mesmo que assim quisesse.

No final as duas cumprimentavam alguns jovens quando o rapaz loiro se aproximou, Bella sorriu ao apertar sua mão e cutucou Celeste para que ela o cumprimentasse também. Os dois se apresentaram e engataram em uma conversa leve, até serem interrompidos pelo o amigo do Ariel. Matheus se apresentou e manteve o olhar em Bella. Ariel revirou os olhos e sorriu, Celeste fez o mesmo. Os dois, achando graça dos amigos, seguiram para fora juntos.

— Bella tinha razão — Celeste falou divertida enquanto andava ao lado do rapaz. — Ela insistiu que já havia os visto na faculdade. Eu cheguei a duvidar, mas, ela estava certa! — Concluiu e o olhou.

— Ela me viu lá, mas você não? — Ariel brincou colocando a mão no peito — Desse jeito eu fico até ofendido! — enquanto Celeste arregalou os olhos e procurava o que dizer, o loiro esclareceu — Estou brincando! Nossa faculdade é grande, é normal.

— Por um momento achei que estava mesmo falando sério. — Ela riu. — Você tem um jeito direto, no dia que pregou isso ficou evidente. — Ariel cerrou os olhos. — Não me entenda mal! — Celeste pôs uma mecha do cabelo atrás da orelha, achava ter passado dos limites.

— Não se preocupe, eu realmente sou sério — Ariel suprimiu uma risada. — Bem, geralmente. Gosto de descontrair, sabe. Então se lembra do dia em que preguei aqui? — perguntou, antes de olhar para trás para observar onde seus amigos estavam.

— Chamo isso de comportamento ponderado, uma qualidade admirável — ela gracejou. — Respondendo sua pergunta, sim, eu lembro da pregação. Aquele dia foi abençoado! — Celeste se deixou levar por algumas lembranças daquele momento, foi um impulso para sua decisão. Piscou os olhos voltando a realidade e o desviou de Ariel para onde a amiga estava com Matheus.

— Sua fala parece a de uma amiga, tenho certeza que vocês duas iam se dar muito bem. Não quero parecer invasivo, mas quando preguei aqui, eu a vi e queria ter falado com você naquele dia, mas não tive oportunidade. — ao ver Celeste arregalar os olhos surpresa, Ariel mudou de assunto. — Qual curso você faz?

— Eu... — a moça deu uma pausa, se recuperando da surpresa, e prosseguiu — Eu curso direito. E você? — Celeste perguntou, ciente que aquele era um assunto seguro.

— Sério? Eu também curso Direito, estou quase finalizando. Tenho pendência numa disciplina, o que me fará atrasar outra. Que coincidência interessante, senhorita Celeste! — Ariel percebeu que a morena ficou mais relaxada com o rumo da conversa.

— Oh, sim, seríssimo! Ainda irei demorar um pouco para concluir o curso, mas, Deus tem me sustentado. — Ela pensou por alguns segundos e sorriu. — Estou surpresa por não termos tido disciplina juntos.

— Ah, seria difícil, porque estou num período mais adiantado. Mas como te disse, tenho uma disciplina que está pendente, inclusive vou precisar cursá-la em horário diferente do meu habitual. Quem sabe não será o caso de sermos colegas nesta disciplina?

— Seria maravilhoso, geralmente não converso muito, apenas com a Bella. Seria interessante ter outro colega — Celeste falou com certa animação. — E, também, teria mais um colega na igreja.

Ariel sorriu e olhou em direção ao amigo que se aproximava com a Isabella e voltou novamente o olhar para Celeste.

— Terá mais dois colegas, pois o Matt é meu companheiro de curso e de igreja. Na verdade, somos três, mas o outro amigo não compartilha do mesmo curso e nem da mesma fé, infelizmente. Por falar nele, gostaria de pedir desculpas pelo meu amigo. — ao ver o olhar interrogativo da morena, o loiro continuou. — Ele a abordou na faculdade há algumas semanas e...

Celeste logo lembrou-se de quem Ariel falava. Realmente a abordagem havia sido incômoda, porém sua resposta negativa afastou, ao menos por um momento, o rapaz.

— Não se preocupe com isso. Acredito que ele não vai mais querer falar comigo. — Celeste riu recordando as palavras ditas a ele. — Mesmo assim, obrigada por se preocupar.

Os amigos de ambos se aproximaram dissipando brevemente o assunto entre eles.

— Então, o que acham da gente sair para comer alguma coisa? Estou com fome e imagino que vocês também estejam. — Já chegou dizendo o Matheus.

Ariel não perdeu tempo e caçoou do amigo.

— Até parece! Você está sempre com fome, Ruivão! — ao ver a expressão de falsa indignação do amigo ao revelar o apelido com o qual sempre o zoava, o loiro riu até não poder mais, dobrando seu corpo para trás.

Foi contagiante, porém Celeste apenas contemplou a risada do rapaz. Era a mesma que ouvira há alguns meses. Não tinha como esquecer, e agora, o som ao qual gostara tanto de ouvir, tinha um dono.

Olá, gente!

Hoje é sexta e é dia de PDC! E também dia dos namorados! Eita!

Coincidentemente hoje foi o dia do primeiro contato entre o Ariel e a Celeste, nosso príncipe gospel foi direto e aos poucos a Celeste se acostuma né?

Palpites para o capítulo de terça?

Abraços, 

Equipe PDC


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