Capítulo trinta e seis
— Hoje está mais frio do que o normal. — Mina falou, se aconchegando mais nos braços de Chaeyoung. Ela notou que sua namorada fitava Bora de longe e que provavelmente não ouvia nada do que ela falava. — Chaeyoung, está me ouvindo? — Nenhuma resposta foi emitida e Mina bufou. — E então a médica me beijou a força.
— O quê? — Chaeyoung perguntou apressadamente, fitando seriamente Mina.
— Viu só como não estava me ouvindo? — Mina disse fingindo irritação. Chaeyoung suspirou e enlaçou um braço ao redor de Mina, voltando a fitar Bora.
— Desculpe, Minari, é que... — Ela negou com a cabeça. — Algo está errado. — Observou.
— Como assim? — Mina indagou.
— Não sei explicar, mas conheço os passos de todo mundo aqui e Bora está agindo diferente hoje. — Falou. — Tomaremos banho juntas por precaução.
— Não vejo problema nisso. — Mina disse, soltando um risinho malicioso, porém o cessou quando viu que Chaeyoung manteve o olhar em Bora. — Vamos lá, me dê atenção, Chaeng... — Mina pediu, apoiando a testa no maxilar de sua namorada. — Eu só tenho mais umas duas semanas aqui. — Chaeyoung voltou a fitá-la e sorriu de lado, assentindo.
— Está vendo aquelas duas loiras com quem ela está falando? — Chaeyoung perguntou e Mina assentiu. — Foram presas por assassinato e são líderes de seus respectivos bandos.
— Não foi uma delas que quebrou o nariz de Bora? — Mina perguntou reconhecendo.
— Exato. Ela jamais perdoa alguém, a menos que ofereça algo bom. Ela nos olhou quatro vezes hoje e seu padrão é duas. — Chaeyoung apontou os fatos. — Sinto cheiro de encrenca.
— Não seja paranoica. — Mina disse, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Chaeyoung. — Você é a líder daqui. Está segura. — Os olhos castanhos a fitaram rapidamente.
— Você se ouviu? — Chaeyoung indagou e Mina assentiu. — Minari, você sabe que eu... — Limpou a garganta. — Você sabe a verdade.
— Sim, eu sei. O que tem?
— Deveria saber que não estamos seguras de verdade. Eu sei lutar um pouco, porque aprendi, mas não é o suficiente.
— Mas elas não sabem disso. — Mina disse, dando um beijo no rosto de Chaeyoung.
— Tenho medo de que te aconteça algo. — Confessou.
— Nada vai acontecer, Chaeng. Não pense nisso. — Ela pediu, dando mais um beijo no rosto de Chaeyoung, que fitou uma das loiras no exato momento onde voltava a lhe encarar.
— Não sei. Algo está estranho. — Ela avisou, jamais desviando o olhar da loira.
— Você só está com medo porque me contou a verdade e agora acha que algo vai dar errado, mas não vai, meu amor. — Ela disse, puxando o rosto de Chaeyoung em sua direção para lhe dar um beijo manso.
Aquilo definitivamente abrandou o coração de Chaeyoung.
— Tem razão. — Disse relaxando. — Acho que estou exagerando.
— Sim. Mia diria que você precisa de muito carinho para ficar calma. — Mina disse sorrindo e Chaeyoung arqueou uma sobrancelha.
— Ela diria ou você? — Chaeyoung perguntou rindo.
— Ela, sua maliciosa. — A maior contestou e Chaeyoung sorriu genuinamente.
— Como se sente sabendo que poderá abraçá- la em poucos dias?
— Ansiosa. — Mina respondeu sorrindo. — Vou exigir a guarda dela. Sana não merece nossa sobrinha e nem deve querer mesmo a guarda dela. Uma criança dá trabalho.
— Ela nem imagina ainda que você já sabe de tudo, não é? — Chaeyoung indagou e Mina negou.
— Digamos que ela terá uma surpresinha quando eu sair daqui. — Ela disse se levantando, puxando Chaeyoung pela mão.
— Aonde vamos? — Chaeyoung perguntou e Mina sorriu.
— Andar. Não aguento mais ficar sentada. Já basta ficar naquela cela o tempo inteiro. — Ela falou e Chaeyoung assentiu, começando a seguir a maior, tendo seus dedos entrelaçados com os dela.
— Nay já sabe que você vai sair? — Chaeyoung indagou ao ver a ruiva correndo desesperada em sua direção.
— Ainda não contei a ela. — Mina confessou.
— Vai deixar para a última hora? — A menor indagou e Mina iria responder, porém se calou pelo fato de Nay ter parado arfante em sua frente. Carregava algo consigo.
— Por que corria tanto? — Mina perguntou rindo e Nay negou com a cabeça.
— Nayeon, você devia se manter afastada. — A ruiva disse, imitando a voz de Scar, tomando mais um pouco de ar antes de prosseguir. — Mas vocês me conhecem, não consigo te esconder as coisas, Mimi.
— O que houve? — A morena indagou e Nay apenas esticou a mão com uma revista para Mina, que a pegou após franzir o cenho. Seus olhos se arregalaram ao constatar que era ela na capa.
"empresária Myoui Mina reabre o caso e garante ser inocente." Ela mordeu o lábio inferior e logo dobrou a revista, escondendo aquilo.
— Aonde conseguiu? — A garota indagou e Nay umedeceu os lábios.
— Está nas novas revistas que nos deram para passar tempo.
— Droga! — Chaeyoung resmungou baixinho.
— Isso quer dizer que todas aqui dentro têm acesso a esse material? — Mina questionou e Nay assentiu.
— É verdade? — A ruiva perguntou e Mina assentiu. — Uau, você é podre de rica, tenho uma amiga rica, não acredito. — Nay disse rindo, soltando seu famoso ronco. — Saio em alguns meses, que tal pagar umas cervejas? Eu levo a carne. — Mina sorriu diante da simplicidade de Nay. — Poderíamos roubar alguns carros juntas, seria divertido. — Ela sussurrou a última parte, porém logo riu ao ver a expressão confusa no rosto de Mina.
— Está falando sério? Vai seguir roubando quando sair? — Mina indagou.
— Eu estava brincando. Vou esperar minha mulher sair. — Ela sai em um ano e depois faremos nossa vida juntas.
— Parece que temos algo em comum. — Mina disse sorrindo. — Mas lá fora vamos com calma. — Alertou. — Não é, Chaeng? — Um alto suspiro foi escutado, fazendo Mina fitar sua namorada. — O que foi, amor?
— Eu avisei que teríamos problemas. — Ela disse, apontando para a mini-arquibancada onde estavam minutos atrás, lugar o qual ninguém mais sentava além de Chaeyoung.
— Estava ocupada pelas duas loiras e por Bora.
— Nay, leve Mina para a minha cela e chame Tzuyu. — Ela disse solenemente.
— O que vai fazer? — Mina perguntou preocupada.
— Não posso deixar elas lá, vão me julgar fraca e teremos ainda mais problemas.
— Chaeyoung! — Mina chamou e a loira lhe fitou. — Não precisa dessa droga de posto.
— Se eu quiser continuar com vida eu acho bom querer. — Disse conformada. — Uma líder só deixa de ser líder quando morre ou quando sai, então preciso ir ver o que elas querem.
— Por que preciso ir para a cela?
— Porque tenho quase certeza de que estão fazendo isso porque descobriram uma mina de ouro em você.
— Mas não quero ir. — Mina protestou e Chaeyoung se virou para ela, se inclinando e lhe deu um beijo manso nos lábios antes de acariciar seu rosto.
— Por favor, me escute, está bem? — Mina mordiscou o canto de seu lábio inferior e assentiu um pouco contrariada.
— Chamou, chefinha? — A voz firme de Tzuyu fez Chaeyoung a fitar.
— Chamei, Tzuyu. Temos um pequeno grande problema para resolver.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top