Capítulo oito

Chaeyoung endireitou sua postura e segurou uma mão de Mina antes de assobiar alto, fazendo várias garotas correrem para trás dela.

— Calma que não queremos briga. — Heedo, uma das três garotas, disse calmamente.

— Não posso nem namorar tranquila que me incomodam. — Chaeyoung disse bufando. — O que querem? — Ela perguntou friamente.

— Só viemos resolver algo aqui. Você conhece as leis daqui, Chaeyoung. — A garota disse, fazendo Chaeyoung assentir. — Bora disse que você roubou a garota dela.

Os olhos de Chaeyoung fitaram os de Bora seriamente, para segundos depois a garota explodir em uma risada debochada. Ela deixou um beijo no pescoço de Mina e sussurrou em seu ouvido que se levantasse.

Assim que Mina o fez Chaeyoung desceu um degrau da mini-arquibancada, parando de frente para elas, tendo Mina atrás de si, e umedeceu os lábios.

— Desde quando Mina já teve alguma coisa com a ratazana azul? — Chaeyoung perguntou, vendo Bora alisar seus cabelos azuis. — Mina nunca teve nada com ela.

— Porque fui para a detenção. — Bora reclamou e Chaeyoung desceu mais um degrau, ficando cara a cara com Bora.

— Você iria estuprar a minha garota. Acho que a errada dessa merda é você. — Chaeyoung disse, cerrando os punhos.

— Ela não era a sua garota. — Bora rebateu.

— Foda-se! Você iria transar com ela a força. Isso é contra as malditas regras!

— Todas fazem isso aqui. — Bora replicou e Chaeyoung riu com escárnio.

— É por isso que eu não gosto de dirigir a porra da palavra a você, porque é uma maldita estúpida. — Chaeyoung disse irritada. — Elas trocam favores. Se as garotas aceitam proteção em troca de dar sexo, o problema é delas, não estão sendo obrigadas, mas Mina jamais aceitou nada disso.

— Quem te garante que não? — Bora indagou e Chaeyoung trincou o maxilar.

— Que garota em sã consciência ficaria com você, sendo que sabe que eu tenho interesse nela? — Chaeyoung perguntou e Bora a fuzilou com os olhos.

— O que...

— Desde o primeiro dia que vi aquela garota eu coloquei meus olhos nela e falei com ela, não tenho culpa se ela demorou um dia para se decidir. — Chaeyoung continuou. — Então acho bom vocês quatro sumirem da minha frente, porque não estou nada contente em me lembrar que essa filha de uma puta... — Chaeyoung apontou para Bora. — Está de olho em Mina.

— Você a forçou, Bora? — Uma das garotas questionou e a mulher suspirou. — Responda, desgraçada! — Ela elevou a voz, segurando o maxilar da mulher antes de apertar com força. — Você me fez perder o maldito tempo sendo que você é a errada?

Chaeyoung sentiu o corpo delicado lhe abraçar por trás e sabia que era por medo de sangue começar a rolar. A menor suspirou e se virou ligeiramente, passando um braço pela cintura de Mina.

— Estamos bem. — Chaeyoung sussurrou no ouvido de Mina e a maior assentiu, ainda assustada. Seu mundo era de segurança, riqueza, pessoas civilizadas, dinheiro e, bem, mais dinheiro.

E Chaeyoung sabia disso.

Por isso, quando sentiu Mina se aconchegar mais em seu abraço, soube que aquilo não era para ela, aquela vida não pertencia àquela garota. Chaeyoung só queria que ela não tivesse medo.

O primeiro soco foi desferido com tanta força no meio da cara de Bora por uma delas, que só então Chaeyoung percebera que não havia ouvido o fim da conversa delas, tamanha era sua preocupação com o corpo delicado entrelaçado com o seu.

— Por aqui. — A menor disse, puxando Mina pela mão para se afastar do aglomerado. Ela sabia que em poucos segundos o estrago aconteceria.

Chaeyoung envolveu o corpo de Mina em um abraço por trás quando viu balas de borracha ricocheteando contra o chão, indo em várias direções.

— O que foi isso? — Mina perguntou assim que chegaram na cela de Chaeyoung e a menor soltou seu corpo.

— A forma como as policiais separam as brigas quando uma das líderes estão envolvidas.

— Isso inclui você? — Mina perguntou e Chaeyoung cruzou os braços, mantendo a postura séria.

— Eu nunca briguei. — Mina arqueou a sobrancelha em total confusão.

— Mas você ganhou da antiga líder. — Chaeyoung a fitou compenetradamente.

— Quem te disse isso? — Chaeyoung perguntou surpresa e Mina suspirou.

— Eu ouvi por aí. — Ela disse. Não entregaria Nay, e não era por dedo-duro não durar ali, e sim porque tinha um grande carinho pela ruiva apesar de pouco tempo.

— Não interessa como aconteceu, eu só não passei por aquilo lá. — Chaeyoung disse e Mina assentiu, ainda curiosa, porém se limitaria àquilo.

— Obrigada por dizer aquilo e livrar a minha barra da Bora. — Mina disse gentilmente e Chaeyoung negou com a cabeça suspirando.

— Estou preocupada com você. — Chaeyoung confessou sem sequer perceber. — Elas bateram naquela garota e não deveria ter acontecido isso. — Ela disse, se sentando na cama de baixo antes de apoiar os dois cotovelos em suas pernas. — Ela pode ser um tanto desequilibrada quando está furiosa.

— Você acha que ela, huh, vai para a detenção? — Mina perguntou assustada.

— Duvido muito. Ela tem quase todas as guardas compradas.

— Quanto acha, huh, que elas aceitariam para não ajudarem mais ela? — Mina perguntou e Chaeyoung franziu o cenho.

— Por quê?

— Tenho um, bem... um amigo... Amigo distante... Bem distante, que pode me arrumar o dinheiro emprestado. — Mina disse fitando o chão e Chaeyoung se levantou, se aproximando dela.

— Então diz para o seu amigo distante e rico que eu vou dar um jeito nisso. — Chaeyoung falou e Mina tremeu devido ao tom que a menor usara, sentindo o medo de Chaeyoung ter suspeitado de que ela fosse rica.

— Você tem esse dinheiro? — Mina perguntou e Chaeyoung riu.

— O dinheiro que eu tenho eu guardo para outra coisa. — Chaeyoung disse seriamente. — Mas sei como resolver isso tudo, não se preocupe.

— Tem certeza? — Mina perguntou ainda temerosa e Chaeyoung assentiu.

— Em mulher minha ninguém toca, eu já disse. — Chaeyoung disse com um princípio de sorriso e Mina suspirou.

— Não sou sua mulher, Chaeyoung. — Mina disse baixinho. — Não de verdade. — Finalizou, brincando com a borda de sua camiseta laranja.

— Não, não é. — Chaeyoung disse singelamente. — Mas ninguém precisa saber disso. — Os olhos castanhos se ergueram acompanhando seus longos cílios, sentindo pela primeira vez em muito tempo que alguém estava realmente cuidando dela.

— Obrigada. — Mina disse baixo e Chaeyoung assentiu.

— Agora vá para a sua cela, hm? Vou resolver isso. — Chaeyoung disse e Mina mordeu o próprio lábio inferior.

— Você não irá matá-la, irá? — Mina perguntou cautelosamente e Chaeyoung a olhou franzindo o cenho, explodindo em uma risada harmoniosa no momento seguinte.

— Não, eu não vou matá-la. — Chaeyoung disse ainda rindo.

— Me sinto melhor. Eu não gostaria de saber que alguém morreu por minha culpa. — Os olhos de Chaeyoung enegreceram e repentinamente se tornaram vazios.

— Sem violência, eu prometo. — Ela disse limpando a garganta e Mina concordou com a cabeça. — Agora vá e fique tranquila.

— Está bem. — A maior disse dando um passo à frente antes de tocar suavemente seus lábios contra a pele do rosto de Chaeyoung. — Obrigada de novo.

A maior sussurrou, sumindo de dentro da cela minutos depois. Chaeyoung colocou a cabeça para fora e, quando viu que Mina já tinha entrado em sua cela, respirou fundo antes de se encostar na parede e fechar os olhos, levando uma de suas mãos até o local onde a maior havia beijado.

Balançou a cabeça ao perceber o que fazia e voltou a adotar a expressão fria em seus rosto, saindo dali com um único objetivo: A segurança de Mina.

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