Capítulo dezessete
As línguas se encontravam com fervura, com ansiedade, com sincronia enquanto as garotas estavam naquela cama. Haviam passado a manhã inteira se beijando e só pararam para o almoço, realização da higiene bucal e logo voltaram para a cama de Mina, voltando a se enroscarem uma na outra.
— Sua pele é tão macia... — Chaeyoung murmurou, acariciando a pele da barriga de Mina por baixo da camisa. A maior resfolegou e arrastou as unhas da mão esquerda na nuca de Chaeyoung.
— Está calor aqui ou é só impressão minha? — Mina perguntou, vendo o sorriso de Chaeyoung se abrir. Seus olhos analisaram a vermelhidão dos lábios da menor e o inchaço e presumiu que os seus não deveriam estar diferentes.
— Muito calor. — Chaeyoung replicou, descendo a mão que estava na barriga de Mina para as costas dela, apertando a carne da região com vontade. Mina sentia seu coração bater acelerado contra seu peito enquanto apertava com a mão livre a bunda de Chaeyoung, já que a menor estava por cima dela.
— Caralho, garota... — Chaeyoung murmurou em um quase gemido. — Não me provoca desse jeito.
— Provoco sim. — Mina disse, soltando uma risadinha provocante. — Se está aqui há três anos e nunca ficou com ninguém... — Ela sussurrou, arrastando os dentes no pescoço de Chaeyoung antes de deixar um beijo provocante contra sua pele. — Deve estar sedenta por sexo...
— Na verdade não. Me acostumei. — Chaeyoung respondeu e Mina arqueou uma sobrancelha.
— Você vai gozar tão rapidinho... — Mina falou, distribuindo beijos pelo pescoço de Chaeyoung. — Tão gostoso...
— Mina... — Chaeyoung gemeu baixinho sentindo sua respiração pesar ainda mais. — Para de provocar. — Pediu. Gemeu um pouco mais alto quando sentiu a perna esquerda de Mina pressionar sua intimidade. Chaeyoung olhou para além das grades apenas para ver se ninguém olhava ou se não havia policiais.
— Que tal a gente colocar aquele lençol nas grade, hm? — A maior provocou e Chaeyoung segurou suas duas mãos, as prendendo ao lado de sua cabeça enquanto distribuía beijos pela clavícula de Mina.
— Você quer mesmo transar com uma praticamente desconhecida? — Chaeyoung perguntou e Mina riu.
— Ah! Como eu quero! — Mina proferiu, mordendo o lábio inferior ao sentir uma mão de Chaeyoung descer para seu seio, por cima da camisa, antes de apertá-lo com carinho.
— É uma pena então você precisar ir trabalhar com a médica. — Chaeyoung falou, dando um demorado selinho em seus lábios antes de se sentar na cama. — Está na hora de você ir, Mina. — Mina abriu a boca sem reação.
Realmente precisava ir, mas se via em uma situação complicada onde sua calcinha estava encharcada e sua intimidade pulsando devido à troca de carícias quentes com Chaeyoung.
— Argh! Inferno! — Mina vociferou, se sentando atrás de Chaeyoung antes de envolver os braços ao redor de seu corpo. — Não quero ir. — Mina choramingou, distribuindo beijos pelo pescoço de Chaeyoung até chegar no lóbulo de sua orelha. — Mas preciso. — Sussurrou, fazendo Chaeyoung assentir.
— Eu sei. — Chaeyoung disse e Mina suspirou.
— Desculpe. — Mina pediu fazendo uma careta.
— Não se preocupe. Temos mais alguns meses dentro dessa cela. — Chaeyoung disse sorrindo compreensiva e Mina assentiu, se levantando.
— Pode me responder algo que esqueci de perguntar? — Mina indagou e Chaeyoung a fitou, esperando sua pergunta. — Como sabia que Younggi me disse que você não gosta de encarar? — Perguntou.
E lá estavam as perguntas cujas quais Chaeyoung não queria responder. A verdade é que Chaeyoung não teria problemas em responder as perguntas de Mina, entretanto, eram demasiadas perguntas e, como Chaeyoung sabia que Mina era inteligente, tinha medo de ela ir encaixando o quebra-cabeça.
Mina não parecia alguém que traria problemas para Chaeyoung, mas e se descuidadamente ela contasse para alguém? Chaeyoung tinha mais dois anos ali e sabia que se soubessem a verdade ela passaria a apanhar todos os dias até sair finalmente daquele inferno.
— Ela é minha amiga. Me conhece e sabe que é verdade. — Chaeyoung respondeu friamente, lendo no olhar de Mina que ela não havia engolido aquela história.
— Sabe, eu queria mesmo saber porque você se importou em me proteger. — Mina comentou e Chaeyoung assentiu, umedecendo os lábios antes de se levantar e ficar cara a cara com Mina.
— Já conversamos sobre isso. — Chaeyoung falou e Mina colocou um bico triste em seus lábios, abraçando a cintura de Chaeyoung.
— Você disse que eu sou destemida como sempre. Seja sincera... Você me conheceu fora daqui? — Mina perguntou e Chaeyoung riu da insistência da maior.
Responder aquilo não seria problema, mas quanto mais peças Chaeyoung entregava à Mina, mais visível ficaria a imagem toda.
— O que eu faço com você, hm? — Chaeyoung perguntou rindo e Mina sorriu amplamente.
— Eu tenho um leque de sugestões... — Mina disse sugestivamente, alçando as duas sobrancelhas.
— Você vai se atrasar. — Chaeyoung disse, sentindo Mina dar de ombros.
— Por favor, por favorzinho, Chaeyoung. — Mina insistiu. — Só responde com sinceramente a minha pergunta.
— Que pergunta? — Se fez de desentendida e recebeu um tapa na bunda acompanhado de uma expressão séria de Mina.
— Você me conheceu fora daqui? — Chaeyoung suspirou e finalmente se deu por vencida.
— Sim, Mina. — Chaeyoung disse. — Mais ou menos, na verdade.
— Como assim? — Mina perguntou confusa.
— Bem, nós nunca fomos apresentadas. — Chaeyoung explicou e Mina sorriu.
— Sabia! Eu teria me lembrado desses olhos. — Mina disse em um flerte e Chaeyoung sorriu.
— Agora vá. — Chaeyoung disse empurrando sutilmente Mina, que se segurou mais em Chaeyoung, negando com a cabeça.
— Só mais uma perguntinha... — Mina disse e Chaeyoung negou.
— Não, Mina! — Chaeyoung disse veemente.
— Por favor. — Mina insistiu. — Eu só preciso saber se você sabe sobre a minha, uh, condição financeira. — Mina perguntou e Chaeyoung lhe fitou.
— Sim. Sei que é podre de rica. — Chaeyoung assumiu e Mina a olhou confusa, se afastando um pouco dela. — O que foi?
— Na-nada. — Mina respondeu com uma expressão decepcionada no rosto.
— Então por que está me olhando assim? — Chaeyoung perguntou confusa.
— Eu sei que, pelo pouco que eu conheço de você, não parece que seja, mas, uh, por favor não se ofenda...
— Fala logo! — Chaeyoung exigiu.
— Você me proteger ou, uh, ficar comigo não teria nada a ver com meu... meu dinheiro, não é? — Chaeyoung a olhou friamente, se afastando dela. — Não me interprete mal, eu só não sei nada sobre você, mas ainda acho que o dinheiro não tenha influenciado você a...
— Dê o fora daqui! — Chaeyoung não gritou, porém sua fala fora rude ao ponto de Mina ter se sentido extremamente mal.
— Eu não quis...
— Você realmente é estúpida ao ponto de perguntar a alguém se ele está interessado no seu dinheiro? Que tipo de pessoa responderia "sim"? — Chaeyoung se exaltou e Mina se encolheu. — Vá atrás daquela médica, Mina. Sai! — Chaeyoung disse irritada e Mina negou.
— A cela também, uh, é minha. — Falou. Queria se desculpar com Chaeyoung, falara sem pensar. Só queria descobrir o motivo de ela ajudá-la sem querer nada em troca.
— Ótimo. Então fique aí com ela. — A menor falou, se esquivando de Mina para sumir entre o corredor. A maior suspirou, sabendo que precisava ir até a enfermaria, mas também estando ciente de que fora uma completa idiota infeliz em sua pergunta.
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