Ad Aeternum

Para onde olhamos, 
Não há nada chegando… 
 
O que prometiam os deuses
Na aurora dos tempos? 
E havia a leviandade de uma suposta escolha,
Quando o sumo ainda escorria pelo canto da boca… 
 
Mas por que agora cerrar os dentes, 
Enrijecer o punho com cólera 
E bater ao peito como se fosse uma certeza…
 
Já nascemos para ir aonde evitamos,
Faltos de atenção para o que não muda…
E tentando mudar o que não fica… 
 
E abraçamos o vago alento que é incontido,
E adulamos para eternidade o que é mortal 
Atiçamos a chama que não se apaga… 
 
Vivemos pouco, todavia, e com máscaras
A ocultar as nossas caras… 
E amputamos membros, 
E disfarçam-nos de homens, 
Pomo-nos de pé, mas somos feras…
 
A certeza é vaga. A dúvida é bela! 
Mas hesitar e desprezar a evidência, 
Um signo de parca inteligência… 
 
A fé me toma. A fé sem culto, Deus,
Sem a doutrina turva destes dias. 
E vejo que a loucura nos domina…
 
Fracassamos na escolha:
Não era o conhecimento ou a vida o seu dilema,
Mas havendo enfim conhecimento,
Poderíamos ser então felizes
Diante da efemeridade de nosso tempo? 
 
Pois certamente morreremos….

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