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PRÓLOGO

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MESFIRÁ ANDAVA CALMAMENTE PELA margem do rio. Em seus olhos, lágrimas insistiam em cair mesmo sem seu próprio consentimento e em seu próprio colo, estava uma recém nascida enrolada em uma coberta peluda. O céu antes estrelado já não estava mais presente, tomou seu lugar o sol brilhante que cegava qualquer um que olhasse tempo demais para ele.

Em sua volta, Mesfirá podia ouvir os sons que vinham da floresta. A maioria eram cigarras e insetos, outros eram flores e folhas balançando de acordo com o vento, mas isso não ficaria assim por muito tempo, logo a familiar canção da natureza seria substituído por galhos se quebrando por passos apressados de raivosos humanos.

━ Os doze trabalhos de Hércules, a todos eles irá cumprir. Herói dos heróis da Grécia com muitos deuses irá seguir. ━ A ninfa começou seu canto.

Mesfirá sabia que aquilo faria sua filha adormecer o mais rápido possível. Ela precisava que sua criança dormisse, sua filha tinha que sobreviver, já que ela mesma não estaria mais viva nos próximos minutos.

━ Como as aves do lago Estinfale, o touro louco da ilha de Creta, de Diomédes trazer seus cavalos e da rainha Hipólita, o cinto. ━ Mesfirá sentiu o coração da bebê acalmar. ━ Os bois do Rei Gérion, outro gigante para enfrentar. Tirar o pomo do jardim da Hespéride, matar a Cérbero que é o cão do mal.

Finalizou, e no mesmo momento que sentiu que sua filha dormia completamente, passos apressados foram ouvidos de dentro da floresta. Duas tristes lágrimas caíram dos olhos da ninfa, lágrimas brilhantes e solidárias, seu fim estava chegando.

Afrouxando a filha entre os braços, Mesfirá foi até uma grande pedra que estava mais próxima da margem do rio e deixou a bebê ali, em frente do lugar cristalizado que cantava para ela.

━ Você crescerá uma menina linda. ━ A mulher começou. ━ Os deuses lhe abençoarão com uma bela família. ━ Os passos ficavam cada vez mais próximos. ━ Nunca esqueça a sua origem. Eu te amo, minha menina.

Então, Mesfirá correu pelo lado oposto de sua filha. Os homens assim que chegaram a margem do rio havistaram a mulher correndo floresta a dentro.

━ LÁ ESTÁ A FEITICEIRA! ━ Um dos homens gritaram com a raiva dominando sua voz. ━ PEGUEM -NA E SE ASSEGUREM QUE SUA CARNE QUEIME ATÉ O ÚLTIMO FIO DE CABELO!

Todos os homem correram atrás da mulher. Não foi difícil eles a pegarem, ela não queria fugir deles, apenas queria criar uma distância segura entre eles e de sua filha que dormia pacificamente. Um dos homens a puxou pelo cabelo e a jogou no chão, Mesfirá sentiu uma enorme dor quando um deles colocou sua perna em sua barriga.

Ela queria gritar, mas não gritou, ela não daria o prazer para aqueles homens.

━ Suas últimas palavras, feiticeira? ━ Falou um deles enquanto abria um galão e começava a jogar álcool no corpo dela. ━ Não falará nada? ━ Ele perguntou quando viu que a mulher ficou em total silêncio.

━ Que assim seja. ━ Disse outro homem acendendo um isqueiro e o jogando na mulher.

O fogo rapidamente se alastrou pelo corpo, os homens esperavam ansiosos pelos gritos sofridos da mulher, mas eles não vieram. Então ficaram ali, vendo o corpo se degenerar aos poucos. Eles não sentiam nenhum remorso.

Demorou horas para que o corpo ficasse completamente irreconhecível. E quando os homens estavam finalmente satisfeitos, eles sorriram vencidos. Haviam matado a feiticeira.

━ A desgraçada não gritou nenhuma vez. ━ Disse um deles com as mãos no bolso.

━ Foi melhor assim. ━ O homem com chapéu falou. ━ Nem o próprio Deus aguentaria ouvir os gritos de uma feiticeira imunda.

━ Essa foi direto para o inferno. ━ Disse outro cuspindo no corpo cremado. ━ Vamos embora, ainda tenho que levar meu filho para escola.

O cobertor que cobria a recém nascida estava a ajudando, o frio que fazia na margem do rio poderia fazer qualquer um morrer de hipotermia, mas por sorte, a criança ainda estava a salvo. Seu cobertor peludo era grosso e sua cor era amarelada, a recém nascida respirava calmamente, mas algo em seu peito a incomodava, era o colar que estava em seu pescoço. O colar tinha algo nele escrito, a letra era simples e arredondada, o prata do colar brilhava igual a um diamante.

Dione.

Esse era o nome que estava escrito no colar. Dione, o nome que Mesfirá havia batizado sua filha a apenas cinco horas antes de seu falecimento.

A família Cullen corria pela floresta do norte da França. Já fazia mais de um dia que eles estavam caçando enquanto despistavam os humanos intrusos na floresta. Todos estavam apreensivos, principalmente Carlisle que tinha medo de qualquer um descobrir sobre sua espécie. Fazendo assim ele ser obrigado a matar.

Por mais que sua espécie fosse predador, ele não gostava de matar qualquer outro a não os animais que matava para se alimentar.

━ Posso finalmente dizer que estou satisfeita. ━ Começou Alice saltitando para o lado do marido.

O clã vampiro estavam a tempo demais sem se alimentar. Os humanos estavam andando pela floresta mais que o normal nos últimos dias, e isso apenas atrasou mais a caçada deles.

━ Se não fosse por aqueles humanos. ━ O desprezo na frase de Rosalie não surpreendeu o clã, eles já estavam acostumados com o jeito da loira. ━ Já teríamos nos alimentado a dias.

━ Os boatos na cidade pararam. ━ Jasper comentou pensativo. ━ Parece que o motivo dos humanos estarem sempre na floresta acabou depois que encontraram o que queriam.

━ O que isso quer dizer? ━ Emmett contornou seus grandes braços pela cintura de Rosalie.

━ Havia boatos de uma feiticeira. ━ Edward lê os pensamentos de Jasper. ━ Uma feiticeira que estava escondida em um casebre com seu amado.

━ Terrence Dunks. ━ Carlisle suspirou. O ato humano era muito comum entre eles, mesmo estando sozinhos. ━ Ele era um lenhador. Os boatos diziam que ele escondia uma cruel feiticeira em sua casa.

━ Ouvi dizer que a mataram. ━ Esme olhou apreensiva para o marido.

Segurando em sua mão, Carlisle a tranquilizou.

━ São apenas boatos, querida. ━ Carlisle a entregou um olhar seguro.

━ Vamos para casa. ━ Rosalie bufa. ━ Meu cabelo está uma bagunça. ━ Resmungou para o marido.

Antes mesmo que os Cullens começassem a correr, Alice ofegou. Jasper rapidamente colocou sua mão nas costas da vidente. Alice ficou durante dez longos segundos paralisada e quando a visão teve um fim, seu olhar voltou a focar.

Todos a olharam ansiosos e apreensivos, eles nunca sabiam se as visões de Alice poderiam ser boas ou ruins.

━ O que você viu, Alice? ━ Carlisle foi o primeiro a perguntar.

Lendo os pensamentos da vidente, Edward correu floresta a fora. Os outros seguiram o leitor de mentes mesmo sem saber para onde iam. Alice tomava a liderança logo atrás de Edward, ela estava apreensiva com o que tinha visto, não era algo comum para se ver, principalmente em suas visões.

Antes mesmo que os vampiros chegassem a margem, eles puderam escutar um choro de bebê. Indo em direção ao som, os vampiros ofegaram, um bebê sozinho em um lugar perigoso. Não era uma coisa que se acontecia todos os dias.

━ Por Deus! ━ Esme exclamou assustada, logo pegando a recém nascida e a aconchegando em seu colo frio e enrolando a coberto pelo corpo todo da bebê.

━ Estão sentindo esse cheiro? ━ Perguntou Emmett com um olhar sombrio.

━ Emmett, Jasper e Edward, verifiquem o que é. ━ Logo os três seguiram para dentro da floresta, até onde estava o estranho cheiro.

━ Por que deixariam um bebê para morrer nesse lugar? ━ Rosalie perguntou desgostosa.

━ Acho que nem todos nascem para serem pais. ━ O patriarca palpitou, olhando para a bebê.

Naquele momento, a criança abriu os olhos e deu um leve sorriso. E esse simples ato foi o bastante para Esme se apaixonar por ela.

🥀. Me sinto muito orgulhosa desse prólogo e acho que esse foi um dos melhores capítulos que eu já escrevi na minha vida dentro desse app. Se um dia  já reclamei de escrever capítulos esse dia nunca existiu.

🥀. O que acharam do capítulo? Não seja um leitor fantasma, deem seu feedback! Assim, poderei saber se estão gostando dessa estória.

🥀. Capítulo revisado. Mas, sempre fica aqueles errinhos que a gente não percebe, não é mesmo? qualquer erro me avisem que eu irei corrigir.