36┊DUAS LAGARTINHAS


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CAPÍTULO TRINTA E SEIS

A NOITE ERA MAIS DENSA dentro da floresta. Ali, era possível ouvir o barulhos dos insetos e o balançar das árvores, entretanto, fazia mais frio do que em sua casa. O acampamento já estava formado, as duas únicas barraca estavam montadas e os vampiros acendiam uma fogueira para iluminar o local e aquecer os únicos que precisavam.

Dione deixou sua mochila dentro da barraca e puxou um cobertor, indo em direção a fogueira onde estavam todos sentados. Além de Jacob, Seth e Leah também estava ali. A quileute alegou que passaria a noite com eles por causa de Seth, e após se despedirem de Sue, os irmãos foram direto para o acampamento.

A ninfa acenou para Leah, a mulher rapidamente veio até ela após ser chamada.

── Sei que vocês são extremamente quentes, mas quer dividir? ── Ofereceu um lado da coberta.

Leah suspirou, mas acabou aceitando sem hesitar. Dione ficou surpresa com a facilidade, mas não questionou muito menos desconfiou. Leah com certeza era uma mulher misteriosa.

── Quero que cuide de Seth. ── Disse de uma vez.

Dione se surpreendeu, e depois de alguns segundos raciocinando, acabou balançando a cabeça.

── Acho que é mais fácil ele cuidar de mim. ── Riu sem graça.

── Estou falando sério. Jacob é um idiota, vai passar mais tempo atrás da mestiça do que prestando atenção ao redor. ── Ela bufou. ── Vocês ainda são novos, não tem nem dezesseis anos, mas... quero que cuide de Seth por mim e por minha mãe. Não sei o que será de mim na batalha, mas quero que minha mãe viva em paz sabendo que pelo menos um de nós ficará vivo.

A Cullen abriu e fechou a boca diversas vezes, sem saber o que falar. Estava tão preocupada com sua família que havia se esquecido que Sue também estava sofrendo ao imaginar que nenhum dos dois filhos poderia voltar. No fim, a dor delas eram a mesma, mas Dione ainda teria Renesmee cujo era de sua família. Sue já havia perdido o marido, e pensar que o mesmo destino poderia ter os filhos...

── Seth estará seguro comigo. ── Sorriu confiante. ── Não se preocupe, tentarei fazer com que o resto de nossas vidas seja o mais normal possível depois disso.

── Obrigada, Dione. De verdade!

Então, Leah se levantou e saiu de sua vista. Dione suspirou encostando o queixo nos braços e se encolheu mais no cobertor. Ela prestava atenção nas histórias de guerra que os vampiros contavam, e assim que ficou cansada de ouvir, ela puxou seu cobertor e foi até seus pais.

Carlisle sorriu para a filha e a colocou entre ele e Esme

── É bom ver todos assim. ── Carlisle revelou. ── Gostaria que Alice e Jasper estivessem compartilhando esse momento conosco. ── Suspirou.

── Tenho certeza que tiveram bons motivos, papai. ── A cacheada encostou sua cabeça nos braços do pai.

── Sim, eles tiveram. ── Concordou.

── Sabe o que seria perfeito para esse momento? Marshmallow no palito e boas histórias de terror.

── Acho que as histórias de Garret se encaixam nesse quesito. ── Esme falou e eles riram.

── Se lembram de quando fizemos uma fogueira quando eu tinha sete anos? ── A mais nova recordou, sentindo seu corpo ter calafrios com a lembrança.

── Você ficou a noite inteira acordada. ── Esme riu. ── Por culpa de Emmett, aliás.

── Naquela noite, você não largou os braços de sua mãe. ── O loiro passou a mão pelos cabelos dela. ── Dizia que a qualquer momento o monstro da palha viria te pegar.

Dione assentiu, rindo de como a história de Emmett parecia tão boba agora.

── Jurei que se ele viesse, seu pai o mandaria embora com o poder de Super Pai. ── Esme falou, tão nostálgica quanto a filha. Dione riu, se lembrando das poses heroicas que Carlisle fazia.

── Boas lembranças. ── Carlisle murmurou.

Os três ficaram em silêncio por alguns momentos, apenas apreciando estar um do lado do outro. Eles não queriam sair de perto um do outro, muito menos arriscar suas vidas, mas era necessário.

── Não quero que vocês morram. ── Foi apenas terminar de dizer aquelas palavras que Dione desmoronou.

Ela não aguentou segurar o choro, suas lágrimas caíram sem o seu controle.

Carlisle contornou a filha em um abraço e Esme afagava seus cabelos. O frio da pele de seus pais combinaram com o frio que ela estava sentindo. Seus pelos se arrepiaram e sua mente insistiu em se afastar por causa do extremo frio, mas seu coração insistia em ficar. E ela ficou.

── Faremos o possível para que isso não aconteça, filha. ── Se pudesse chorar, Esme estaria derramando rios de lágrimas naquele momento.

Ela não aguentava ver sua filha sofrer e não fazer nada. E para piorar, saber que não poderia voltar para ela estava a consumindo por dentro. Novamente, Esme sentia aquela dor que a séculos não sentia. A dor de quando perdeu seus filhos quando ainda era humana estava ali, ela estava com medo de morrer e deixar sua amada Dione para trás.

── Temos um motivo para voltar. ── Carlisle a apertou mais. ── Voltaremos por você, filha!

Dione assentiu diversas vezes, incapaz de pensar no pior depois daquilo. Seus pais ficariam vivos. Vivos e bem. Ela precisava acreditar e persistir nessa ideia.

── Sabe, eu nunca agradeci por terem me encontrado. ── Ela começou. ── Poderia ter sido qualquer pessoa, qualquer ser, mas foram vocês, e eu serei eternamente grata por isso. ── Fungou. ── Vocês são a melhor família que eu poderia ter sonhado em ter!

Carlisle e Esme olharam um para o outro e sorriram, eles também sentiam o mesmo pela filha.

── Obrigada, obrigada, obrigada.

Carlisle enxugou as lágrimas dela e murmurou que tudo ficaria bem. Em seguida, ele sorriu com a ideia que surgiu em sua mente.

── Sabe o que seria perfeito para esse momento? ── O loiro sugeriu.

── Uma canção sua... ── Finalizou Esme.

── Isso! Dione, cante para nós! ── Tanya entrou na conversa. ── Estou com saudades de ouvi-la cantar.

Dione olhou para todos e viu que eles realmente queriam a ouvir. Uns por vontade própria, e outros curiosos. Dione não recusou, e quando viu que Seth se aproximou mais um pouco com Leah, ela não recusou.

── Estamos todos tensos por amanhã, mas espero que minha voz acalme vocês da mesma forma que sempre acalmou minha família. ── Ela olhou para trás, chamando o restante de sua família para se juntar a eles.

Vendo que todos estavam ali, começou seu canto.

── "Duas lagartinhas, apaixonadas.
Passam suas noites e madrugadas
Cheias de fome, elas continuam caminhando
E navegando em um mundo que muda e continua mudando
Navegando em um mundo que muda e continua mudando

Duas lagartinhas param o vento
Enquanto se abraçam, com sentimento
Elas continuam crescendo, sem saber quando
Procurar algum abrigo, o tempo continua mudando
Elas são inseparáveis e o tempo continua mudando

Ai, lagartinhas, não esperem mais
Vocês precisam se distanciar para crescer e voltar
Continuarão seguindo em frente
Vem milagres, vem crisálidas
É preciso partir e construir seu próprio futuro

Ai, lagartinhas, não esperem mais
Vocês precisam se distanciar para crescer e voltar
Continuarão seguindo em frente
Vem milagres, vem crisálidas
É preciso partir e construir seu próprio futuro

Duas lagartinhas, desorientadas
Em dois casulos, bem protegidas
Com novos sonhos, a única coisa que resta é
Fazer o necessário em um mundo que continua mudando
Derrubando suas paredes, aí vem nosso milagre

(Nosso milagre, nosso milagre, nosso milagre, oh)

Ai borboletas, não esperem mais
Vocês precisam se distanciar para crescer e voltar
Continuarão seguindo em frente
Já são milagres, saindo de suas crisálidas
Vocês têm que voar, têm que encontrar seu próprio futuro

Ai borboletas, não esperem mais
Vocês precisam se distanciar para crescer e voltar
Continuarão seguindo em frente
Já são milagres, saindo de suas crisálidas
Vocês têm que voar, têm que encontrar seu próprio futuro

Ai borboletas, não esperem mais
Vocês precisam se distanciar para crescer e voltar
Continuarão seguindo em frente
Já são milagres, saindo de suas crisálidas
Vocês têm que voar, têm que encontrar seu próprio futuro."

Durante o canto, ela percebia que cada família de vampiros abraçavam entre si. Os companheiros se beijavam com ternura e sentimentos, e os amigos sorriam um para o outro. Dione poderia chorar novamente enquanto cantava, era essas as reação que ela esperava com sua música.

Assim que terminou, não houve aplausos, mas todos sorriram para a ninfa, cujo preferiu assim. Era um momento que todos precisavam ficar confortáveis e calmos. Não queriam uma súbita felicidade, apenas apreciar suas presenças.

Quando olhou para Seth, o viu sorrindo radiante. Era impossível não compartilhar daquela animação, por isso ela retribuiu. Dione fez uma pequeno gesto de que continuaria com sua família por mais alguns momento, e ele entendeu. Tudo que ela queria, era sentir o toque de seus pais pelo resto da noite.

O dia estava quase amanhecendo, e com ele, possíveis perdas também.








🥀. Agora é oficial! Estamos finalmente no final do livro!

🥀. O que acharam do capítulo? Não seja um leitor fantasma, deem seu feedback! Assim, poderei saber se estão gostando dessa estória.

🥀. Capítulo revisado. Mas, sempre fica aqueles errinhos que a gente não percebe, não é mesmo? qualquer erro me avisem que eu irei corrigir.

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