𝐓hree

Jimin's vision

— Malas? — com o rosto transformado em confusão e irritabilidade, Jeon puxou meu braço. — Que malas? Daquela casa você não sai. — disse autoritário.

— E com você eu não fico! — exclamei. — Eu não vou ser trouxa Jeon, isso eu já fui demais.

— Larga ele, Jeon. — ouvi a voz de Victória. — Eu te daria uma vida bem melhor.

— Não viaja, Victória! Nós nunca tivemos, e nem teremos, nada. — revidou.

— Isso porque você não deu oportunidade. — a mulher cruzou os braços, provavelmente, chateada.

Eu estava à cinco passos de voar em sua direção.

— Jimin, olha para mim. — Jeon voltou a falar. — Eu não tenho nada com ela.

— Eu não quero mais ouvir as porras das suas mentiras.

— Confia em mim, caralho! — senti o aperto no meu braço se intensificar. — Por favor, me escuta.

— Eu não quero te ouvir, eu não quero mais ficar com você, só me deixe em paz. — me desfiz dele e tentei ir em direção ao meu carro.

— Você está sendo ridículo, Jimin. — ele entrou em minha frente me impedindo de finalizar o percurso.

— E traído também. — lhe dei um tapa forte no rosto e enquanto Jungkook levava sua mão ao lado atingido, eu fui até Victória e a empurrei com tremenda força, ela caiu com tudo no chão e quando estava prestes a falar umas poucas e boas a ela, Jeon me puxou para trás.

— PARA, JIMIN! — gritou, chamando a atenção das poucas pessoas que ali estavam. É, dessa vez ele estourou de verdade.

— Está vendo isso aqui? — tirei a aliança do dedo e a segurei rente ao seu rosto. — Enfia bem no meio do seu cu. — joguei o objeto longe.

— Ji, calma... — Seokjin tentou se aproximar para me acalmar, mas foi impedido pelo brutamonte.

— Você está confundindo as coisas, então fica calmo e me deixa explicar. — Jeon me prendeu entre si e um carro qualquer. — Victória só está me ajudando.

— Ajudando no que, Jeon? A aliviar sua sede por sexo? — perguntei , erguendo uma das sobrancelhas. — Ela acabou de dizer para você me largar e ficar com ela.

— Eu nunca faria isso.

— Não é o que parece.

— Caralho. — ele abaixou a cabeça respirando fundo, mas logo voltou a me encarar. — Ela é irmã do líder de uma gangue aqui de Montreal, ele mandou ela para me ajudar à resolver alguns problemas referente a nossas gangues. Os caras daqui são fodas e nós estamos nos aliando à eles, nós queremos construir algo grande, Victória não faz parte da gangue, mas é boa nisso. Ela está me explicando como todas as coisas funcionam aqui em Montreal, aqui é praticamente outro mundo, as coisas são diferentes. E Maiki, o irmão dela, está envolvido em algumas coisas bem pesadas, foi à uma viagem para a cidade do México, e deixou ela para me explicar tudo. Eu quero engrandecer a Canadians e nada melhor do que uma aliança com eles. — explicou, dessa vez mais calmo. — Eu realmente não te contei que eu estava saindo com ela porque eu sabia que você faria ceninha. — soltei um riso nasal e desviei meus olhos dos seus.

Ele realmente estava falando a verdade, agora me sinto até meio envergonhado.

— É verdade. — Victória se pronunciou. — Eu que levei as coisas para outro caminho, não sabia que ele era casado e confesso que me encantei com ele.

— Quem não se encanta, não é mesmo? — se gabou.

— Desculpa mesmo. — ela disse. — Bom, acho que esse é o nosso último encontro, meu irmão volta amanhã.

— Amém. — murmurei, virando minha cabeça para o lado contrário ao seu.

— Você realmente confundiu as coisas. — Jungkook disse enquanto se afastava um pouco de mim.

— É, eu pensei que rolava uma química boa entre a gente. — ela disse e pude ver suas bochechas corarem.

Mas eu sentia que havia algo estranho por trás disso. Ela não era tão boazinha assim, não era mesmo...

Olhei para Jin e ele estava se segurando para não rir.

— Não rolou química nenhuma, você sabe que eu mal chegava perto de você. — Jungkook disse sereno. — Eu te amo Jimin, te trair está fora de cogitação. — voltou a me encarar.

— Eu fui longe demais, desculpa. — me redimi, ainda envergonhado.

— E ainda me meteu nisso. — Jin se pronunciou. — Sério, vamos para casa, nós nem almoçamos e estou morrendo de fome.

— Querem almoçar? Estamos na frente de um restaurante. — Jungkook apontou para o local.

— Eu vou indo. — Victória disse. — Foi bom te conhecer, Jeon. — ela foi rápida quando se aproximou dele e beijou sua bochecha, deixando a marca do batom vermelho na pele do meu homem. Em seguida, foi até um carro parado no outro lado da rua e entrou.

O interesse dela em Jungkook era muito grande.

Esperei que o carro começasse a se movimentar para dizer: — Tira a porra dessa marca de batom agora, antes que eu vá atrás dela e quebre aquela puta granfina todinha. — falei entredentes, voltando a encarar o homem em minha frente. Jeon achou graça, mas limpou rapidamente o lugar sujo.

— Eu nunca te trairia, sério. — descansou as mãos em minha cintura e deitou a cabeça em meu ombro. — Eu sempre soube que Victória tinha segundas intenções, mas eu nunca caí na ladainha dela, eu tenho um esposo irritante que amo pra caralho e não trocaria por nada. — deixou o beijo em meu pescoço e voltou a levantar a cabeça quando ouviu o chamado de Seokjin.

— Toma, Jeon. — entregou o anel que eu havia jogado longe. — Coloca isso nele e vamos comer. — Jungkook riu pegando o objeto de ouro e segurou minha mão esquerda, devolvendo o anel para o lugar de onde ele nunca deveria ter saído.

— Me diz uma coisa, Jeon... Em algum encontro seu com aquela vadia você tirou sua aliança? — perguntei.

— Não, por que eu faria isso? — ele franziu a testa. — Eu nunca tiro minha aliança.

— Ela é falsa, Jeon.

— Verdade. — Jin entendeu onde eu queria chegar.

— É óbvio que ela sabe que você é casado, é impossível ela nunca ter visto sua aliança. — expliquei. — Você já foi mais esperto. — me afastei dele e fui indo em direção ao restaurante. — Não acredito que vai aparecer mais uma puta apaixonada pelo meu marido.

— Mas e se seu marido for apenas apaixonado por você? — ele me agarrou por trás e sussurrou em meu ouvido, me fazendo arrepiar. — Isso conta?

— Só se você me pagar um almoço bem reforçado. — deixei um selinho em sua boca quando o vi assentir.

— É disso que eu estou precisando. — Jin disse. — Finalmente vocês disseram alguma coisa coerente.

— Liga para os garotos e vê se eles não querem vir. — comentei, enquanto caminhávamos até o local, segurando a mão de Jeon.

— Boa. — concordou e puxou o seu celular do bolso, em segundos ele já estava em ligação em grupo com os meninos. — E aí, topam um almoço bem leve aqui no Ile Flottante? — ouvi risadas vindo do celular depois que Seokjin tentou falar o nome do restaurante. — Ah, sei lá como se fala isso, está em francês. Vou dar o endereço que é mais fácil.

[...]

— Um brinde ao meu esposo que falta aula na universidade dos seus sonhos só para me espionar. — Jungkook levantou a taça e todos o acompanharam, menos eu que fiquei o olhando com cara fechada tentando não rir. — Eu só disse a verdade. — piscou um dos olhos em minha direção e deu um gole na bebida.

— Jimin quando coloca algo na cabeça é difícil de tirar. — Hoseok disse.

— Eu que o diga. — Jin e Jungkook disseram em uníssono.

— E ainda por cima mete o meu namorado nessas paranóias. — Namjoon reclamou levando o garfo à boca.

— Seu namorado é meu melhor amigo. — lembrei.

— Ah, já vai começar os dois. — Yoongi disse, voltando a beber e procurar algo no restaurante que chamasse sua atenção.

— Isso tudo por mim. — Seokjin se gabou jogando os cabelos para trás.

— Estamos só te dando uma pequena moral. — falei. — Jeon... — o chamei baixo, recebendo sua atenção de imediato. — Acho que vou contar para Taehyung que não sou sua mamãe e explicar o porquê disso.

— Não acho que ele entenderia agora, mas você sabe o que faz.

Assenti. — Agora come. — mandei.

— Mas eu não estou com fome, eu já comi...

— Eu sei, mas se você almoçou com ela, vai almoçar comigo também.

— Vou até me afastar um pouco. — Hoseok disse. — Pelo visto esse lance de ser possessivo em relação ao outro é contagiante.

— Hoseok, por favor, só respire. — Jungkook disse e eu ri.

— Esse espaguete é coisa dos deuses. — Yoongi disse com a boca toda suja de molho. — Garçom, por favor, me manda mais um prato desse, eu imploro.

— Daqui a pouco tu sai rolando, Min. — Jungkook disse.

— Melhor do que ser seco igual à você. — Yoongi se defendeu.

— Eu sou gostoso, entenda isso, Min.

— Para de me chamar de Min, porra! — Yoongi disse bravo, estava parecendo um gatinho arisco.

— Já estou até imaginando você não conseguindo correr em alguma fuga por causa do seu peso. — Jungkook implicou. O cara era chato demais, Yoongi nem era gordo.

— Daí os tiras pegam ele, mas não conseguem colocá-lo pra dentro da viatura. — Hoseok disse, gargalhando logo em seguida.

— Os caras vão ter que chamar o guincho. — foi a vez de Namjoon falar.

— Jimin... — Jin me chamou. — Olha onde a gente foi se meter.

— Pois é. — concordei, revirando os olhos.

— Isso tudo é inveja porque vocês não tem esse corpinho aqui. — Yoongi se levantou e puxou sua camisa para cima mostrando a barriga branquela, lisa sem gominhos.

— Uau delícia, me deixa lamber essa barriguinha. — brinquei.

— Min Yoongi abaixe isso e sente, nos poupe da visão do inferno. — Jungkook disse. — E Jimin, menos, por favor.

— Hoseok deve ter ficado de pau duro. — Namjoon disse rindo e Hoseok o atingiu com algo desconhecido. — Desculpa aí cara, foi mais forte do que eu. — continuou rindo.

— Você não tem jeito, não é, Namjoon? Chega com essas piadinhas. — Jin o repreendeu.

— Pra quê inimigos se tem amigos como esses, não é mesmo? — Hoseok disse.

— Você sabe que a gente só está zoando, né cara? — Namjoon disse.

— Por que vocês não zoam o Jungkook? — sugeri e Jeon me olhou.

— Porque eles não querem morrer com dois tiros no meio da testa e mais um de brinde no amigão. — Jungkook disse.

— Na verdade, é porque o Jungkook já nasceu zoado. — Yoongi disse e Seokjin deu uma gargalhada, não aguentei e fui junto.

— Vão pra porra, seus arrombados. — Jungkook disse. — Jimin ao invés de me defender, sugeriu que vocês me zoassem. Eu estou bem de esposo mesmo. — cruzou os braços, parecendo uma criança emburrada.

— Te amo, meu amor. — mandei um beijo para ele.

— Lembra de quando o Jungkook saiu da casa do Jimin, com as roupas do pai dele? — Namjoon lembrou e começou a rir.

— Parecia que ia pro bingo. — Hoseok disse e eu me segurava muito para não rir.

— Ou para a missa. — Yoongi falou.

— Não presenciei esse momento, graças à Deus. — Jin disse.

— Ok, parou, isso já tá virando palhaçada. Acho melhor vocês calarem esse cu que vocês chamam de boca. — Jungkook disse e todos ficaram quietos. — Melhor assim.

— Não aguento mais comer, estou cheio. — falei deitando no ombro de Jeon.

Logo todos já estavam satisfeitos, inclusive Yoongi, que eu achava que nunca iria parar de comer, mas por algum milagre, ele parou.

Pagamos a conta, que foi enorme devido ao número de pratos que Yoongi comeu, e fomos embora. Eles faziam piadinhas do acontecido de hoje e confesso que eu até entrei na onde e comecei a rir.

— Eu nunca te trairia, Jimin. — Jungkook sussurrou em meu ouvido. — Mas cá entre nós, Victória é mó gostosa. — ele disse aquilo para implicar e eu o estapeei.

[...]

— Jungkook está te chamando lá em cima. — Yoongi avisou.

Eu estava atirado naquele sofá quase me afogando em lágrimas com um filme que estava assistindo. Revirei os olhos por ser tirado desse momento e levantei-me indo em direção às escadas, no momento seguinte, eu estava entrando no quarto, vendo Jungkook arrumando algumas malas. Franzi a testa estranhando a situação.

— Vai me largar, é? — ironizei.

— Ideia tentadora. — respondeu. — Mas não, só quero te avisar que tenho que fazer uma viagem de emergência para Seul, tenho uma reunião amanhã cedo com a gangue. — explicou.

— Certo, vou arrumar minhas coisas então. — falei, indo procurar uma mala disponível para colocar minhas roupas.

— Você não vai. — avisou, me virei em sua direção com o cenho franzido, sem entender nada. — Não quero você nos meus negócios.

— Estou pouco me fodendo para seus negócios. — falei chateado, voltando a procurar alguma mala.

— Não... — Jungkook pensou por um tempo. — Você não vai fazer isso.

— Isso, o que? — me fiz de bobo.

— Se encontrar com o seu pai. — disse, erguendo a postura.

Era exatamente isso que eu queria fazer.

— Sim, eu vou. — persisti. — É o meu pai, apesar de ter sido um desgraçado, ele não mereceu que eu o deixasse assim. — parei de mexer em minhas roupas e olhei para Jungkook. — Jeon... você tem noção do que eu fiz? Eu o deixei sozinho, sem ninguém por perto.

— E vem me dizer depois de dois anos que está arrependido? — me encarava incrédulo.

— Não disse que estou arrependido, só disse que eu tenho que ver meu pai. — desmenti. — Jungkook, eu estava pensando, ele só queria me proteger, sei que ele foi longe demais, mas... Eu sempre tive do bom e do melhor, ele nunca deixou me faltar nada.

— Você não vai, Jimin. — disse chegando mais perto e segurou meu rosto, mas sem machucar. Revirei os olhos. — E se ele me tirar novamente de você? E se ele chamar a polícia e resolver me ferrar? Você não pode foder com tudo.

— Não foi você quem disse que os tiras não eram problema?

— É, Jimin. Mas acontece que o negócio está muito maior agora, os riscos aumentaram pra caralho, você sabe disso. Um simples suborno não vai mais parar eles se caso descobrirem todos os podres. — confesso que fiquei receoso. — Me ouça, a gravidade das coisas aumentou muito.

— Você pode pensar em mim pelo menos um pouco? É meu pai...

— Não seja tolo Jimin, estou sempre pensando em você. Nesses últimos anos, eu apenas coloquei você e Taehyung como prioridade em minha vida, então não fale merda.

— Eu sei, Jeon. Mas você não pode me impedir de ver meu pai. — tirei suas mãos do meu rosto e me afastei até a cama, voltando a arrumar minhas roupas. — É simples, eu minto que você saiu dessa droga de vida, e beleza, ele não vai fazer nada.

Ouvi Jeon respirar fundo. — Tudo bem. — ele se rendeu. — Mas eu vou com você nessa visita. — disse decidido. Não era uma boa ideia, mas se era o único jeito...

— Os garotos não vão? — perguntei.

— Não. — negou. — Vou responder por eles.

— Então vou deixar o Taehy com o Yoongi. — disse enquanto fechava a mala.

— Com minha mãe é melhor, bem melhor. — Jungkook disse, e no mesmo instante, liguei para Hyojin. Ela havia se mudado para Montreal faz uns seis meses, pensei que ela ficaria na pequena cidade de onde eles vieram, mas a mesma disse que não suportaria ficar longe de nós.

— Me dá aqui, eu falo. — Jungkook pegou o telefone da minha mão. — E aí, coroa. — disse quando Hyojin atendeu. — É o seguinte: eu e Jimin estamos indo para Seul resolver uns negócios, seu netinho lindo, chorão e chato ficará com você, firmeza? — Hyojin disse algo que eu não fazia a mínima ideia do que era, pois o celular não estava no viva-voz. — Certo. Também te amo. — desligou. — Ela vai ficar com ele e te mandou um beijo. — Jungkook disse e eu sorri bobo.

Amo minha sogra.

[...]

o jimin é um imã de problema  💁🏻

até o próximo !! ❤️

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