XXI
Draco acordou sentindo seu corpo dormente, foi levantando-se para ir ao banheiro, porém havia algo o impedindo de sair da cama.
O quarto estava todo escuro, um breu, e a mente de Malfoy ainda estava raciocinando direito, localizando onde estava e o que estava fazendo ali, já que tinha acabado de acordar. Ele sentir que tinha um peso sobre seu corpo e quando viu, era um Harry adormecido com a cabeça em cima de seu peito, suspirando levemente.
Já que eles estavam nas masmorras e nas janelas só era possível ver o lago negro, não sabiam o horário é muito menos se ainda estava de dia ou se eles passaram o dia inteiro dormindo. Draco pensa em acordar o moreno, mas ele estava com uma feição tão serena e adorável daquele jeito que Malfoy achou melhor o deixar ali.
Eles só iriam se beijado e Harry estava dormindo com a cabeça em cima de seu peito, entretanto eram situações diferentes, bem diferentes. Estava curioso para saber qual seria a reação de Harry ao descobrir onde estava, esperava que o moreno não ficasse chateado com ele por isso, só estava tentando ajudá-lo.
É claro que ele estava preocupado com o moreno e queria com todas as suas opções matar Nott das formas mais dolorosas e demoradas que existiam no universo. Além de estar correndo o risco de seu pai descobrir sobre o beijo dos dois. Eles não estavam em um relacionamento sério nem nada, mas tinha algo acontecendo entre eles, disso Draco tinha certeza.
O problema é que; se Lucius descobrisse sobre isso, iria com certeza ficar muito enervado e contaria ao Lorde das Trevas, utilizando Draco, como um meio de entregar Harry Potter a Voldemort. Theodore não oferta mesmo quando aquilo, não teve o discernimento no ato que fez.
Ele queria vingar-se de Potter pelo que fez, mas isso afetaria muito mais Draco do que Harry. Se ele estava querendo conquistar Malfoy, esse com certeza não seria o melhor jeito.
O loiro precisava ter uma conversa urgentemente com o seu colega sonserino, era crucial que ele tivesse completa certeza que ele não fosse contar para seu pai. Também fazer algo para deixar essa notícia longe das mãos de Rita Skeeter, aquela mulher com certeza iria amar colocar essa foto na primeira página do Profeta Diário.
Enquanto, inconscientemente, fazia cafunés no cabelo do moreno, pensava em como poderia subornar todos os alunos a manterem a boca calada. Aquilo poderia dar muito errado.
Querendo não pensar muito nisso naquela hora, pegou um livro que sempre ficava em sua cabeceira e com uma varinha fez um breve lumus para conseguir ler seu livro, que por sinal, já estava no fim.
Alguns minutos depois, Harry se mexeu minimante, dando índices de que estava acordando, enquanto o loiro se ajeitava, ficando de uma forma confortável para o moreno. Potter abriu a boca em um bocejo lendo e esticou os braços se espreguiçando limpando como remelas que estavam no canto de seus olhos.
Draco o encarou analisando, pensando se deveria tocar no assunto que ocorreu mais cedo, ou se esperaria ele mencionar. Queria que o clima entre eles continuasse confortável, como sempre foi. Falar as coisas com Harry parecia ser tão fácil, como se ele não fosse o julgar e sempre entendido no seu lado. O loiro não gostaria de perder essa relação construída pelos dois de jeito nenhum.
— Que horas são? — Harry perguntou quebrando o silêncio que permanecia no quarto desde que eles caíram no sono.
— Nem eu sei, mas não devem ter passado tantas horas. — Draco respondeu o encarando, fechando seu livro e colocando de volta em seu lugar.
O moreno assentiu com a cabeça em resposta e demorou algum tempo para localizar. Ele não sabia que os alunos da Sonserina tinham quartos privados, aquilo era uma injustiça!
Malfoy percebeu que Potter estava um pouco confuso então começou a falar:
— Eu te trouxe para cá depois do... episódio — achou melhor falar desta forma. — Não sabia para qual outro lugar poderia te levar. — Arquejou vendo o outro parecer um pouco.
Um silêncio desconfortável adentrou pelo quarto, nenhum dos garotos sabiam muito bem o que falar naquela hora. Harry parou por um momento e parecia estar pensativo e por fim falou:
— Draco, o que você falou daquelas fotos que... — Não conseguiu falar o nome de Nott. — O seu colega da Sonserina colocou no salão principal. Se o seu pai descobrir, isso pode gerar muitos problemas.
— Eu vou dar um jeito nele, meu pai não irá saber de nada, pode ficar tranquilo. — Respondeu tranquilizando-o voltando a fazer carinho nos cabelos escuros de Harry, que corou levemente.
— Será que muita gente já descobriu? Não estava tão nítido que erámos nós naquela foto.
— Provavelmente metade da escola já soube, a fofoca não dura um segundo que já é espalhada pelos quatro cantos do castelo. — Replicou sinceramente. — Mas, Harry, você ficou chateado porque a notícia se espalhou? — Perguntou com receio da resposta.
Potter suspirou levemente e começou:
— Bom, eu não queria que soubessem sobre... isso — estava indeciso a como se referia a relação dele e Draco. — Pelo menos não no momento. Nós nem namoramos nem nada.
— Ainda. — Malfoy falou alto demais.
— Como é que é? — Harry perguntou sentando-se cruzando seus braços, franzindo o cenho.
— Nós ainda não namoramos. — Falou dando ênfase na palavra "ainda". Já tinha escapulido e não adiantava voltar atrás.
— Por que acha isso? — Harry perguntou curioso.
— Bom, depois que as pessoas se beijam, saem juntas e vão construindo uma relação, é comum que passem a namorar em alguma parte da vida. Você não concorda? — Perguntou o olhando no fundo de seus olhos, como se estivesse lendo sua alma.
Isso deixou Harry sem respostas para a fala de Draco e só balançou a cabeça para nenhuma direção que significasse algo, era só para deixá-lo sem nenhuma resposta de uma forma que mostrava que ele ainda estava se questionando.
Para quebrar o silêncio que reinava novamente no quarto, Harry fez a pergunta que o foi criado:
— Agora diga-me se você ficou chateado.
— Alguns dos meus amigos já sabiam do fato de eu ser gay. Como a Pansy, Blaise, Luna — Harry ficou surpreso com o fato do loiro ser amigo da corvina. — E quem eu achava que era meu amigo; Theodore.
Ao ouvir o nome dele, Harry juntou as mãos e ficou mexendo em seus dedos desconfortavelmente. Malfoy isso e colocar suas mãos em volta das mãos bronzeadas do outro e ficou acariciando com o polegar. O ato fez Potter acenar para Draco continuar a falar.
— Eu não tenho problemas em dizer a minha sexualidade, tenho muito orgulho dela — continuou. — Mas como eu falei anteriormente, o problema continua sendo Lucius Malfoy. — Falou por fim em um tom misturado de raiva e magoa.
Harry assentiu brevemente e cruzou como pernas, voltando a ficar sentado ao lado de Draco, com a cabeça apoiada de lado em seu ombro. Em resposta, Malfoy deitou sua cabeça por cima da moreno e eles aparecem por algum tempo nessa posição.
Algumas vezes Potter voltava a pegar no sono e outras ele só fingia estar dormindo, para continuar daquele jeito.
Harry preferia passar o tempo dormindo do que pensar no que tinha acabado de o ocorrer, mesmo não conseguindo dormir na maior parte do tempo.
Tinha medo de fechar seus olhos e a imagem assustadora de Nott aparecer na sua frente, invadindo seus sonhos, os transformando em pesadelos.
Ele se sentia sujo, como se cada centímetro de sua pele estivesse contaminadas por mãos intrusas. Não confiava em si próprio ao se olhar no espelho novamente. Não queria se ver é apenas enxergar um corpo que fora violado.
Harry se abraçava na maior parte do tempo, transmitindo conforto para si próprio. Draco o abraçava enquanto o moreno estava dormindo, sempre pedindo permissão para o mínimo toque que fosse e Potter se sentia grato com isso.
Tinha medo de que seu corpo entremeasse com qualquer toque. Ele se sentia chateado, era uma pessoa que utilizava o toque como demonstração de amor, não gostaria que esse traço de sua personalidade fosse arrancado a força.
Draco estava sendo completamente compreensível, o dando apoio emocional em todo momento. Quando Harry demonstrava querer simplesmente dormir para esquecer de seus problemas e de sua própria mente, ele concordava e não saía de seu lado — se esse fosse o desejado.
Potter se abriu para encostar em Draco e se sentiu imensamente feliz quando o seu corpo reagiu positivamente, se inclinando para frente, pedindo mais calor e afeto.
Não pode evitar de lágrimas descerem por suas bochechas ao receber esse simples carinho.
Em meio a toda dor e culpa que se encontrava dentro de si, uma pontada de felicidade o atingiu.
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Malfoy precisava urgentemente de falar com Nott e com as outras pessoas, mas se necessário que Harry estava precisando dele naquele momento e ficou junto com o moreno. Ele falou que estar junto com ele sempre que precisasse, assim como o moreno o falou igualmente. Um sempre estaria ali para apoiar o outro.
Theodore podia esperar.
Harry era mais importante no momento.
Draco sabia que Potter estava fingindo dormir, ele não era um especialista nisso, deixava bem óbvio que estava acordado. Então só ficou olhando para o menor que suspirava levemente.
Malfoy esgueirou-se para fora da cama, tentando não "acordar" Harry, para fazer as suas higienes pessoais. Potter soltou um leve resmungo em relutância, mas logo abraçou um travesseiro, fingindo ser o corpo de Draco. O loiro foi para o banheiro com um sorriso bobo estampado no rosto.
O maior tomou uma breve ducha, saiu com o box embasado por conta da água quente e desenhou um coração com o dedo. Ele costumava desenhar ou escrever coisas aleatórias no espelho ou vidro, logo que saia do banho. Alguns instantes depois, ele pôs sua roupa e saiu do banheiro, gotículas de água começaram a escorredor do coração formado no vidro, se desfazendo.
Draco acendeu a luz do quarto e sentou-se na cama, tirando levemente o travesseiro dos braços de Potter, desvencilhando-se rapidamente, vendo o outro reclamar.
— Harry — chamou Draco calmamente. — Eu sei que você não está dormindo — tocou o ombro de Potter com sua mão grande.
— Estou sim — falou com a voz sonolenta, tapando os olhos com as mãos pela luz forte que seus olhos ainda estavam se acostumando.
A verdade era que o moreno não queria encarar o que estava acontecendo fora do quarto. Era mais fácil permanecer ali, onde tudo estava bem e nada de ruim poderia acontecer com eles. Ele sabia que uma hora teria que voltar para o mundo lá fora e encarar suas responsabilidades e problemas. Não sabia por quanto tempo Ron continuaria acreditando que aquilo era uma montagem. Não fazia ideia de nada que estaria acontecendo fora do quarto, mas ele preferia nem saber no momento.
Também não era bom ele ficar ali o tempo todo, estava ocupando o tempo de Malfoy com seus problemas. Nem sabia quantas horas tinham se passado e devia estar atrapalhando. Era o que ele pensava.
Draco cruzou suas pernas em frente a Potter, que sentou-se, recostando as costas na parte de trás da cama, com uma carranca de relutância, a qual não conseguia esconder.
Malfoy estranhou a expressão do moreno, não era bom reprimir os sentimentos, mesmo ele fazendo o mesmo com os seus, mas isso não vinha ao caso agora. Ele estava bem até agora, pelo menos na medida do possível bem.
— O que aconteceu para você estar bravo? — Dirigiu-lhe a pergunta.
— Não, nada — repreendeu-se. — Eu acho melhor ir embora, estou invadindo o seu espaço pessoal, devo estar te atrapalhando. — Tirou rapidamente o cobertor e colocou as pernas para fora da cama, ficando de pé parado em frente a ele.
Draco de início não entendeu, não haviam motivos para Potter estar assim. Ele estava gostando de ficar lá com ele, mas depois que pensou por mais alguns instantes, percebeu que deveria ser desconfortável estar na cama de alguém que era seu inimigo e só o beijou uma vez, logo depois do que aconteceu. Provavelmente, Harry estaria achando que ele era um incômodo agora, o que ele com certeza não era.
— Harry... não fique assim, não há nenhum problema você ficar aqui, a sua presença é ótima — afirmou. Ainda sem desviar o olhar do moreno, levou sua mão até a dele e a acariciou com o polegar.
Potter sopesou, pensando no que era o melhor a se fazer no momento e falou a primeira coisa que veio em sua mente.
— Eu posso te beijar? — Olhou por dentro dos olhos azuis acinzentados tempestuosos vendo eles brilharem.
— Deve. — Falou juntando seus lábios para um beijo mais do que necessário.
Borboletas incontáveis voavam e se mexiam em seu estômago incontrolavelmente. Harry sentiu aquela mesma sensação reconfortante que ele sentiu na noite passada. Era bom, algo que ele nunca tinha havia com ninguém. Ficou simplesmente desfrutando do conforto daquele beijo, sentiu os lábios do outro serem fortemente pressionados contra os dele, sentindo o gosto daqueles lábios macios.
Malfoy colocou uma mão na cintura do moreno para dar firmeza e a outra atrás de sua nuca, o puxando para perto. Harry abriu mais a boca, dando passagem para a língua que veio explorando sua boca por completo. Suas línguas lutavam em uma espécie de batalha para ver quem ganharia e Draco ficou satisfeito em tomar a liderança.
Parecia que as pernas do moreno se tornaram gelatina e ficaram trêmulas, ele apoiou-se no corpo do loiro sentado a sua frente, como apoio e logo colocou seus braços ao redor do pescoço dele.
Passaram algum tempo somente naquele beijo, sentindo todas as emoções presentes ali, sem nada ou ninguém para interrompe-los.
Pararam o beijo por conta do ar que precisavam e terminaram em um beijo singelo. Potter abriu os olhos que nem tinha percebido que havia os fechado e sorriu tenuemente. Apoiaram as testas coladas uma nas outras e sentiam suas respirações ofegantes.
— Agora vai ficar? — Sorriu ao ver um pequeno sorriso surgir no canto do rosto do moreno que estava praticamente sentado em seu colo.
— É, talvez eu fique — sorriu com as bochechas rosadas.
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Pansy estava furiosa, ela estava totalmente enervada, nunca imaginou que um sonserino, principalmente Nott, poderia traí-los daquela maneira. Sonserinos presavam a lealdade com as pessoas da sua casa, ele era um dos poucos que sabia a dificuldade de Draco passava em casa em relação ao seu pai e mesmo assim o deixou vulnerável a Lucius. Talvez ele estivesse cego pela peixão ou qualquer outra coisa insignificante que estava sentindo por Malfoy. Mas nada se compara a uma traição, nada.
Ela queria destruí-lo de todas as maneiras possíveis, ele se meteu com o trio errado de amigos. Não soube com quem estava brincando quando decidiu atingir Draco. Blaise e Pansy sabiam sobre a paixão que o loiro sentia em relação a Harry desde o início e mesmo insistindo em dizer que namorar o-garoto-que-sobreviveu não seria nada fácil, mas quem disse que a vida era para ser fácil?
Desde viram aquelas fotos espalhadas por todo o salão e o olhar triunfante de Theo ao voltar a mesa da Sonserina com um brilho nos olhos, que sempre era presente quando ele fazia algo de errado ou muito bom para ele. Eles souberam que algo estava errado, muito errado. Nott parecia estar em uma calmaria, enquanto o resto das pessoas estavam em um tumulto falando sobre as fotos, estava deixando óbvio demais.
Ele que planejou isso.
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Desculpa a demora para atualizar, eu estava meio sem criatividade esses dias, mas vou tentar postar outro capítulo essa semana.
E deve sair uma outra one-shot nova lá para o final do mês, fiquem atentos.
Nesse capítulo não teve tanta coisa, mas eu quis trabalhar mais no desenvolvimento dos dois. Começando e criar um laço forte de confiança entre eles e essas coisas, então tenham paciência.
Espero que estejam gostando!
Não se esqueçam de votar <3
Até✨🧘♀️
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