VIII

— O que aconteceu, para você estar daquele jeito no banheiro? — Harry fez a pergunta com um pouco de receio e timidez, o encarando.

— Er... — Draco já esperava por essa pergunta, então não ficou muito surpreso quando ouviu essas palavras saírem da boca de Potter.

Porém ele não queria responder a isso. Estava tentando ao máximo evitar esse assunto e o santo Potter resolve tocar nisso.  Bom, ele poderia ignora-lo e ir embora sem dizer nem mais nem menos. Isso não era muito educado, mas dava para o gasto. Ele não devia explicações para o moreno.

— Então, não vai me responder? — Harry perguntou, fitando-o.

— Não. Eu falei que responderia dependendo da pergunta e essa pergunta eu não tenho vontade de responder. Então obrigado, eu já vou indo — Draco falou se-levantando.

Harry levantou por impulso e rapidamente agarrou o punho de Malfoy com força. O loiro olhou para o seu braço com uma expressão de dúvida e surpresa.

O escolhido não queria que desse a impressão que ele estava querendo muito essa resposta, mas acho que o jeito o qual o garoto de olhos verdes segurou o braço de Malfoy, não ajudou muito nisso.

— Sério, Malfoy, você disse que responderia a uma pergunta minha se terminássemos o trabalho — Harry falou, querendo tirar a atenção de Draco para o braço do mesmo.

— Eu não disse para toda pergunta. Agora pode fazer o favor de solta o meu punho? Isso está começando a doer e eu não quero que fique com uma marca.

Harry não tinha percebido que ainda estava agarrando o punho de Malfoy. Então ele tirou a mão rapidamente e levou-a até seus cabelos, tentando fazer com que Draco soltasse a resposta para a sua pergunta.

Afinal não era uma pergunta muito difícil, ou era?

— Desculpe, Malfoy, mas nem doeu. Você só está fazendo drama.

— Drama? Como assim EU posso estar fazendo drama? — deu ênfase na palavra "EU". — Eu nunca sou dramático, sou sempre muito inabalável — Draco falou, apoiando a mão na ponta da cabeça

— Aham, claro que sim. Você tem toda razão. Onde eu estava com a cabeça?

— Você devia estar com a cabeça enfiada na lata de lixo. Isso sim, para pensar tanta merda desse jeito — o loiro disse dando um sorriso maroto.

— Pare de mudar de assunto, doninha — Harry o-cortou retribuindo o sorriso.

— Então pare de me chamar de doninha, testa rachada — Malfoy falou, cruzando os braços.

— Se você pode me chamar de testa rachada, eu posso te chamar de doninha — o moreno retrucou e Draco revirou os olhos.

— Tanto faz. Bom, em relação à sua pergunta...

— Sim?

— Eu vou te responder — quando Potter ouviu Draco disse isso, seu rosto iluminou-se. — Mas com duas condições.

— Quais condições?

— A primeira, é que você não pode contar para ninguém. Nem para o Weasel e muito menos para a sua amiga sangue ruim — Draco avisou.

— Certo e não chame a Mione de sangue ruim, Malfoy.

— E a segunda é que, você terá que fazer uma bela apresentação de ballet no salão principal, na hora do jantar.

— É sério isso? Tenho que fazer mesmo essa apresentação? Eu nem sei dançar ballet!

— É pegar ou largar. Você decide, eu saio ganhando do mesmo jeito.

— Hmm, vou aceitar o seu desafio. Agora me responda.

Draco trocou o peso dos pés e disse:

— Foram muitas coisas para eu estar daquele jeito. E eu não vou dizer todas elas, só posso falar uma delas, pelo menos por enquanto — ao ouvir isso, Harry assentiu. — Em geral, são uns problemas pessoais que eu estou tendo em casa. Não direi nenhum detalhe, mas posso falar que meu pai está envolvido nisso. Satisfeito?

Harry levou um tempo para digerir isso. Ele achava que Draco tinha a sua família perfeitinha e que a vida dele era feliz. O moreno nem desconfiava que o loiro havia problemas com o seu pai. Bom, mas pelo menos os problemas não eram tão sérios. Devia só ser a pressão de tirar boas notas e tudo mais. Não deve ser nada de mais.

Mas por um outro lado, Harry sabia que Draco não fazia ideia do que ele passava na casa dos Dursley. Então, os dois tiveram uma infância traumática... Eles tinham mais em comum do que Harry pensava. Malfoy também não sabia de muita coisa da vida de Harry. Claro, tudo o que ele fazia, estava nos jornais, mas a sua verdadeira vida... Ele não sabia.

O garoto de olhos verdes, percebeu que não sabia nada puramente da vida de Draco. Ele só conhecia a superfície e queria saber mais.

Porém como se aproximar de Draco Malfoy?

Ele era muito reservado e não se abriria facilmente. Mas Harry não desistiria. Não era uma obsessão por Malfoy. Ele só estava preocupado com ele e talvez se eles se aproximarem, Potter consiga ajuda-lo. O moreno não queria nada de mais, só queria uma amizade com o loiro.

— Entendi... Tem algo que eu possa fazer para te ajudar? — Perguntou, o olhando em dúvida.

— Não, Potter, você não pode fazer nada para me ajudar. E eu não preciso da sua ajuda, muito menos.

— Tudo bem, mas se você precisar de qualquer coisa, pode me chamar — garantiu, sorrindo para o outro.

— O que deu em você, testa rachada? Porque está agindo desse jeito? — Draco perguntou, mudando de assunto.

— Eu não sei... Depois daquele beijo as coisas mudaram um pouco, você não concorda?

— Não. Aquele beijo não foi nada, nem existiu.

— Então, como você me explica a Amortentia? Os cheiros que nós sentimos foram iguais.

— Mera coincidência — Malfoy respondeu simplesmente.

— Aham, sei — Harry falou com sarcasmo, dando um sorriso de lado.

Eles ficaram trocando olhares por alguns segundos que pareceram séculos. Não se mexeram nem falaram nada, só permaneceram imóveis por alguns instantes. 

— Agora eu tenho mais o que fazer e não se esqueça que hoje no jantar, você tem uma apresentação de ballet a fazer — Draco avisou, levantando-se da cadeira.

— Certo, aguarde que hoje você verá a melhor performance de todos os tempos — Harry disse, levantando um braço teatralmente.

— Mal posso esperar — Draco brincou.

O garoto de olhos acinzentados recolheu os seus materiais de Adivinhação e o seu livro de poções para ir embora. Ele os colocou na mochila e acenou dando tchau para Harry, ao ir em direção à saída da biblioteca.

Potter também resolveu ir embora, ele pegou as suas coisas e jogou de qualquer jeito em sua mochila e foi para o salão comunal da Grifinória.

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Draco andava meio avoado pelos corredores, ele estava com a cabeça nas nuvens. O loiro ainda queria entender o que havia acabado de acontecer. Ele contou a Potter sobre um de seus problemas... Bom, deu uma indireta. Mas é difícil que Harry tenha entendido já que o mesmo é bem lerdo as vezes.

Não é como se ele pudesse e falasse assim: "Oi Potter, como está? Então eu tenho um pequeno probleminha aqui, como você sabe o meu ilustre pai é um comensal da morte. E ele teve a brilhante ideia de me levar até o Lord das Trevas para me tornar um também. Isso não é magnífico? Aí você me pergunta o motivo daquela crise no banheiro, bom eu estava chorando porque não passei em uma merda de "teste" para ser um comensal e meu pai está colocando muita pressão em cima de mim. Já que ele pediu ao Voldemort uma segunda chance e disse que eu ainda não era um caso perdido. E é por isso que você não pode fazer nada por mim. Ou eu viro um comensal ou serei deserdado da família. Agora entendeu?"

"Isso é tudo uma besteira, não era para eu ter dito aquilo para o Potter. Agora ele não vai sair do meu pé" Draco pensou, arrependido com o que acabara de fazer, mas sempre tinham lados bons em tudo.

Bom, mas agora já foi e não tem nada que ele possa fazer. O melhor seria esperar para ver o que acontece. Talvez Harry nem ligue tanto para isso. Ele já tem muita coisa na cabeça para se preocupar.

Mas isso não tinha problema. Draco conseguiria resolver tudo isso, era só uma questão de tempo. Ele ainda não sabia como fazer e nem quando, mas ele tem uma solução. Tinha que ter.

Pelo menos, contar aquilo à Potter tinha as suas vantagens. Ele veria o moreno fazer uma apresentação de Ballet hoje no salão comunal. Malfoy queria que o tal de Colin Creevey tirasse fotos ou gravasse aquilo. Seria imperdível.

O loiro voltou a prestar atenção ao o que estava acontecendo a sua volta e retomou o seu caminho para o salão comunal da Sonserina.

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Espero que vocês tenham gostado do capítulo. Eu vou tentar atualizar a fanfic com mais frequência. Estou tentando fazer capítulos mais longos, com uma média de 1.500 palavras em cada.

Eu tenho ideias muito boas para o decorrer da fanfic e espero que vocês gostem o tanto quanto eu estou gostando.

P.S: podem imaginar eles no filme "prisioneiro de Azkaban" porque vamos concordar que nesse, eles estão no auge da beleza. Mas eu também estou imaginando eles, nas fanarts que o Alek faz. Elas são incríveis e eu amo.

Eu também estou colocando uma fanart no inicio de cada capítulo, porque eu sei que vocês gostam né?

Enfim, estão gostando da fanfic?

Não esqueçam de sempre: comentar, votar e recomendar para alguém porque isso ajuda muito no engajamento.

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