VI
Depois daquele encontro estranho no banheiro, Draco comeu rapidamente o seu jantar no grande salão, sem falar com ninguém. Ele ainda estava confuso pelo acontecimento. Não estava esperando encontrar Potter ali. "O que ele estava fazendo? Por que ele foi se encontrar comigo no banheiro? Por que ele me ajudou? E... por que ele me beijou?" Essas perguntas ficaram passeando pela cabeça do loiro por todo o resto do dia, o perseguindo.
Malfoy não entendia. Harry Potter: o menino de ouro, o escolhido, o eleito e o garoto que sobreviveu... apaixonado por Draco Malfoy? O filho de um comensal da morte, cujo pai trabalha para o cara que quer matá-lo? Não, isso não fazia sentido.
"Ele deve ter feito isso por pena. Afinal, ninguém gosta mesmo de mim. Nem mesmo o meu próprio pai gosta. Minha mãe, Narcisa, sempre ficou comigo, ela se importava. Sempre que meu pai me levava para as masmorras, por eu ter feito algo errado, ela tentava me ajudar. Mas a voz do meu pai era mais alta. Ela raramente ganhava uma discussão."
"Eu não deveria deixar que isso acontecesse. Eu sou um Malfoy, não preciso de ajuda. Mesmo estando passando por um momento difícil, não preciso da ajuda de ninguém. Muito menos da do Potter." O loiro ficou repetindo isso em sua cabeça para tentar concordar. Porque ele no fundo sabia que isso não era verdade.
Draco decidiu tentar esquecer esse assunto pelo momento. Afinal ele tinha coisas mais importantes para resolver.
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Harry saiu apressadamente do banheiro e foi correndo para o jantar. Por sorte ninguém desconfiou de seu atraso para o jantar. Ele se sentou na mesa com a cabeça nas nuvens e começou a comer.
Luna estava na mesa da Grifinória ao lado de Ginny. Ela estava lendo uma revista de ponta cabeça chamada "O pasquim". O seu pai era o escritor da revista e ela ajuda na produção, algo que adorava muito.
— Ah, olá, Harry! — ela disse sorridente — Você já soube da infestação de gnomos de jardim? Estão por todo lugar.
— Olá, Luna, er... eu não tinha ouvido falar dessa infestação. Obrigado por avisar, vai ser muito útil — respondeu, pegando um pedaço de sua comida.
— De nada! — ela bradou, pegando um pedaço de pudim e voltando para a sua revista.
— Ela não diz nada com nada — bufou Hermione.
— Pior que é verdade — concordou Ron.
— Deixem a Luna em paz! — bradou Ginny, um pouco alto demais. — Espero que ela não tenha ouvido o que vocês estão falando.
— Eu ouvi e não tem problema. A culpa não é minha se vocês não acreditam nos gnomos. Quando eles te atacarem, não diga que eu não avisei... Querem pudim? Está muito gostoso — ela disse, oferecendo um pedaço a todos.
— Eu aceito um pedaço, Luna — disse Hermione, tentando se desculpar.
Harry não prestou muita atenção na convers,a pois ele estava pensando no que aconteceu no banheiro. Ele não sabia explicar como aquilo tinha acontecido. Quando ele chegou lá, queria de alguma forma ajudar Draco no que quer que ele estivesse passando. E depois disso... bom, eles se beijaram.
"Por que eu fiz isso? Foi por impulso? Será que ele ficou chateado e por isso foi embora? Não, ele retribuiu o beijo... Eu fiz algo de errado?" Harry ficou se perguntando durante todo o jantar. Ele mal tocou na comida por conta disso, seus pensamentos tomavam a sua mente confusa.
O trio de ouro voltou para a sala comunal da Grifinória. Ron e Hermione sentaram-se nas poltronas perto da fogueira e Harry subiu para o dormitório, pois estava com sono e muito confuso.
Quando ele subiu, o quarto estava vazio, decidiu tomar um banho relaxante para ir dormir tranquilamente. Quando o banho acabou, ele fez as suas higienes pessoais e foi se deitar. Já fazia um tempo que Voldemort não entrava em sua mente e em seus sonhos. Essa noite foi diferente.
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Draco nem percebeu que o jantar já havia acabado quando Pansy o chamou para eles irem embora. Quando eles saíram do salão principal, havia dois garotos da lufa-lufa brigando em frente a porta. Como Draco era monitor, ele tirou dez pontos da casa e foi em direção ao lago.
— Draco, você não vem? — perguntou Pansy, se tocando de que o loiro não estava indo para a sala comunal da sonserina.
— Eu vou daqui a pouco — ela assentiu e foi embora, o deixando sozinho.
O garoto com olhos acinzentados foi para a beira do lago negro. Felizmente, não tinha ninguém lá para atrapalhá-lo, então ele sentou-se em frente a uma árvore e ficou observando as pequenas ondas que se formavam, batendo na pequena camada de areia que havia no lugar.
As perguntas voltaram ao seu pensamento nesse instante, o importunando. "Eu não deveria ter deixado isso acontecer. Fui fraco. Eu estraguei tudo. Isso não pode se repetir, nunca."
Porém, outra vozinha invadiu a sua cabeça. "Você sabe que precisava de alguém naquela hora. Não tem nenhum problema precisar de alguém. Você está sob muita pressão e ele pode te ajudar." Draco se sentiu insultado e calou essa vozinha que tinha uma voz um tanto irritante.
Malfoy ficou lá por mais vinte minutos e decidiu ir para a sala precisa resolver um problema. Se alguém o visse ali, não teria problemas já que ele estaria fazendo uma ronda noturna como monitor.
O pai dele, mandou Draco fazer alguns favores para o Lorde das Trevas. Para aí sim, ganhar a marca negra. Porém o loiro não queria fazer isso. Ele não queria se aliar a Voldemort. Não queria ser mal e ninguém poderia ajudá-lo com isso. Seu destino já fora decidido desde o momento que ele nasceu. Ele cresceria aprendendo para ser um comensal da morte que nem o seu pai. Sua mãe Narcisa não era uma comensal da morte, mas já que ela se casou com Lúcios Malfoy, não ajuda em muita coisa. Seu pai nem o perguntou o que ele queria. Não perguntou se ele estava confortável com isso. Nem se importou se seu filho estava feliz... só se importou pelo próprio poder.
Uma lágrima solitária desceu, passando por sua bochecha. Ele logo limpou com o polegar para não começarem a sair mais e ele perder o controle.
Nesse dia, Draco estava procurando um jeito de fugir e não ser nada disso que o seu pai quer. Mas para quê? Ele seria deserdado e não teria mais nada. E ficar com o Lorde das Trevas significava Poder. Talvez seja melhor mesmo ele seguir o futuro que já foi planejado, mesmo sendo mais doloroso.
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Harry adormeceu rapidamente e sua cabeça foi infestada de pesadelos. Ele estava novamente naquela masmorra. Mas era uma sela diferente. Não tinha ninguém lá, só ele... e Voldemort fora das barras. Dessa vez, Harry conseguia ver o seu próprio corpo, ele não estava só observando. Quase não tinha luz no local, mas o pouco que ele conseguia ver era que tinha uma pessoa gemendo de dor na sela ao lado.
Voldemort soltou uma risada baixa e um tanto assustadora. Ele foi se aproximando lentamente de Harry. Potter foi em direção as barras da sela e as segurou fortemente. Ele olhava dentro dos olhou do Lorde das Trevas, tentando de alguma forma intimidá-lo.
— Harry Potter, que honra recebê-lo aqui, em um momento tão sem importância — disse Voldemort, olhando para os olhos do moreno. — Você não pode fazer nada para ajudá-lo, nem tente.
"Quem estava ali?" Harry se perguntou, rompendo o contato visual e olhando para o lado tentado enxergar alguma coisa. Não parecia só uma pessoa. Pelo volume, eram duas pessoas se abraçando.
No último sonho de Harry, era Draco Malfoy quem estava ali. Será que era ele de novo? Mas isso não fazia nenhum sentido. O pai de Malfoy era o braço direito de Voldemort. Ele não deixaria que o seu próprio filho seja torturado por Voldemort, seria impossível. E normalmente, os pesadelos de Harry mostravam o que o Lorde das Trevas estava fazendo. Malfoy estava seguro em Hogwarts, não era possível que isso estivesse acontecendo agora. Talvez o sonho mostrasse algo que aconteceu no passado.
Harry colocou as mãos no bolso, em busca de sua varinha, mas eles estavam vazios. Bom, sem uma varinha um bruxo não pode fazer muita coisa. Mas isso não era real, ele estava sonhando.
Potter foi em direção aos gemidos de dor tentando ver quem estava ali. Para de alguma maneira ajudá-los. Quando ele encostou as mãos nas barras, tudo ficou preto e ele acordou.
Sua camisa estava ensopada de suor como da última vez. E ele estava suando frio. Porém hoje ninguém tinha o acordado. Todos os seus colegas de quarto estavam dormindo serenamente. Isso era uma coisa boa, já que Harry os acordou muitas vezes no ano anterior e não queria mais se culpar por isso. O moreno olhou para a janela e o dia já estava amanhecendo. Ele decidiu se levantar e fazer as suas higienes pessoais.
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Uma semana se passou, e Draco tentou evitar Harry o tempo inteiro. Ele não queria causar outra cena parecida com a do banheiro. Se ele se encontrasse com Potter, ele obviamente iria perguntar o que tinha acontecido e se Malfoy o-contasse, iria criar um problema enorme.
A solução era não falar com ele, evitá-lo.
Em uma segunda-feira, o loiro acordou cedo e foi tomar um banho. Depois disso, ele foi em direção ao salão principal para tomar o seu café da manhã. Quando ele chegou lá, olhou para a mesa da Grifinória e encontrou um par de olhos verdes esmeraldas. Seus olhos se cruzaram rapidamente e Draco pode ver o olhar preocupado que caía sob o seu rosto.
"Por que será que o Potter estava assim? Não tinha acontecido nada... e o episódio do banheiro já havia se passado uma semana." Draco teve esses pensamentos e logo desviou o olhar de Harry, para se sentar na mesa da Sonserina. Era melhor não pensar nisso e se concentrar nos estudos. Encher a cabeça com pensamentos escolares, sempre ajudava com que ele pudesse fugir de seus problemas.
O loiro terminou o seu café da manhã rapidamente e seguiu seu caminho para a aula de adivinhação. Ele odiava aquela aula. Seu pai o obrigou a estudar isso porque "o Lorde das Trevas pode querer usar isso". Ele não queria merda nenhuma de adivinhação e Draco sabia muito bem disso. Era só um papo furado para Lúcios se gabar pelo seu filho. E ainda tinha aquela professora maluca, que nunca dizia nada com nada. Ela era biruta da cabeça e Draco tinha certeza disso.
Ele subiu as escadas apressadamente para chegar logo e pegar um bom lugar. Blaise chegou logo depois e sentou-se ao lado de Draco. A sala foi se enchendo aos poucos com grifinórios e sonserinos. O que Malfoy estranhou, foi que Potter e o Weasley ainda não tinham chegado. A aula tinha começado há cinco minutos e nada.
A professora Trelawney começou a falar e foi interrompida pelo barulho da porta se abrindo. Harry e Ron tinham acabado de entrar.
— Me desculpe pelo atraso, professora Trelawney — o moreno começou a falar, mas a professora o cortou.
— Sem problemas, Harry, eu já tinha previsto isso — ela disse, encostando a mão no ombro do Potter.
Harry e Ron sentaram-se rindo baixinho e Sibila voltou a falar.
— Como eu ia dizendo, vocês vão ter que fazer um trabalho em dupla sobre as suas luas. Um calendário com todas as luas do mês e seus significados. E não, não, eu escolho as duplas... na verdade o destino escolherá!
Ela pegou uma bola de cristal e passou as mãos em volta da bola.
— O destino me diz que as duplas são: Longbottom e Crabble, Goyle e Nott, Finnigan e Thomas, Weasley e Zabini, Parkinson e Granger e por último, Malfoy e Potter — no mesmo segundo em que a professora disse isso, Harry abriu um pequeno sorriso maroto. — Vocês têm uma semana para fazerem o trabalho. Segunda que vem, eu espero todos vocês com os seus trabalhos prontos.
"Era só o que me faltava. Agora eu tenho que fazer um trabalho ridículo com o Potter." Draco bufou em seus pensamentos.
Harry foi em direção ao Malfoy e perguntou:
— Malfoy, quando a gente se encontra para fazer o trabalho?
— Hoje na biblioteca às 17:00.
— Mas eu tenho...
— Não interessa, cancele. Quero terminar esse trabalho o mais rápido possível.
Harry revirou os olhos e assentiu.
—'Tá', te vejo às 17:00.
O moreno saiu da sala com o ruivo e a morena e Draco saiu logo depois, pensando no desastre que seria esse trabalho.
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Oii meus amores. Me desculpem pela demora para atualizar a fanfic. Eu fiz um grandinho para recompensar vocês. Esse deu trabalho então não se esqueçam de votar, comentar e recomendar para algum amigo. Isso me motiva a continuar e então eu posto mais rápido. Beijos.
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