V

O dia amanheceu e flashes de luz começaram a invadir o dormitório masculino da Grifinória. Harry acordou com a cabeça latejando e logo colocou a mão nas têmporas, as massageando. Ele estava com dor de cabeça e ainda meio tonto, pela quantidade de bebida que ingeriu na noite passada.

Ele se levantou aos poucos e sentou-se na cama. Harry olhou a sua volta e percebeu que Ron e Neville já estavam acordados, mas Dino e Seamus ainda estavam dormindo, de mãos dadas.

Ron e Neville pareciam normais, sem sinal de estarem de ressaca. Ron se virou e viu que Harry já estava acordado e exclamou:

— Harry! Você está acabado — disse, abrindo as janelas, deixando a luminosidade entrar por completo.

— Obrigado pela informação Ron, eu não fazia a mínima ideia — respondeu, com puro sarcasmo na voz.

— Bom, agora sabe. E que horas você voltou ontem? Eu não te vi chegando — perguntou desconfiado, o analisando.

— Eh... — Harry contraiu o rosto num esforço para se lembrar do horário que chegou, mas sua cabeça voltou a latejar e suas memórias não passavam de um borrão preto. — Eu não me lembro muito bem, mas era bem tarde.

— Ah sim, então vou perguntar para a Ginny, já que ela também voltou tarde — saiu de perto do moreno, o esperando se arrumar, para os dois descerem para a sala comunal, encontrar Hermione.

Eles viram a mesma conversando com Ginny, sentadas em um sofá perto da lareira, que crepitava.

— Oh, Harry! Ginny me contou que você veio com o Malfoy ontem, aconteceu alguma coisa? — perguntou Hermione, o olhando com aflição.

— Não, Mione, não aconteceu nada. Eu nem me lembro direto do que eu disse... Ginny o que eu falei? — Perguntou, olhando para a ruiva.

A menina de cabelos ruivos começou a rir e disse:

— Ah, Harry, se eu te contasse todos os detalhes, você diria que eu estaria mentindo.

Harry olhou com uma cara feia para ela, de um modo implorando para ela contar.

— Você sentou-se na mesa do Malfoy e começaram a conversar, depois você o-puxou para a pista de dança. Harry, você ficou o chamando de Draquinho e ele ficou rindo da situação. Você estava muito chapado — ela disse e voltou a rir da expressão de espanto do moreno.

— E-eu fiz isso? — Perguntou em choque.

— Sim, e você ficou se esfregando nele também — acrescentou Ginny.

— Meu Merlin! — Exclamou, com vergonha de si mesmo. — Por que eu fiz isso?

— Dizem que as coisas que você faz quando está bêbado, são as coisas que você queria fazer quando está sóbrio.

— Não, isso não é verdade.

— Harry, pior que é sim — disse Hermione, rindo de seu amigo.

— Companheiro, aceite a verdade que é melhor — disse Ron dando tapinhas nas costas do Harry.

— Não tenho nada para aceitar, se me dão licença, eu vou comer — disse Harry, saindo irritado.

Ele saiu andando rápido pelo corredor e sem prestar atenção a sua volta. Só foi andando para onde seus pés o-levava, sem se importar para onde estava indo. O menino de olhos verdes esmeralda esbarrou em alguém que ele não saiba, mas tinha olhos acinzentados.

— Está perdido, Potter? — Uma voz a qual ele conhecia se fez presente.

— O quê? — Harry pensou alto, percebendo com quem estava falando.

— O que te traz aqui?

— Estava indo para o salão principal e você, Malfoy?

— Potter, você não olhou a sua volta? Você está em frente a porta da sala comunal da Sonserina — o olhou, rindo com escárnio da sua confusão feita.

— E-eu não tinha percebido — suspirou, olhando para o loiro.

— Ainda deve estar bêbado — deduziu, o encarando com um sorriso sarcástico.

— Sai da minha frente, Malfoy — disse Harry, empurrando Draco.

Como Draco era mais alto do que Harry, ele facilmente empurrou Harry um pouco mais para trás e riu em como ele pareceu irritado com aquilo.

— Qual é o seu problema?

— Você, não me deixa passar — disse Harry irritado.

— Se você não se lembra, o salão comunal é para o outro lado — disse Draco apontando para trás do Harry, que revirou os olhos e virou na direção correta para ir embora,

— De nada! Testa rachada.

xxxxxx

Uma semana se passou, e Harry e Draco não se encontraram, e muito menos falaram sobre o que aconteceu no pub na semana passada. Potter não tinha o visto nos corredores e durante aulas ele estava mais distante do que o comum.

Harry tinha acabado de passar três horas estudando e fazendo os deveres na biblioteca com Hermione e Ron, claro que não por vontade própria. Ele estava apertado para ir ao banheiro, então, informou Ron e Hermione que precisava fazer uma coisa e foi para lá.

Quando abriu a porta, ouviu um barulho estanho vindo do fundo do banheiro, como se alguém estivesse chorando. Ele chegou mais perto, tentando não fazer barulho, para não assustar a pessoa que estivesse lá dentro.

O menino que sobreviveu, passou pelo corredor do banheiro e viu Draco Malfoy se apoiando na pia, chorando e com as mangas da blusa levantadas. O grifinório ficou em choque em ver o sonserino assim, ele nunca tinha o visto desse jeito antes, tão entregue a dor, sem a sua máscara que escondia suas emoções.

Draco não tinha percebido que Harry estava no banheiro e começou a chorar mais, de uma forma desesperada. Ele estava apertando as bordas da pia fortemente e seus nós das mãos estavam ficando brancos.

O menino com os olhos verdes, chegou mais perto do de olhos cinzas que estavam avermelhados de tanto chorar. Harry pousou a sua mão levemente no ombro de Draco, o-puxando para um abraço. Malfoy se assustou quando sentiu a mão de Potter em seu ombro, ele virou-se e olhou para os olhos verdes esmeraldas a sua frente.

Harry abraçou Draco, tentando de alguma forma ajudá-lo. Ele no começo rejeitou, mas depois de pensar que naquela hora, um abraço seria bem-vindo, aceitou. Potteer apoiou sua cabeça no ombro de Harry e deixou suas lágrimas escorrerem, não mais as reprimindo ou deixando escondidas de todos. O grifinório entrelaçou seus dedos nos cabelos do sonserino — tentando acalmá-lo — com uma mão e a outra estava nas costas de Draco, reconfortando-o, ele disse:

— Está tudo bem, eu estou aqui.

Draco falou alguma coisa, mas o som foi abafado, pois ele estava com a cabeça no ombro do Harry. Saiu como um: não, não está.

Draco desabou e caiu em cima do colo de Harry. Potter ficou sem reação no momento, ele nunca esteve tão perto de Draco Malfoy antes, mas ele estava com dor e Harry estaria ali para ele, então só o puxou para mais perto e Malfoy deitou sua cabeça no peito de Harry.

— O que aconteceu? — Harry perguntou, a preocupação nítida em sua voz.

Draco não respondeu e tentou se afastar, mas Harry percebeu e o puxou para mais perto, garantindo que tudo ficaria bem, e ele não precisava ter medo.

— Não tem problema, não precisa responder — disse Harry, fazendo cafuné na cabeça do garoto em seu colo.

Eles estavam no chão do banheiro há vinte minutos e Draco continuou chorando no colo de Harry, usando aquele lugar como um refúgio. As vezes ele apertava a blusa de Potter inconscientemente, tentando segurar-se de alguma coisa, mas depois a largava.

O moreno estava ficando preocupado, porque nunca o tinha visto desse jeito antes, ele sempre usava uma máscara que escondia todas as suas emoções. Mas nesse dia a máscara de Draco se desfez. "Deve ter sido algo muito sério", Harry pensou, tentando descobrir o motivo.

Depois de alguns minutos, Draco parou de chorar e começou a esfregar seus olhos com as mãos, afastando as lágrimas que trilhavam seu rosto. Ele tentou não olhar para Harry, mesmo sabendo que o mesmo estaria olhando-o. Malfoy levantou a cabeça e encontrou o olhar com um menino com os olhos claramente confusos e preocupados.

— Está tudo bem, Potter — disse Draco se afastando, abrindo um sorriso amarelo.

— Não foi o que me pareceu... você pode me contar o que está acontecendo, não precisa ter medo — garantiu, ainda fazendo carinho nos cabelos do loiro.

— Não foi nada e obrigado por...isso — gesticulou com as mãos, confuso sobre o que fazer a respeito.

— Draco...eu sei que é algo sério, você nunca ficou deste jeito — disse, a voz ficando mais preocupada a cada palavra.

— Draco? Agora somos íntimos, é isso?

— Não, mas depois disso e o que ocorreu no pub...

— Agora você vai jogar isso na minha cara? Não fui eu quem ficou me chamando de Draquinho e Dray — disse se levantando, limpando as vestes.

— Não... desculpe, eu não quis dizer isso — disse Harry pegando na mão dele.

— Então o que você quis dizer?

— Eu só te chamei de Draco, Malfoy. Qual o problema nisso?

— Não isso seu imbecil, você não está vendo que eu tive uma crise e fica jogando na minha cara?

— Eu só estava tentando te ajudar, se você não gostou a culpa não é minha.

Draco revirou os olhos.

— Agora se me der licença, eu vou comer.

Harry não sabia o que fazer, ele pensou em seu sonho com Draco e agiu por impulso. Harry colocou as duas mãos na cabeça de Draco e o puxou para um beijo. Potter viu os olhos cinzentos olharem-no de um jeito surpreso, mas logo eles se fecharam. No início Malfoy rejeitou, mas depois retribuiu o beijo. Draco pediu passagem para a língua entrar e logo foi concebida. Eles estavam em uma luta para ver quem comandava e ele não ficou triste em perder a luta. Era uma dança estranha e bruta, mas bonita. Harry deu uma pequena mordida na parte inferior dos lábios de Draco, o provocando.

Eles estavam nisso há dois minutos e só se separam em busca de ar. Os lábios de ambos estavam inchados e vermelhos. Eles se olharam de um jeito estanho e não disseram nada. Os dois continuaram se encarando, apenas olhando por cinco minutos um para o outro, sem trocar uma palavra.

Os dois estavam sem palavras para o que acabara de acontecer e talvez seja melhor, não falar nada por enquanto.

Por enquanto.

Harry quebrou o clima, dizendo:

— Ahn...você não disse que ia comer?

— Sim, estou indo para lá agora.

— Então, tchau — despediu-se Harry sem jeito, saindo do banheiro.

Logo após o menino que sobreviveu sair do banheiro, Draco saiu e foi para o salão principal comer o seu jantar, ainda pensando no que tinha acabado de acontecer.

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Espero que vocês tenham gostado desse capítulo. Foi onde teve o nosso primeiro beijo e eu gostei bastante. Não se esqueçam de comentar, votar e indicar para algum amigo. Vou tentar postar o próximo em torno de 1 semana. Beijos.

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