III

Já havia se passado um mês em Hogwarts. Nesse meio tempo, eles tiveram muitos deveres e trabalhos para fazer, não tiveram muito tempo livre por conta disso, estavam sempre muito atarefados.

Um trabalho de 40 centímetros sobre o quanto perigosa a poção "Amortentia" é. Um trabalho de Transfiguração e muitas outras coisas. Harry não estivera tendo muitos sonhos com Voldemort, mas algumas vezes tinha sonhos parecidos ou pesadelos da morte de Sirius, ele tentava não pensar muito nisso durante o dia, mas de noite... era inevitável.

Hermione, como era observadora, percebeu que Harry ainda não tinha superado a morte de Sirius muito bem, ele sempre ficava meio para baixo quando estava sozinho ou sem algo para ocupar a mente, já fazia tempo que ela vira ele feliz de verdade. Ao menos os treinos de quadribol o animavam bastante, eles iam ter uma partida contra a Sonserina no dia seguinte, aquilo com certeza levantaria o astral do moreno.

Eles estavam no Salão Principal terminando de jantar, todos estavam falando sobre o jogo de quadribol do dia seguinte, sobre as estratégias e de como eles poderiam acabar de uma vez por todas a Sonserina.

Dumbledor levantou-se e as comidas mágicamente desapareceram.

— Desculpe interromper o jantar de vocês tão cedo, mas tenho alguns avisos a dar. Como todos sabem, o alvo principal de Voldemort é Hogwarts — todos os alunos se entreolharam e depois voltaram a olhar para Dumbledor, querendo não atrapalhá-lo. — Ele está juntando forças novamente e tememos que ele invada a escola, mas fiquem tranquilo, nada irá acontecer com vocês enquanto estiverem em Hogwarts — o senhor com os óculos meia lua limpou a garganta e continuou. — Não sabemos exatamente quando isso vai acontecer, e nem se virá a ocorrer. Vocês devem estar se perguntando o porquê de eu estar contando isso a vocês sem termos muitas informações, eu não quero de jeito algum os deixar preocupados — alguns alunos concordaram. — Mas é necessário vocês saberem, caso algo aconteça, estejam preparados.

Hermione, Harry e Ron saíram do Salão Principal, pensando nas palavras de Dumbledor e pensando em um jeito de ficarem mais fortes. Talvez se reunissem a armada de Dumbledor novamente, mas muitos alunos haviam ficado em casa, por conta dos pais estarem preocupados com a segurança de seus filhos.

— O que você acha que ele quis dizer com "é necessário vocês saberem"? — Questionou Hermione.

— Eu não sei, talvez nós teremos que que lutar sozinhos, como sempre acontece — Harry opinou.

— Eu acho que não, Dumbledor ainda está aqui e espero que ele não nos abandone — a morena disse.

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No dia seguinte, Harry e Ron acordaram cedo para o jogo de Quadribol, eles foram tomar café da manhã no Salão Principal e todos estavam falando do jogo da Grifrinória contra a Sonserina, sempre tinham muitas brigas entre as duas casas.

A mesa da Grifinória inteira estava agitada, sempre quando vinha algum aluno do time, davam tapinhas nas costas desejando boa sorte. A mesa da Sonserina ,como sempre, ficava xingando a Grifinória e cantando o hino que se tornou famoso:

— Weasley é o nosso rei!
Weasley é o nosso rei!
Sempre deixa a bola entrar!
Weasley é o nosso rei!

— Não liga para isso, Ron — disse Hermione tentando consolá-lo.

— É, Ron, você é um ótimo jogador, só precisa controlar o nervosismo — Harry disse, pondo uma mão no ombro do amigo.

— Ok, vamos lá então — Ron levantou-se e andou a caminho do campo de Quadribol com Harry.

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Harry, Ron e o resto do time foram até o vestiário masculino da Grifinória se preparar para o jogo. O time da Sonserina fez a mesma coisa. O dia estava nublado e com um pouco de chuva, mas Harry usou um feitiço que Hermione o ensinou para não deixar que seus óculos embacem. As arquibancadas aos poucos enchiam-se e as pessoas se acomodavam lentamente. Luna como sempre, estava com o seu chapéu em formato de leão.

Todos os jogadores se posicionaram e foram para o campo de quadribol. Lino Jordan, o narrador, exclamou:

— Grifinória versos Sonserina! Capitães de seus times apertem as mãos!

Harry Potter e Draco Malfoy foram para o centro do campo, o loiro lhe lançava olhares desafiadores, e o moreno retribuiu, enviando-lhe um sorriso maroto. Seus olhos se encontraram e Harry o estendeu a mão, a qual foi apertada fortemente em resposta; o jogo começou.

— Grifinória começa com a bola e a artilheira Katie Bell está na direção dos arcos! — exclamou o narrador.

Harry vai para cima do campo, tendo uma visão geral do mesmo, para procurar pela bolinha dourada no meio do campo. Draco faz o mesmo, seguindo-o. mas não ficando muito perto, para não parecer que ele está seguindo o moreno.

— Um balaço vem em direção a artilheira da Grifinória, mas o batedor defende, arremessando-o para longe! — Gritou Lino, em ênfase.

O moreno pensou que viu o pomo em um lugar mais abaixo, então fez uma descida necessária de última hora, mas pareceu meio desajeitada e ele desequilibrou-se, quase caindo da vassoura.

— Treinando para o ballet, Potter? — caçoou Draco, o analisando e o olhando com uma expressão fechada.

Harry revirou os olhos e continuou a procura da bolinha dourada.

A chuva começa a cair mais forte, dificultando a caça pelo pomo. Harry avistou a bolinha em um lugar complicado, muito acima deles, quase em cima das nuvens. Ele faz um movimento com a vassoura fazendo ela seguir o pomo. Draco ao mesmo tempo, seguiu ele, pois percebeu que o moreno havia encontrado o pomo de ouro.

— Os dois apanhadores vão para cima das nuvens! — Gritou Jordan.

Quando eles passaram pelas nuvens, sentiram a chuva passar por suas peles. Era uma sensação extranha, como se algo muito pequeno e pesado estivesse caindo em seus rostos. Passar por cima das nuvens era algo novo, já que em nenhum jogo de quadribol eles foram tão alto assim.

Quando chegaram acima das nuvens, a chuva amenizou, mas um balaço estava vindo em direção ao Harry, uma pessoa da Sonserina tinha enfeitiçado o mesmo para ir atrás de Potter. Ele estava com as mãos esticadas para tentar pegar o pomo, então não prestou muita atenção ao seu redor.

Ele estava prestes a tocar no pomo, mas o balaço veio com tudo e o atingindo em cheio no estômago, fazendo-o soltar um gemido de dor. Harry sentiu que ele fosse vomitar e que todos os seus órgãos estavam sangrando, mas isso não era um problema, já que madame Pomfrey cuidaria disso em um minuto.

Potter tentou segurar-se na vassoura, tentando não cair, mas o cabo estava muito molhado e suas mãos escorregavam, e ele não iria aguentar por muito tempo, iria cair a qualquer momento.

Sua visão começou a falhar e a fumaça que veio, fez seus olhos arderem tanto que Harry piscou para posicionar a pálpebra.

Um sentimento conhecido invadiu seu peito, era como se a sua alma estivesse sendo sugada de seu corpo e ele nunca mais iria ser feliz de novo.

Era um dementador.

No mesmo momento, Harry caiu da vassoura e pensou "bom acho que a minha vida foi essa".

Mas ele estava errado, sentiu duas mãos firmes segurando sua cintura, e alguma coisa estava na sua frente, depois ele chegou a perceber que estava na mesma vassoura que Malfoy.

O loiro foi com a vassoura para baixo de Harry, sem pensar no que estava fazendo, só sabia que não poderia deixar que ele morresse, tentou se posicionar de uma forma que dê para pegá-lo. Mas era complicado, já que o moreno estava desmaiado.

"Santo Potter" foi o que Draco pensou, conseguindo pegar Harry e colocá-lo na vassoura, Malfoy posicionou a cabeça de Potter encostada em seu ombro e com as mãos segurando em sua cintura para ele não cair para trás, tentando deixá-lo confortável do modo mais plausível possível.

Os dois ainda estavam acima das nuvens, mas rapidamente voltaram para a visão dos outros, que os olhavam confusos.

— Draco Malfoy está de volta! Mas... não parece só ele, Harry Potter está na vassoura junto! Harry está desmaiado e abraçando Malfoy!

— Cala a boca, Jordan! Alguém chame a Madame Pomfrey! — Draco gritou quando pousou no chão, ainda segurando o moreno.

— O que aconteceu com ele? — perguntou Hermione chegando até eles junto com Ron.

— Nós fomos para cima das nuvens atrás do pomo, veio um balaço e o atingiu na barriga. Ele estava quase caindo, e depois veio um dementador e começou aproximar-se dele. Não deu para ver muito bem porque estava chovendo, e eu estava um tanto longe — ele fez uma pausa e continuou. — Depois disso ele caiu e eu o peguei.

— Você? Draco Malfoy salvando Harry Potter, impossível — exclamou Ron incrédulo — aposto que você só fez isso para chamar atenção.

— Se eu não tivesse feito isso, ele ainda estaria lá, e levando um beijo do dementador. É isso que você quer? Porque eu posso deixar ele lá agora mesmo!

— Não, não muito obrigada por salvá-lo, Malfoy — Hermione intrometeu-se, tentando parar a briga.

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— Harry, Harry! — bradou Hermione, dando tapinhas em seu rosto.

Potter lentamente abriu seus olhos, sua visão estava embaçada e o mesmo não conseguia focar em nada. Encostou em seu rosto e perceber que estava sem seus óculos, então os pegou e ajeitou em seu rosto.

— O-o que aconteceu? — Balbuciou, com a visão se acostumando pela luminosidade do ambiente.

— Do que você se lembra, cara? — Perguntou Ron.

— E-eu estava subindo em busca do pomo, veio um balaço e me acertou na barriga — ele colocou a mão na barriga — Ai! — Exclamou de dor.

— O que foi, Harry? — perguntou Hermione preocupada.

— Nada... chegou um dementador e eu me lembro de estar caindo e alguém me segurando... quem me salvou?

— Foi o Malfoy... vocês chegaram juntos na vassoura — respondeu Ron, desconfortável com aquilo.

— Ahn... cadê ele?

— Eu não sei, mas porque você quer saber?

"Melhor eu falar com ele mais tarde, sem ninguém vendo" pensou Harry.

— Nada não, eu fiquei apagado por quanto tempo? — Desconversou.

— Algumas horas — a morena respondeu, desconfiada e o olhando de lado.

Madame Promfrey entrou na enfermaria e falou:

— Já podem ir embora, ele acordou e precisa descansar.

— Não, eu estou bem — Harry falou tentando se levantar, mas uma onda de tonteira invadiu seu corpo e ele foi obrigado a deitar-se novamente.

— Eu não disse? Quem mandou levar um balaço no estômago? — A enfermeira falou, mas as mãos na cintura.

Poppy expulsou todos da enfermaria e Harry voltou a dormir, cansado.

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Chegou de noite e Harry acordou, como passou a tarde inteira dormindo. Ele escutou um barulho vindo de fora da ala hospitalar e como era muito curioso, não pôde se conter em ir ver o que era. Ele levantou-se com um pouco de dificuldade, já que ainda estava dolorido e foi até a porta. Quando chegou fora da ala hospitalar, só viu um vulto passar rápido, indo em direção a torre de astronomia.

Harry seguiu o que quer que ele tenha visto, já que ficou mais curioso ainda, agora ele precisava saber o que era. O caminho era longo, ele subiu centenas de degraus, e o caminho pareceu durar horas, por conta do acidente que ocorreu na partida de quadribol, mas ele não desistiria.

Quando chegou lá, encontrou Draco Malfoy sentado no banco da torre. Potter apropinquou-se dele e sentou-se na ponta do banco.

— O que você está fazendo aqui, Potter? — Malfoy perguntou, quebrando o silêncio.

— Porque você me salvou hoje no jogo? — O moreno perguntou indo direto ao ponto.

— Você não respondeu a minha pergunta — Draco disse, virando-se para ver o outro.

— Eu ouvi um barulho e fui ver o que era — respondeu simplesmente.

— Sei... — disse desconfiado.

— Agora a minha pergunta — o moreno pediu.

— Porque eu te amo — Draco puxou Harry para um beijo lento, passando a mão em volta de seu pescoço e bagunçando seu cabelo, que já estava bagunçado.

Harry não entendeu muito bem o que estava acontecendo, mas continuou o beijo, porque aquilo realmente estava muito bom.

— Potter, Potter! — Exclamou Draco, chamando-o.

— O que, como assim? Eu não estava na torre de astronomia? — Harry falou, acordando confuso.

— Torre de astronomia? Acho que você bateu a cabeça muito forte quando caiu da vassoura.

"Ahh era um sonho, agora está tudo explicado", pensou o moreno.

— O que você faz aqui? — Harry perguntou, vendo a silhueta de Malfoy aparecer em sua frente.

— Eu... vim ver se você não estava morto — disse draco baixinho.

— Hmm sei, agora diga o real motivo.

— Eu já respondi, agora que eu tenho certeza de que você está vivo, vou embora.

— Malfoy...

— O que foi, Potter?

— Por que você me pegou? Quando eu estava caindo. Porque eu lembro de estar voando com alguém na vassoura... e estava abraçando ela — o moreno disse a última frase inaudível.

— Porque se eu deixasse "o escolhido" morrer, iram me matar, não é mesmo? E de qualquer forma, não é da sua conta — respondeu Draco, afastando-se.

— Ah, claro — disse Harry com um sorrisinho bobo estampado no rosto.

Malfoy saiu da ala hospitalar deixando um Harry confuso sozinho com os outros pacientes.

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