No dia seguinte, Harry acordou um pouco atrasado, então foi correndo para o salão principal, ele precisava comer rápido, ou iria se atrasar para a aula de poções, que era a primeira aula. Quando chegou lá, encontrou Ron e Hermione conversando, eles estavam bem perto um do outro e parecia que era para ninguém ouvir. Quando ele chegou perto deles, eles pararam de falar e o olharam surpresos.

— Ah, oi, Harry — cumprimentou, Hermione se virando para ele — demorou né.

— Por que pararam de conversar? — Harry perguntou desconfiado, ele odiava quando as pessoas falavam por suas costas ou escondiam algo dele, se sentia excluído.

— Nada não, amigo. — Ron respondeu, gesticulando para Potter se sentar na cadeira.

— Sei — disse Harry sentando-se. — Então, do que estavam falando?

— Ahn... sobre o seu sonho — respondeu, tentando não parecer intrometido.

— Por que não me esperaram? Eu disse que ia contar para vocês — Potter falou, os olhando triste.

— É, foi besteira nossa... então o que você viu? — Hermione perguntou, chegando logo no assunto.

— Bom, eu estava em uma masmorra e o Voldemort estava com o Malfoy...

Hermione estremeceu ao ouvir o nome de Voldemort.

— O Malfoy!? — Ron perguntou espantado.

— Sim, vai me deixar continuar?

— Ah, sim, desculpe.

— Continuando, eles estavam no canto das masmorras. Voldemort falou alguma coisa sobre que o Malfoy não passou no teste para ser um comensal. Depois disso ele lançou um "crucio" no Malfoy por uns 2 minutos — disse Harry tomando um gole de suco de abóbora.

— Mas isso não é possível, porque o Malfoy estava em Hogwarts ontem, não estava? — Hermione disse, comendo um pouco de sua torrada.

— Por isso mesmo que eu peguei o mapa do maroto e o procurei, queria ter certeza de que ele estava em Hogwarts. E o encontrei no salão comunal da Sonserina.

— Então, isso não deve ser uma visão real, já que ele não estava lá — argumentou Ron.

— Pode ser uma visão do passado — Harry respondeu comendo um pouco de seu sanduíche.

— Mas eu não entendi o porquê dele te mostrar o Malfoy. Você-sabe-quem normalmente mostra pessoas importantes para você. Ele deve saber que você não gosta dele — Weasley disse, revirando os olhos.

— Eu ainda acho que isso é mais uma prova de que ele é um comensal.

— 'Tá, pode ser, mas agora temos que ir para a aula de poções — Granger disse, saindo da mesa.

Eles foram andando para as masmorras e chegaram na sala de poções. A sala estava com um cheiro muito bom de maçã verde, o professor Snape deixou um caldeirão posicionado em uma mesa. Tinha um rotulo cujo nome da poção dizia: Amortentia.

"Merda, merda, merda" Harry pensou após ler o nome da poção que tinha na sala.

— O que foi, Harry? — Perguntou Hermione percebendo que ele estava aflito.

— Não foi nada, Mione — respondeu Harry se sentando no fundo da sala como sempre.

— Alunos e alunas, na aula de hoje, nós vamos aprender sobre a Amortentia... — Snape começou a explicar.

Ele fez uma pausa forçada, pois Malfoy entrou correndo apressadamente e foi para o seu lugar sem falar nenhuma palavra. Ele estava com uma aparência horrível, com olheiras e não muito arrumado, como costumava estar.

— Como eu ia dizendo, hoje vamos aprender sobre a Amortentia. Alguém poderia dizer qual o cheiro que sente? — O professor continuou.

Hermione imediatamente levantou sua mão, mas como sempre, Severus a ignorou e olhou para os outros alunos, fingindo que não a tinha visto. Snape passou os olhos em todos os alunos e alunas da sala e parou em Harry, que estava com uma expressão devaneadora.

— Sr. Potter, se importaria em nos dizer qual o cheiro que o senhor sente na sua Amortentia?

"Pelas barbas de Merlin, esse homem não sai do meu pé. Justo agora que eu senti esse cheiro, e por quê? Melhor eu inventar um cheiro parecido com a Ginny, algo que ninguém desconfie..." pensou Harry, em conflito com seus próprios pensamentos.

— Sr. Potter? — Snape perguntou novamente, olhando para Harry.

Quando ele percebeu que todos estavam olhando-o, levantou-se e foi para perto da poção.

— Hmm... eu sinto cheiro de... torta de melaço e... maça verde — ele disse baixinho as ultimas palavras para ninguém conseguir ouvir.

Logo após Harry terminar de falar todas as meninas ficaram cochichando e dando leves risos, discutindo de quem poderia ser o cheiro.

— Menos 5 pontos da Corvinal, Lufa-Lufa e Grifinória por conversarem durante a aula. Quem quer ser o próximo? — Snape disse, olhando feio para as meninas, que logo se silenciaram.

Malfoy estendeu a mão e perguntou:

— Posso?

O professor assentiu e o loiro aproximou-se do caldeirão, para sentir o cheiro com mais precisão.

— Eu sinto cheiro de... madeira de cabo de vassoura, floresta e vento húmido e fresco — disse Draco, degustando de cheiro bom que saia do caldeirão.

No momento em que Malfoy parou de falar a sala ficou em um silencio sepulcral por alguns minutos, ninguém ousou falar uma palavra. Todos estavam tentando distingir o cheiro que Draco sentiu, não era parecido com o de nenhuma menina. Todos o olhavam com uma cara estranha e ele permaneceu inexpressivo, sem demonstrar suas emoções.

— Obrigado, senhor Malfoy, agora se dividam em duplas para fazer a poção — Snape falou, cortando o silencio.

Todos começaram a fazer a poção, Harry estava com Ron, Hermione estava com Neville — para ajudá-lo—, e Draco estava com Pansy.

— Harry, você percebeu o que isso significa? — Hermione perguntou baixinho, inclinando-se para a mesa ao lado da sua,

— Não tenho certeza, ele pode estar falando de outra pessoa — disse, pensativo.

— Falando de quem? — Ron perguntou, entrando no assunto.

— Do Harry, é claro! — Hermione exclamou, recuando após perceber que falou um pouco alto demais.

— O Malfoy gostando do Harry? Não, eu não acredito — Ron falou, com uma carranca.

— Não, ele não deve estar falando de mim. Deve ser da Pansy ou de outra pessoa — o moreno concordou.

— Você sabe que ele estava falando de você, ele descreveu um treino de quadribol e floresta... — disse Hermione adicionando um ingrediente a poção.

— Eu não aceito isso, não pode ser verdade. É o Malfoy, Harry, o Malfoy, estou com nojo por você — Weasley disse, fingindo que iria vomitar.

Harry assentiu e voltou a fazer sua poção. "Por que será que eu senti um cheiro de maça verde? Ele sempre anda comendo essas maças... não, eu não gosto dele, nós somos inimigos, não tem como isso ser verdade..." Harry pensou, lutando em sua mente.

Harry e Ron continuaram preparando a poção, a qual não terminou com êxito, como as bolhas que emergiam estavam com uma coloração errada. Já a poção de Hermione e de Neville, ficou muito boa, eles conseguiram concluir a poção sem nenhum erro.

Todos saíram da sala de aula, menos o Malfoy que ainda estava ocupado, arrumando as suas coisas que estavam zoneadas.

— Podem ir, eu ainda tenho que guardar algumas coisas aqui — disse Harry, querendo ter um tempo a sós com o loiro.

— Ok, te vemos na aula de transfiguração — Hermione respondeu, indo para a aula com Ron, que olhava para o moreno, questionando-o.

Logo após Hermione e Ron saírem, Harry apressadamente fechou a porta e só ficou ele e o Malfoy na sala.

Sozinhos.

— O que você quer? — Malfoy indagou brutalmente, com seu semblante sempre impassível, terminando de arrumar as suas coisas.

— Malfoy, na Amotrentia, o que você sentiu era eu? — Potter perguntou de uma vez, chamando a atenção do outro.

Malfoy começou a rir com escárnio e se virou para a direção de Harry, que o olhava em dúvida.

— Você? Você se acha muito né, só porque é "o eleito", acha que é o centro das atenções — o loiro disse, o olhando em despreza.

— Mas tudo que você falou se parece comigo, você não acha? — O moreno disse, achando que foi uma péssima ideia estar ali.

— E o que isso importa, Potter? Tem várias pessoas que cheiram um cheiro parecido com esse, não é só você. Agora vai embora porque eu tenho aula — falou Draco saindo da sala de poções, sem deixar o moreno responder.

Harry guardou suas coisas e foi para a aula de transfiguração, frustado.

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