1.8
Boa leitura e até amanhã!
Fora um dia cansativo. Saltaram de paraquedas e nadaram em um mar cristalino onde Niall achou a tartaruga verde "mágica" tropeçando nela, logo depois de reencontrar com uma amiga. Louis ainda tentava raciocinar sobre, tudo acontecia tão rápido que até o deixava tonto.
Harry estava tomando banho, e agora, ouvindo o barulho do chuveiro e sentado na cama, apenas com a cueca, Louis começou a lembrar do dia em que Niall conheceu Kate.
Fora justamente quando chegaram no Hawaii, Louis ganhara o jogo de baralho e ganhara a cobertura, então brigou com Fred e Harry nem o ajudou, ao menos o encarou, e por fim, decidiu dormir no quarto de Niall àquela noite, ainda mais que todos haviam ido a uma festa no bar do hotel.
"[...]- Louis! – Louis abriu os olhos assustado, o peito subindo e descendo rapidamente enquanto encarava o ser de olhos claros à sua frente. – Nossa cara, estou tentando te acordar faz dez minutos, você estava gritando bem alto pra alguém adormecido.
- Estava gritando? – com a voz rouca, Louis suspirou enquanto encarava o loiro, bem animado pra alguém que acabou de ver o melhor amigo ter um sonho erótico, com o ex que vai se casar em breve.
- Adivinha o nome de quem. – Louis revirou os olhos enquanto enterrava a cabeça entre as mãos, estava suado e ofegante, como se tivesse corrido uma maratona ou algo do tipo. Sexo. – Ah cara, pelo menos terminou o serviço.
Louis ergueu a cabeça confuso e ao olhar para baixo, entendeu o ponto de Niall. Ele puxou o lençol solto ao seu lado e cobriu sua cintura, causando risadas em Niall.
- Como se não tivesse visto tudo, ao vivo.
- Ah, cale a boca. – Niall riu mais uma vez ao abraçar o amigo. Louis enterrou a cabeça em seu pescoço e choramingou. – Já acabou?
- Acabou o que? – Niall afagou os cabelos do menor enquanto embalava seu corpo no lençol e o puxava para seu colo, como um bebê.
- O casamento. Tudo. Eles já se casaram? – Niall riu mais uma vez, seguido de um murmúrio de reclamação de Louis. – Acho que isso é um não.
- Louis, só se passou uma noite. Não se lembra?
- Lembro de ter saído de Salão de Recreação, de ter vindo para o seu quarto...
- De ter se masturbado enquanto sonhava coisas impuras com Harry na minha cama, nova, que nem usei ainda.
- Ok, entendi. – Louis resmungou novamente, arrancando mais risadas de Niall. – Está muito risonho hoje. Aconteceu alguma coisa naquele bar que eu deveria saber? – Louis fez Niall rir novamente, e em seguida, resmungou mais uma vez.
- Da próxima vez, compareça e veja por si mesmo.
- Desculpe, sr. Horan, estava ocupado...
- Se masturbando na minha cama.
- Já se passou minutos, supere. – Louis enfiou ainda mais a cabeça entre a clavícula de Niall e seu queixo, resmungando mais uma vez.
[...]
- A diferença é justamente essa. Antes, só eu saía chateado, agora chateei Fred e me sinto ainda mais...
- Chateado? – Louis revirou os olhos para Niall.
- Sim. – bufando, Louis ajeitou o lençol que cobria seu corpo nu. – E não pense que esqueci, quero saber por que está todo felizinho assim. – Niall sorriu, um sorriso de vitória.
- Quando estiver feliz, te conto, assim compartilharemos nossa felicidade. Tudo que eu preciso agora é de um Louis atirando comentários sarcásticos sobre mim.
- Diota. – apertando as bochechas de Louis, Niall o fez ficar mais revoltado.
- Você também, agora levante e vá tomar um banho, vou tentar limpar essa nojeira que você fez. – batendo na bunda de Louis, Niall o expulsou da cama, enrolado no lençol.
- Nós dois sabemos que essa cama terminaria a noite suja de esperma comigo aqui ou não. – Niall revirou os olhos e riu ao mesmo tempo. – E nós dois também sabemos que seria de masturbação.
E após ser atingido por um travesseiro, Louis entrou no banheiro.
[...]"
Rindo sozinho, Louis suspirou. Então Niall havia conhecido Kate – a loira sereia – nos primeiros dias no Hawaii? No bar do hotel. E ainda tentara o falar, mas como ele mesmo colocou, estava esperando a felicidade do amigo, assim, compartilhariam suas felicidades. Louis ficou feliz por Niall, como sempre.
Tanta coisa estava acontecendo, e tudo tão rápido. Quer dizer, ele e Harry construíram um relacionamento complicado e turbulento, e então, fuderam tudo com o incidente do banco. Só dez anos depois é que foram se resolver, e quando se resolvem finalmente, já prometem adotar Anna, ser o mundo um do outro, assumir rapidamente seu relacionamento, agir como se daqui alguns dias, o casamento que não irá mais acontecer, seja o casamento deles. Eles estavam acelerando muito as coisas.
Louis estava lidando com muito nos últimos dias, como pode saltar de helicóptero de manhã e discutir com Anna sobre sua especialidade? Estava sendo dias completamente insanos, e tudo que mais o incomodava era que estava por acabar. E se isso for apenas uma fase? O Hawaii, as praias, os animais marinhos, os drinks... e se, for apenas uma fase?
Não iria permitir isso. Tinha que aproveitar esses dias restantes no Hawaii para firmar e enraizar sua vida, mostrar para todos que ama que não é apenas uma fase.
- Ei, Boo. – ouvindo a voz melodiosa e rouca de Harry, Louis esvaziou sua mente, o sorriso automaticamente surgindo em seu rosto. Levantando da cama, Louis o encarou. – A água está muito boa, acredita? – Louis abriu a boca para responder, apenas para ser cortado por Harry. – Não acredita em mim? – fingindo choque, Harry fez cara de afetado. Louis ia responder mas foi cortado de novo. – Se não acredita, vem aqui ver então.
Rindo, Louis se dirigiu ao banheiro, apenas para ter sua cueca retirada. A água estava realmente boa, nem tão gelada nem tão quente. O enorme box do banheiro comportava tanto o seu quanto o corpo de Harry, e sorrindo, puxou o cacheado pelo cabelo.
Harry apenas deixou-se levar, sentia as mãozinhas do menor passearem por seu corpo, massageando seus braços, seu peitoral, seus mamilos, sua cintura, e enfim, suas coxas.
Louis não hesitou. Colocando as pernas de Harry ao redor de sua cintura, sorriu ao mostrar para o maior que era forte, porque, convenhamos, Louis melhorou muito ao longo dos anos.
Harry atacou seus lábios, as costas curvadas para alcançar a cabeça do pequeno. Nesta posição, Harry ficava mais vulnerável, e sem preparação, Louis pressionou seu dedo na entrada no maior. Suas nádegas abertas e sem pudores ao alcance dos dedinhos do pequeno, era muita tentação.
Harry nem reclamou, apenas apertou os olhos e se distraiu com os lábios já inchados do menor. Sua língua dominava, uma vez que Louis estava ocupado tentando penetrar o segundo dedo, e então, Harry mordeu seu lábio.
O sangue tornou-se parte da mistura de sabores que toda a ação proporcionava. Sendo arrancado repentinamente do colo de Louis, Harry foi jogado contra a fria parede do banheiro, a bunda virada para Louis.
- Aw... – gemendo manhoso, Harry delirava com os chupões de Louis em sua bunda, podia sentir o hálito quente do menor em sua entrada, a contraindo ainda mais.
Louis massageava uma nádega enquanto chupava a outra, mordia e lambia. E então, disferiu um tapa com vontade. Harry viu estrelas, seu pênis reagiu ao ato, assim como cada pedaço de seu corpo.
Empinando a bunda, recebeu mais um tapa, e então, cansou.
Ele iria brincar agora.
Virando de frente, surpreendeu Louis, que já estava ajoelhado, uma vez que beijava sua bunda. Então, Harry o pegou pelo cabelo, posicionando-o cara a cara com seu pênis, e sorriu.
Louis não reclamou. Pegou o pênis rígido e grosso do maior, as veias pulsando em seus dedinhos. A glande expelia uma fina camada de pré-gozo, vermelha e inchada. Louis abocanhou.
Harry gemeu alto e arrastado, a mão pressionando a cabeça de Louis contra sua cintura, e só parou quando sentiu sua glande atingir a garganta do menor, apenas para puxa-lo para trás e leva-lo para frente de novo.
Não precisou repetir muitas vezes pois Louis tratava de faze-lo sozinho. Sentia sua garganta formigar e somente quando derrubou algumas lágrimas é que tirou o pênis do maior de sua boca, masturbando-o com a mão.
Os dedinhos de Louis não fechavam na base do pênis de Harry e somente quando atingiam quase a glande é que se encontravam do outro lado. Com a língua para fora, Louis lambia a fenda da cabeça do pênis de Harry, a mão massageando sua extensão e a livre apertando uma bola.
Harry estava insano. Gemia alto e se segurava na parede do banheiro, as pernas bambas de excitação. A esta altura, já havia desligado o chuveiro, uma vez que o box dera um efeito de sauna para o banheiro, quase os sufocando.
A sensação na base do estomago estava presente, sabia que iria vir, e olhando para baixo, onde os olhos azuis de Louis o encaravam fixamente, sabia onde queria ter o orgasmo.
Puxando Louis pelo cabelo novamente, o fez abocanhar seu pênis, e sem esperar que se acostume, voltou a enfiar seu pau na garganta fudida do menor.
Ouvia os gemidos de Louis sendo abafados por seu pau e somente quando viu a cara de dor do menor é que diminuiu as investidas. Mas Louis não se daria fácil.
Mesmo com dor, continuou por conta própria – uma vez que Harry havia parado de empurra-lo pelo cabelo – e fudendo sua própria garganta, chupou todo o pênis de Harry.
- Lou-... – Harry engasgava nos próprios gemidos e quando tremeu a ponto de quase cair, sabia que teria o orgasmo.
Louis forçou e quando o pau de Harry entrou por completo em sua boca, batendo as bolas em seu queixo, recebeu os vários jatos em sua garganta. Gemendo junto com Harry, manteve seu pau na boca até que tivesse engolido todo o quente e denso liquido, para assim, se levantar.
Harry estava uma bagunça. Fios de cabelo grudavam em sua testa, a boca estava entreaberta, as bochechas rubras e o peito subia e descia. O orgasmo fora intenso.
Louis, com a boca também entreaberta, sentia a dormência no fundo da garganta. Valera a pena.
O maior o puxou pela cintura, as pernas ainda abertas pelo boquete que acabara de receber, encaixou-o ali. Louis ofegava, mas pela sua expressão, não estava pronto para encerrar ali.
Depositou um beijinho no mamilo direito de Harry e o virou de costas para si novamente, mas ao invés de o pressionar no vidro do box, o curvou para o chão, abrindo sua bunda para si.
Com os braços esticados, Harry fazia um triangulo de chão, a bunda para cima. Sentia seu sangue indo para a cabeça, mas a excitação voltando a seu baixo ventre o fez ignorar a sensação de tontura.
Louis pressionou seu pênis na entrada rosada e pulsante de Harry – após o boquete, ficara ainda mais excitado, e iria mostrar isso com orgulho para Harry.
A cabeça entrou e quando ouviu o gemido grosso de Harry, enfiou todo o resto. Sentiu o interior de Harry apertar seu pênis, a visão da entrada rosada e até então, contraída, sendo invadida por seu pau o fez urrar em prazer.
Podia visualizar em sua mente o quão arrombado Harry estava. Isso o deixou orgulhoso. Sem esperar, começou a penetrar cada vez mais rápido. Tirava rapidamente e enterrava devagar, firmando o pau no fundo do cu de Harry.
Os gemidos roucos do maior estavam ficando altos, mais do que o normal, e, parando de estocar, Louis afundou seu pau e colocou sua cintura na bunda de Harry, rebolando deliciosamente em seu anus.
Harry já tinha os gemidos falhos, levantou sua cabeça, toda vermelha devido ao sangue acumulado, e encostando a testa na parede, ofegou alto.
Louis colou seu peitoral nas costas do maior, atingindo pontos no interior de Harry que eram – até então – desconhecidos. Atingindo repetidamente ali, abraçou Harry pela cintura, masturbando seu pênis enquanto penetrava-o.
Harry voltava a ativa, o sangue acumulado o deixara tonto, e somente quando estabilizou sua tontura é que pôde abrir os olhos, vendo pérolas azuis em seu lado, fixos em si.
Louis o perguntava com o olhar se estava tudo bem, e ao invés de responder, apenas colocou sua enorme mão sobre a mãozinha de Louis, intensificando os movimentos em seu pau.
Não importava quantas vezes transava com Louis, sempre se surpreendia com o estrago que seu pênis podia fazer em seu anus.
Sentia-o atingir o fundo e quando ficou apertado o suficiente para gemer alto, soube que Louis viria. Jurava que podia sentir as veias sobressaltadas do pênis de Louis no interior de seu anus.
Rebolando, sentiu Louis fraquejar sobre sua bunda. Apoiando-se na parede, Louis tinha os olhos fechados e a testa franzida. Iria gozar.
Harry, sem pensar duas vezes, voltou a ficar com a cabeça para baixo, trazendo seu sangue de volta para a testa. Recebeu um tapa na bunda de Louis e ao ter o pau grosso do menor enterrado em seu cu, soube o que viria a seguir.
Louis veio em tantos jatos que a intensidade deles o fez sair um pouco do anus de Harry, fazendo com que o gemido do maior quase ultrapasse o seu.
Somente quando sentiu que tinha terminado é que finalmente saiu por completo de Harry, que voltou a ficar em pé. Já se masturbando, o maior estava agoniado pela vontade de ter o orgasmo logo.
Louis tratou de ajuda-lo. Ficando na frente de Harry, em pé, Louis colocou o pênis do maior entre suas coxas, indo para frente e para trás, masturbando-o.
Harry gemia alto enquanto olhava para o teto do banheiro, a testa franzida. Quando as coxas de Louis pressionaram sua glande, veio em um longo e forte jato.
Demorou minutos até que se estabilizassem para enfim, terminar o banho. E quando o fizeram, saíram felizes, secando-se com sua toalha rosa. Bem, a toalha de Harry que Louis também usou, sem permissão.
- Vai ver, Tommo. Ainda vou acertar esse cu. – brincando, Harry fez Louis revirar os olhos quando sentiu a batida de toalha na bunda, o sorriso no rosto.
+++
Não era tarde da noite, deveria ser quase nove, mas a escuridão do céu dava a impressão de ser quase três horas da madrugada. Louis e Harry decidiram descer para o hall, encontraram uma surpresa.
Liam sorria enquanto conversava com a mãe de Harry. Louis estacou e encarando-o, teve a certeza de que iria surtar. O maior se pôs a sua frente e pegando sua mão, saindo em direção ao rapaz, puxando Louis junto.
Liam pareceu surpreso ao vê-los, e ao perceber que estavam de mãos dadas, suspirou. Não demorou muito mas ao se recompor e colocar o sorriso no rosto, cumprimentou Harry e em seguida, Louis, sem diferenças ou nojo.
- Que bom que veio. – sorrindo educado, Harry apertava os dedos nos de Louis, que apenas respirava ao seu lado, não se mexia, não olhava para nada, não falava nem ouvia.
- Desculpe não ter vim antes, na verdade, estava meio ocupado com o trabalho e tudo mais. – suspirando, Liam encarou Louis. – E me desculpe Louis. – o menor o encarou surpreso, realmente reagindo para algo. – Durante esse tempo eu... uma pessoa me ajudou a compreender a situação e... – coçando a cabeça, Liam parecia sem jeito. Louis suspirou enquanto via Harry sorrir.
- Tudo bem, Liam. – o rapaz o encarou, e assentindo enquanto sorria, pareceu mais relaxado.
- E cadê a noiva? Quero dar os parabéns a ela. – sorrindo, Liam bateu nos ombros de Harry. – Já me... han, atualizaram da situação. – rindo de leve, Harry balançou os ombros.
- Somos uma família louca, pois é, quem diria. – rindo, os três pareciam em harmonia uns com os outros.
Mas Louis nunca iria esquecer do dia em que conversou com Liam.
Foi no jantar em que Harry e Raquelle anunciaram a viajem, Louis lembra perfeitamente. Ele estava procurando Fred e acabou esbarrando em Liam, que o segurou antes de cair no chão.
"[...]
- Desculpe. - voltando a posição normal, Louis assentiu. O rapaz estendeu a mão para ele. - Sou Liam.
- Louis. - embora sorrisse, Louis percebeu que a expressão do rapaz a sua frente mudou completamente.
- Você é o Louis? - a voz de Liam parecia sombria, até tensa. Louis encolheu, estranhando a reação.
- Sim. Sou eu.
- Aquele Louis? - perdido, Louis olhou para os lados, procurando alguém conhecido e encontrou os olhos verdes, inesquecíveis. Harry franziu o cenho para o menor e ao ver quem estava ao seu lado, arregalou os olhos. Em segundos, se encontrava ao lado dos homens, a mão instintivamente nas costas de Louis, que não recolheu, embora arrepiasse com o toque.
- Liam. - a voz profunda de Harry estava tensa.
- Este é aquele Louis? Aquele que me disse que estava sentindo coisas? - Harry abriu a boca mas nada saiu. Louis ignorava Liam, apenas focava em Harry, que não sabia como reagir, os dedos apertando as costas de Louis, que rapidamente se afastou. - Aquele que usou para me enganar? - Harry suspirou e assentiu lentamente, os olhos verdes focados em Louis, que não tinha expressão. - Nossa, cara, estou impressionado.
- E eu estou confuso. - Louis disse alto, chamando a atenção dos dois. - Alguém pode me explicar?
- Cara, Harry me pregou uma peça há dez anos atrás. Hilária. Ele não te contou? - Louis negou com a cabeça, atordoado. Harry que pesava o olhar em si agora. Liam mal pareceu perceber. - Faz muito tempo, nós nos reencontramos no aniversário da Gem, ele me disse que estava gostando de uma cara chamado Louis, e aí rimos porque ele, apaixonado por um cara? O quão ridículo isso soa?! - Liam gargalhou, sozinho. Louis encarou os olhos verdes de Harry, olhos que emitiam desculpas sem palavras, e então, Louis sorriu falsamente.
- É, ridículo. - a voz fina de Louis já sem emoção, os olhos azuis vazios. - Devia ter me contado Harry, gostaria de estar ciente da próxima vez que brincar com a minha pessoa. - Harry abriu a boca para se justificar quando Liam continuou a falar, sem perceber o clima tenso.
- Achei que soubesse já que ligou para ele, eu me lembro bem. Achei que fosse combinado. Ele dizia que era gay e você, o suposto cara, ligava bem na hora e ele te chutava. - Louis negou com a cabeça, o olhar pesando em lágrimas nas quais ele se recusava em derramar. Harry mordia o lábio inferior, que tremia junto com as mãos, os olhos verdes dando espaço à vermelhidão devido ao choro preso.
- Não, eu não estava ciente de nada. - Liam deu de ombros, talvez estivesse percebendo o clima estranho e apenas não ligava mas a voz falha de Louis era nítida e o desespero óbvio de Harry era notável.
- Bom, achei hilário. - Batendo no ombro de Harry, amigavelmente, Liam deu um aceno para Louis. - Bom conhecer você, nos vemos por aí. - Saindo, deixou Harry e Louis sozinhos, ambos se encarando.
- Louis...
- Você tentou contar sobre a gente e ele riu. Aí entrou em pânico e decidiu brincar com a minha pessoa? Me usar como piada? - Harry fechou os olhos. Não queria que fosse assim, mas agora tinha que aguentar. As mãos soavam e os olhos marejavam, ele não queria que Louis soubesse desse jeito.
- Desculpe, eu... Eu surtei, Liam foi a primeira pessoa na qual eu me assumi e ele... Riu. Aí tive que...
- Me humilhar? Entendi. - Louis encarou os olhos verdes, incrédulo, o mar azul estava turbulento. - Poderia ter me dito antes, ou depois, mas me dito.
- Eu tentei, mas você não me deu chance! - Harry estava tentando manter o tom baixo, mas o coração acelerado o deixava mais nervoso. Quando Louis ia responder, Anne apareceu ao lado do filho, encarando de Louis para Harry e de Harry para Louis, a mão no ombro do cacheado.
[...]"
A mãe de Harry interferiu e tirou Louis de perto de Harry. Louis se lembra bem. Hoje, após tudo que passou, depois de ver a turbulenta saída do armário de Raquelle, Louis compreende que foi por medo, e o que o deixava mais tenso era realmente como Liam reagiria sobre o fato de estarem juntos. Pra ele não era nada mas Liam era amigo de longa data de Harry, a opinião dele era alguma coisa para o maior.
Passando ao lado dos três, que conversavam, Anne piscou para Louis, e então, o menor entendeu. Anne conversou com Liam, é bem a cara dela. Se ela contou a ele sobre Raquelle, deve ter contado sobre ele e Harry.
Indo para o bar do hotel, pegaram alguns drinks e foram para a área aberta, pegar um ar fresco e beber, afinal, estavam de férias. Anne, Gemma, Richard, Raquelle, primos e tios de ambas famílias, todos estavam ali, conversando, bebendo e curtindo.
+++
Já eram quase duas da manhã e após tanto conversarem e dançarem, Louis e Harry decidiram subir, afinal, estavam apenas eles, Raquelle, Liam e Richard na área aberta; todos os outros já haviam ido dormir.
Já no quarto, Louis estava sentado na cama, os olhos vagando por aí. Embora tivessem bebido bastante, não estavam bêbados pois as frutinhas que colocavam nos drinks e coquetéis eram doces demais para os deixarem bêbados tão rápido assim.
Harry, em pé, tirou a calça e a blusa, ficando apenas de calcinha. Louis, o encarando, sorriu. Mexendo os dedinhos, o chamou para a cama. Em segundos o maior já estava ao seu lado.
Deitaram bem pertinho, ombros tocando. Encarando o teto, tudo que ouviam era o som de suas respirações. Louis se mexeu desconfortável, e em seguida, suspirou.
- Eu amo Anna. – simplesmente, Louis fez Harry assentir para o teto.
- Eu sei. Também a amo. – suspirando, Harry fechou os olhos. – Assim como amo Gemma.
O silêncio era reconfortante, ambos sabiam que queriam dizer mas nenhum realmente o fazia. Até que Louis decidiu quebrar o silencio novamente.
- Depois que foi embora... – respirando fundo, Louis organizava as palavras em sua mente. Não sabia como Harry estava reagindo pois não o encarava, tinha o olhar fixo no teto. E apenas continuou, calma e lentamente. – No dia em que cuidamos de Anna. A avó dela falou comigo. Eu queria continuar sabe, cuidando dela e... sei lá, podia ter o dia mais estressante do mundo, no instante em que pousava meus olhos nela... Cara, tudo desaparecia. – Louis sorriu para o teto. Mal sabia ele que Harry ainda estava de olhos fechados, imaginando cada palavra que saía de seus lábios. – Cheguei todo feliz, animado e... como um garotinho, pra falar a verdade, e tudo que a avó de Anna fazia era me ouvir falar sobre como assistimos filmes juntos e como ela brincou com seu cabelo e... – Louis suspirou, os olhos ainda fixos no teto. – Ela me perguntou, o sorriso no rosto, sempre: "Ela teve uma crise?" – a voz de Louis falhou. Harry abriu os olhos, e encarando o teto, pegou na mão de Louis.
Após alguns segundos, Louis ainda mantinha-se quieto, os olhos fixos e as mãos apertando os dedos de Harry.
- Lou... – acariciando os dedinhos do menor, Harry o encorajou.
- Não sabia o que aquilo significava, até que ela me convidou para um chá. – o sotaque de Louis se intensificou, uma vez que sua voz começara a ficar embargada. – Síndrome de Smith-Magenis. – em um fôlego, Louis cuspiu cada palavra. Harry apertou suas mãos, e o menor reagiu se aproximando mais ainda de si. – Ela me explicou, e quando cheguei em casa, procurei na ]internet. Conversei com médicos, psicólogos e terapeutas. E até hoje, ainda não compreendo como Anna pode ter algo do tipo.
- Síndrome de Smith-Magenis. – a voz rouca de Harry quebrou o silêncio instalado após a fala de Louis. Ele sabia que Anna era especial, só não sabia qual o nome específico.
- Síndrome de Smith-Magenis. – Louis repetiu, o fôlego tornando-se audível. – Muitos confundem com autismo sabia? Dei uma olhada na lista dos sintomas... decorei ela, na verdade. – o peito de Louis subia e descia rapidamente. – O rosto dela deveria mudar, o lábio superior deveria fazer um arco, olhos mais juntos... a lista é enorme. Ela deveria ter atraso na linguagem, deveria ter hiperatividade, deveria se auto injuriar... – Louis parou subitamente, a voz embargada demais para não derramar uma lágrima quente e grande. – Anna não é assim.
Harry não conseguia falar ou reagir. Encarando o teto, sentia suas mãos suarem umas nas outras. Louis tomou fôlego para então continuar, a voz falha.
- Anna não é assim. – o menor falava como se tirasse um peso do coração e da mente, as costas ficando mais leve. – Procurei médicos especializados e todos falavam que era Síndrome de Smith-Magenis, mas sei que não... não pode ser, Anna não é assim. – Louis começara a ofegar, o batimento cardíaco aumentando. – Ela não tem dificuldade de fala, ela não tem mudanças fisiológicas, ela... ela não é assim. – Louis fechou os olhos, lágrimas caíam sem limites. Harry, apenas apertando suas mãos, segurava o choro, quase sufocando em agonia. Louis sofria, e não escondia. – Sim, ela tem um... eles chamam de retardo mental... mentalidade estagnada... Eles dão todos esses nomes bonitos mas no final do dia, não sabem exatamente o que é. Eles não convivem com ela o dia todo, eu convivo, e não importa se não sei termos médicos, se não tenho um diploma em psicologia, eu amo essa menina, e eu sei... eu sei... – deixando um soluço escapar, Louis abriu os olhos, já não enxergava o teto devido as grossas lágrimas. – Ela não tem problema nenhum. Eles dizem que... que... – ofegando, Louis tentava acalmar o choro para falar. – Eles dizem que é genético, mas o que Anna tem não é síndrome nenhum... ela... – Louis soltou a mão da de Harry, colocando as duas no rosto, cobrindo-o. – Ela sofreu um acidente quando era mais nova, perdeu os pais, e tudo isso é uma consequência de um trauma. Ela só precisa de... de... – Louis respirou fundo. – Ela só precisa de amor, carinho e atenção.
Harry abriu os olhos, cheios de lágrimas, deitando sobre o menor, o abraçou. Não disse nada e continuaria assim. Louis começou a se acalmar, o corpo reduzia os espasmos e o choro se cessava. Se passaram-se trinta minutos, não sabia dizer, mas após muito tempo, o menor finalmente tirou a mão do rosto.
Os olhinhos baixos e inchados o encararam com pesar. Louis não estava lamentando, não estava reclamando; estava tirando do peito algo que o estava preocupando a muito tempo. Era algo que queria que Harry soubesse intimamente, precisava dividir o fardo.
- Ainda tem certeza que quer adota-la? – Harry acariciou as bochechas rubras do menor, os olhos verdes ainda úmidos.
- Por que, depois de todas as besteiras que fiz, continua comigo? – Louis o encarou, os lábios inchados em um bico. Harry estava a centímetros de seu rosto, deitado em cima de si.
- Porque te amo. – a voz rouca de Louis tornava seu sotaque mais perceptível. Harry descansou sua mão na bochecha do menor.
- Claro que tenho certeza que quero adota-la. Por que não o faria? Amo ela. E amo você. – Louis deu um pequeno sorriso, os olhinhos diminuindo de tamanho.
- Queria que tivéssemos falado isso um pro outro em melhores condições. – Louis fechou os olhos ao sentir o nariz gelado de Harry ser encostado em sua bochecha quente.
- Não. – a voz rouca e lenta de Harry era profunda. O nariz ainda contra a bochecha do menor. – Isso é a prova de que te amo em qualquer condição.
Sorrindo, Louis levou suas mãos para o cabelo de Harry, acariciando seu couro cabeludo gentilmente. Deram um selinho significativo e quando menos esperaram, já estavam adormecidos.
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