1.7

Eu sei que esqueci de atualizar sexta oops, sorry. Mas pra compensar, hoje tem att dupla e essa semana tem att todo dia também!

A repostagem está chegando no fim, só faltam 8 capítulos então... boa leitura

Raquelle estava deitava na areia morna e clara da praia, petiscos e drinks ao seu lado. A pequena Anna a fazia companhia, fazendo castelos de areia e brincando com Phoebe e Daisy, as gêmeas de oito anos de idade.

O sol não dava trégua, a temperatura se aproximava aos trinta e cinco graus, o que para o céu limpo do Hawaii, era quase o equivalente a quarenta e dois graus aqui no Brasil.

Anne veio se sentar com a mulher, que sorrindo, a recolheu com simpatia. Estavam esperando os rapazes – os que foram pular de paraquedas – voltarem, para assim, seguirem rumo para os outros passeios do dia.

- Como vai, Raquelle? – Anne passou a mão pelos cabelos castanhos de Anna, sorrindo para a garota. No sol forte do Hawaii, seus fios e mechas já estavam ficando mais claros.

- Vou bem, sabe, pegando um bronze. – bebendo um pouco do seu drink, Raquelle fechou os olhos enquanto sentia o sol fazer sua pele formigar. – E você?

- Apesar de estar surtando porque meu filho e os amigos dele a quem também considero filhos estão saltando de um helicóptero com um paraquedas, estou até que bem. – rindo nervosa, Anne bebeu um pouco do drink de Raquelle, sem perguntar se podia, fazendo a loira rir.

- Fique tranquila. Estou contente que Harry está se aventurando assim e...

- Antes saltando de helicópteros que com guarda-chuvas no anus, tenho que admitir. – rindo da expressão de Anna e das irmãs de Louis, Raquelle olhou para a praia.

- Harry mudou muito, literalmente do dia pra noite. É incrível ver a expressão de felicidade no rosto dele. – Anne a encarou.

- E você então? Raquelle, - colocando a mão sobre a da loira, Anne sorriu gentil. – Se era para você brilhar nesta viajem antes, agora então, querida, você arrasou com todos sem nem avisar.

- Acho que é por isso que todos ficam me olhando e...

- Eles ficam te olhando porque você superou todas as expectativas. Surpreendeu a todos. Eles não sabem como reagir, não deu tempo a eles para se prepararem. – rindo de leve, Anne voltou a sorrir. – Não é como se fosse mandar uma nota mas, convenhamos, ninguém esperava por isso. E apesar de tudo, continua ai, como uma princesa.

- Obrigada, Anne, mesmo. Sua família tem sido tão boa pra mim e com todo esse apo...

- Uhull!

A gritaria veio de trás. Anne levantou e quando localizou o barulho, não pôde evitar em sorrir. Raquelle levantara e preparara a câmera, todos rindo da situação.

Em um jeep branco, a placa estampada com um arco-íris, Louis dirigia, Niall ia no banco de trás e Harry, em pé no banco do passageiro, gritava enquanto riam alto, todos sem as camisas.

Logo atrás deles, outros jeeps com pessoas que também pularam de paraquedas. Vovó Styles, de biquíni, rebolava ao som da alta musica que soava do jeep de Louis.

Eles avançavam em uma velocidade absurda, rodando na estrada praticamente. A esta altura, não apenas a família mas toda a enseada os olhava, os gritos se intensificando conforme chegavam perto da areia, onde os amigos e desconhecidos participavam da farra.

Estacionando – brecando com força e pulando do jeep – todos foram para a areia, onde já pegando copos e espetinhos de queijo e carne, começaram a bagunçar ainda mais.

A musica estava alta, pessoas que nunca haviam visto na vida estavam no meio, todos rindo, conversando e dançando. O sol queimava e o mar, a esta hora, estava no ponto perfeito.

- Ae, galera! Vamos pro mar! – gritando, Niall sorria animado. E em segundos, quarenta pessoas desceram a enseada, alguns pela areia e outros pela escada, atropelando-se uns aos outros.

Chegando no raso, Louis, com Anna nos ombros, procurou por Harry. O maior estava não muito longe de si, o sorriso com direito a covinhas no rosto, os cabelos ligeiramente molhados devido ao suor e a água respingada do mar, bagunçados pelo vento, e o tanquinho exposto. Louis não se conteve.

Andou até Harry, as pessoas passando correndo por si, tentando chegar no fundo. Quando estava apenas a alguns passos do maior, este o localizou e sorrindo, o encarou.

- Estava te procurando. – aproximando-se o suficiente para encostar seus peitos, Louis sorriu.

- Há quanto tempo?

- A minha vida toda.

Puxando Louis pela cintura, Harry entrelaçou sua língua na do menor, a água ricocheteando em suas canelas. O sol não era a única coisa que queimava em seus corpos. E em segundos, já não existia mais nada além dos limites de seus corpos.

- Loulabolusco, vamos! – resmungando, Anna puxou Louis pelo cabelo gentilmente.

Os rapazes se soltaram rindo de leve, Louis estava que nem um idiota, o sorriso largo no rosto. Pegando na mão de Harry, andaram para o fundo do mar, junto com o resto do pessoal – até mesmo dos que não conheciam.

Era por volta do meio dia, o sol rachava no céu, e espirrando água em todo mundo, o pessoal cantava e gritava. Anna, no ombro de Louis, sorria e gargalhava.

Somente quando a fome foi maior que a diversão é que decidiram voltar para a areia, todos encharcados e risonhos. A parte da família que não foi para o mar estava reunida em uma determinada parte da areia, comida em cestas de bambu e drinks em taças estavam espalhados pelo centro da quase roda.

Sentando-se, Louis tirou Anna de seus ombros, apenas para atacarem as comidas. Harry, a seu lado, tinha Daisy em seu colo, acariciando o cabelo da pequena com suas mãos molhadas.

A família toda cantava e conversava, feliz. Após terminarem de comer, literalmente todos deitaram na areia para dormir, ou pelo menos relaxar. O sol queimava-os mas o cansaço era maior.

Quando pensaram que poderiam enfim descansar, o guia os chamou, a prancheta na mão. Retornaram para o ônibus e enquanto tagarelavam sobre o salto de paraquedas de mais cedo, o tempo ia passando. Em minutos, estavam no próximo destino.

Antes de desembarcarem, o guia foi à frente, o sorriso no rosto. As pessoas instantaneamente ficaram quietas, a emoção do próximo passeio tomando conta.

Já nadaram com golfinhos, viram uma baleia, saltaram de paraquedas. O que viria a seguir?

- Senhoras e senhores, obrigado pela atenção. – andando pelo corredor, o guia brincava com as crianças. – O passeio que iremos fazer agora é, para muito dos turistas, o melhor. Saindo do ônibus, iremos andar um pouco até a enseada, estamos no extremo norte de Oahu, na Baía de Honolulu. O lugar vai estar cheio, sempre está, por isso, peguem as crianças na mão, e como cortesia do Sr. Styles e da Sra. Hugskie, iremos pular a fila. – um burburinho de risos e palmas tímidas soou pelo ônibus, Harry ficou sem graça. Niall, gritando "tchin tchin", imitando o barulho de caixa, fez todos rirem.

- Moço, fala logo. – resmungando, a prima de Raquelle, Jenna, fez bico, a mãe envergonhada a seu lado.

- Ok, já aprendi que as crianças por aqui são bem diretas. Desculpe, crianças, irei direto ao ponto. – causando mais risadas, o guia suspirou. – Iremos nadar com as tartarugas. Não tartaruguinhas pequenininhas de aquário, tartarugas tipo... tipo...

- Tartarugas Ninjas! – gritando, Gemma causou mais risadas. O guia colocou a cabeça entre as mãos.

- Eu juro, vocês são a família mais engraçada que já vi por aqui. – batendo palmas, assim como faziam para tudo, o pessoal comemorou o elogio. – Sim, como Tartarugas Ninjas. Mas devo lhes avisar, embora elas sejam o destaque do passeio, não necessariamente iremos vê-las. Iremos visitar um santuário marinho, o que significa que os animais estarão soltos no mar, e se tiverem sorte, irão acha-las. Não fiquem desapontados, contudo, se não as virem, elas costumam se esconder muito bem. – as pessoas já estavam impacientes, o calor os cozinhando dentro do ônibus, que já desligado, estava sem ar-condicionado. – E pensando nisso, decidimos fazer uma surpresa. Quem achar uma tartaruga, atenção, ela deve ser verde, vai ganhar um presente especial. – o pessoal começou a falar e a se animar, o guia rindo da animação repentina.

- Temos que tirar foto? – a mãe de Raquelle, Karen, perguntou por cima do falatório. O guia pediu silêncio.

- Isto é importante. Não tirem fotos, embora o santuário permita fotos, não queremos prejudicar as tartarugas, então, sem fotos. nem delas nem dos outros animais.

- E como vamos provar para você que vimos a tartaruga verde? – Louis perguntou, Anna em suas costas, de cavalinho, ambos já em pé devido a ansiedade.

- Bom, confiarei na palavra de vocês. E quem vê a tartaruga verde não consegue fingir, o sentimento será verdadeiro e explicito. – olhando para todos já impacientes, o guia sorriu. – Sem mais enrolações, vamos.

Descendo do ônibus correndo – literalmente – o pessoal começou a caminhar em direção à Baía, e somente quando puderam ver o santuário é que acalmaram um pouco.

O guia estava certo, haviam muitas pessoas na fila, e ao passarem do lado de todos, em direção a porta, a grande família causou inveja. Já lá dentro, havia a opção de pegarem roupa de mergulho e outros equipamentos profissionais, porém, a família toda decidiu que ficaria junta e nadaria sem equipamentos.

Setenta pessoas no mar, a água tão cristalina que se podia ver os pés. Pequenas e gigantescas rochas estavam no fundo do mar, uma fina camada de plantinhas cobria sua superfície, tornando o contato carinhoso.

As crianças podiam andar no mar, pois até aquela distância, a água ainda estava bem rala. Sabiam que as tartarugas estavam para ao fundo, então, querendo que as crianças a vejam – se possível – colocaram-nas nos ombros ou colos, as pequenas boias de braço e de corpo estavam sempre presentes.

O mar estava cheio, não o suficiente para tornar o passeio ruim, mas como ainda estavam no ralo, muitas crianças empacavam o caminho para o fundo.

Anna, de mãos dadas com Louis, andava batendo a mão livre na água, e as vezes, colocava-a dentro do mar, apenas para tentar pegar os pequenos peixinhos que ali nadavam.

- Loulabolusco – de bico, Anna tirou a mão da no rapaz. – Não consigo ver os peixinhos segurando sua mão. – sabendo que "olhar" para uma criança é na verdade "tocar até dar bosta", Louis suspirou.

- Anna, estamos no mar, não pode andar por ai sem segurar na mão de um adulto. – Anna bateu as mãos na água, irritada.

- Mas as outras crianças não estão segurando na mão de ninguém. – os olhinhos já se encheram de água, e Louis suspirou.

- Amor, já lhe expliquei isso, não já? – caindo uma lágrima no mar, Anna assentiu de cabeça baixa. Louis não aguentava, pegando a garota no colo, andava para o fundo assim como os outros, não querendo alarmar ninguém. – Anna, não fique assim, querida. Ainda pode ver os peixinhos de mãos dadas comigo. – Anna não disse nada, apenas continuou com a cabeça no pescoço de Louis, que suspirando, continuou andando.

Harry o localizou, chegando ao seu lado sorridente, mas ao ver a cara do menor, desmanchou o sorriso na hora. Desviando o olhar para Anna, questionou o menor com o olhar. Harry tinha a irmã de Louis, Daisy, em seus ombros – a garotinha estava apaixonada por ele e não o largava mais.

- Lou, o que foi? – Louis beijou a bochecha de Harry e tentou dar um sorriso, mas a frustração estampava seu rosto. – Anna está bem? – Louis negou com a cabeça, ambos ainda andando, o nível da água já chegando na cintura de Harry.

- Ela está chateada porque não quero deixa-la no mar sozinha. – Harry franziu a testa. – Igual as outras crianças. – suspirando, Harry compreendeu. Louis encarou o cacheado, os olhinhos tristes. – Não aguento...

- Deixa eu falar com ela. – encarando Louis no fundo dos olhos, Harry beijou-o nos lábios rapidamente. Parando de andar, ambos ficaram de frente um para o outro. – Anna. – cutucando gentilmente a garota, Harry sorria. A pequena ergueu a cabeça, os olhinhos molhados e s bochechas rubras. – Ah, mas ela está chorando? Por que ela está chorando, han? – pegando no nariz da pequena, Harry fez ela soltar uma risadinha. Daisy apenas encarava do ombro de Harry.

- Quero brincar, Harry. – a voz rouca da pequena era de cortar o coração, sua expressão já ficando triste.

- Mas quem disse que você não pode brincar? – sorrindo, Harry acariciava suas bochechas. Anna assentiu.

- Brincar igual as outras crianças. – Harry fez uma cara engraçada que até Louis riu, as mãos erguidas no ar.

- E quem disse que você não pode brincar igual as outras crianças? – Anna escondeu um sorrisinho, o coração de Louis sendo inflado novamente.

- Para, você sabe. Lou contou. – com bico, Anna desviou o olhar para seus dedinhos.

- Não contou.

- Não contei. – olhando sério para Anna, Louis ainda assim sorria. A pequena o encarou confusa. – Me pediu para não contar e não contei.

- Não contou?

- Não contei.

- Ele não te contou?

- Ele não me contou. – Anna aumentou o bico, o rubor já se esvaindo enquanto o choro ia sumindo. Harry sorriu. – Anna, você não só pode brincar com as outras crianças como você é igual as outras crianças.

Anna encarou Louis, que confirmou com a cabeça. Suspirando, a pequena assentiu. Harry sorria contente vendo a expressão de ambos a sua frente melhorar.

- Anna. – Daisy, quieta até então, disse envergonhada. Louis a encarou fixamente. – Vamos procurar a tartaruga comigo, quero muito ganhar esse prêmio.

Anna sorriu e, encarando Louis com esperança, juntou os dedinhos como se implorasse. Louis suspirou olhando para Harry, que assentindo, o encorajava para tal.

- Sim, Anna, você pode procurar a tartaruga com a Daisy, só tomem cuidado e não tirem as boias, pelo amor do... ai, só vão. Cuidado! Cuidado!

Harry ria enquanto viu Louis surtar pelo fato de Anna e Daisy estarem andando nas pedrinhas da água procurando por uma tartaruga grande, sozinhas.

O maior abraçou a cintura do pequeno, sua cabeça descansando em cima do topo da cabeça de Louis. Seus corações sincronizavam as batidas.

- Estou orgulhoso. – beijando o pescoço de Louis, Harry sentiu-o tremer em calafrios. O menor virou de frente, olhos nos olhos.

- Você sabia. – Harry assentiu. – Por que não me disse?

- Se não me contou, imaginei que não queria alarmar, então fiquei quieto. – Louis o encarava com os olhos azuis eletrizantes, fixos nos verdes.

- Desde quando sabe?

- Desde que vi ela pela primeira vez depois de todo o incidente do banco. No seu escritório. – Louis assentiu lentamente, os bracinhos já se apoiando no pescoço do maior. – Já desconfiava desde quando cuidamos dela há dez anos atrás, só tive a confirmação depois.

- Acha que fiz mal? – encarando-o com medo, Louis juntou seus peitorais, a mão de Harry em sua bunda.

- Tem que provar para ela que é normal, mas também tem que deixar claro que sempre será especial, assim ela não se decepciona e não cria muitas expectativas.

- Mas eu quero que ela crie muitas expectativas, quero que ela tenha o máximo de tudo, quero que... – Harry o selou, os lábios firmes e molhados uns contra os outros.

Louis firmou seus dedinhos nos fios de cabelo de Harry enquanto sentia sua bunda ser apertada impiedosamente. As línguas já se encontravam, matando a saudade de não tão longe, dizendo palavras que não precisavam ser traduzidas nem compreendidas, e sim degustadas.

O sol queimava-os incessantemente, a água agitando ao seu redor, pessoas conversando, rindo e vivendo, mas tudo era apenas um borrão, uma outra realidade.

Nem mesmo o ar os separaria agora, e somente quando sentiram como separar seus lábios é que o fizeram, apenas para dizer palavras que valeriam mais sendo ditas em alto e bom som.

As testas coladas, os peitorais subindo e descendo juntos, os batimentos cardíacos sincronizados, a mesma intensidade, a mesma vibração. Harry abriu os olhos, conectando as verdes e intensas esmeraldas nos olhos vívidos e azuis de Louis.

- Já considero Anna mais do que julgo ser padrão. Se não se importar e estiver de acordo, podemos oficializar isso, pois sei que a tem como filha.

Louis quebrou a sincronia dos corações, o seu falhando várias batidas. O sorriso tomou conta e quando não conseguia mais expandi-lo, começou a rir de felicidade.

- Harry – o maior sorria, as covinhas presentes. – Isso é muito sério.

- Nós também somos. – os olhares conectados como um, o verde encontrando o azul. E então, Louis assentiu.

- Acho que temos um acordo.

- Não, Lou. – Harry apertou-o contra si. – Acho que temos uma nova vida.

Sorrindo, beijaram-se de novo. E de novo. E de novo. E de novo, e... de novo.

A promessa silenciosa que fizeram mais cedo, em queda livre, se concretizara mais cedo que esperavam, a certeza gritando dentro de seus corações.

Uma nova vida.

+++

Niall, no fundo, procurava a tartaruga incessantemente. Ele queria ganhar esse prêmio e aquelas crianças – as dezenas delas – estavam tramando uma para acha-la primeiro.

Mergulhava e emergia, mergulhava e emergia, sem parar. Embora a água seja cristalina, as plantas dificultavam sua visão. Já vira cavalos marinhos, peixinhos, peixes e peixões, não sabia que ver uma tartaruga era mais difícil que ver um golfinho e uma baleia, que de fato, já viu.

Suspirando, fechou os olhos e mergulhou de novo, atingindo algo macio. Ainda de olhos fechados, a testa franzida enquanto prendia o fôlego nos pulmões, esticou as mãos, procurando identificar o objeto.

Era muito macio, e confuso, Niall sentia seu folego se esvaindo, e emergindo da água, pôde respirar firme novamente. Balançou a cabeça, espirrando água para todo lado, e passando a mão no rosto para tirar o excesso de agua, abriu – finalmente – os olhos.

Arregalou-os em seguida. Os cabelos loiros molhados atrás dos ombros, o torso rígido e ereto, a cintura quebrada, o olhar fixo, os olhos azuis firmes enquanto as mãos estavam na cintura, gotículas de água pingavam de todas as partes de seu corpo.

Niall não podia acreditar.

- Você!? – Niall sorriu, igual a um idiota, mas sorriu. Ela se lembrava dele.

- O que faz aqui? – Niall tentava, mas segurar o sorriso estava sendo uma das tarefas mais difíceis que já teve que fazer. A garota sorriu arrumando o maiô.

- Estou procurando tartarugas, dizem que são mágicas. – a voz suave com que falava fazia Niall ter de se segurar para não cair.

- Mágicas? – ela sorriu novamente.

- Dizem que só aparecem para aqueles que as merecem.

- Igual você. – saindo sem pensar, Niall a fez corar.

- Não ache que só porque agarrou a minha bunda debaixo d'água é que me merece. – Niall arregalou os olhos.

- Aquela coisa macia era a sua bunda? – a garota riu. – Meu Deus, me desculpe. E parabéns, mas principalmente me desculpe. – Niall, já vermelho, causava risos na garota.

- Não se preocupe, nada que um jantar não resolva. – Niall estacou sorrindo. Era o segundo dia mais feliz de sua vida, seguindo o dia que Louis e Harry finalmente deram o cu um para o outro. – Afinal, está me devendo um.

+++

Louis e Harry mergulhavam a cada dois segundos, e se ganhassem uma moeda a cada vez que batiam a cara em alguém ou alguma coisa, seriam mais ricos que já eram.

Louis estava feliz pois Anna brincava com suas irmãs e as primas de Raquelle, assim como outras crianças que estavam casualmente ali. Todos da família procuravam pela bendita tartaruga, e quando o sol começou a se pôr, desistiram.

O guia, sempre a seu lado, chamou-os para retornar à areia, para assim, retornarem para o hotel, onde ainda teriam mais um passeio. E sendo assim, reunindo todo o pessoal e checando para ver se não faltava ninguém, seguirem em direção á areia.

+++

Niall conversava com Kate – a loira estonteante – enquanto andavam em direção à Baía, o sol já caindo para se encontrar com o mar. Distraído pela beleza da garota, mal percebeu que o pessoal com quem viera já estava na areia, a no mínimo, seis quilômetros de mar a sua frente.

Vendo-os andar para a saída, em direção ao ônibus, Niall pegou Kate pela mão, nadando rapidamente para a areia. A garota mal teve tempo de reagir.

O folego já era fraco, os braços e ombros doíam e tudo que faziam era nadar. Quando o mar começou a ficar muito ralo para mergulhar e nadar, começaram a correr.

Niall, já lá na frente, diminuiu a velocidade, tentando acompanhar Kate. Olhando para trás, continuou andando lentamente, apenas para tropeçar e cair de cara na água.

Não demorou muito para Kate estar ao seu lado, vendo se estava tudo bem. O lado direito de seu rosto estava vermelho e dormente mas além disso e um arranhão no pé, estava bem.

Ajudando-o a levantar, Kate estacou. Niall tentou puxá-la para tentar chegarem a tempo, antes que o pessoal volte para o hotel sem ele e quando viu o que a garota via, sorriu.

- É a tartaruga, não é? – segurando o riso de felicidade, Niall viu Kate assentir. – Eu tropecei na tartaruga?

- Tropeçou. – olhando sorrindo para Niall, Kate juntou-se ao rapaz as risadas.

Após alguns bons minutos acariciando o casco da enorme tartaruga – ela era maior que uma roda de um carro – voltaram correndo para a areia, apenas para correr mais um pouco até o estacionamento dos ônibus.

+++

- Já disse, ele estava bem do nosso lado. – Gemma dizia alto, sobre o burburinho. Todos falavam sobre o paradeiro de Niall, Louis, lá na frente, era segurado por Harry para não sair do ônibus a procura do amigo. O guia tentando acalmar a todos.

- Oi, gente, não vão acreditar no que eu ach- - Niall arregalou os olhos ao entrar ofegante na porta do ônibus, as pessoas em pé, falantes e gritantes e quando o viram, o silencio se instalou.

- Seu filho de uma rapariga, aonde o senhor pensa que estava? – Louis se soltou de Harry e o puxou pelos cabelos até seu peito, o abraçando forte. – Quer me matar do coração, caralho?

Niall soltou-se do abraço de urso de Louis e suspirou. O guia o encarava furioso. Todos o encaravam esperando por uma desculpa.

- Estava han... – todos o pressionavam com o olhar. O guia encostou ao seu lado, esperando uma desculpe, embora seja o trabalho dele cuidar de todos, e ela tenha esquecido Niall. – Encontrei uma garota. – simplesmente dizendo isso, Niall recebeu olhares incrédulos.

Indo até a porta do ônibus, Niall pegou Kate pela mão, que se recusava a entrar – afinal, não era o ônibus dela – e a levou para o meio do corredor.

- Esta é Kate. – o ônibus inteiro encarava-os e então, palmas e gritos começaram. Louis gritava "esse é o meu garoto" enquanto Harry gritava e batia no chão do ônibus. O loiro ficou envergonhado enquanto que a garota quase voltava para o oceano.

- Muito bem, muito bem. – acalmando a todos, o guia já se animava novamente. – O rapaz só estava aproveitando, mas agora já está tudo bem...

- Achamos a tartaruga! – gritando animado, Niall fez todos o encarar. O guia ergueu a sobrancelha.

- Achou?

- Ele tropeçou nela. – Kate, tímida, disse. Niall ergueu seu pé, mostrando a todos o sangue escorrido já seco de seu peito do pé. O guia assentiu.

- E como ela era?

- Cara, grande. Sério, achei que era uma pedra. – Kate o encarou sorrindo.

- Na verdade, parecia fazer parte do chão do oceano, como era verde, se camuflava com as plantas. Era praticamente o esconderijo perfeito. – o guia encarava Kate, todos a encaravam na verdade.

- Até ele tropeçar nela? – apontando para Niall, o guia encarou Kate confuso.

- Qual é, cara. E a parte de confiar na nossa palavra? – Niall estava inquieto. Louis apenas encarava Kate, incrédulo. Niall tinha uma garota, e ela era linda. Mais linda até que Raquelle, e olha que considerava Raquelle um partidão.

- Sei lá, não parecem muito maravilhados pela tartaruga.

- Estavam quase me deixando para trás, tinha tropeçado nela e quase esfolei a minha cara em uma pedra, uma de verdade. Não deu muito tempo de sentar e conversar com ela, mas sim cara, era uma tartaruga linda do caralho. – vermelho, Niall fez todos do ônibus o encararem espantados. Ele nunca falava assim. Louis levantou e começou a bater palmas.

- Isso, é um homem. Um homem de verdade. – fazendo todos rirem, Louis se sentou a pedido de Harry, que gargalhava. O guia, suspirando e rindo também, assentiu.

- Muito bem, ganhou o prêmio.

- Tem um prêmio pra quem achasse a tartaruga? – Kate o encarou surpresa e confusa, Niall assentiu sorrindo. Anna fazia bico pois queria ter ganho, assim como Daisy. E provavelmente todas as crianças no ônibus.

- E o prêmio é: um jantar especial em um navio. Será esta noite. – Niall sorriu puxando Kate pela cintura.

- Yeah, baby. – fazendo um sotaque ridículo, Niall fez todos rirem novamente.

- O jantar será á dois, porém, entre os convidados, apenas. – lamentando, o guia acabou com a festa. Niall imediatamente olhou para Kate, e em seguida, para Louis, que olhou para Harry.

- Não se preocupe, Kate está mais que convidada para se juntar a nós, não só no jantar de hoje mas pelo resto da viajem. – sorrindo, Harry dirigiu a palavra ao guia. – Apenas coloque na conta.

Levantando, Louis gritava "tchin tchin", agora era a brincadeira da vez. Toda vez que davam uns de ricos, tinham que fazer este barulho. E então, o ônibus inteiro gritava "tchin tchin".

Niall e Kate sentaram-se no banco antes de Niall e Anna, que foi para o banco no fundo, junto com Daisy e Phoebe. O ônibus seguiu caminho para o hotel, o sol já se pondo.

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