1.0
perdoem a demora, prometo att todos os dias essa semana (quem te viu quem te vê)
espero que gostem, perdoem os erros, amo ocês
Após passar quase uma hora inteira desviando de perguntas pervertidas de vovó, Louis finalmente teve sossego. Aparentemente o voo foi atrasado devido à problemas técnicos, o que resultou na família Styles inteira reunida sala de espera da companhia aérea, e claro, a família de Raquelle, cujo sobrenome era Stevens. Louis e Gemma ficaram bons minutos caçoando do nome, que aparentemente, lembrava nome de cachorro. Anna, a moça morena que estava sob a responsabilidade de Louis, estava ao lado de ambos quando a conversa começou e após descobrir que se referiam à Raquelle, começou a assoviar para a mulher e a dizer "boa garota" quando ela olhava.
No momento, metade da família Styles dormia, o que era surpreendente, já que todas as crianças – incluindo as irmãs de Louis, e Ernie, claro – estavam gritando e brincando por aí. Niall, Fred, Louis, Gemma e Anna estavam no canto mais externo da sala, conversando e comendo – Niall comia – até que Harry se aproximou. Ele estava distante, ocupado demais, já que a família de Raquelle exigia a atenção dobrada do rapaz.
Ele se sentou ao lado da irmã, vestia um casaco marrom longo e botas douradas – Louis amava elas, no lixo, claro – e uma touca, prendendo os cachos no pescoço. Seus olhos demonstravam insônia, talvez pelo trabalho recente e cansativo, ou porque talvez estivesse chorando periodicamente.
- Disseram que o avião chegará em menos de trinta minutos, acho que chegamos por lá amanhã de manhã. – sua voz rouca demonstrava que estava forçando para soar contente. Gemma pegou sua mão e a beijou, sussurrando algo em seu ouvido em seguida.
- Espero que tenha comida no avião, não quer ter que esperar até o Hawaii para comer. – Niall murmurou para Anna, que observava o rapaz comer com certa repulsa, e até diversão.
- Mais? – a menina disse enquanto ria e voltava a encarar Harry. – Larry, posso fazer uma trança no seu cabelo? – o cacheado sorriu, verdadeiramente, e tirou a touca, libertando o enorme e cacheado cabelo.
Anna subiu nas costas do sofá e jogou as pernas por cima dos ombros de Harry, os dedinhos trabalhando delicadamente nos fios castanhos do maior, que pareceu relaxar.
- Vou buscar algo para comer, quer algo amor? – Fred perguntou ao se levantar e fazer Louis se afastar de si, já que estava escorado no namorado. Louis apenas negou e sorriu.
Fred deixou o canto do salão e seguiu até a mesa de comidas, Niall logo levantou e seguiu-o, dizendo algo como "espero que tenham batatas". Deixando apenas Gemma, Louis, Harry e Anna, o clima ficou pesado.
- Eu juro – Gemma começou com a voz grossa. – Que se vocês ficarem de cu doce a viajem inteira, eu arranco o pênis dos dois. De uma vez. – Anna soltou os dedinhos dos fios de Harry e tapou a boca em espanto, fazendo os três rirem. – Desculpa, Aninha, mas é verdade. Estamos entendidos?
Harry e Louis balançaram a cabeça e em seguida, o silencio se instalou novamente. Quando Fred retornou da mesa, ele trazia bolinhos de chocolate e um Niall reclamão.
- Que tipo de companhia aérea é essa que não tem batatas?! – ele repetia freneticamente para si mesmo.
- Acabei. – Anna murmurou quando saiu do sofá e voltou a se sentar entre Niall e Fred. – Não tira. – Harry riu e assentiu.
- Obrigada, Anna.
O clima ficou agradável, Anna deixava o clima sutil. Niall dormiu e Fred ficou lendo revistas sobre moda, Anna assistia a algum filme no celular de Louis, Gemma estava com o namorado do outro lado do salão e Harry, estava encarando o nada. Louis fixou o olhar no rapaz, sem se importar, e em seguida, deixou escapar:
- Tem certeza? – Harry virou o rosto até o menor e assentiu lentamente. – Fico feliz.
- Tem certeza? – Louis sorriu pequeno enquanto via que Fred observava a cena de canto de olho e sem se importar, disse:
- Faz diferença? – Harry encarou os dedos e balançou negativamente a cabeça. – Eu sabia. Por isso fico feliz.
+++
Após duas horas, finalmente entraram no avião, e após várias horas, chegaram no Hawaii.
Louis as vezes se perguntava como que vovó Styles não percebia que ele era um homem, mas ao levar em conta que ela tinha mais de setenta anos e uns bons graus de miopia, ele sempre deixava para lá.
Agora, sentado na sala de espera privada da companhia aérea, ele debatia assuntos como pênis de borracha e algemas com a senhora de idade. A família inteira de Harry estava presenta na enorme sala, a de Raquelle também, e Louis ainda não teve a chance de conversar com ninguém, mas ainda o faria. Anna estava correndo por ai, brincando com suas irmãs e os primos de Harry e Raquelle. A este ponto, Louis perdera Fred de vista.
- Você não acha? – a vovó Styles disse para Louis, que despertou e piscou várias vezes.
- Desculpa, pode repetir? – Louis esfregou os olhos, olhar fixamente para Harry pode ser uma distração e tanto. Principalmente quando ele está com aquelas calças apertadas. Vovó Styles soltou uma risada divertida.
- Oh Louise, quando sua tesão pelo meu neto vai passar? – a voz, por incrível que pareça, era inocente. Louis analisou o cacheado andar pelo salão enquanto checava se todos estavam confortáveis, gentil como sempre, burro como uma porta.
- Acho que quando ele disser aceito. – a voz amargurada de Louis foi engolida por vovó Styles, que o puxou para um abraço.
- Louise, Louise, não fique assim. – afastando Louis do peito, vovó Styles alinhou o rosto do menor rente ao seu, séria. – Se ficar a viagem toda com essa cara de quem deu e não gostou eu juro que te deduro pro meu neto! – Louis riu de leve enquanto assentia. – E não é o tipo de dedada que você está acostumado!
Gargalhando, Louis chamou a atenção de Harry, além de algumas outras pessoas. O cacheado, ao reparar que vovó estava acompanhando o menor, apressou até eles.
- Posso saber qual é a piada? – Louis cessou o riso de leve ao reconhecer a voz, vovó Styles continuou.
- Louis está achando que eu não vou dedar ele pra você. – Harry arregalou os olhos com a fala, Louis vermelho de vergonha, mas logo os três caíram na risada. – Querido, sente-se, estou vendo que essa viagem vai ser um excesso de cu doce então vou deixar algumas coisas claras.
Harry se sentou ao lado de vovó, que repousou as mãos na coxa de ambos.
- Vovó...
- Primeira regra: sem cu doce, vocês sentem tesão um pelo outro, sentem atração e sentem ciúmes, mas, querido – vovó encarou Harry, ele e Louis compartilhavam a vergonha e espanto. – Essa é sua viagem de casamento, acalme seu cu que se escolheu vagina, é vagina que vai ter. E Louise, - vovó virou o rosto para Louis, que estava sem expressão. – Esqueça meu neto, ele te trocou por outra, você tem um lindo namorado que é louco pra ficar de quatro pra você, aproveite isso. Segundo: ajam como adultos e se divirtam, você – vovó apertou a coxa de Louis(e) – fique feliz pelo meu neto, ele vai se casar com alguém que ama. E querido, - apertou a coxa de Harry, que encarava o chão. – Se realmente ama aquela mulher, então vá sem medo, mas se não têm certeza, têm até o dia antes da cerimônia, depois, é sem volta. – Harry assentiu enquanto encarava seus dedos, sentia o olhar de Louis queimando em cima de si. – E terceiro: estão de férias, vão dar a bunda e se divertir.
Rindo escandalosamente, vovó soltou ambos e saiu andando feliz pelo salão, deixando Harry e Louis sozinhos no sofá. Ambos se encararam e suspiraram, quando Harry ia abrir a boca para dizer algo, Fred apareceu.
- Amor... – estacando na fala, Fred arregalou os olhos. – Desculpa, não percebi que estava acompanhado, devo voltar mais tarde?
- Sim. – Não. – Harry murmurou, se levantando e deixando o casal sozinho.
- Amor, desculpa, eu não o vi e...
"Família Styles e Hugskie e convidados, o voo 171 com destino ao Hawaii partirá em vinte e cinco minutos, por favor, dirigir-se até o portão de embarque 27. Desejamos uma boa viagem."
Uma movimentação começou na sala, pessoas levantando e pegando crianças, malas e comida – Niall pegava comida – e andando apressadamente para o portão de embarque.
- Eles reservaram uma avião só pra família? – Fred perguntou enquanto ajudava Louis a pegar as malas, o menor riu.
- Isso não me surpreende nem um pouco, agora, Raquelle Hugskie? – ambos riram enquanto seguiam para o portão. – Parece raça de cachorro. – Louis caiu na gargalhada.
- Para. – Fred alertou, brincando. – Pelo menos a cadela é de raça.
Ambos foram engolidos pelo túnel que levava até o avião, e seguiram viagem para o Hawaii.
+++
Se ao menos tivessem sossego. Louis e Fred foram juntos – obviamente – mas no meio do voo Anna quis se juntar a eles, deitando despreocupadamente sobre os dois.
- Lou, o que é isso? – Anna apontou para a mini televisão que tinha na poltrona da frente.
- É uma televisão. – antes mesmo se raciocinar, Anna já estava enfiando o dedinho na tela, procurando algum filme que a interessasse. Fred, que estava dormindo, acordou neste exato momento.
- Amor? – confuso, Fred se localizou ao ver Louis. E sorriu. – Já estamos chegando? – ajeitando Anna em seu colo, Fred deitou a cabeça no ombro de Louis.
- Ainda não. Nem lanches serviram. – e como esperasse o momento certo, Anna virou para encará-los.
- Eu comi. – simplesmente dizendo isso, Anna causou espanto nos homens. E riu.
- Anna, o que você aprontou? – Louis disse baixo, e embora quisesse rir, manteu a pose de sério.
- A gente estava com fome, e você sabe, lá trás fica perto das comidas, aí a prima de Harry, sabe aquela baixinha com dente estranho? – Anna cutucou o dente com uma careta causando risadas. – Ela pegou o carrinho. – parando ai, Anna voltou a procurar um filme na televisão pequena.
- E vocês decidiram comer toda a comida, que era para ser dividida pros outros passageiros?! – Fred disse, apenas um pouco sério.
- Sabe como Niall vai ficar puto quando descobrir!? – Louis disse e Anna virou novamente para encará-los.
- Ele que deu a ideia! – os três riram. – Agora shiu que o filme vai começar. – Anna deu play e o filme começou a rodar. Para a – não – surpresa, era Frozen.
O avião estava silencioso, a maior parte das pessoas dormiam, até que Anna decidiu subir na poltrona e começar a cantar com Louis a parte em que a Anna do filme canta com o príncipe, no baile. E a bagunça começou aí.
As outras crianças – eram muitas – participaram da bagunça e quando menos se esperava, Louis estava no corredor dançando com Anna no colo e sua irmã no outro – irmã esta de doze anos – que cantavam Let It Go.
Não demorou para Harry aparecer e participar também, pegando suas primas e irmãs de Raquelle – duas mais novas –, Gemma dançava na outra cabine, que separava ligeiramente as famílias por questão de falta de espaço e vovó Styles dançava com Ernie, irmão de Louis.
A festa continuou até o filme acabar e as aeromoças pedirem para sentar, uma vez que iriam pousar. Anna quis que quis sentar com Louis, então Fred foi para trás, sentar-se com Niall.
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Se em Londres nevava, no Hawaii caia lava – literalmente – já que onde ficariam hospedados tinha uma praia de um lado e um vulcão do outro.
O desembarque foi demorado, mas isso não desanimou o pessoal. Eram cerca de cento e cinquenta pessoas, fora as que iriam só para a cerimônia devido ao trabalho. Logo, para comportar tanta gente assim, nada mais justo que um ônibus para buscá-los no aeroporto. Não qualquer ônibus, mas um ônibus estilo jeep, que não tinha paredes fechadas nem vidros, muito menos teto.
Como chegaram quase na hora do almoço – e estavam com muita fome devido a traquinagem das crianças no avião, crianças e Niall – pararam em um restaurante.
Restaurantes Oahu. Não um restaurante, mas uma calçada inteira de restaurantes, calçada esta que dava para a praia. O restaurante que ficaram se chamava Helena's Hawaiian Food, e ele tinha uma placa enorme na entrada dizendo "O melhor restaurante da baixada Oahu".
- Harry e Raquelle não estão de brincadeira. – Fred murmurou enquanto pegava Louis pela mão e iam juntos para a mesa.
Vários garçons vieram recebe-los, e os levaram para a areia, onde iam comer Honolulu, que aparentemente era um tipo de comida havaiana misturada com polinésia.
A água era clara como o céu, sem uma imperfeição ou impureza. A família de Raquelle – como sempre – ficou separada, encolhida no canto. Anna estava brincando com Ernie e Lottie quando avistaram o que seria talvez o ponto alto do dia.
- Lou, uma sereia! – Louis, que estava comendo aquela comida estranhamente gostosa com Fred, Gemma, o namorado de Gemma, Niall e Jay, encarou a garotinha, rindo.
- Anna, não existem... Oh!, uma sereia! Sim, estou vendo. – Louis sorriu ao ver a mulher com cabelos loiros longos e uma "cauda" azul, deitada na pedra perto da onde estavam. Várias pessoas tiravam fotos, e claro, Anna queria ser uma delas.
Louis levantou e tirou a camisa, atraindo vários olhares, inclusive o de Harry, que estava em uma mesa com Raquelle, os pais e as duas irmãs, e seu pai e mãe. Dez anos renderam uma boa academia e uma ótima forma.
Chamando Anna, as primas de Harry quiseram ir junto, assim como suas irmãs e Ernie. Todos riam da cena: Louis com duas crianças no colo e uma nas costas, o resto ao seu redor e duas segurando sua mão.
- Tio, posso ir também? – olhando para o chão, Louis avistou uma menininha loira envergonhada. Confuso, olhou para trás e viu a mãe da menina sorrindo, pelo menos achava que era a mãe, a julgar pela cor do cabelo.
- Claro que pode. – sorrindo, Louis chamou a garotinha e assim, com umas quinze crianças, Louis seguiu até o raso da praia, onde a sereia estava.
Enquanto Louis estava na água com as crianças, o pai de Raquelle chamou Harry para conversar à sós, e assim, os dois saíram andando pela areia morna e limpa da praia.
- Harry, sabe que acho você um ótimo sujeito, não sabe? – Harry estava nervoso. Assentiu timidamente, algo sobre o pai de Raquelle fazia ele estremecer. – E justamente porque acho você um bom sujeito é que gostaria de fazer um pedido. Posso?
- Claro. – com um fiasco de voz, Harry murmurou. O pai de Raquelle sorriu.
- Se não se importar, poderia não tocar na minha filha até a noite de núpcias? – Harry o encarou de boca aberta.
- Como? – o pai de Raquelle riu – mais para uma risada de descrença.
- Não me ouviu? Não gostaria que transasse com a minha filha até a lua de mel, se isso não for pedir demais. – Harry encarou os pés, afundando na areia, o sapato caro se enchendo de grãos quentes.
- Ahn, se é o seu desejo, acho que posso tentar.
- Tentar? – ele riu, incrédulo novamente. – Não, você vai fazer. Me prometa. – o olhar de seriedade nos olhos do pai de Raquelle fez Harry suspirar, ele odiava esse cara.
- Eu já disse, irei tentar. Espero conseguir. – ele bufou.
- Acredite, eu também espero que consiga.
O clima ficou pesado daí em diante, então decidiram voltar. Assim que sentou na mesa, Raquelle sorriu para o noivo-a-ser, inocente, sem saber a leve ameaça que o pai acaba de fazer ao rapaz. E Harry sorriu de volta, selando seus lábios e tendo o consentimento de que o pai de Raquelle os observava. Depois algum tempo, Harry não estava mais aguentando o olhar fulminante do senhor, então encarou as ondas quebrando na parte rasa da praia, e avistou.
Louis, quinze crianças e uma sereia falsa. A cena paradisíaca perfeita aos olhos do cacheado. Não tão semelhante para Louis, que sofria com tantas pestinhas.
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Minutos até que todas as crianças tirassem foto com a sereia, e claro, sobrou para o tio Louis levantar e colocar cada criança na pedra. Anna nunca esteve mais feliz, o que deixou o menor mais contente do que imaginava.
Retornando para a areia, onde o resto do pessoal tomava sol e descansava após comer, as crianças finalmente se acalmaram. Louis se virou para a menininha loira e sorriu, pegando-a no colo.
- Gostou? – a menininha assentiu tímida. Louis beijou sua testa e avistou a mãe da menina que a esperava ali perto. – Qual seu nome?
- Lana. – Louis sorriu e a colocou no chão, acenando. – Tchau, tio Louis!
- Tchau, Lana!
Voltando a se sentar, Louis pôde terminar de comer. E quando todos terminaram, voltaram para o ônibus e seguiram caminho para o hotel. Afinal, o dia estava só começando.
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O Hawaii era magnifico. As cores das ruas, as pessoas, os carros, as músicas, parecia que era uma festa sempre. As famílias conversavam animadas, as crianças brincavam com o motorista e Harry, bem, Harry estava ao lado de Raquelle, quieto e longe da família.
- Amor? – Fred despertou Louis do transe e sorriu. O menor estava viajando na paisagem. Encarando o namorado, Louis beijou seus lábios carnudos e macios.
- Hm? – cessando o beijo, Louis murmurou sorrindo. Fred parecia encantado e em seguida, beijou o namorado novamente.
- Nada. Só queria... – Fred suspirou enquanto selava os lábios de Louis, que sorriu.
- Só queria o que?
- Você. Só queria você. – voltando a beijar o namorado, Fred fez Louis pensar no anel que pegou na HSJ, e seu estômago embrulhou.
Não devia estar pensando nisso agora.
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Se Louis queria ocupar a cabeça dele com outra coisa, chegar ao hotel foi o suficiente. Uma fachada que tomava vários metros da calçada, quase um palácio, guarda-sóis na areia, piscina que se estende até a água, no mínimo cinco prédios, um tobogã que dava para ser visto da entrada e uma piscina privada que parecia ocupar todo o chão de uma parte do hotel.
O pessoal estava maravilhado, com o pôr do sol já manchando o céu, o hotel parecia ainda mais lindo. Tirar as malas do ônibus é uma tarefa bem demorada, mas com a ansiedade do pessoal para entrar, foi feita em minutos.
Se do lado de fora eles ficaram maravilhados, do lado de dentro eles não tinham nem palavras para descrever. Uma escadaria com tapete vermelho e vários sofás na área de check-in, que claro, foram tomados pela enorme família que chegara.
Harry apenas disse seu nome e já foram liberados para subir. Com duas opções: pelo elevador normal, ou por um de vidro que passava dentro da piscina privada do hotel.
Todos quiseram ir pelo elevador de vidro. E assim foram.
Anna ficou maravilhada com as pessoas nadando na piscina do hotel e acenando para ela pelo vidro do elevador. Até Louis perdeu o fôlego. E para uma quantidade tão grande de pessoas, até que não fizeram tantas viagens.
Aparentemente, Harry reservou um prédio inteiro só para os convidados e sua família, então, a bagunça era liberada. No mesmo corredor ficaram a mãe de Louis com seus irmãos e Anna – que mesmo insistindo para ficar com Louis e Fred, perdeu a discussão –, do outro lado do corredor estavam o casal, do lado estava Gemma e o namorado, na frente estava vovó e vovô Styles e no final, Niall, sozinho.
Na cobertura, Harry e Raquelle tinham uma suíte máster onde ficariam a vontade.
Harry tirou os sapatos e deitou na enorme cama, o corpo relaxando. Raquelle andava pelo quarto, analisando cada canto, e quando terminou, deitou ao lado do marido-a-ser na cama.
- Está contente? – o cacheado acariciou a bochecha de sua noiva, que sorriu.
- Não acredito que fez tudo isso pra gente. – beijando a boca de Harry, Raquelle subiu em seu peito, as mãos espalmadas ali.
- Fiz tudo isso pra você. – Harry murmurou quando o beijo cessou. Raquelle tinha os olhos brilhantes e Harry sorriu. – Um pouco do meu pedido de gratidão.
Raquelle voltou a beijar o cacheado, desta vez com mais intensidade. Harry, com as mãos passeando pelo corpo da mulher em cima de si, foi puxado para o momento em que estava em sua empresa, mais especificamente quando pegou o anel que começou tudo. E estremeceu.
- Amor? Tudo bem? – estranhando, Raquelle ergueu o rosto, cessando novamente o beijo. Harry suspirou e passou a mão no rosto.
- Tudo bem sim. Vamos, vamos descer e encontrar os outros.
Levantando meio confuso, Harry trocou de roupa enquanto tentava esquecer aquele assunto. E desceu com Raquelle para o hall.
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Normalmente, quando chegam de viagem, as pessoas preferem dormir, eles não. A maior parte da família estava no hall, conversando e brincando, e quando Harry e Raquelle chegaram, eles desceram para a área de entretenimento do hotel.
Maior que uma quadra de tênis, a Sala de Recreação tinha uma televisão de tela plana enorme em um canto, com vários sofás e poltronas, uma mesa de tênis e outros jogos de mesa, um brinquedo de escalar enorme em uma das paredes, assim como uma área para crianças com cama elástica e vídeo games, uma enorme mesa de jantar que continha jogos de azar e para finalizar, no canto, uma enorme sacada com vista para a praia e para o vulcão, cadeiras e sofás e uma mini piscina aquecida.
Quando a porta abriu, a correria começou.
Todos estavam animados para fazer algo. As crianças tomaram a área da cama elástica – Louis teve dó das monitoras – e as mulheres foram para a sacada e para a televisão, os homens foram para os jogos de mesa e os de azar. Louis, claro foi para os de azar.
Uma mesa quadrada e larga. De um lado, Louis, alguns tios de Harry, Niall e o pai de Raquelle. Do outro lado, Harry, seu pai, outros parentes dele e alguns de Raquelle.
O baralho de cartas estava na mesa, ou melhor, os oito baralhos.
- Que tal jogar BlackJack? – um tio de Raquelle, na qual Louis não sabia o nome, sugeriu enquanto embaralhava um baralho.
- Com os oito? – Harry murmurou e o resto assentiu. Louis pegou um baralho para embaralhar, assim como Niall.
Harry sabia jogar poker e truco, mas Blackjack? Ele nem sabia o que era. Preocupado de leve com essa questão, ele perguntou para seu pai, ao seu lado, bem baixinho.
- Só tenta fazer 21 pontos. Se conseguir um Ás e uma carta que vale 10 pontos, você ganha. – assentindo, Harry entregou o baralho que tinha embaralhado.
O pai de Raquelle juntou todos e distribuiu as cartas igualmente. Ele disse que seria o banqueiro e o tio de Raquelle seria o carteador. Após todos estarem com as respectivas cartas viradas para baixo na mesa, cada um apostou uma quantia na mesa, claro, entre o mínimo de mil libras e máximo de vinte – afinal, todos ali eram bem de vida.
Harry – por ser o centro da mesa e o anfitrião, tinha que mostrar algum respeito – apostou o máximo de vinte mil libras, o pai de Raquelle ficou atrás com quinze, os tios de Harry não passaram de dez mil, o resto ficou entre essa média, Niall apostou sete e Louis, dezoito. O clima estava tenso, até que o pai de Raquelle teve uma ótima ideia:
- Antes de virarmos, que tal uma outra aposta? – todos começaram a opinar e a bater na mesa. – Como sou o banqueiro, eu escolho. – o pai de Raquelle direcionou um olhar feio para Harry, que engoliu em seco.
E o jogo começou. Basicamente, cada um tem uma carta sobre a mesa, virada para baixo, após as apostas e as fichas, o banqueiro olha sua carta e abre uma segunda, mostrando ela para a mesa, se ele completar 21 com as duas, ele ganha todas as apostas da mesa. Se não, o jogo continua.
O pai de Raquelle, que Louis ouviu ser chamado de Pearl, colocou sua segunda carta na mesa, a face para baixo assim como as outras. A tensão estava presente.
Pearl, como banqueiro, pôde olhar sua primeira carta, e com uma careta, virou a segunda de face pra cima, mostrando uma Dama, que vale 10. Segundos passaram até que ele encostou na cadeira, as mãos longe das cartas, o que significava que ele não tinha completado 21, o que só seria possível de a outra carta, a de face para baixo, fosse um Ás, que vale 11.
Ao seu lado, era a vez de um tio de Harry. O banqueiro deve virar uma carta para o próximo jogador até que ele mande-o parar, e assim fez o tio de Harry. Após Pearl virar cinco cartas, o tio ficou com uma pontuação de 25, o que é maior que o objetivo do jogo.
- Estourei. - murmurando enquanto o resto da mesa comemorava, o tio de Harry entregou as fichas e o dinheiro para o banqueiro.
Continuando, o próximo era outro tio de Harry, e assim foi, até chegar em Louis, que de cara ganhou um Rei. 10 pontos, pensou o menor. Se Louis pedisse outra carta e for outro 10, ele pode pedir outra, mas a chance de pegar uma carta que vale 1 é nula, já que o Ás vale 1 mas no jogo está valendo 11.Suas opções são: ou ele pega um 10 e perde, ou pega um Ás e ganha o jogo.
Louis suava de nervoso, Pearl sorria, pois sabia que o rapaz estava nervoso, afinal, Louis era o primeiro da mesa a conseguir realmente uma chance de ganhar, e isso sempre era mais excitante. Os outros nem falavam, todos tensos. Louis não ia perder sua aposta, não podia perder sua aposta.
- Quero outra. – dizendo firme, Louis encarou Pearl, que sorriu desafiador. A carta foi depositada na mesa, a tensão era palpável. Louis respirou fundo e tocou a carta, os dedos tremiam.
Um, dois, três, contando na mente, Louis virou a carta.
A gritaria começou antes mesmo de Louis processar a carta. Ele pegou um Ás. Ele ganhou o jogo. Quanto ele ganhou? Não importava, sua mente não raciocinava direito.
O pai de Raquelle sorria.
- Muito bem, muito bem. – a comemoração cessou com a voz grossa de Pearl. – Louis, parabéns meu filho, mais que merecido. E como disse no começo, eu escolho o prêmio. – mais uma onda de comemorações, e Harry, estranhamente, se sentiu amedrontado. – Seu prêmio será passar todas as noites até a cerimônia na cobertura do hotel. – outra gritaria começou, mas Louis estacou, Harry não muito diferente. – Sim, eu sei, Harry e minha filha estão lá, mas aposto que ela não irá se incomodar de dormir comigo e com minha esposa até o dia do casamento. E Harry, aposto que não se incomodará também, nossa conversa hoje mais cedo provou isso, não é mesmo?
Filho da puta, era tudo que Harry pensava no momento. Só porque Harry não quis prometer que não transaria com sua esposa-a-ser, a filha dele, ele ficou putinho e agora tirou a filha do quarto?
E embora estivesse puto, Harry não estava completamente irritado, afinal, dormiria com Louis todos os dias até o casamento, o que pode ou não ser bom. Mas também não pode ser de todo ruim.
Louis estava paralisado, sem reação. Ele encarava o dinheiro na mesa, todas aquelas notas e fichas e tudo que pensava era que ele talvez fosse estragar o casamento de Harry e Raquelle – que mesmo sendo um amor de pessoa, não iria aguentar algo como isso de absurdo – e claro, iria arranjar mais dor de cabeça com seu próprio relacionamento, uma vez que Fred tem seus limites.
- Não... não, eu... – Louis começou a gaguejar, e encarou Pearl, que ria com os irmãos, tios de Raquelle. – Pearl, eu não quero o dinheiro, era um amistoso, não? Que isso, eles são noivos, as estrelas da viagem, não podemos separá-los assim! – Pearl riu enquanto batia em seu ombro, carinhosamente.
- Querido, agradeço, vejo que tem boas intenções, mas temos que tomar decisões que impeçam os que têm más intenções, não é mesmo? – olhando pelo ombro de Louis, Pearl encarou Harry seriamente, e o cacheado revirou os olhos. – Agora, vamos beber!
As mulheres, que até agora estavam quietas, se juntaram aos homens. As crianças quiseram continuar na área de recreação, e como estava um absurdo de calor, entraram na piscina que ali tinha.
Fred veio diretamente em Louis, sorrindo. Ele estava jogando sinuca com os outros, e despreocupado, beijou os lábios do namorado.
- Porque não fugimos da bebedeira e vamos pro quarto, han? Quero estrear aquela cama hoje. – beijando os lábios do namorado, Fred percebeu certa resistência e tensão. – Amor? Aconteceu alguma coisa?
Louis beijou os lábios de Fred, com força e vontade, a frustração, a raiva, a ansiedade e a excitação transbordando juntas entre os lábios. E quando o soltou, juntou suas testas.
- Era uma aposta, no Blackjack, desculpa, não deveria ter entrado. – Fred encarou Louis, se afastando minimamente apenas para ver seus olhos azuis. Eles transbordavam culpa.
- O que? Qual foi a aposta?
- É um prêmio. Vou dormir na cobertura até o dia do casamento. – Fred sorriu, abertamente.
- Mas que maravilha, estreamos os dois quartos então. – Louis encarou seus pés, se balançando nos calcanhares, uma mania que fazia quando estava nervoso.
- Acontece que só eu vou pra cobertura. – o sorriso de Fred murchou. Louis, com medo, apressou-se em dizer mais coisas, no intuito de fazer a situação soar melhor. – Raquelle vai dormir com os pais, e Harry vai continuar na cobertura, mas eu juro, não foi intencional. – percebendo o que falara, Louis viu que só piorou a situação. Fred estava arrasado.
Dando uns passos para trás, o namorado de Louis virou as costas, andando até a porta, onde quase todos já tinham ido para o bar. Louis correu até ele, o pegando pelo braço e o virando para si.
- Amor, por favor, eu... eu durmo no chão, eu prometo, não vou dormir com ele, por favor... – Louis estava desesperado, de repente, a coisa mais fixa e boa na vida dele estava indo embora, de costas para ele. – P-por favor... eu... eu...
- Diz. – Fred estava com lágrimas nos olhos. Soltando sua mão da de Louis, ele sussurrou com o resto de voz que tinha. – Diz. Diz que me ama e eu aguento, aguento por você. Me dá um motivo pra acreditar quando diz que nada vai acontecer entre você e seu ex naquele quarto.
Louis mordeu os lábios. O coração estava acelerado no peito, doendo as costelas. Ele viu a dor nos olhos de Fred, mas sabia, sabia que a dor seria muito maior se ele mentisse. Então quebrou a única metade inteira do seu coração.
- Eu... eu adoro você, sabe disse e... – Fred deu as costas de novo e saiu correndo, em direção ao quarto, com certeza, Louis sabia disso, mas não foi atrás. Apenas parou no meio do Salão de Recreação e suspirou, os olhos marejados finalmente liberando as pesadas lágrimas.
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As pessoas começaram a sair para beber, uma Raquelle sorridente falava com a mãe e com Anne. Ao verem Harry se aproximar, ficaram ainda mais animadas.
- Harry, querido, estávamos mesmo falando sobre...
- Desculpa, podem nos deixar a sós por favor? – com a voz trêmula, Harry encarou sua mãe com o melhor olhar de "fudeu". Após ambas as mães saírem, Harry suspirou e encarou sua noiva-a-ser, que parecia preocupada.
- Aconteceu algo, querido? – Harry a pegou pelas bochechas e colou seus lábios, um selinho muito significativo.
- Seu pai... hoje mais cedo, ele me pediu que não transasse com você até o casamento, eu sabia, mas não queria... eu odeio ele e ele me odeia, você sabe, mas não sei o que me deu que... – Harry estava se embolando, o coração batendo nos ouvidos e o deixando atordoado. Raquelle abraçou-o, a cabeça em seu peito e a mão em suas costas.
- Você disse que não.
- Mais ou menos isso, e... estávamos jogando e o Louis ganhou e... você vai dormir com ele no quarto e Louis vai dividir a cobertura comigo. – Raquelle ergueu a cabeça do peito de Harry e o encarou com a boca aberta. O cacheado ofegava muito, dizendo tudo em um folego, mas ele precisava dizer. – Por favor, fala alguma coisa.
- Não se preocupa. – tentando forçar um sorriso, Raquelle se fez de forte. Como sempre. – Vou conversar com meu pai, ele vai melhorar e quem sabe até deixa dormirmos juntos de novo. Mas... essa noite não. É melhor dormir com Louis essa noite, deixar a poeira abaixar, mas amanhã resolvemos, ok?
Harry assentiu e beijou o topo da cabeça de Raquelle, grato por ter alguém sempre o apoiando e ajudando, por isso gostava de Raquelle.
- Obrigada. – murmurando, Harry a abraçou.
- Que isso. – beijando os lábios do cacheado, Raquelle sorriu. – Eu te amo, por isso faço tudo por você.
- Eu sei. – Harry sabia que estava decepcionando Raquelle ao ignorar seu amor, mas ele não queria iludi-la. Não mais.
- Vou indo na frente, preciso pegar minhas coisas no quarto, te vejo no bar? – Harry assentiu e assim Raquelle saiu da sala, deixando apenas Harry e Louis sozinhos.
Harry encarou o menor, ele estava estacado no meio da sala, a cabeça baixa e os ombros mexendo, provavelmente devido ao choro. E então, Harry fez o menos provável e o mais chocante
Ele saiu da sala sem nem olhar para trás.
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