Capítulo 8
ESQUECER UM POUCO, TODOS OS PROBLEMAS
Todos chegaram à praça da cidade, sentindo a brisa fresca do final da tarde de verão.
Uma música alegre tocava ao fundo, misturando-se às pessoas que conversavam e riam, despreocupadas.
Ao longe, podia-se ver um pequeno palco ornado com bandeirinhas coloridas e várias caixas de som à volta, com um homem controlando as músicas que tocava.
- Isso tudo faz valer a pena eu morar aqui! - Amada sorriu alegre.
- Vocês querem algo pra beber? - Renato olhou para o casal e Otávio.
- Eu me senti ignorado agora... - Maurício murmurou.
- Você tem tipo... quinze anos? Não pode beber. - Riu.
- Quinze? Sério? - Arregalou os olhos. - Vocês sabem que tenho dezoito! - Cruzou os braços.
- Não era dezenove? - Otávio arqueou a sobrancelha, divertido.
- Já expliquei a situação. - Bufou. - Eu vou fazer, então dá na mesma. - Balbuciou contrariado.
- Não. Eu já disse que não. - O abraçou. - E você não vai tomar nada. - Riu.
- Vocês estão vendo isso? - Disse incrédulo. - Nem água?
- Entendeu o que eu disse, Maurício. - Revirou os olhos.
Só ouvir falar em água, já estou morrendo de sede... - resmungou Ana
- Sabem onde tem coisa pra vender? - Otávio perguntou.
- Claro! Vem comigo! - Amada falou
Ela saiu numa direção, seguida pelo grupo, já se acostumando com o ritmo da música. Logo estavam com suas bebidas, conversando alegremente, empolgados com toda a magia da festa. Todos bebiam, menos Amada, Maurício e Renato, que se contentaram com copão de refrigerante com gelo. O último, por precisar dirigir na volta. O que ninguém sabia era que Ana dava sua bebida para Maurício, quando o resto se distraía, conversando ou dançando.
Já era noite, quando o local realmente ficou cheio, tocando algumas músicas mais animadas, fazendo os mais jovens, ir para o centro da praça e dançar. Amada levou Maurício para lá, o que resultou nos dois caindo no chão pela quantidade de pessoas em volta.
Os dois ficaram sentados no chão, se olhando e rindo sem parar.
- Tem certeza que não tem nada no refrigerante que eles estão tomando? - Otávio perguntou a Renato.
- Olha, só! Eu acho que eles apenas não "batem bem da cachola", mesmo. - Riu, ajudando os dois a levantarem.
- Vocês dois têm sorte de não terem caído na bebida derramada de alguém! - Disse Otávio, claramente chateado.
- Isto é o mais perto que vou chegar de álcool hoje! - Maurício bufou.
- Para de reclamar! Não precisa beber para se divertir. Você sabia? - Otávio o trouxe para perto dele.
- Eu sei que não precisa. Mas eu quero. É completamente diferente, seu chato. - Bateu o indicador em seu peito.
- Querer não é poder. Ao menos, no seu caso!
- Eu te odeio tanto, Otávio... - Tentou fingir seriedade.
Otávio o encarava, muito sério, segurando-o contra o peito.
- Não me olha assim. - Tapou seu rosto com a mão.
Não muito longe dali, Ana abraçada ao marido, acompanhada do grupo, olhava os dois:
- Eles ficam tão bem juntos! Eu não entendo o cu doce do Otávio, amor! - Ana disse.
- Talvez ele tenha algum motivo pra isso, meu amorzinho. Às vezes, carregamos fardos emocionais pesados demais para dividir. É o que eu acho. - Paulo aconchegou sua esposa ainda mais em seus braços.
- Independente do motivo, acho bobagem! - Amada disse convicta.
- E você sabe o que é? - Renato a olhou.
- Não faço ideia! Mas tenho certeza que não é nada demais! Otávio não é o tipo assassino, psicopata, que poderá estrangular Maurício a qualquer momento! - Riu
Renato apenas balançou a cabeça rindo, conhecendo muito bem a adolescente.
Logo, os dois se juntaram a eles, trocando impressões do lugar e fotografando aquele momento único.
Maurício, num ímpeto, abraçou Otávio pelo pescoço, sorrindo tímido para o loiro
- Viu como é bom esquecer tudo? Esquecer um pouco seus problemas? - Brincou.
- É bom, realmente. Mas eles não vão desaparecer. Queria muito que todos, simplesmente virassem fumaça. Eles apenas fogem quando estás assim, sorrindo - Fez carinho em seu rosto.
- Poderia me falar. Eu sei guardar segredos. Prometo não contar a ninguém! - Deu de ombros, ainda pendurado no pescoço do mais velho.
- Não confio muito nisso! Você tem uma cara de quem conta tudo pros amigos! - Riu.
- Eu guardei um segredo de você todo esse tempo. - Sorriu aproximando seu rosto ao dele.
- E o que é? - Arqueou a sobrancelha.
- Eu sei que você tem uma cicatriz grande na barriga, mas não falei pra ninguém. - Disse, roçando seus lábios nos de Otávio. - Nem pra você.
- Como você sabe? - Perguntou sério, afastando seu rosto.
- Eu vi quando dormimos juntos, você se ajeitou e a camisa levantou. - Respondeu despreocupado. - Tenho uma leve impressão que você tá surpreso.
- Sim, eu com certeza estou surpreso. - Suspirou.
Ficaram assim, em silêncio. Cada qual com seus pensamentos.
- É complicado de explicar.
- Otávio, eu não quero saber como você arranjou ela. Se não tirou a camisa pra entrar na água aquela vez, deve ter um motivo pra não gostar dela. - Segurou seu rosto de forma delicada, sorrindo de leve
- Cada vez você esfrega mais na minha cara que é bem melhor que eu! - Riu balançando a cabeça.
- Para de falar e me beija logo! - Falou, dando-lhe um selinho. - Não é nada legal você dizer isto.
- Dizer o que? - Sussurrou, enquanto depositava beijinhos pelo tosto do menor.
- Que sou bem melhor que você. Se eu gosto de você, é porque não és tão ruim assim. - Sorriu, manhoso.
- Então, você gosta de mim? - Franziu a testa.
- Bom... - Corou. - É! Eu acho que sim. - Murmurou.
- Hum... Você gosta de mim... - Sussurrou o outro, o encarando.
- Tipo, não é aquelas paixões de filme, sabe? Porque seria idiotice e rápido demais e não faria sentido. Mas também não gosto só de amizade, porque eu sinto vontade de beijar você. Não que eu não queira sua amizade! Quero, sim! Mas é tipo...
- Maurício, eu já entendi. - Riu divertido. - Falei que você é um anjo nos 220.
- Não sei se gosto desse apelido. - Cerrou os olhos. - Ele não é muito grande?
- Eu já pensei em Anjo LSD, mas acho que pegaria mal com seu pai. - Fez uma careta.
Maurício riu alto, jogando a cabeça para trás.
- É, eu acho que não seria muito bom! - Riu.
- Você é muito bonito, sabia? - Disse olhando os detalhes do rosto do mais novo.
- Por que você sempre me elogia do nada? - Corou. - Eu fico com vergonha. - Murmurou.
- Essa sempre é a minha intenção... - Beijou-o, puxando sua cintura contra seu quadril.
Os dois ficaram entre beijos e conversas, esquecendo as pessoas em volta e de quanto tempo estavam ali. Como se nada mais importasse. Como se o tempo não existisse. Apenas o toque aveludado de seus beijos e os olhares que trocavam em silêncio.
- Vocês são muito bonitos juntos, dá até inveja. - Amada se aproximou dos dois. - Renato achou alguns amigos, Ana e Paulo sumiram. Tô totalmente órfã de amigos!
- Sumiram? - Maurício arqueou a sobrancelha.
- Será que foram embora? - Disse Otávio, olhando ao redor
- Eu pensei o mesmo, mas não acho que eles foram até a pousada a pé. - Riu. - Bom! Vou deixar os dois sozinhos. Vocês precisam bastante, já que amanhã vão embora e sabe-se lá quando irão aproveitar o carinho um do outro. - Se afastou, rapidamente
- Ela precisava me lembrar dessa parte? - O mais novo baixou os ombros de forma triste.
- Uma hora precisaríamos ir embora. Voltar para nossas vidas, anjo.
- Não fala mais! - Tapou sua boca. - Eu só quero lembrar disso quando estiver dentro do carro, quase dormindo.
- Tudo bem... - Disse abafado por ainda ter a mão em sua boca. - Quer que eu esqueça meus problemas e sobre ir embora também? - Tirou a mão do outro, depositando um beijo em sua palma.
- É, basicamente isso. - Deu de ombros.
- Vou tentar o meu melhor. - Brincou. - Vamos caminhar um pouco.
Entrelaçaram as mãos e foram se afastando da multidão, pararam numa esquina, mas ainda tendo algumas pessoas à volta. - Sendo honesto, queria passar meu último dia aqui, abraçado com você, deitado com você... - O colocou contra a parede.
- Nossa, você sempre quer ficar deitado. - Levantou as sobrancelhas. - E veio justamente pra um local que os passeios são trilhas, escaladas e caminhar, acampar!
- Tenho certeza que fiz um bom negócio... - Sorriu e aproximou os rostos, o beijando seu pescoço, mordiscando sua orelha.
Os beijos e carícias estavam começando a esquentar, quando ouviram Ana gritar ao longe.
- Gente! Ei! Meninos! Achei vocês! - Se aproximou, sorrindo grande. - Han...Acho que atrapalhei. - Murmurou envergonhada, ao ver os dois ofegantes. - Foi mal...Desculpa!
- Tudo bem! Não esquenta! - Maurício murmurou corado. - Cadê o Paulo?
- Eu o perdi de vista. - Riu. - Podem continuar! Eu vou procurar ele. - Se afastou, tão rápido quanto apareceu.
- Quem perde o marido e fica numa boa? - Otávio fez uma careta.
- Você fala como se ela fosse normal. - Maurício revirou os olhos, rindo alto.
- Podemos continuar? Onde paramos? - O outro apenas arqueou a sobrancelha.
- Não aconteceu na barraca e nem uma cama normal. Você acha mesmo que vai acontecer no meio da rua? - Brincou.
- Você não citou o sofá. Então dá pra acontecer num sofá? - Sorriu malicioso, para o encaracolado.
- Não dá pra brincar perto de você! - Bufou, sentindo as bochechas vermelhas.
- Posso aproveitar seu beijo, pelo menos? - Disse, grudando seu corpo no de Maurício. - Pra ficar ainda mais difícil de esquecer?
- Como se isso fosse fazer você me procurar depois. - Voltaram a se beijar, agora de forma lenta e apaixonada.
Se encaixavam tão bem, não precisando falar onde o outro precisava colocar as mãos para se sentirem bem. Seus quadris se remexiam no mesmo ritmo, fazendo seus corpos queimarem, numa urgência implacável.
Afastaram-se minimamente ao precisarem de ar. Ficaram se olhando por alguns segundos, pensando na mesma coisa. Mas não diriam em voz alta. Maurício, em silêncio, deitou a cabeça no peito do outro. Ouvia as batidas aceleradas do coração, fechando os olhos, para eternizar aquele momento.
Otávio não diria o que veio a sua mente. Infelizmente ainda sentia que o mais sensato e seguro a se fazer era esquecer Maurício depois da estadia. A única coisa que desejava, era proteger Maurício. Nunca o magoar.
Ele alisava os cachos do outro, percebendo o quanto o mais novo era quase perfeito para si, tanto que parecia mentira. Ele entendia seu jeito e não o questionou pela cicatriz. Era o que ele temia acontecer, caso alguém visse.
- Acho que eu... - Maurício sussurrou, com a cabeça em seu peito.
- Você...?
- Eu acho que eu estou gostando muito de você, Otávio.
Otávio beijou seus lábios, delicadamente. Não queria estragar aquele instante mágico.
Os dois ficaram abraçados, em silêncio.
Otávio pensava em tudo que envolvia o garoto em seus braços. O fato de Roberto ser um promotor e alguém que provavelmente o odiaria se descobrisse tudo, sem falar que o filho, além de ser mais novo e ser gay, eram sinais suficientes para não se deixar envolver mais a fundo. Apesar de perceber que o sentimento estava cada vez mais forte dentro dele.
Já Maurício, preferia ficar em silêncio, por medo. Mas os medos dele eram normais para sua idade. Tinha medo de ser rejeitado mais uma vez, medo da sua família descobrir tudo e talvez aquilo, nem fosse para algo sério.
- Otávio? Agora eu queria estar deitado com você. - Falou Maurício, manhoso.
- Não fala duas vezes, que peço pro Renato nos levar! - Sussurrou, excitado.
- Deixa ele se divertir. Renato é um cara muito legal, ele merece. - Arqueou a sobrancelha pela cara contrariada do loiro. - O que Amada te disse? - Cerrou os olhos.
- Ela não falou nada, você que tá se entregando!
Maurício riu, fazendo Otávio sorrir.
- Me entregando como, Otávio? - Riu mais um pouco. - Para de ser besta, ela ficou tentando fazer a gente ficar ou algo assim.
- Foi o que ela disse que ia tentar.
- O plano dela falhou. - Beijou-o, novamente. - Aliás, você não tem direito de cobrar nada vindo de mim. - Arqueou a sobrancelha.
- Já disse que eu me sinto um adolescente perto de você? - Fez uma careta.
- Já, e eu acho um amor. Você é tipo aquelas balas de limão.
- Bom de chupar?
- Otávio! - Riu. - Eu ia dizer que é azedo no começo, mas logo fica docinho... - Revirou os olhos
- Ah, sim. - Sorriu divertido. - Porém, prefiro minha opção.
- Você é inacreditável! - Murmurou. - Para de falar do seu pinto, seu nojento. - Apertou seu nariz.
- Qual seu problema com meu nariz? Ele é feio? E não sou nojento, não! - Massageou o local, rindo.
- É onde consigo te machucar. - Deu de ombros. - Não pode reclamar. Você mereceu todas as vezes, querido. - Disse irônico.
- Você está muito soltinho. - Cerrou os olhos.
- O quê? O mais perto da bebida, foi na sua boca. - Riu.
- Maurício, você está mentindo. - Riu de volta.
- O que foi? Eu realmente não bebi nada, nadinha! - Tentou não rir. - É sério, sim!
- Eu vou fingir que acredito, só por ser o último dia. - Apertou seu nariz.
- Não pode fazer isso! Só eu. - Bufou fazendo o mesmo. - Quites! - Riu.
- Eu queria tanto ficar no quarto, agora. Só abraçado em você. - Pendurou a cabeça em seu ombro, mesmo sendo mais alto.
- Você não gosta de festa, não é? - Falou, beijando seu pescoço.
- Não. Chama muita atenção e é melhor evitar. - Disse de olhos fechados.
- Chama muito atenção? Você ia fantasiado nas festas? - Fez uma careta.
Otávio suspirou pesadamente, sem abrir os olhos, nem tirar a cabeça do ombro do outro. Ele julgou precisar de terapia. Não era normal se abrir com alguém com tanta facilidade, sem se sentir vulnerável.
- Eu apenas me sinto exposto quando vou a festas. - Ergueu a cabeça, dando de ombros.
- Eu gosto bastante! - Balançou o corpo grudado no de Otávio, pela música ser uma que ouvia frequentemente. - Mas se quiser, eu vi alguns táxis. Podemos ir pra pousada... - Piscando e sorrindo
- Mas você acabou de dizer que gosta. Não quero estragar sua última noite aqui, meu anjinho.
- Vai ser uma noite boa, da mesma forma. - Entrelaçou as mãos. - Vamos avisar o resto e ir embora.
Acharam Renato e Amada conversando e dançando com um grupo de amigos.
- A gente vai agora. - Maurício disse ao se aproximar.
- Mas já? Mas é meia noite, ainda! - Olhou as horas no celular.
- Queremos passar um tempo juntos. - Murmurou.
- Finalmente! - A adolescente disse animada.
Os dois se entreolharam e riram, se afastando dos dois.
- Eles avisam Ana e o Paulo quando forem embora. - Otávio deu de ombros.
Pegaram um táxi, dando o endereço da pousada. Ao chegarem, o mais velho pagou e entraram no local, vendo Cecília apagando as últimas luzes.
- Não achei que viriam agora. - Sorriu. - Tiveram sorte que não tranquei as portas ainda. - Riu.
- Viu como foi bom vir agora? - Otávio disse sorrindo. - Boa noite, Dona Cecília.
- Boa noite, queridos.
Subiram as escadas, tentando não fazer barulho algum, entrando no quarto do loiro. Lá dentro, Maurício virou-se para, sorrindo.
- Por que você dobra suas roupas, mas não guarda? - Sentou na ponta da cama, timidamente.
- Não sei se já ouviu falar em algo chamado preguiça? - Tirou a camisa, sentando ao seu lado.
- Nunca ouvi, mas acho que é coisa de europeu. - Riu. - Agora que te olhei assim, lembrei de outro segredo.
- Qual? Espera. Deixa-me adivinhar. Você na verdade se chama Joelma e tem uma banda?
- Não, idiota! - Riu. - No primeiro dia, eu te vi sem roupa. - Deu de ombros.
- Como assim, me viu sem roupa? - Franziu a testa.
- Não foi sem roupa de verdade. - Sorriu. - Eu errei o quarto e entrei no seu. Tava dormindo de bruços, apenas de toalha. Quase morri de vergonha.
- Nem vem.... Para mim, você ficou olhando na fechadura. - Deitou na cama. - Sempre desconfiei que não tava sozinho, quando trocava de roupa.
- Claro, Otávio! Te vi trocar até de cueca! - Deitou ao seu lado. - Até fiz alguns desenhos baseados em você.
- Sabia que aquele desenho de pinto na sua agenda tinha alguma explicação. - Falou, arrumando um cacho teimoso, no rosto do outro.
- Você mexeu na minha agenda? - Arregalou os olhos.
- Só procurando aquelas jujubas que você tinha levado pro acampamento, enquanto dormia.
- Você ia roubar meu doce, mexeu na minha mochila e ainda viu minha agenda?
- Talvez?
- Eu deveria arrancar esse seu nariz fora. - Bufou apertando. - Mas esse desenho que tá falando, foi um ex-colega que fez. - Revirou os olhos.
- Eu imaginei. - Riu e o puxou pelo quadril. - Viu como aqui é bem melhor do que ficar lá?
- Não é de todo mal ficar abraçado com você. - Sorriu e o beijou. - Eu vou sentir a sua falta. - Murmurou baixo, quase querendo que o mais velho não ouvisse
- Vai por mim, é melhor assim. - Fez carinho em sua cintura. - Você merece coisa melhor que alguém cheio de coisa pra arrumar. - Suspirou.
- Você não entendeu, não é? - Sussurrou, com vontade de chorar
- Anjo.... Entendi, sim e acredite. Está difícil pra mim também.
- Podemos fazer assim. Daqui um ano, nos encontraremos em frente a faculdade de Artes. Você deve conhecer, já que mora na capital. - Sorriu, esperançoso. - Acha que consegue se ajeitar em um ano?
- Eu prometo tentar. - Sorriu pequeno. - Mas se eu não aparecer, me perdoa?
- Pelo menos vai tentar aparecer, não é? - Franziu a testa, sentindo que as lágrimas já não se seguravam mais
- Tudo bem. Combinado, então. - As lágrimas quentes desciam de seu rosto, livres.
Então, se beijaram como se fosse a última vez. Como se fossem despertar e tudo aquilo não passava de um sonho bom. Pois realmente poderia ser apenas um sonho, vivido pela última vez.
Para os dois...
(3051 palavras)
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