• 9 •

votem, comentem e digam o que estão achando.

a capa do capítulo já diz tudo...

dêem play na música: Annie Lennox - I Putz A Spell On You em "Conectei meu celular às caixas de som."

boa leitura 💕

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- Amor, você não vem? - Lud grita pra mim e eu apenas faço um sinal indicando que sim.

- Vocês ficam o tempo todo grudadas? - Luane pergunta e eu a encaro.

- Praticamente...

- E você gosta?

- Eu amo. - Sorrio e ela dá de ombros voltando a se posicionar.

Estávamos agora no quintal da mansão dos Oliveira. Luane e eu estávamos deitadas nas espreguiçadeiras, aproveitando o sol que estava fazendo enquanto Lud e seus irmãos estavam na piscina jogando algo que ainda não tinha entendido direito. Silvana e Renato estavam na área da churrasqueira discutindo pra saber quem cuidaria da carne. Renato dizia que deveria ser ele, afinal ele era o chefe da família, Silvana rebatia dizendo que deveria ser ela, por ter mais experiência na cozinha. Enquanto os dois brigavam pela posse do garfo de churrasco, uma das cozinheiras preparava tudo em silêncio passando despercebida pelos dois.

Eu observava Ludmilla ao longe, com seus irmãos, e era impossível segurar o sorriso ao vê-los ali. Marcos e Yuri tinham um carinho gigantesco pela irmã, isso me fazia lembrar de Brunno, meu irmão.

Já faziam alguns meses que eu não visitava meus pais. Por conta da abertura da floricultura e tudo o mais, minha vida estava uma loucura. Eu ligava pra eles algumas vezes na semana afim de contar as novidades, mas não era a mesma coisa. Quando falei de Ludmilla minha mãe logo quis conhecê-la. Me fez prometer que eu levaria a garota a sua casa e eu prontamente aceitei, mas até hoje não aconteceu. Ludmilla sempre demonstrou ser um tanto insegurança com relacionamentos, e agora que sei o motivo disso, a entendo perfeitamente bem. Por conta disso ainda não havia a levado lá, mas quem sabe quando a viagem acabar, ela já esteja ponta para conhecer os sogros.

- O almoço está pronto! - Ouço a voz de Nete soar me arrancando de meu mundinho particular e então encaro a piscina a minha frente.

A visão que tive me arrancou o fôlego e me fez sentir uma pontada forte em minha intimidade. Ludmilla foi até a escada que ficava na lateral da piscina e subiu seu corpo, segurando firme nos corrimãos de aço. A visão a seguir se passou em câmera lenta pra mim. Seus músculos torneados e sobressalentes, as costas tonificadas, o bumbum durinho, as coxas grossas e bronzeadas, o cabelo todo molhando e graciosamente jogado pra um lado só. Deus, essa mulher é quente...

Continuo observando aquele monumento e ela se vira, e então meu coração tropeça. Ludmilla segura a barra da sunga cavada e então começa a ajustar melhor no corpo. O tecido molhado, marcando bem todas as suas curvas, abaixa um pouco na linha da cintura me fazendo ter uma quase visão de seu membro. De repente minha boca se enche de água só de imaginar aquela mulher pelada. Senhor, eu estou me tornando uma depravada...

Ludmilla levanta os olhos e então me encara. Um sorriso malicioso se abre no canto de sua boca e ela se abaixa me dando selinho.

- Gosta do que vê? - Ela sussurra, os lábios roçando os meus.

- Você não tem ideia do quanto... - Respondo no mesmo tom e mordo levemente seu lábio inferior.

De repente ouço um som ao meu lado e encaramos Luane. Ela imitava o som de alguém vomitando. Marcos e Yuri gargalham alto e Ludmilla dá um leve tapa na perna da irmã.

- Chata!

- Grudentas!

Minha namorada da de ombro e então me beija novamente.

- Vamos comer?

- Vamos!

Digo me levantando e então ela entrelaça seus dedos aos meus. Caminhamos até a mesa que ficava na área de churrasco da casa e antes que me sentasse, pedi licença pegando minha roupa e indo até o banheiro. Eu não queria comer usando biquíni, acho um tanto estranho.

Caminhei pelo longo corredor branco vendo sete portas idênticas espalhadas por ali. Bufei levemente e quando ia dar o primeiro passo, senti uma mão em minha cintura e então um empurrão. Ludmilla abriu a quinta porta e me puxou com tudo pra dentro. Ela bate a mão no interruptor acendendo a luz e eu fecho os olhos por alguns segundos. Quando os abro novamente a encaro e ela sorria pra min.

- Perdida, baby?

- Um pouco. - Sorrio um tanto sem graça.

- Essa casa é meio grande, com o tempo você acostuma...

Olho em volta e franzo o cenho.

- Onde estamos?

- Armário de limpeza.

- E você me trouxe aqui pra...? - Deixei a frase morrer propositalmente e seu sorriso aumenta.

- Pra curtir um pouco minha namorada... - Dito isso ela se aproxima colando nossos corpos.

Ludmilla me puxa com certa brutalidade pra ela e suas mãos logo escorregam, agarrando forte minha bunda. Arfo fechando os olhos quando sinto seu membro roçando em minha intimidade e ela aproveita a brecha pra me beijar. Seus lábios sugavam os meus com voracidade, a língua dançando sensualmente, se enrolando na minha, sua mão direita subindo lentamente por minha cintura enquanto a esquerda ainda estava em minha bunda. Solto as roupas no chão e seguro firme em seus ombros. Um gemido baixo sai de minha boca direto pra sua, quando sinto os músculos firmes em minhas palmas. Ludmilla escorrega um pouco sua mão esquerda e seu dedo faz uma leve pressão entre minhas polpas. Abro os olhos, desgrudando nossas bocas e a encaro.

- O que tá fazendo?

- Nunca teve curiosidade? - Ela pergunta repetindo a carícia enquanto seus olhos brilhavam em malícia e excitação.

- Não! - Digo um tanto ríspida e ela se afasta me encarando melhor.

- Por que?

- Não sei... Só nunca pensei...

- E não pensa agora?

Estreito os olhos tentando entender aonde aquela conversa pararia e ela sorri pervertida. Seus lábios encontram meu queixo e vai descendo pela minha mandíbula lentamente até chegar em meus pescoço, ela deixa algumas leves mordidas na carne exposta e continua descendo até o ombro. Sua mão esquerda entrelaça minha cintura colando mais nossos corpos e a direita infiltra minha calcinha, o dedo descendo entre as bandas e então ela posiciona a ponta em meu orifício. Meu olhos se arregalam e meu corpo tensiona.

- Relaxa, baby. - Sua voz era um misto de calma e luxúria. Uma combinação perigosa. - Prometo que não vai doer! - Ela volta a me beijar com calma. A mão livre agarrando os cabelos de minha nuca.

Faço o que ela diz e então suspiro fundo me deixando levar. Relaxo o corpo e Ludmilla sorri entre o beijo. Ela desliza o dedo mais pra frente, na entrada de minha buceta molhando ligeiramente o dedo e então volta ao lugar de antes, fazendo movimentos circulares. Surpreendentemente a sensação é boa.

Muito boa.

Aos poucos ela vai aumentando a pressão e eu eu solto alguns gemidos baixos. Seus boca se desgruda da minha e vai até minha orelha aonde ela morde, lambe e chupa o lóbulo com vontade. Sua outra mão estava possessivamente sobre meu seio e fazia uma maravilhosa massagem sovando a carne macia e puxando os bicos lentamente. De repente sinto a ponta de seu dedo entrando lentamente e meu gemido sai um tanto mais alto.

- Shhhh... - Ela sussurra e então me beija. - Sem barulho, baby.

Ludmilla continua com seus movimentos e minha calcinha já estava em um estado deplorável. Por mais que a frente estivesse latejando, dolorida, implorando por atenção, o que ela fazia atrás me atraía e interessava um tanto mais.

Quando sinto que ela estava ensaiando para aprofundar mais seus movimentos, ouvimos uma batida na porta.

- Brunna, tá tudo bem? Você se perdeu filha?

Era Silvana. Meu coração pula de susto e Ludmilla tira as mãos de mim se afastando bruscamente. Encaro a garota e ela estava tão assustada quando eu.

- Sil... - Digo tentando controlar minha respiração. - Oi, tô bem.

- Filha, o banheiro é na porta da frente. Cadê a Lud? Ela disse que iria te ajudar...

- O que eu falo? - Sussurro pra minha namorada e ela segura os cabelos, nervosa.

- Não sei!

- Brunna, vem almoçar filha.

- Er... Eu já vou!

- A Lud tá aí com você?

Seguro o riso de nervoso e Lud fecha os olhos com força.

- Sim mãe, eu tô aqui.

Silêncio. E então a voz surge novamente, com uma nota de humor.

- Ah sim... Entendi... Vocês têm camisinha?

- MÃE! - Ludmilla grita pra porta e ouvimos a risada alta do outro lado.

Prendo o riso aqui dentro e Lud me encara incrédula.

- Venham comer logo, antes que esfrie!

Ouvimos passos e então abro a porta. Observo o corredor e não havia nada ali. Saio do cômodo atravessando o lugar e entro no banheiro. Ludmilla vem atrás mas eu a paro na porta.

- Não! Já estamos atrasadas... - Digo com a mão sobre seu peito.

- Mas eu só quero tomar banho. - Ela finge inocência e eu estreito os olhos.

- Você tava na piscina até agora.

- Quero tirar o cloro. - Ela diz sorrindo, perversa.

Sem vergonha...

- Pois então vai em outro banheiro, deve ter vários por aí...

Fecho a porta antes mesmo que ela pudesse dizer mais alguma coisa e então respiro fundo indo até o box. Abro o chuveiro e começo minha ducha gelada, iria ser rápido, nada muito demorado. Enxáguo meu corpo lembrando da sensação de minutos atrás. Eu nunca havia feito aquilo com ninguém. Na verdade haviam muitas coisas que nunca havia feito com ninguém e fiz com Ludmilla. Ela foi minha primeira de muitas coisas e eu gostava disso. Quem sabe, talvez mais tarde, eu queira me aprofundar mais sobre mais essa nova descoberta...

Saio do box me enxugando e já coloco a roupa. Usava apenas uma regata branca com um short de malha da mesma cor. Saio do banheiro voltando a mesa da área de churrasco e me sento, a tempo de me servir. Me sirvo e Ludmilla chega se sentando ao meu lado. Ela me dá um selimho rápido e logo começamos a comer. O almoço se passou regado a conversas e brincadeiras, vez ou outra eu percebia o olhar de Silvana sobre mim e quando a encarava de volta, ela sorria, um tanto misteriosa e então piscava um olho pra mim. Eu não conseguia entender o que estava me dizendo, mas sabia que tinha algo ali.

Depois que a sobremesa foi servida, comemos e logo entramos para a área interna da casa. Renato havia pedido a ajuda de Ludmilla pra mexer em algo relacionado a uma antena, ou coisa parecida. Luane precisou sair e Marcos e Yuri foram pra biblioteca, afim de ajudar o mais novo a estudar um pouco. Eu havia ficado na sala, sozinha com Silvana. Ela estava sentada na poltrona a minha frente enquanto eu estava no sofá. Encaro o chão avidamente, como se fosse a coisa mais interessante do mundo e sinto seus olhos queimarem sobre mim.

- Você fuma, Brunna? - Sua voz corta o silêncio denso e então eu a encaro.

- Humm... Não...

- Certeza? - Ela pergunta estreitando os olhos e eu pigarreio.

Silvana se levanta e abre um compartimento escondido da mesa de centro. Tira de lá uma caixa de madeira entalhada e a abre, vira o objeto pra mim e vejo alguns cigarros de maconha ali dentro. Meus olhos se arregalam e então a encaro.

- Pode pegar um, se quiser...

Estendo a mão um tanto trêmula e seguro um. Ela pega outro e guarda a caixa. Tira do mesmo compartimento um pequeno maçarico e acende seu baseado fazendo o mesmo com o meu depois. Ela dá um longo trago, prendendo a fumaça e fecha os olhos, alguns segundos depois a fumaça espessa sai de sua boca e ela me encara. Faço o mesmo inflando meus pulmões com a fumaça e quando solto, sinto um baque. Minha cabeça roda forte e me sinto tonta, e então, meus músculos relaxam profundamente.

- Nossa... - Digo ainda me recuperando, minha visão voltando a focar em algo. - Essa é forte...

- Boa, não? - Ela pergunta e então assinto sorrindo. - Brunna... - Ela se levanta e vem para o meu lado. Me acomodo melhor, dobrando uma das pernas e encaro minha sogra, que sorria amigavelmente para mim. - Me diga, você realmente gosta da minha filha?

Franzo o cenho com a pergunta repentina, mas assinto confirmando.

- Sim. Eu amo a Ludmilla!

- Certo... Você não achou... Estranha, a condição dela?

- Você diz sobre...

- O físico. - Ela confirma minhas dúvidas.

- Oh... Não. Quer dizer, eu nunca tinha ouvido ou visto algo assim, mas não achei estranha.

- Hum... - Ela dá mais um trago forte enquanto seus olhos não saíam de mim. - Você sabe que Ludmilla é fértil não? Totalmente capaz de engravidar alguém?

Tento disfarçar minha expressão de incredulidade mas não consigo. Sei disso pelo seu risinho, como se, se divertisse com meu espanto.

- Ludmilla tem todas a funções que um homem poderia ter quando se trata de seu pênis. - Ela continua. - Sabia que ela sempre teve o sonho de ser mãe?

- Mesmo?

- Sim. - Trago mais uma vez de meu cigarro enquanto a observo. - Ludmilla é apaixonada por crianças. Ela tem um afilhado, Michel. Ama aquele garoto com todo seu ser. Desde criança ela sempre dizia que gostaria de ter um bebê, mesmo sabendo que para ela seria impossível gerar uma criança. - Ela respira fundo, os olhos ainda pregados em mim. - Você tem vontade de ter filhos, Brunna?

Engasgo com a pergunta. Ludmilla e eu nunca havíamos falado sobre isso. Também pudera, estamos juntas a 4 meses e namorando somente a dois.

- N-não. Quer dizer, sim, mas não agora!

- Entendo... Você consegue ver um futuro com minha filha? - Suas perguntas vão ficando cada vez mais sérias e eu começo a me sentir encurralada.

- Bem, eu quero muito um futuro com ela!

- Hum... Sabe Brunna, você é diferente. - Ela dá o último trago. - Desde quando minha filha falou sobre você, senti isso em meu coração. Você não é uma garotinha mimada e aproveitadora como aquela víbora que maltratou o coração de Ludmilla. - Meus olhos se arregalam e ela sorri duramente. - Ah sim, eu sei sobre Júlia. E não, ninguém me falou, mas uma mãe sempre sabe. - Assinto concordando e ela segura minha mão. - Você foi como uma luz para escuridão que minha filha estava. Uma garota como você não se deixa escapar e ela sabe disso.

- Obrigada... - Murmuro baixo e ela sobe a mão fazendo um leve carinho em minha bochecha.

- Saiba que sempre que precisar eu estarei aqui. A partir de hoje, você sempre será como uma filha para mim. - Meu olhos lacrimejam e ela beija minha testa. A mulher se levanta e começa a andar até a escada, de repente ela para e me encara novamente. - Ah, e Brunna. - A encaro com atenção. - Não importa o que aconteça, nunca deixe que nada nem ninguém atrapalhe sua relação com minha filha. O amor de vocês é forte o suficiente para resistir a tudo e inteligente o bastante para sempre procurar pela verdade.

Eu aceno ainda sem entender muito bem e ela sorri se retirando da sala. Continuou encarando um ponto qualquer na sala até que ouço passos firmes na escada. Olho para trás e vejo Renato descendo com um sorriso no rosto.

- Ei, poupée.

- Olá Jorge.

O homem se senta no sofá me abraçando de lado. Seus olhos pairam sobre meus dedos segurando o baseado e uma sobrancelha sobe.

- Silvana, hum?

Sorrio, sem graça.

- Sim.

- Ah petit, aquela mulher é fogo. Já viu isso?! Uma juíza que fuma maconha. Vos neurones doivent déjà avoir fondu à partir de tant de drogue que vous utilisez, totalement fous.

Ele começa a se lamentar em sua língua natal e eu me perco completamente. Renato gesticulava com as mãos e seu semblante era sério, mas seus olhos ainda cintilavam uma certa diversão.

- Papa, pas français. Brunna ne comprend rien. - Ludmilla entra na sala chamando a atenção do homem.

- Ma fille, je pense que tu devrais lui apprendre le français. Comment allons-nous parler si elle ne sait pas?

- Il a vu l'enseignement. Il est encore très tôt.

- Je veux juste voir ce que tu vas faire quand mes petits-enfants seront nés. Je veux qu'ils parlent aussi ma langue.

Minha mente já começava a dar um nó. Eu não entendia absolutamente nada que estava sendo dito. Ludmilla percebe isso e me encara sorrindo, ela dá uma piscadela logo em seguida e se senta ao meu lado.

- Ils parleront. Ne t'en fais pas.

Renato se levanta ainda resmungando baixinho e vai por onde sua esposa saiu. Minha namorada se aconchega melhor no sofá e me puxa para seu colo. Me deito em suas coxas e ela começa a fazer um leve carinho em meus cabelos.

- Então você fala francês?

- Oui m'dame. E algumas outras línguas também...

Me viro pra cima encarando seu rosto e sorrio.

- Quais? Inglês?

- Yeah, but this one is easy.

- Espanhol? - Arqueio uma sobrancelha.

- Uno de los idiomas más sexys, en mi opinión.

- Hum... Alemão? - Chuto, querendo provocá-la

- Ich weiß wenig über Deutsch, nur die Grundlagen.

A encaro incrédula com o queixo caído e ela gargalha alto jogando a cabeça pra trás.

- Et quoque loqui Latine. Un po 'di italiano. И я смею по-русски.

Mais uma vez minha cabeça roda. Ludmilla é extremamente inteligente. Eu falo português, malêmá inglês, e ela fala oito línguas? Deus, essa mulher é minha perdição...

- E sobre o que seu pai dizia?

- Ele pediu pra que eu te ensinasse francês, porque quer conversar em sua língua natal sem precisar de um tradutor... - Ela diz e é minha vez de gargalhar. - E também disse que quando nossos filhos nascerem quer que e ensinemos sua língua para eles. - E meu sorriso some.

- Por que todos já estão planejando nossos filhos? - Pergunto um tanto irritada voltando a me sentar.

- Ei, calma amor. - Ela segura em meus braços fazendo um leve carinho ali. - Era só brincadeira dele.

- Mas sua mãe falava bem sério...

- Minha mãe?

- Sim!

Lud inspira fundo o ar e se recosta sobre o sofá.

- O que ela disse pra você?

- Que você sempre teve vontade de ser mãe, que tem um afilhado que ama, que é apaixonada por crianças...

Ela da um leve soco no braço no sofá e grunhe entredentes.

- Droga, Silvana...

Me assusto um pouco com sua reação e me aproximo segurando seu rosto.

- Amor, calma... Eu não me incomodei tanto...

- Mesmo assim, Brunna. Ela não tem que conversar sobre isso com você. Esse é um assunto que só diz respeito a nós mesmas.

- Eu sei vida, mas ela não pôde se conter... Relaxa, tá tudo bem.

- Hum...

Viro um pouco seu rosto pra mim e a encaro sorrindo. Me aproximo um pouco mais e meus lábios cobrem os seus em um beijo terno. No começo era um simples roçar de lábios mas ela não perdeu tempo em me pedir passagem com a língua e eu logo cedi. Nossas bocas se completavam, nossas línguas dançavam soltas em um ritmo único. Sua mão subiu por minha cintura até alcançar mina nuca e ela segurou firme ali. Com a outra mão ela me puxou para sentar sobre seu colo e eu apenas deixei meu corpo se levar. Segurei firme em seus ombros, minhas unhas roçando levemente na pele quente. Continuaria ali pelo resto da minha vida se não ouvíssemos alguém pigarrear. Me afastei de Ludmilla e como se fosse ensaiado, viramos o rosto encarando os três sujeitos parados ali. Yuri, Marcos e Luane nos encaravam com os braços cruzados a frente do corpo enquanto uma expressão divertida se estabelecia em seus rostos.

- Pelo amor de Deus, arrumem um quarto. - Luane diz em tom de protesto e eu sorrio, um tanto sem graça.

- Ninguém merece chegar em casa e ficar de voeyur. - Marcos ri e se aproxima.

- Lud, tente manter suas mãos longe da Brunna, pelo menos enquanto estivermos acordados. - Yuri exclama e todos rimos.

Ludmilla sorri sem graça e me arruma em seu colo, ficando de costas para ela e de frente para seus irmãos. Passamos o resto da tarde ali, sentados, conversando, entre risadas e brincadeiras. Silvana e Renato se juntaram a nós um pouco depois e mais uma vez, me senti completamente acolhida por aquela família que ja era tão minha.

...

Saio do banheiro já vestida com meu baby doll branco pérola. Ludmilla estava sentada na cama com as costas apoiadas na cabeceira da cama, lendo um livro qualquer. Ela usava somente a calça de malha do pijama e um top cinza. Me ajeito na cama em baixo dos edredons e abraço sua cintura, deixando um beijo casto em sua têmpora. Ela me encara sorrindo e fecha o livro. Lud se deita me puxando, me aconchegando em seu peito e eu escondo meu rosto em seu pescoço. Deixo alguns beijos na pele sensível e descoberta e sinto sua pele se arrepiar. Sua mão se infiltra por baixo de minha blusa e seus dedos começam uma leve carícia em minhas costas.

- Eu estive pensando em uma coisa. - Digo quebrando o silêncio e ela faz um som nasal, pedindo para que continuasse. - Na verdade eu estava pensando nisso a algum tempo... - Inspiro fundo e levanto o rosto, a encarando. - Quero te levar pra conhecer meus pais.

Seus olhos se ampliam e então se estreitam ao mesmo tempo que um sorriso surgia em seu rosto.

- Eu adoraria, baby.

- Podemos ir quando voltarmos pro Brasil, pode ser?

- Claro! - Ela me puxa deixando um breve selinho em meus lábios. - Espera, seu pai não é bravo não, né?

Rio de seu nervosismo e lhe devolvo o beijo.

- Não. Mas minha mãe é.

Sua expressão se transforma, de alívio indo para pânico e eu rio alto.

- Brunna...

- Relaxa amor, minha mãe vai te amar. - Digo tranquilizando-a e a beijo em seguida.

Ludmilla amolece e então aprofunda o beijo, como sempre. Eu não sei dizer o motivo dela ser tão viciada em me beijar, mas eu não reclamava, afinal, a recíproca é verdadeira. Ela segura firme minha cintura me puxando pra cima dela e deito meu corpo sobre o seu, apoiando meus braços, um de cada lado de sua cabeça. Abro minha pernas me sentando parcialmente em seu colo e arfo com o contato de nossas intimidades se roçando.

- Amor... - Digo com um pouco de dificuldade, visto que minha respiração já estava toda atrapalhada. - Você trouxe camisinha?

- Não. Mas não se preocupe... - Ela estica o braço abrindo a primeira gaveta do móvel ao lado da cama e eu rio da visão que tive. Haviam duas caixas fechadas de preservativos ali. - Minha mãe sempre cuida de tudo.

Volto a sorrir e então ela me puxa pra mais um beijo. Suas mãos escorregam por minhas costas até chegar em minha bunda e ela aperta a carne gostosamente. Deixo um gemido baixo escapar e ela me da um tapa. Pulo em seu colo soltando um gritinho e ela sorri maliciosa.

- Pensou sobre a minha proposta? - Ela geme manhosa em meu ouvindo deixando beijos lentos em meu ponto de pulso.

- Sim...

- E então?

Me levanto afim de encará-la e seus olhos brilhavam e expectativa.

- Tudo bem, podemos fazer isso. - Ela sorri e suas mãos vão escorregando um pouco mais, mas eu a seguro pelos ombros. - Mas não hoje.

- Por que?

- Porque você sabe que eu não sou nada discreta e não quero que a casa inteira descubra o que estamos fazendo.

Ela ri espremendo os olhos e então volta a me encarar.

- Tudo bem, eu sou paciente.

- Por isso eu te amo!

Volto a beijá-la em meio a um sorriso e ela passeia com as mãos em meu corpo apertando suavemente minhas curvas. Ludmilla quebra o beijo e da alguns selinhos em meu queixo descendo por minha madíbula até chegar em meu pescoço. Arfo sentindo sua língua quente serpentear em minha pele.

- Eu te amo. - Deixo escapar em um sussurro rouco e ela me encara. Seu olhos brilhando como duas jóias.

- Eu te amo!

{...}

Assim que aterrissamos no Brasil, Ludmilla nos levou para o seu apartamento. Da primeira vez em que estive lá, não tive muito tempo de conferir direito o lugar. Assim que chegamos, deixei minhas coisas no quarto e me dirigi ao banheiro afim de tomar um banho e tirar aquele clima de vôo do corpo.

Porra, treze horas sentada em uma poltrona com uma puta pressão nos ouvidos, é foda...

- Ei, vou pedir alguma coisa pra gente comer, ok? - Ela pergunta colocando nossas malas no chão.

- Claro, só vou tomar um banho antes.

- Quando sair, tenho algo pra você. - Ela diz em um tom sedutor e eu a encaro tentando decifrá-la.

- O quê?

- Na-não, senhorita apressadinha. - Ela entrelaça minha cintura com os braços e roça a ponta de seu nariz no meu. - É surpresa.

- Okay... - Cantarolo imitando seu gesto e ela me dá um selinho.

- Japonês ou italiana?

- Japonês!

- Você é quem manda! - Ela me dá outro beijo rápido e então sai do quarto. Observo ela sumindo e a porta se fechando e então tiro meus sapatos indo em direção ao banheiro. Meu corpo se arrepiou quando senti o frio do piso em contato com meus pés.

Quando entrei no cômodo amplo meus olhos doeram, tamanha era a claridade. O banheiro era branco do teto ao chão. Havia um box de vidro bem grande na parede que ficava de frente para a porta, uma banheira no centro, uma pia dupla e uma das paredes era revestida por um espelho, que ocupava todo aquele lado.

Realmente impressionante.

Havia também uma enorme TV smart. Levantei os olhos e vi os alto falantes das caixas de som integradas. Cara, a casa da minha namorada é foda!

Conectei meu celular às caixas de som, colocando uma música relaxante e liguei as torneiras da banheira, controlando a água quente e fria enquanto comecei a me despir. Quando a água já estava pronta e com os sais de banho derretidos, entrei e soltei um gemido satisfeito, sentindo meu músculos relaxarem.

- Eu precisava disso... - Digo em um sussurro e começo a me banhar.

Depois de alguns minutos apenas fiquei ali aproveitando o momento e, fechei os olhos relaxando mais o corpo. Dei um leve pulo, me assustando, quando senti duas mãos firmes e delicadas em meus ombros. Voltei a relaxar enquanto aproveitava a massagem e ela começou a me dar leves beijos pelo pescoço e nuca.

- Deus... Você é boa nisso. - Digo ainda de olhos fechados e ouço sua risada baixinha.

Sinto ela se abaixar, seu corpo emanando calor e então, sussurra.

- Eu sou boa em muitas coisas...

Abro os olhos afim de encará-la e quase engasgo. Ludmilla estava em pé, abrindo a fivela do cinto enquanto sorria pra mim, pervertida. Ela se despe por completo e então entra no box. Liga o chuveiro e começa a tomar seu banho enquanto eu a observava atentamente. Body Party da Ciara tocava ao fundo e eu apenas deixava minha mente vagar, em cenários nada conservadores, enquanto observava aquele monumento que ela chamava de corpo. Assim que termina, ela me encara com um sorriso malicioso e eu retribuo no mesmo tom. Terminamos nossos banhos juntas e então ela sai do box, pegando um dos roupões brancos que havia ali. Saio da banheira e me enxáguo no box, ela me entrega o outro roupão e vamos juntas, de mãos dadas, até o quarto.

Fui até a mala e quando fiz menção de me abaixar, senti Ludmilla me segurando pela cintura.

- Fica assim.

- Eu vou comer nua?

- Sim. Gosto de ter o que apreciar enquanto como... - Sua voz sai carregada de luxúria e seus olhos cintilam.

Sorrio em resposta e ela nos guia até a sala, aonde a comida já nos esperava. Jantamos entre beijos e carícias, tudo absolutamente inocente. Vez ou outra eu pegava seu olhar malicioso sobre mim e meu corpo respondia, se arrepiando por inteiro. Quando terminamos de comer, Lud colocou toda a louça na lava louças e fomos pra sala assistir a um filme qualquer, enquanto fazíamos a digestão. Fiquei sentada em seu colo, entre suas pernas, minha cabeça apoiada em seu ombro esquerdo enquanto ela fazia um carinho gostoso em minha mão. Quando o filme acabou Lud nos guiou até o quarto dizendo que tinha uma surpresa pra mim. Nem pensei duas vezes e fui, eu amo surpresas.

Entramos no quarto e ela fechou a porta a trancando logo em seguida. Meu corpo todo estremeceu quando ela caminhou ate mim com seus olhos de predadora. Ludmilla me puxou pra um beijo calmo porém cheio de desejo, enquanto desatava o nó de meu roupão. Ela infiltrou os dedos entre meus ombros e o tecido grosso e a peça deslizou de meu corpo caindo no chão. O ar gelado do ar condicionado me atingiu em cheio fazendo meus pelos se uriçarem. Ludmilla sorriu, suas mãos apertavam delicadamente cada centímetro de meu corpo e então, ela foi até o closet. Me sentei a beira da cama esperando e ela voltou com uma sacola da Chanel na mão.

- O que é isso?

- Seu presente. - Ela diz me estendendo a sacola eu a pego ainda encarando seus olhos.

Abro a sacola tirando uma grande caixa branca de lá e então a abro também. Tiro o papel de seda que cobria o conteúdo e meu queixo cai quando vejo o que havia lá dentro.

- Ludm...

- Quero que use essa noite pra mim. - Foi somente o que ela disse. Seu tom de voz era um tanto autoritário e firme, o que me fez estremecer.

Ainda em transe me levantei e fui até o closet. Tirei de dentro da caixa uma lingerie minúscula, porém do meu tamanho e vedti. Depois, vesti os acessórios que haviam ali, uma meia calça arrastão e uma cinta liga. Tudo na cor preta.

Quando terminei de arrumar tudo me olhei no espelho que havia ali e gostei da visão. Eu estava gostosa pra caralho. Soltei meu cabelo do coque que havia feito quando fui tomar banho e amei quando ele desceu por meus ombros, com leves ondulações na ponta. Voltei para o quarto e ouvi a mesma música do banho ressonar baixinho, inundando o ambiente. Ludmilla ainda usava seu roupão e me olhava quase babando, tamanho era sua luxúria.

- Vem aqui. - Ela diz, firme, e eu caminho pra ela me sentindo a mulher mais gostosa do mundo.

Paro em sua frente e ela devora cada centímetro de meu corpo com os olhos. Suas íris transbordavam desejo e tesão e aquilo já estava me levanto a loucura, mesmo que sutilmente. Ludmilla colocou as mãos na parte de trás de meus joelhos e as subiu vagarosamente por minhas coxas. Segurei seus ombros e arfei forte sentido ela dar leves apertões na dose certa de pressão. Sua boca deu alguns beijos em meu baixo ventre e então suas mãos pararam em minha bunda, deixando um aperto gostoso ali.

- Já ouviu falar em BDSM, Brunna? - A forma como meu nome saiu de forma sensual de seus lábios fez meu corpo estremecer.

- Já...

- Ja o fez?

Balancei a cabeça negando enquanto mordia o lábio infeior, já imaginando o que aconteceria ali.

- O que acha de fazer comigo? - Ela pegunta me encarando profundamente e antes que eu pudesse raciocinar, já havia confirmado com a cabeça.

Ela sorriu, perversa, e então se levantou. Ludmilla caminha até o closet e volta segundos depois usando somente uma cueca Boxer Calvin Klein e um top da mesma marca, tudo preto.

- Baixar luzes. - Ela diz em alto e bom tom e de repente a iluminação do quarto diminuiu. - Luz vermelha, por favor. - A coloração branca da lâmpada muda para um vermelho sangue e eu arqueio uma das sobrancelhas. - Fechar janelas! - Ela diz por último e então o trilho com os tecidos correm, tirando a visão da janela de vidro. - Não precisamos de testemunhas hoje... - Ela diz se aproximando de mim e meu coração dispara.

- Você já fez isso com alguém? - Não consigo evitar a pegunta e me recrimino internamente.

Ela sorri, descontraída e então me beija.

- Com ninguém. Você é a única que está a altura! - Sua voz sai em um sussurro, seus lábios roçando nos meus. Solto um gemido quase inaudível e ela segura meu queixo me fazendo encará-la. - Brunna, hoje será diferente.

- Como assim?

- Hoje nós não vamos fazer amor. - Seus olhos ficam mais escuros. - Hoje eu vou te fuder. Com força.

Meu corpo estremece violentamente ao escutar aquilo e suas mãos seguram possessivamente minha cintura.

- Fique aqui! - Ela diz e então volta para o closet. Anseio pelo que estava por vir, tentando imaginar alguns cenários, até que ela volta com outra caixa na mão. - Antes de rolar a ação, vamos brincar um pouquinho. - Seu tom sai banhado de tesão e ela me encara com desejo. - Vem aqui, baby.

Ela da alguns tapinhas na coxa direita e eu vou até ela. Me sento em seu colo, de frente pra ela e Lud me puxa pra um beijo. Seguro seu rosto com cuidado, fazendo um leve carinho em sua bochecha e ela quebra o beijo. Ludmilla me encara com desejo, seus olhos transbordando de luxúria e ela segura meus pulsos, os junta a frente de meu corpo e então sua outra mão traz uma algema prata. Ela prende meus pulsos e sinto meu corpo se arrepiar ao sentir minha pele entrar em contato com o metal gelado. Ludmilla abaixa minhas mãos e me levanta de seu colo, me ajeitando melhor e então me deita em suas pernas, com a barriga sobre suas coxas. Ela infiltra os dedos da mão direita em meu couro cabelo fazendo uma leve massagem ali e a esquerda começa a deslizar em meu corpo. As pontas de seus dedos percorrendo cada centímetro de minha espinha, suas unhas deixando um arranhar gostoso na carne. Ela chega até a base de minha coluna e então acaricia minha bunda, dando um beijo demorado logo em seguida. Meu corpo reagia a casa um de seus toques e então, de repente, um tapa forte atinge em cheio minha carne exposta, me fazendo pular um pouco.

- You aucune idée à quel point ce cul m'excite. - Sua voz reverbera e eu fecho os olhos sentindo as vibrações de seu timbre naquele francês perfeito.

Ludmilla rodeia a carne macia e então dá outro tapa, dessa vez do outro lado. Seu joelho esquerdo estava estrategicamente posicionado na direção de minha intimidade. A cada tapa, eu pulava de dor e prazer e meu sexo roçava contra seu joelho me fazendo sentir coisas arrebatadoras. Minha bunda ardia, tinha plena certeza de que já estava toda vermelha. Ludmilla é boa nisso. Ela acaricia minha bunda, as pontas dos dedos pressionando levemente a carne, as unhas cravando ali sutilmente, beijos longos e molhados são depositados me fazendo esquecer um pouco a ardência, até que um novo tapa surgia. A cada um deles, um gemido atravessa minha garganta e eu me segurava ao máximo para não soltá-lo.

Sabia que se eu gemesse, talvez, ela se entregasse também e eu não queria parar a brincadeira agora.

- Délicieux... - Ela sussurra, sua voz transbordando perversidade. - Fica tão linda assim... Marcada! - Encaro seu rosto por cima do ombro e seus olhos brilhavam intensamente.

Ludmilla segura com cuidado o cós da minha calcinha, uma mão de cada lado, e então ela desce o tecido por minhas pernas, com toda calma e delicadeza do mundo. Eu me segurava ao máximo pra não me contorcer inteira. Quando o tecido cai em meus tornozelos ela termina de retirar e sobe com uma das mãos em minha perna. Meu sexo pulsava, latejava e se contraía contra o nada. Sinto seus dedos acariciarem meu sexo, deslizando sobre os lábios, se aproveitando de toda lubrificação natural. Um gemido arrastado se desprende de minha garganta e eu fecho os olhos. Sem aviso ela desliza um dedo pra dentro sem nenhuma delicadeza, arfo sentindo meu corpo estremecer e ela retira o dedo com toda a calma voltando a estocar de novo. Minhas unhas cravam sua coxa e ela ri baixo tirando a mão de mim.

- Vamo pegar mais pesado agora... - Dito isso, ela abre a caixa que estava ao lado e tira algo de lá que não consigo identificar.

De repente sinto algo gelado tocar meu sexo e dou um pulo. A sensação era boa, ela deslizava o objeto de baixo pra cima e eu gemia baixo apreciando a sensação. Seu membro já estava em riste, cutucando minha barriga e eu me contorcia inteira necessitando de um pouco mais de contato. Como se adivinhasse meus pensamentos ela segura uma de minhas coxas e então abre minhas pernas que ja estavam fracas, sua mão segura firme minha cintura enquanto a outra continuava deslizando o objeto em meu sexo latejante. Ela beija meu ombro e então sem aviso nenhum, introduz o objeto em mim. Meu gemido sai em um grito e sinto minha pressão baixar. O objeto era pequeno e de metal. Lud se abaixa na altura de meu ouvido e eu meu corpo se contorce com suas palavras.

- J'ai aimé la prise, mon amour? - Ela morde o lóbulo de minha orelha e eu mordo meu lábio inferior, com força.

Ela puxa o plug pra fora, com calma, e então o introduz novamente. Meu corpo estremece, uma nova sensação tomava conta de mim. Após alguns minutos naquela tortura, ela descarta o objeto e então me coloca de pé. Minhas pernas estavam fracas, minha respiração já estava descompassada, totalmente ofegante. Ela se levanta, parando a minha frente e então sorri.

- Você é linda! - Meu estômago se contrai de tesão, sua voz rouca invadindo meus ouvidos me causando arrepios perversos.

Ludmilla me dá um selinho e então me puxa pelas algemas, me deitando na cama. Ela prende a algema na cabeceira e se coloca de joelhos a minha frente, segura minhas coxas, abrindo minhas pernas vagarosamente se colocando entre elas. Seu dedo médio começa uma leve massagem em meu clitóris e um gemido alto sai de minha garganta. Ela massageava de um jeito diferente como nunca havia feito. Suas mãos vão até a caixa novamente e ela tira de lá dois frascos, um vermelho e um azul. Ela abre o vermelho, espalhando uma boa quantidade do conteúdo em minha buceta e então abre o outro, em sua boca.

Lud sorri pra mim e se abaixa. Sua língua entra em contato com meu sexo e eu me inclino sobre a cama, arqueando minhas costas, quando aquela sensação me invade. Sua língua estava fria, quase congelante, enquanto sentia minha buceta pulsar e esquentar feito lava. Ela me chupava com gana, os sons de sucção me fazendo ficar ainda mais embevecida em tesão. Sua língua descia, subia, contornava cada milímetro de cada curva de meu sexo, me deixando a beira do abismo. Eu gemia alto, contorcendo minhas pernas enquanto tentava de todas as formas soltar minhas mãos da algema e agarrá-la. Alguns segundos depois ela se levanta e me beija, sua boca grudada na minha, me fazendo provar meu próprio gosto. Gemi em meio ao beijo e ela se afasta.

Ela se levanta da cama e então tira da caixa um pequeno chicote.

- Tá gostando da brincadeira, amor? - Ela pergunta deslizando o objeto em minha barriga, descendo por minhas pernas e eu gemo em concordância. De repente ela bate a ponta de couro em meu abdômen me arrancando um gemido alto. - Eu quero palavras, Brunna!

Respiro fundo ainda me recuperando.

- Sim... - Minha voz sai trêmula, fraca de tesão.

Um sorriso perverso corta seu rosto e então ela me vira na cama, com calma. Lud abre o fecho de meu sutiã e retira o tecido, deixando minhas costas nuas. Ela desliza a ponta de couro do chicote em minha pele exposta e eu arfo.

- Empina pra mim, amor. - Ela pede e eu obedeço imediatamente.

Ela me bate de novo, acertando em cheio com o chicote e eu grito. Minhas pernas já estavam fracas, meu ventre já se contraía, anunciando o orgasmo que se aproximava.

- Tão linda... Tão minha! - Mais uma chicotada e então eu cedo.

Gemo alto, libertando um grito de minha garganta e então minhas pernas tremem violentamente. Meu corpo convulsionando com o orgasmo avassalador. Eu apertava fortemente a corrente da algema, sentindo minhas paredes doerem e se contrairem contra o nada. De repente sinto suas mãos nas minhas, me libertando e então Ludmilla vira meu corpo com tudo na cama. Ela abre minhas pernas com força, me deixando arreganhada e então me encara. Mesmo com a iluminação baixa e avermelhada do quarto, eu podia ver seus olhos brilharem em excitação.

- Já tá pronta pra mim, baby. - Ela diz deslizando o dedo medio e anelar em meu sexo e eu gemo audivelmente. - O que você quer? - Fecho os olhos com força, mordendo meu lábio infeior enquanto apertava seus pulsos. - Pede!

Minhas pernas se contorciam, devido o incomodo entre elas. Encaro seu membro, duro dentro da cueca, e minha boca saliva.

- Pede, Brunna! - Ela diz firme enfiando os dedos em mim nem nenhuma demora. Gemo alto e então a encaro, meus olhos perfurando os seus. Sussurro as palavras, sem força para aumentar o tom e ela repete o ato. - Mais alto! - Seus dedos me rasgando e então inflo os pulmões e grito em meio a um gemido.

- Me fode! - Ela sorri, perversa e então se livra da cueca.

Seu membro pula pra fora, vermelho, pulsando. Passo a língua em meus lábios encarando aquela perfeição e então ela tira uma camisinha de dentro da caixa. Abre a embalagem vagarosamente, tirando o conteúdo de látex dali e então se aproxima de mim.

- Coloca. - Levanto a mão afim de pegar e ela desvia. - Tsc tsc, com a boca! - Meu olhos se arregalam e então ela desliza a ponta do dedão em meu lábio inferior.

Fecho os olhos e chupo a ponta, ela geme baixo e então tira o dedo. Volto a encará-la e ela coloca a camisinha em meus lábios. Guio seu pênis até minha boca e deslizo o látex vagarosamente. Ludmilla geme arrastado e então impulsiona seu pau pra dentro. O gosto de morango invade minha boca. Ela se afasta e então volta a se posicionar entre minhas pernas. Lud segura seu membro pela base e roça a cabeça em minha buceta, de cima pra baixo. Agarro firme os lençóis da cama jogando minha cabeça pra trás.

- Pede de novo...

Choramingo sentindo meu sexo pulsar.

- Me fode, amor!

Sem demora ela estoca fundo, atingindo em cheio meu ponto esponjoso. Um grito estrangulado sai de minha garganta e sinto as pontas de meus dedos formigarem. Ela fica alguns segundos paradas, me deixando acostumar com seu eixo e então tira, devagar. Volta a estocar com força e minhas mãos voam até suas costas quanto ela se deita sobre mim. Sua boca desliza em meu pescoço, deixando beijos languidos e chupadas gostosas. Eu arranhava suas costas com força ouvindo ela gemer em meu ouvido. Sua mão direita segura firme minha cintura e a esquerda desliza até meu seio. Ela aperta o bico intusmecido o puxando em seguida e então sua boca vai pra lá. Minhas pernas se entrelaçam em sua cintura e Ludmilla mete mais forte e fundo. Ela alterna, abocanhando o outro seio, morde, chupa, brinca com a língua na carne macia e então se levanta. Se apoia nos tornozelos e levanta minhas pernas, dobrando-as em seus ombros.

- Ahh... Tão apertada! - Ela grunhi e eu mordo os lábios. Seguro sua cintura em um pedido mudo pra ela se colar mais em mim e ela atende. - Porra...

Reviro os olhos quando ela desce minhas penas e sua mão começa uma massagem lenta em meu clitóris. Meu corpo ardia, queimava em tesão, minha cabeça rodava e eu mal conseguia manter meu olhos abertos. Meus gemidos já haviam virado gritos escandalosos e eu mal me importava. Sinto sua outra mãos deslizar por minha coxa, subindo por meu abdômen até parar em meu pescoço, fechando-se ali.

- Olha pra mim. - Ela diz, tesão exalando de seu tom. Abro os olhos a encarando e estremeço. Seu rosto estava transformado em prazer. - Você é linda! - Seu tom estava banhando em malícia. O olhar perverso penetrando minha alma. - Linda e minha!

- Toda sua! - Exclamo em um fio de voz e ela sorri me fazendo estremecer.

- Usted es mía?

- Sim! Só sua! - Ela estoca forte e eu arqueio as costas.

Lud aproxima mais nossos rostos, seus lábios roçando nos meus.

- Minha putinha! - Gemo alto sentindo o impacto de suas palavras e o aperto em meu pescoço se fecha mais. - Minha puta gostosa. - Deslizo minhas mãos por seu braço segurando a mão livre e levo até meu rosto. Ela sorri, perversa ainda me encarando. - Pede.

- Me bate! - Digo de imediato e então um tapa acerta em cheio minha bochecha. Volto a encará-la e é impossível segurar meu sorriso. Eu amo isso. - De novo!

Ludmilla se apoia sobre os joelhos e então bate outra vez, a outra mão ainda apertando meu pescoço. Ela estocava forte e eu já não tinha mais forças pra gemer. Seu pênis tocava fundo atingindo meu ponto g em cheio por diversas vezes, e então, com uma ultra estocada e um último tapa, eu me entrego. Meu corpo convulsionava fortemente e sinto as paredes de minha buceta apertar, sugando mais seu pênis pra dentro de mim. Ludmilla geme alto jogando a cabeça pra trás e então sinto os jatos baterem contra o látex da camisinha. Ela continua estocando enquanto segurava forme minha cintura e eu aproveito pra rebolar em seu pau. Depois de alguns minutos ela o tira de dentro de mim, vai até o banheiro descartar a camisinha e volta, se deitando na cama. Eu ainda estava lá, estirada, imóvel, tentando controlar minha respiração. Lud se deita, me puxando para seu peito e então sinto uma leve carícia em minhas costas.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, apenas apreciando o momento e então sua voz sai baixa e um tanto preocupada.

- Eu te machuquei?

Sorrio de leve e a encaro.

- Não. - Traço um carinho em seu peito e respiro fundo. - Onde aprendeu essas coisas?

Ela ri baixinho.

- Algumas eu vi em um filme, outras é só uma vontade que me dá mesmo...

- Sua mente perversa é muito interessante.

Ela gargalha alto, sinto meu peito se encher de amor ao ouvir aquele som.

- Você não fica atrás. Me pedindo pra te bater... Você não era assim...

- Não mesmo, você me deixou assim!

- Oh, a culpa é minha?

- Toda sua!

- Uhum... - Ela ri e então me puxa pra um beijo calmo.

Após alguns segundos ela o encerra com alguns selinhos e faz um carinho leve em minha face. Seus olhos migram para seu pescoço e então seu cenho se franze.

- Merda! - Seu tom sai exasperado e então ela se coloca de joelhos na cama.

- O que foi? - Pergunto confusa e Ludmilla começa a me examinar. Ela me vira de costas passando a mão em cada centímetro de minha pele. Me coloca de frente de novo, seus olhos percorrendo meu corpo com cautela. - Amor, o que houve? - Ela ignora minha pergunta e então abre minhas pernas. Me sinto um tanto incomodada com seu olhar e então ela me toca com cuidado. Sinto um leve incomodo mas não demontrro.

- Merda! Que merda!

- O que foi?

Ela se levanta e se afasta.

- Eu te machuquei!

- Não amor...

- Machuquei sim! Olha isso! - Ela aponta pra mim então me levanto.

Caminho em direção ao banheiro e me assusto. A marca de seus dedos estava impressa em meu pescoço, de fora a fora. Haviam outras marcas roxas em minha pele, desde meu ponto de pulso até o ombro, onde também havia uma marca de mordida. Me viro de costas e lá estava, marcas de dedos e do chicote que ela haviam usado estavam ali, em um tom de vermelho escuro. Fecho os olhos e respiro fundo. Eu não sentia dor alguma, apenas um leve incomodo em meu canal, mas nada grave. Espero mais um pouco e sinto minha bexiga reclamar. Me sento no vaso e depois de me lavar com a ducha higiênica, me limpo e levo um pequeno susto quando vejo uma mínima mancha de sangue no papel.

Ok, talvez ela tenha pego um pouco pesado.

Descarto o lixo e volto pro quarto. Ludmilla estava sentada na beira da cama, os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos enterradas no cabelo.

- Amor, tá tudo bem. - Digo tocando seu ombro e então ela me encara.

Meu coração se aperta ao notar seus olhos vermelhos e suas lágrimas rolando em seu rosto.

- Eu te machuquei, Bru! Nunca mais vou tocar em você!

- Amor, deixa disso! Eu tô bem, olha! - Digo levantando seu queixo, fazendo ela me encarar. - Tá tudo bem. E eu também te machuquei...

- Não machucou não.

- Ah não?! E esses arranhões em suas costas?! - Digo tocando o local e ela se arqueia fechando os olhos. - Viu?! Ta doendo.

- Mas eu gosto...

- E eu também! - Ela abaixa os ombros, vencida.

- Tem certeza de que tá tudo bem?

- Absoluta!

Ela respira fundo e então solta o ar com pesar. Abraço seu corpo e a puxo para meu colo, nos deitando na cama novamente.

- Me desculpa, Bu.

Beijo sua testa fazendo um cafuné em seu cabelo.

- Tá tudo bem amor. Me desculpa também.

- Ok... - Ficamos em silêncio por alguns minutos até que ela me encara. - Eu te amo!

Sorrio, sentindo meu coração transbordar.

- Eu te amo!

{...}

- Filha! - Mirian grita assim que abre a porta e eu entro a abraçando.

- Oi mãe!

- Que saudades! Faz tanto tempo...

- Eu sei. - Ela me solta e então me encara. - Tá tão linda meu amor... - Seus olhos percorrem meu corpo de cima a baixo. - Magra né?! Não tá comendo direito?

- Mãe, não começa...

- Tudo bem, dessa vez eu deixo passar. - Seus olhos vão pra trás de mim e ela sorri ainda mais. - Vejo que trouxe alguém, que é essa menina linda?

- Mãe... - Encaro minha namorada, que tinha uma expressão estranha no rosto. - Essa é a Lud, minha namorada.

- Lud! - Mia puxa a garota com força, chocando seus corpos e Lud me encara assustada. - É um prazer te conhecer!

Ela finalmente solta a garota e logo nos puxa para dentro da casa, fechando a porta atrás de si.

- Sentem-se, Jorge já está chegando. Ele ficou muito feliz quando soube que viria Bubu.

Sorrio pra minha mãe e ela sai da sala. Lud segura minha mão e eu a encaro.

- Bubu?

- Nem começa!

Ela ri e então minha mãe volta com meu pai.

- Ei, minha pequena!

- Oi papai! - Me jogo em seus braços sentindo seu aperto e ele acaricia minhas costas.

- Como tem passado, filha?

- Bem. E o senhor?

- Melhor impossível! E aquela sua amiga doida? Continua doida?

- Larissa? Sabe como é, certas coisas nunca mudam...

Ele ri e então todos nós nos sentamos. Eu no sofá, com Lud, e eles nas poltronas, de frete para nós.

- Papai, vim aqui hoje porque queria que conhecesse Ludmilla, minha namorada.

- É um prazer, senhor Jorge. - Ela estica a mão e meu pai arqueia uma sobrancelha. Ele a analisa minuciosamente e então aperta sua mão. - Ai... - Lud sussurra e então os dois se afastam.

- Ludmilla... - Ele diz o nome dela em meio a um suspiro. - Você trabalha, minha jovem?

- Pai...

Ele me lança um olhar fuzilante e eu já sabia o que aquilo significava. Cale a boca e me deixe cumprir com meu dever.

- Trabalho sim.

- Com o quê?

- Eu sou fotógrafa.

- Sim, mas e o emprego?

Fecho a cara pra ele, que me ignora completamente e sinto o corpo de Lud enrijecer.

- E-eu trabalho como fotógrafa.- Ela diz dando de ombros. - Esse é meu emprego...

- Está me dizendo que ganha dinheiro tirando fotos?

- Sim.

- E é assim que pretende sustentar minha filha?

- PAI! - Grito exasperada e ele me encara. - Eu não vou ser sustentada por ninguém! Tenho minha própria renda!

- Sim, mas e quando se casarem? Continuará trabalhando?

- C-casar? - Lud engasga.

- Sim! - Ele responde firme. - Ou pretende ficar com minha filha, até que tenha se aproveitando de tudo o que ela pode dar, e depois descartá-la feito lixo?!

- Jorge...

- NÃO! - Ela se desespera. - Eu quero me casar! Só não agora...

- Vai ficar enrolando por quanto tempo?

- Pai, estamos juntas a somente dois meses. - Interrompi tentado disfarçar minha raiva.

- Jorge, não seja mal educado. Nossa filha gosta dessa garota. - Minha mãe intervém quando percebe meu estado.

Ele me encara, o cenho franzido, o semblante sério. Se eu não o conhecesse teria medo...

- Isso é verdade?

- O quê?

- Você realmente gosta de Ludmilla?

Encaro minha namorada que tinha uma expressão de pavor no rosto. Se ela pudesse sairia correndo agora mesmo.

- Eu a amo pai. - Volta a encará-lo. - Muito!

Ele respira fundo e então se levanta. Para na frente de Ludmilla que se levanta também, pronta pra ganhar uma surra.

- Sendo assim, seja bem vinda a família. - Ele abre um sorriso e então a puxa pra um abraço apertado. Lud engasga e devolve o abraço. - Se minha filha está feliz, eu também estou!

Ele a solta e então vamos todos até a sala de jantar. O almoço já estava pronto e o aroma inundava o cômodo me fazendo lembrar de minha infância. Minha mãe havia preparado meu prato favorito, macarrão a bolonhesa. Nos sentamos todos juntos, Lud ao meu lado, meu pai na ponta e minha mãe ao lado dele.

- E então Ludmilla. - Ele começa. - Esse... Emprego. Paga bem?

- Jorge! - Minha mãe chama sua atenção. - Que falta de delicadeza.

- Eu preciso saber se minha filha está bem amparada, oras.

- Paga. - Lud responde o encarando. - Paga muito bem, mas eu também venho de uma família tradicional. Dinheiro não é problema pra mim.

- Seus pais trabalham com o quê?

- Minha família toda trabalha na aérea jurídica. Minha mãe é juíza e meu pai é militar aponsentado.

- Uau. Sendo assim você teve um ótima educação, não?

- Sim. A melhor.

- Ludmilla fala oito línguas, pai. - Digo com orgulho enquanto seguro sua mão fazendo um leve carinho.

Ação que não passou desapercebida por minha mãe, que sorriu pra mim.

- Impressionante. E então, você pretende levar a sério essa relação?

- Com toda certeza. Sinto que com Brunna, tenho tudo o que preciso nessa vida. - Ela diz a última frase me encarando e eu sorrio em resposta sentindo meu coração errar uma batida.

- Vocês formam um lindo casal. - Minha mãe diz emocionada e eu agradeço.

- Sabe Ludmilla...

- Me chama de Lud. - Ela diz amigavelmente e meu pai acena, concordando.

- Então Ludmilla. - Ele continua e eu reviro os olhos. - Sabe qual era o meu maior sonho?

- Não...

- Ver meus filhos bem criado e educados. - Volto a prestar atenção em minha comida, era bem mais interessante. - Hoje eles cresceram, já estão bem de vida. Brunno se formou em agronomia, trabalha em uma grande empresa internacional, tem a vida dele. Brunna se formou em administração e abriu o próprio negócio, minha menina sempre foi muito corajosa. - Ele bebe um gole de seu vinho e então continua. - Como pai, estou noventa e nove por cento realizado com meus filhos. Só me está uma coisa...

- O quê? - Lud pergunta curiosa e eu levo a taça até minha boca.

- Um neto. - Cuspo todo o conteúdo quando ouço aquelas palavras e me levanto, engasgada.

- BRUNNA! - Minha mãe corre até mim e levanta meus braços enquanto Lud batia em minhas costas. Meu pai continuava sentando, bebericando seu vinho.

- Pai... Que merda é essa? - Pergunto ainda sentindo minhas narinas arderem por conta do vinho que saiu por ali.

- É a verdade.

- Pai! - Me aproximo dele segurando sua mão. - Paizinho lindo, deixa de se doido! Ludmilla e eu estamos juntas a quatro meses e namorando a dois. Ninguém vai te dar netos agora!

- Eu sei, só estou dizendo pra deixar claro que quero um em breve. Minha filha, eu já estou velho, quero segurar meu neto no colo antes de partir dessa pra melhor.

- Ou pra pior... - Minha mãe diz baixinho voltando ao seu lugar.

- Pai...

- Diga-me Ludmilla. Você pretende ter filhos?

Ela volta a se sentar e então me encara. Seu olhar intercalando entre mim e ele.

- Er... sim. Futuramente...

- Quantos?

- D-dois, talvez...

- Só? - Ele pegunta como se fosse pouco.

- Pai! Tá achando que sou cachorro que da cria de nove filhotes de uma vez?

- Brunna, nós viemos de uma família grande. Seria bom se tivesse no mínimo quatro filhos.

- O QUÊ? - Grito inconformada. - Você tá doido?! Pirou de vez!

- Não filha, quanto mais melhor.

- Sou eu que vou ter que partir isso tudo! Falar é fácil...

- Você tem irmãos Ludmila? - E mais uma vez ele me ignora.

- Sim.

- Quantos?

- Três.

- Aí! Tá vendo? Três irmãos...

- Pai, não é você que vai ter que empurrar quatro crianças vagina abaixo.

- Brunna... - Minha mãe chama minha atenção e eu dou de ombros.

- Menti em algo?

- E casamento? Já estão pensando nisso? - Ele continua com a sessão tortura.

- Na verdade eu já pensei sim... - Ela responde me surpreendendo e eu a encaro, incrédula.

- Já?!

- Sim... - Lud confirma sorrindo sem graça. - Desde o primeiro beijo eu sabia que você é a mulher da minha vida e quando você aceitou meu pedido de namoro, soube que é com você que pretendo ficar até o fim.

Sinto meus olhos marejar e meu coração inflar de amor e acaricio sua bochecha. Seguro sua nuca lhe dando um rápido selinho e ela roça a ponta de seu nariz no meu.

- Oh Deus, a paixão... - Minha mãe suspirar e nós sorrimos.

Passamos o resto da tarde assim, conversando, sorrindo e suportando a intromissão de meu pai. Ele é um cara legal, meio doido e intrometido as vezes, mas é legal.

- A vida no hospital é corrida demais. - Minha mãe continua e Lud a observava com atenção. - Eu sou neurocirurgiã, você não tem ideia do quão tortuoso é ter que ver cérebros o dia todo. - Ela diz e Lud sorri.

Só de imaginar a cena sinto um enjôo e coloco minha sobremesa longe.

- O senhor também é médico, Jorge?

- Só da boca. - Ele diz largando a taça sobre a mesinha ao lado. - Sou cirurgião dentista. Não é tão horrível quanto ver cérebros, mas também não é muito bonito...

Meu estômago se embrulha. Eu ouvia os relatos de cirurgia dos meus pais desde quando era pequena. Uma vez achei uma pequena caixa de papelão com algumas fitas VHS dentro. Minha curiosadade desde sempre falou mais alto, e então eu coloco uma e assisto. Foram os sete minutos e meio mais terríveis da minha vida. Era um vídeo de uma das cirurgias de minha mãe, aonde ela precisava tirar vermes do cérebro de um homem. Aquilo só não foi pior quanto ao vídeo do meu pai fazendo seis canais e dois implantes. Os gritos do homem ficaram gravados em minha mente até hoje.

Respiro fundo tentando espantar o enjôo crescente que sentia e me levanto indo até a cozinha, com a desculpa de que iria ajudar a limpa a louça. Entro no cômodo indo até a geladeira afim de pegar um copo d'água e minha mãe aparece logo atrás.

- Perdoe seu pai filha, ele só está entusiasmado com a idéia de te ver namorando.

- Por que? Não é como se eu nunca tivesse namorado antes.

- Eu sei filha, mas quando aconteceu você era apenas uma adolescente. Ainda estava se descobrindo e descobrindo o mundo também...

- Mãe, não era tanto assim.

- Brunna, você namorou sua melhor amiga da escola quando tinha 15 anos. E ainda me chegou aqui dizendo que iriam fazer um trabalho, quando na verdade estavam mentindo.

- Eu ainda não perdoei a senhora por entrar no quarto sem bater!

- Oras, eu te ouvi gritar feito uma gata no cio, precisava ver o que estava acontecendo.

- E viu.

- Até demais! - Ela faz o sinal da cruz e eu rio. - Agora você já é uma mulher formada, sabe o que quer da vida e por ter escolhido Ludmilla, seu pai se sente muito feliz.

- Que bom. Eu também sou muito feliz com ela.

- Eu sei que sim filha, seus olhos já dizem tudo. - Sorrio em resposta e coloco o copo na pia. - Aliás, seus olhos e esse chupão aqui... - Ela toca meu pescoço e então meu olhos se arregalam.

- QUE CHUPÃO? - Olho meu reflexo na porta de aço da geladeira e lá estava, uma bela marca roxa em meu pescoço. - Merda, Ludmil...

- A menina é boa, hein?! - Minha mãe diz e eu a encaro, incrédula.

- Mirian!

- Vai negar?

- Não... - Sorrio me lembrando da noite anterior e volto a me aproximar dela. - Sabe mãe, a Lud não é uma mulher comum...

- Bem, pra te aguentar tem que ser meio doida mesmo.

- Não! - Rio dela. - Não é isso! Eu quero dizer, fisicamente.

- Como assim?

Encaro seus olhos e respiro fundo.

- Ludmila tem um pênis!

Sua queixo cai.

- Um pênis? - Ela abaixa parcialmente o tom de voz.

- Sim.

- Mas inteiro mesmo?

- Com todas as partes.

- Uma Intersexual? Uau! - Ela diz deixando o lado médica falar mais alto. - E ela desempenha de todas as... - Ela limpa a garganta. - Funções?

- Oh sim, e muito bem!

- E como é?

- Como é o que?

- O sexo!

- Mirian! - Digo com falsa ofensa. - É perfeito. - Ela sorri ainda mais. - Ludmilla nunca me deixa na mão, ela se preocupa muito comigo e sempre me coloca em primeiro lugar.

- Ah filha, isso é tão raro de se encontrar.

- Eu sei! Sou tão feliz de tê-la.

- E o... - Ela encara a porta conferindo se estavam longe o suficiente - O tamanho?

Sinto meu rosto esquentar e então olho pra porta também. Volto a encará-la e faço um sinal com as mãos indicando o tamanho. Seu queixo cai em total surpresa e ela sorri.

- Brunna, você ganhou na loteria!

- Eu sei!

- O que tanto fofocam? - Meu pai entra na cozinha com Lud em seu encalço e eu abaixo as mãos o encarando.

- Er... Nada, eu só tava pedindo uma... uma marmita pra Mia pra poder levar pra casa.

- Sei... - Ele diz desconfiado. - Meu amor, venha aqui um instante, Ludmilla tem algo pra falar com Brunna.

Minha mãe na hora sei de perto de mim e vai até ele. Assim que os dois saem do cômodo, Lud para a minha frente.

- O que tem pra me dizer?

- Na verdade é mais um pedido.

Minha respiração para automaticamente. Ela não faria o que acho que faria, certo?

- Que pedido?

- Bem, todas as coisas que seu pai me disse só me deram certeza de tudo já eu quero com você. - Seus olhos brilhavam em cada palavra e ela segurava minha cintura. Eu enlaço meus braços em seu pescoço e ela me dá um selinho rápido antes de continuar. - Eu quero muito me casar com você Brunna, mas sei que está cedo demais pra isso. Também quero passar minha vida toda ao seu lado, mesmo com tão pouco tempo juntas. E eu acho que dá pra fazer um pouco dos dois, agora, sem que estejamos necessariamente pulando algumas etapas.

- Hum, e que solução milagrosa é essa!

- Brunna. - Ela respira fundo. - Você que morar comigo?

Meu coração salta em meu peito, batendo forte contra minhas costelas e minha cabeça roda. Eu não acreditava naquilo.

- Ludmilla, se você tá fazendo isso só pelo quê meu pai te disse... Basta ignorar, ele sempre foi assim...

Perco a fala quando seus lábios se chocam conta o meu em um beijo carinhoso.

- Não é por ele! Eu já tinha essa vontade de te chamar a algum tempo, mas só agora tive coragem. Por favor, vem morar comigo.

- Lud, eu preciso pensar...

- No quê?

- Não sei...Ficaremos juntas o tempo todo, e se brigassemos? E se isso fizesse mal a nossa relação?

- Não vai Bru. E nós só vamos descobrir se tentarmos..

- Mas e a Lari?

- Ela vai ficar bem! Sabe viver sem você. - Ela me encara com aquele sorriso brilhante e eu arfo. - E então? Você aceita?

Respiro fundo e aperto mais seu corpo.

- Ok, acho que podemos tentar... Eu vou morar com você.

Veio seu sorriso se alargar ainda mais e então ela me pega pela cintura e me roda no ar. Solto uma gargalhada alta e ela me coloca no chão novamente, roçando a ponta de seu nariz no meu.

- Eu te amo tanto, Bru!

Inspiro fundo sentido meu coração transbordar.

- Eu te amo mais, Lud!

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👀

como estamos?

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