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votem, comentam e digam o que estão achando.
NAMORAL, EU FIZ ESSE CAPÍTULO COM TODO CARINHO E AMOR DO MUNDO PQ EU SOU APAIXONADA NELE DESDE QUE ME SURGIU A IDÉIA DE FAZER. EU ACHO MUITO BOM VOCÊS COMENTAREM MUITO EM CADA PARÁGRAFO, CASO CONTRÁRIO EU FAÇO GREVE E FICO UM MÊS SEM POSTAR (isso se eu n excluir a fanfic). obg a todxs, amo vcs ♥️
e vamos de plot twist, várias descobertas... guardem esse cap na memória pro decorrer da história.
boa leitura 💕
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- Ai caralho! - Praguejo baixinho mais uma vez quando sinto outra turbulência do avião.
Lud aperta mais sua mão na minha tentando me passar tranquilidade e eu respiro fundo fechando os olhos com força. Já estávamos voando a dez horas e ainda faltavam três pra finalmente chegarmos em LA. Lud optou por irmos na primeira classe, teríamos mais privacidade e o vôo seria mais tranquilo, aceitei prontamente, mal imaginando o que viria pela frente.
- Você precisa relaxar. - Sua voz tranquila se faz presente invadindo meus pensamentos e eu a encaro. - Daqui a pouco a gente chega, amor.
- Você tá dizendo isso desde que entramos nesse avião.
Ela solta uma risada nasal e deixa um beijo nas costas de minha mão.
- Eu pensei que você iria gostar do passeio.
- Eu gosto amor, mas nunca viajei pra fora muito menos em um vôo tão longo!
Volto a encará-la e tento disfarçar meu nervosismo, em vão.
- Vai dar tudo certo, ok?
- Ok.
Volto a olhar pra fora, na janelinha e a visão que tinha só me deixava ainda mais em pânico. Tudo era absolutamente minúsculo lá em baixo, não existiam formas de nada. O mar extenso era a única coisa que dava pra ver com clareza além das nuvens que estavam a baixo da aeronave. O sol forte brilhava do lado de fora nos dando uma bela visão do céu aberto.
Deito minha cabeça no encosto do banco e fecho os olhos tentando relaxar. Sinto um leve beijo em meu pescoço e sorrio. Aos poucos os sons de tudo ao redor vai cessando e meu corpo entra em um estado de relaxamento até que me entrego de vez ao sono.
{...}
- Amor... - Ouço uma voz ao longe cantarolar e mexo uma sobrancelha. - Vida... - Sinto alguns beijos serem espalhados em meu rosto e abro os olhos com certa dificuldade.
Olho em volta e todos já estavam se levantando e se arrumando. O avião já havia pousado e Ludmilla me observava com um sorriso.
- Chegamos? - Me assustei com minha própria que estava extremamente rouca e ela assente.
- Sim, chegamos.
Me levanto junto dela e saímos do avião com as bagagens em mãos. Caminhamos junto dos outros até o desembarque e Lud segura minha mão nos guiando até a esteira aonde estariam nossas outras malas. Ela pega um carrinho e coloca tudo dentro, caminhamos até um amontoado de pessoas que tinham plaquinhas com nomes escritos e Lud acena pra alguém. A encaro confusa e ela aponta pra um homem negro e alto, parecia ter cerca de 50 anos, ele segurava um papel impresso com o nome Oliveira escrito nele. Caminhamos até ele e Lud o cumprimenta com um abraço caloroso.
- James! Que saudades!
- Quanto tempo, menina!
Ela se afasta e segura minha mão.
- James, essa daqui é a Brunna, minha namorada. - Ela diz a última palavra exibindo seu melhor sorriso e sinto meu rosto esquentar.
O homem segura minha outra mão livre e beija as costas dela.
- Enchanteur! - Agradeço com um aceno e ele nos aponta a saída.
Lud entrelaça nossos dedos e o seguimos até o lado de fora do aeroporto. Assim que saímos meu queixo cai. Ele vai até um carro branco, uma BMW X1, com detalhes em dourado e abre a porta traseira. Lud abre espaço e eu me sento, ela vem logo atrás de mim. O homem fecha a porta e da a volta no carro, ele se senta no banco do motorista e logo começamos a nos mover. Durante o trajeto me deixei viajar pela linda vista que estava tendo. Los Angeles é linda!
O clima na cidade era agradável, as pessoas pareciam contentes e a paisagem era de tirar o fôlego. Quando nos afastamos um pouco da cidade, foi possível ver a praia tão famosa. Haviam alguns banhistas ali com suas famílias e algumas outras pessoas apenas aproveitando o dia.
- Chegamos. - Ouço a voz dela me tirar de meus devaneios e olho para frente, a visão de tive me tirou o fôlego.
Paramos em frente a um enorme portão preto de barras, onde havia uma letra O gigante, escrito em dourado, bem na frente. Assim que ele se abre o carro continua andando, só então percebo que haviam um outro carro preto atrás de nós.
- Quem são? - Pergunto pra Lud apontando para trás e ela sorri.
- Só os seguranças...
Desculpe... SÓ?
O carro vai em direção a grande casa que havia no terreno. Ele da a volta na entrada e para o carro. O motorista desce e abre a porta, para que Lud e eu pudéssemos descer. Assim que saímos do carro meus olhos se arregalam. Tudo ali era extremamente luxuoso.
A casa era enorme e parecia mais uma mansão, havia um jardim enorme ao lado direito, repleto de algumas árvores e várias flores de todas os tipos, cores e tamanhos. Meus olhos se encheram ao ver todas aquelas pétalas coloridos e o perfume que elas exalavam me deixava totalmente inebriada. Ao lado esquerdo haviam uma piscina gigantesca com um trampolim acoplado e um toboágua. A grama do jardim exibia um lindo tom de verde e parecia ter sido cortada recentemente. A mansão em si era estonteante. Era toda pintada de branco com detalhes em dourado e adornos de tirar o fôlego.
- Vamos? - Ouço sua voz surgir atrás de mim e encaro minha namorada.
- Por que você não me disse que morava em uma mansão? Ou que era milionária?
Ela ri e me encara.
- Uma coisa de cada vez, baby. - Lud deixa um breve beijo em minha tempora e caminhamos juntas até a entrada da casa.
Chegando lá dentro, meu choque aumenta ainda mais.
- Boa tarde, senhoritas. - Um homem de meia idade diz assim que nos abre a porta e eu o cumprimento com um aceno de cabeça.
- Felipe! - Lud grita indo abraçar o homem e os dois logo engatam em uma conversa animada.
Olho ao redor e meus olhos transbordavam admiração. A casa era gigante.
- Por aqui, por favor! - O homem nos diz indicando o caminho e saímos do hall de entrada.
Chegamos no cômodo ao lado que parecia ser a sala de estar. Um lugar extremamente amplo decorado com muito requinte e bom gosto. Na parede central havia um quadro grande de Ludmilla com sua família, que eu ainda não conhecia. As paredes extremamente brancas faziam um lindo contraste com o chão de porcelanato preto. Haviam algumas pilastras de mármore claro em alguns cantos, muitos objetos de decoração dourados. No centro da sala havia um sofá de cinco lugares, uma mesinha de centro e mais três poltronas. No chão, um tapete vermelho cobria o piso.
- Vejam só! - Ouço uma voz alta e um tanto conhecida surgir e migro meus olhos até o topo da escada que havia no centro da sala. - O bom filho a casa torna!
- Mãe! - Lud caminha até a escada indo de encontro com a mulher e meus olhos se arregalam ao constatar quem era.
- Silvana Oliveira?! - Minha voz sai falhada quando finalmente me dou conta de quem se tratava.
As duas se desfazem do abraço e Lud caminha com ela até mim.
- E você deve ser Brunna, a dona do coração de minha filha. Acertei?
Permaneço extasiada ainda observando a mulher a minha frente. Silvana usava um macacão vermelho com um cinto branco marcando a cintura, nos pés uma sandália também branca, seus cabelos estavam muito bem presos em um rabo de cavalo alto e sua maquiagem era leve, trajes diferentes do que estava acostumada a vê-la usar.
- Amor?! Fala alguma coisa! - Ouço a voz de Lud me tirar do transe e pisco os olhos algumas vezes tentando me recompor.
- Desculpa! Eu não... Muito prazer! - Digo com a voz trêmula, estendendo a mão a ela e as duas se olham com sorrisos divertido no rosto.
- O prazer é todo meu! - Ela diz me puxando pela mão e então choca nossos corpos em um abraço caloroso.
Silvana Oliveira é uma das minhas grandes ídolas. Ela é uma das melhores juízas criminais do mundo. Silvana tinha um programa próprio de televisão em uma das maiores emissoras dos Estados Unidos, a OWN. Seu programa exibia os mais diversos casos de julgamentos. Silvana era conhecida por sua rigidez e extremo senso de justiça, ela era absolutamente irredutível mas sempre mantendo a honestidade acima de tudo.
- Como foi a viagem? - Ela pergunta a Lud e as duas entrelaçam seus braços. Lud segura minha mão e vamos juntas até o sofá.
Seus gesto não passou despercebido por sua mãe e por alguns segundos me senti um pouco intimidada, até que vejo ela nos exibir um lindo sorriso.
- Foi boa, um tanto exaustiva, mas boa. - Minha namorada diz se sentando e então sorri olhando pra mim. - Brunna quase infartou por conta das turbulências.
A mais velha ri e então me encara.
- Com o tempo você se acostuma.
Sorrio acenando com a cabeça, concordando com sua fala. Eu ainda estava um pouco atordoada com tudo aquilo. Eu não me importava com o dinheiro ou posição social de Ludmilla, pra mim pouco importa se ela fosse moradora de rua, mas o fato de sua mãe ser uma das mulheres mais fodas do mundo, isso sim me tirava de órbita. Qual é, minha sogra além de ser famosa, tinha um programa de televisão só dela e era a juíza mais respeitada de toda a América!
- Brunna, você está bem? - Ela pergunta franzindo o cenho.
- S-sim. - Me praguejo mentalmente por gaguejar e inspiro o ar profundamente. - Seria muito estranho se eu dissesse que sou uma grande fã?
Ela ri alto e Lud a acompanha.
- Claro que não, na verdade é uma honra!
- Minha mãe ainda não é acostumada com a fama. - Lud diz e a mulher sorri concordando.
- Onde está minha pequena? - Ouço uma voz grave surgir do outro lado do cômodo e encaro a porta.
Um homem surge no local com um sorriso imenso no rosto.
- Pai! - Lud se levanta e corre até ele. Os dois se abraçam com fervor demonstrando talvez a falta que sentiam um do outro e um sorriso brota em meu rosto ao observar a cena.
- Quanto tempo, petit.
- Bastante tempo, papa. Senti sua falta. - Ela diz se desvecilhando e os dois caminham até o sofá.
- E essa moça bonita, quem é? - Ele diz se dirigindo a mim.
- Pai, essa é a Brunna, minha namorada. - Lud responde sorrindo, apontando pra mim. - Bru, esse é meu pai, Renato.
O homem segura minha mão e beija as costas da mesma se curvando cordialmente.
- Plaisir, mademoiselle. - Ele diz em uma pronúncia perfeita e me vejo encantada.
- Plaisir, monsieur.
- Est-ce que tu parles français?
- Les bases.
- Veja só, além de linda é inteligente. Bela escolha, petit.
- Ótima escolha, papa. - Os dois sorriem e ele se senta na poltrona a nossa frente.
- E então Brunna, quais são sua intenções com minha filha? - Ele muda a feição asumindo uma postura mais séria e eu engasgo com a pergunta.
- Er... Eu... - Sinto meu cérebro dar tela azul. - Eu...
De repente todos começam a rir e o som das gargalhadas ecoam pelo cômodo.
- Calma amor, ele só tá brincando. - Suspiro aliviada exibindo um sorriso nervoso e sinto meu coração bater acelerado.
- Você deveria ter visto sua cara. Impagável. - Silvana diz brincando.
- Eu realmente fiquei nervosa.
- Não tem problema, eu sei como é. - Ele se escosta na poltrona e faz um gesto com o dedo chamando um homem que estava no canto da sala. - Me traga um copo de whisky puro, s'il vous plaît. - Ele pede e então o homem acena saindo dali. - Quer ouvir uma história engraçada?
- Pai...
- Sim. - Respondo dando de ombros e o homem sorri vendo Ludmilla revirar os olhos.
- Quando eu era mais jovem, me apaixonei por uma linda moça. - Ele corre os olhos até Silvana que sorri nostálgica. - Nos éramos bem jovens, eu tinha 22 anos, ela tinha 17. Foi amor à primeira vista, ao menos da minha parte. - Ele diz pegando o copo de whisky da bandeja e da um gole generoso. - Silvana não gostava de mim, me achava chato, mas eu fui persistente. Depois de muitas cartas, flores e muita, muita fé, ela aceitou sair comigo. Naquele dia demos nosso primeiro beijo e desde então estamos juntos. - Ele diz sorrindo pra mulher que lhe sorriu de volta. - Estamos casados a 26 anos e juntos a 28.
- 28 anos aguentando esse velho bagunceiro, se isso não é amor, então eu não sei o que é. - Ela diz nos arrancando uma gargalhada e então sorrio para os dois.
Silvana e Renato trocavam olhares apaixonados e por um momento desejei ter aquilo com Lud. Uma vida compartilhada ao seu lado, podendo contar nossa história para nossos filhos e quem sabe netos.
- Arrumem um quarto! - Um rapaz entra na sala falando alto e então todos o encaramos.
- Irmão! - Lud salta do sofá correndo até o rapaz e os dois se abraçam. - Meu Deus, você ta lindo! - Ela diz o analisando melhor.
- Eu sei, você também tá uma perdição. - Ele responde dando um leve tapa em sua bunda e ela o empurra.
Os dois começam uma lutinha enquanto caminhavam até o sofá. Observo os dois com um sorriso largo no rosto. Não sei ao certo porque estava sorrindo, mas a interação dos dois era algo... Carinhoso.
- Daqui a pouco ele começa a choramingar. - A voz de Silvana surge atrás de mim e eu dou um leve pulo me assustando. - Marcos é mais velho mas Ludmilla é mais forte, ele sempre acaba perdendo.
Continuo observando os dois até que Marcos dá um soco um pouco mais forte no braço de Lud. Ela cerra os olhos com uma expressão séria e então devolve o soco, o som do impacto ecoa pela sala e Marcos agarra o próprio braço dando um gritinho afinado.
- Não disse... - A mulher se levanto e vai até os dois. - O que foi que eu já disse sobre essas lutinhas? - Ela agarra a orelha dos dois, um de cada lado e caminha com eles até o sofá. - Palhaçada isso de ficarem se batendo, vocês são irmãos. E você? - Ela solta o rapaz que tinha uma expressão emburrada. - Onde já se viu bater em uma mulher? Não foi assim que te criei rapaz, já disse que em uma dama...
- Não se bate nem com uma pétala de flor! - Uma garota entra na sala completando a fala de sua mãe. - É só brincadeira mãe, calma. Não estamos no tribunal.
- Mesmo assim Luane, isso não...
- Em minha defesa... - O rapaz começa mas sua mãe o corta com um olhar matador.
- Deixa disso mãe, relaxa! - A garota segura os ombros da mãe e então me encara. - E você deve ser a Brunna, certo?
- Sim...
- Prazer. - Ela estende a mão pra mim. - Luane Oliveira. Mas pode me chamar de Lulu, ou cunhada, como preferir. - Ela sorri dando de ombros e eu aperto sua mão.
- Você sabe meu nome?
- E tem como não saber? Ludmilla só fala de você! - Ela se senta ao meu lado e eu encaro minha namorada, ela estava levemente corada. Volto a encarar a garota ao meu lado. - "Luane você vai amar a Brunna", "Luane a Bruna é linda", "Luane eu ainda vou me casar com a Brunna!" - De repente uma almofada atinge em cheio o rosto da garota.
- Da pra calar a porra da boca?
- Olha a língua menina! - Silvana repreende e ela se encolhe.
- Como eu dizia... - Luane continua, arrumando a almofada nas costas. - Ludmilla não tira seu nome da boca.
- Bom saber... - Vejo Lud cobrir o rosto e sorrio.
- Mas você é boca de sabão mesmo, hein garota!
- LUDMILLA! - MEU DEUS DO CÉU, DA ONDE SAI TANTA GENTE????? Mais um rapaz aparece na sala, ele corre até Ludmilla segurando ela pela cintura e os dois rodopiam no meio da sala enquanto riam alto. - QUE SAUDADE DE VOCÊ, POSTE HUMANO!
Mais alguns giros depois, ele a coloca no chão. Lud o abraça apertado e beija as bochechas gordinhas do garoto.
- YURI! - Ela grita arregalando os olhos. - VOCÊ TÁ COM BARBA??? - Ela pergunta virando o rosto do rapaz afim de ver melhor sua barba bem feita.
- TÔ!
- MEU DEUS! MEU MENINO CRESCEU!
- Lud, eu sou mais velho que você! - Ele responde com um tom sério.
- E daí?
Ele revira os olhos e então se vira me encarando.
- Uau! Que gata. - O garoto caminha até mim. - Oi, você é amiga dos meus irmãos?
- Er...
- Yuri, essa é a Brunna. - Silvana diz com um olhar sugestivo e ele me encara como se ligasse um ponto ao outro.
- Oh, então você é a famosa Brunna? Prazer, Yuri! - Ele beija as costas de minha mão. Os homens dessa família são muito cordiais. - Ouvi falar muito de você. - Ele lança um olhar divertido á Ludmilla e eu sorrio em resposta.
- Estão com fome? - Silvana muda o assunto e todos respondemos um sim em uníssono e ela sorri. - O almoço está servido. Vamos?
Todos levantamentos e Lud entrelaça seus dedos ao meus me guiando até a sala de jantar. O cômodo era amplo, a cozinha ficava do lado separada por uma grossa porta de correr feita de madeira maciça branca. O cheiro que invadia o local era arrebatador. A mesa de vinte lugares estava muito bem posta com louças finas. Todos se sentaram em seus devidos lugares, Renato ficou na ponta direita e Silvana se sentou ao seu lado junto de Luane, Marcos e Yuri se sentaram de frente para elas ao meu lado junto com Lud.
- Vocês não parecem ter uma grande diferença de idade. - Digo me referindo ao irmãos de minha namorada e eles sorriem.
- Marcos e eu temos um ano de diferença. - Luane diz e eu sorrio um tanto surpresa. - Ele tem 26, eu 25. Yuri veio logo depois.
- Eu tenho 22, mas nem parece né? - Ele diz exibindo um sorriso galanteador. - Carinha de 18, pode falar.
- Ludmilla é a mais nova. - Silvana chama a atenção de todos na mesa enquanto nos serviam. - Ela foi literalmente um milagre. - Sua voz começa a embargar e seus olhos lacrimejam. Renato segura a mão da mulher sobre a mesa e sorri, a confortando.
- Depois de termos os três, decidimos que já estava de bom tamanho. - Ele toma a palavra se servindo com um pouco de vinho. - Eu havia feito uma vasectomia e tudo correu muito bem. Até que dois anos depois, Silvana sentiu um mal estar horrível em meio a um mal humor e como eu já havia visto aquilo outras vezes. - Ele olha cada um de seus filhos. - Logo suspeitei que estivesse grávida novamente.
- E não deu em outra. - Silvana conclui com um sorriso lindo. - Fiz o exame e pouco depois o resultado posivito veio.
- E como vocês lideram com isso? - Pergunto curiosa dando a primeira garfada naquela comida cheirosa e sinto uma explosão de sabor. - Hum, isso aqui tá muito bom! - Digo de boa cheia e todos riem de minha reação. - O que é?
- Boeuf Bourguignon. - Franzo o cenho pra Silvana tentando entender o motivo do xingamento. - Carne de vaca cozida à exaustão no vinho tinto com legumes. - Ela diz sorrindo de minha confusão e eu relaxo a expressão. - Mas voltando ao assunto, quando descobrimos que eu estava grávida, claro que foi um choque, porque não imaginávamos. Mas foi uma notícia muito bem vinda e quando vimos, já estávamos comprando a decoração do quarto da nova integrante.
Sorrio encantada com a história e encaro Ludmilla que olhava pra mãe com carinho.
- E então ela nasceu. - Renato diz com certo cuidado eu volto a encarar o homem que tinha uma expressão séria na face. - Eu fiquei extremamente feliz quando descobri que seria pai de um menino novamente.
- E eu mais ainda por manter o título de princesinha da casa. - Luane diz empinando o nariz e Lud sorri.
- Criamos Ludmilla como se fosse um menino. Mesmo ela sempre se sentindo diferente dos irmãos, continuamos achando que era somente uma fase, coisa de criança... - Ele diz negando com a cabeça como se estivesse em contradição com ele mesmo.
- Quando chegou na adolescência seu corpo começou a se desenvolver e nós tomamos um susto. - Silvana continua. - Fomos a vários médicos e todos davam o mesmo diagnóstico. Quando tivemos a certeza do que estava acontecendo, fiquei extremamente eufórica, feliz demais com a descoberta, já Renato... - Ela diz encarando o homem que mantinha seus olhos baixos. - Ele demorou um pouco pra se acostumar com a idéia.
- Demorei um tempo pra poder digerir aquilo, mas quando finalmente consegui, entendi que minha filha não tinha problema algum. - Ele diz com certa cautela sorrindo pra minha namorada que sorria de volta. - Pelo contrário, ela é um ser humano incrível, uma mulher maravilhosa e uma filha perfeita!
Meus olhos começaram a marejar por conta de toda a emoção que todos tinham em suas palavras. A família de Ludmilla parecia ser extremamente amorosa e isso fazia meu coração se encher de amor e alegria.
- E eu perdi não somente meu posto de princesa, como também de filha preferida. - Luane diz quebrando o momento nostálgico e todos riem de sua fala.
- Aceita que eu sou a favorita, bebê.
- Já aceitei, fazer o quê... - Ela responde dando de ombros e Lud sorri convencida.
Continuamos a comer entre conversas e brincadeiras e a cada vez que puxavam assunto ou me colocavam na conversa, eu me sentia cada vez mais próxima deles. A família de Lud foi extremamente receptiva comigo e demonstravam gostar muito de mim não somente com palavras, mas também com atos. Depois de terminarmos a sobremesa, Luane me chamou pra conhecer melhor a casa e eu aceitei. Deixei Ludmilla na sala com os pais e os irmãos e subi a linda escadaria no encalço da mais velha.
- Esse é um dos meus cômodos favoritos da casa. - Ela diz antes de abrir as portas pesadas de madeira me dando a visão de uma biblioteca gigantesca.
Haviam enormes prateleiras que iam do teto até o chão, repletas de livros grossos e coloridos. Na parede que ficava de frente para a porta, do outro lado do cômodo, havia uma janela de vidro que tomava toda a parede. Uma mesa de madeira maciça estava a frente com algumas pastas e um notebook. No centro da biblioteca haviam um enorme lustre de cristal com duas poltronas logo a baixo. A biblioteca tinha dois andares e haviam duas escadas em cada lado que levavam até o andar superior.
- Uau! - Suspirei extasiada e Luane sorri fechando as portas.
- Magnífica não?
- Completamente!
Ela caminha até o lado esquerdo dedilhando alguns livros.
- Alguns deles já estavam aqui antes mesmo que eu nascesce. Outros quem trouxe pra cá foram meus irmãos e eu.
- Vocês tem bastante livros sobre leis aqui. - Disse divagando alto lendo alguns títulos.
- É o negócio da família. - Encaro a garota que tinha um sorriso sincero nos lábios. - Meu pai é militar aponsentado. Ele era marechal, a patente mais alta da hierarquia militar. Minha mãe é juíza, como você já sabe, meus irmãos e eu apenas seguimos seus passos.
- O que você faz? - Perguntei curiosa e me dirigi a uma das poltronas quando ela me chamou pra sentar.
- Sou promotora de justiça. - Ela exibe um sorriso orgulhoso. - Meus pais sempre me incentivaram a seguir a carreira de direito e eu me apaixonei pelo curso quando soube do que se tratava.
- Uau!
- Pois é! Marcos é advogado criminal, trabalha com minha mãe no fórum em que ela é juíza, mas os dois nunca se enfrentaram em um julgamento... Confesso que espero ansiosamente por esse dia. - Ela ri e eu acompanho imaginado a cena. - Yuri também está na faculdade de direito, quarto período. - Ela faz o número quatro com os dedos. - Quer ser juiz também.
- Lud é a única diferente da família. - Penso alto sorrindo e ela me acompanha.
- É... Minha irmã sempre foi diferente. - Ela diz encarando um ponto fixo enquanto sorria abertamente. - Lud sempre foi mais voltada pra área das artes, adorava desenhar, cantar, dançar... Sabia que ela fez aula de violino e piano por 10 anos? - Ela pergunta me encarando e eu nego com a cabeça. - Pois é... Ela toca outros instrumentos também, violão, flauta, bateria...
- Nossa! Não conheço esse lado dela ainda...
- Em breve vai. - Ela afirma sorrindo. - Ela sempre achou que iria decepcionar nossos pais caso dissesse que não queria seguir a carreira de direito, mas foi surpreendida quando eles a apoiaram a seguir seu sonho.
- Fotografia?!
- Sim! O maior sonho dela é abrir a a própria agência com modelos próprias e todas aquelas coisas... Todos nós a apoiamos muito desde o início! Lud pode até ter seus 20 anos, mas sempre será o bebê da família.
Sorrio de sua fala e ela se levanta. A acompanho até a saída e descemos juntas a escada.
- Eu gosto muito de você Brunna. - Ela diz do nada, entrelaçando nossos braços e eu a encaro. - Desde que Lud falou de você a primeira vez, a quatro meses atrás, eu senti um carinho muito especial por ti. Agora que te conheci pessoalmente isso só fez aumentar. Você é uma garota muito doce, é paciente e faz muito bem a Ludmilla. Alguém que faz minha irmã feliz, da forma como você faz, se torna automaticamente a minha pessoa preferida no mundo. - Chegamos ao último degrau e ela me encara.
Permaneço imóvel ainda sentindo o impacto de suas palavras até que sinto ela me puxar pra um abraço.
- Obrigada por mudar a nossa vida! Você sempre será bem vinda em nossa casa e eu desejo toda a felicidade do mundo pra vocês!
- Obrigada, Luane. - Digo ainda emocionada e ela se afasta.
- Luane não... - Ela torce o nariz e eu sorrio.
- Obrigada, cunhada! - Friso bem a última palavra e ela sorri abertamente.
- Minha vez! - Yuri diz se aproximando e toma meu braço pra si. - Vamos?
- Sim. - Respondo um pouco incerta sobre aquilo e logo começamos a andar.
Passamos por um longo corredor onde haviam diversos quadros espalhados. Ele vai me mostrando foto por foto e contando de quem se tratava aquelas pessoas.
- Esse é meu avô. - Ele aponta para um grande quadro aonde tinha a foto de um homem sério vestido com um terno militar. - Essa cara de bravo era pura fachada, ele era o homem mais bobalhão que existia! - Ele sorri nostálgico e seus olhos reluzem. - Ele faleceu a alguns anos...
- Meu sentimentos.
- Obrigada. Ele era idoso, se foi dormindo. Não sentiu absolutamente nada e isso foi reconfortante pra todos nós. - Ele continua caminhando comigo ao seu lado. - Essa é a Lud quando nasceu. - Ele aponta pra um quadro onde tinha a foto de um bebê lindo, com as bochechas gordinhas. - Meus pais nunca usaram cores "típicas" em nenhum de nós, quando criança as cores predominantes eram vermelho, verde e amarelo. - Ele conclui mostrando o macacão de bichinhos que Lud usava na foto. - Todas as fotos de infância dela estão guardadas, ela não gosta muito delas.
Continuamos caminhando enquanto ele me mostrava mais algumas fotos. Eu podeira facilmente dizer que deveriam existir centenas delas ali. Chegamos ao fim do corredor e ele para em frente a uma porta dupla de vidro.
- Lud me disse que você tem uma floricultura. - Assinto confirmando e ele sorri. - Então acho que vai gostar disso.
O rapaz abre as portas e me oferece a passagem. Dou alguns passos pra fora e minha boca se abre em surpresa. Havia um jardim enorme ali com todos os tipos de flores, o mesmo que eu havia visto quando chegamos, mas somente agora pude ver a dimensão do lugar. Havia ali uma grande plantação de rosas, bromélias, lírios, violetas, margaridas, orquídeas e uma fileira imensa de girassóis.
Caminho entre as flores tocando levemente as pétalas com as pontas dos dedos e o aroma misturado de todas elas invade meus pulmões sem pedir licença. Me vejo extasiada em meio aquela imensidão colorida e me viro encarando o garoto.
- Isso é incrível!
Ele sorri e caminha até mim com as mãos nos bolsos da bermuda.
- Minha mãe é apaixonada por flores. Imagine a alegria dela quando descobriu que a nora é florista. - Ele ri e eu sinto meu coração errar uma batida com a palavra "nora". - Ela tem esse jardim desde que compraram essa casa, a doze anos atrás.
- Pensei que sempre morassem aqui.
- Não. - Ele diz negando com a cabeça. - Nós todos nascemos no Brasil. Vivemos lá uma boa parte de nossa vida, mais da metade na verdade. Minha mãe recebeu a proposta pra trabalhar na TV aqui em LA e aceitou. Como ela não consegue viver sem a família toda por perto, nos mudamos pra cá e estamos aqui desde então.
- É uma bela casa. - Digo olhando em volta. - Deve ter custado uma fortuna. - Levo a mão a boca quando percebo que meus pensamentos saíram altos demais.
Yuri sorri e se aproxima mais. Ela fica ao meu lado olhando em volta também.
- Custou. Mas dinheiro não é problema pra minha família, você já deve ter percebido isso... - Sorrio concordando e ele ri. - Lud é a mais desgarrada de dinheiro. Desde quando era adolescente nunca ligou muito pra isso. Não era muito de gastar com coisas fúteis, diferente do resto de nós. - Ele ri e então cheira uma das flores. - Mesmo assim, nosso pai insiste em mandar uma boa quatia pra ela. Ele deposita no banco e ela, pra não fazer defeita, aceita.
- Ela gosta de ser independente.
- MUITO! - Ele responde arqueando as sobrancelhas e eu sorrio. - Ela sempre gostou de mostrar pra todos do que é capaz. Não tem nada que ela não possa fazer.
Concordo com a cabeça sorrindo em resposta. Yuri me oferece o braço e começamos a caminhar até o outro lado do extenso quintal. A tarde já começava a cair e o sol se punha ao longe nos dando a visão privilegiada do céu em tons de laranja e roxo. Caminhamos até uma das árvores que havia ali e só então me dei conta de que era uma macieira. Nos sentamos a sombra das folhas e ele entrelaça os braços nos joelhos enquanto eu cruzava as pernas.
- Lud fala muito de você. - Ele diz encarando o pôr do sol. - Ela liga pra cá todos os dias, ao menos duas vezes por dia. Seu nome já foi repetido mais de mil vezes durante as ligações. - Rio de sua fala e ele me encara sorrindo. - Nas chamadas de vídeo da pra ver os olhos dela brilhando quando fala como você é linda, ou a forma como você a faz sentir, ou o que quer pra um futuro próximo pra vocês. - Sinto meu coração acelerar com suas palavras. - Lud te ama muito Brunna, e eu assim como nossa família também! - Ele alarga mais o sorriso e segura minha mão com cuidado. - Obrigado por fazer tão bem a ela e por completar nossa família. Você já é muito querida por todos aqui, mais do que imagina! - Sorrio em resposta e ele me dá um beijo casto na bochecha. - Origada. Mesmo!
Assinto pra ele e vejo Marcos se aproximar.
- O que tanto conversam? - Ele pergunta se sentando ao nosso lado.
- Tava dizendo o quanto você é insuportável.
- Chupa meu ovo, garoto! - Ele grita e Yuri gargalha alto.
- Vou deixar vocês... - Ele se levanta e sai dali.
Marcos fica de pé pegando duas maçãs da árvore e me oferece uma. Pego agradecendo e ele volta a se sentar, agora mais perto.
- Tá gostando de conhecer a família barulho? - Ele pergunta mordendo a fruta e eu assinto sorrindo. - Já contaram as várias histórias de Lud?
- Já. Tô gostando de saber mais sobre ela, e claro, de fazer amizade com todos vocês.
- Todos aqui te adoram. - Ele diz sorrindo. - Eu então, já posso dizer que te amo só por ter conquistado aquele coração de pedra.
Rio de sua fala e ele me encara sorrindo.
- Lud não é tão ruim assim...
- Ah não, ela é maravilhosa. Mas aquela armadura que ela veste é impenetrável. Mas você conseguiu! - Ele diz tocando meu joelho e eu o encaro confusa.
- Armadura?
- Sim! - Ele fraze o cenho. - Você sabe que é a primeira garota que a Lud traz pra casa né?
Nego com a cabeça e ele arregala os olhos surpreso.
- Wow...
Ele continua comendo enquanto observa o pôr do sol.
- Lindo, não?! - Ele apontando céu e eu faço um sim com a cabeça, concordando. - Desde quando Lud começou a falar de você, eu senti que tu era diferente. - Ele muda de assunto repentinamente e eu o encaro.
- Diferente como?
Marcos sorri.
- Lud já sofreu muito nessa vida. Nossa família é muita unida e por conta disso, todos nós sofremos junto com ela. Minha irmã sempre foi uma pessoa muito alegre, mas depois do que aconteceu... Ela mudou!
Marcos morde o último pedaço e coloca o resto da fruta já comida ao seu lado. Ele limpa os dedos na calça de moletom e cruza as pernas.
- Quando ela começou a falar de você dava pra sentir toda a animação e a alegria em sua palavras. A partir dali já comecei a gostar de você.
Sorrio em resposta e ele me encara.
- Você fala "depois do que aconteceu"... O quê aconteceu?
Ele respira fundo.
- Lud nunca te contou?
Nego com a cabeça e ele suspira.
- Tudo aconteceu quando ela ainda namorava uma outra garota...
Flashback On
2 anos atrás...
Ludmilla POV
- Não vejo a hora de finalmente te ver de novo!
- Eu também meu amor, mas essa semana tá muito puxado pra mim, cê entende né?
- Sim pitchula, mas a saudade não deixa de apertar...
- Eu sei. Mas olha, só faltam três dias!
- Tô contando as horas!
- Eu também... Olha, preciso ir agora, eu te amo.
- Eu também.
Desligo o celular e guardo no bolso. Pego a última caixa que havia ali e sigo o mesmo rumo. Eu estava ajudando meu pai a organizar a garagem, depois que minha mãe praticamente lhe implorou pela vigésima vez. Eu não podia discordar quando ela dizia que o lugar parecia o fim do carnaval. Haviam caixas e mais caixas empilhadas umas nas outras, com todo o tipo de objeto dentro. Molduras antigas de fotos, alguns troféus meus e de meus irmãos da época da escola, brinquedos velhos e até uma máquina de escrever antiga porém muito bem conservada. Eu já começava a sentir o cansaço atingir meus músculos e saber que aquela era a última caixa das outras 237 que tiramos dali, me fazia agradecer ao céus.
- Prontinho pai! - Digo jogando o objeto no chão e me levanto esticando as costas. - Essa é a última!
- Ah minha filha, muito obrigado! - Ele diz me abraçando lateralmente. - Você serviu de grande ajuda pro seu velho.
- É, me agradece por não ter mais que escutar os gritos da dona Silvana.
Ele ri e minha mãe sai na porta observando aquela bagunça organizada.
- Ah, finalmente! - Ela caminha até nós ficando entre meu pai e eu. - Já sabem o que vão jogar fora?
- Sim! Aquelas são as coisas que vamos guardar. - Aponto para a pequena pilha que havia do lado direito. - E aquelas são as coisas que vão pro lixo. - Vejo ela arregalar os olhos observando a montanha de lixo que havia ao lado esquerdo.
Meu pai mexe as sobrancelhas sugestivamente apenas esperando o surto de minha mãe, mas ela somente solta o ar fingindo alívio.
- Ótimo, vou ligar pra companhia de entulho vir buscar.
- AGORA? - Renato se altera e eu prendo o riso. - Eu ainda nem tive tempo de me despedir...
- Renato você guardou essa tralha por vinte anos! Teve tempo suficiente pra isso, me poupe.
- Mas amor...
- Mas nada! Chega! Eu quero minha casa limpa, sem entulho e sem essas porcarias velhas jogadas por aí.
- Mas meu amorzinho...
- Nem venha...
Os dois saem dali, minha mãe vai na frente ignorando os chamado de meu pai que ia atrás tentando de todas as formas encontrar uma maneira de fazer ela mudar de idéia. Observo a cena sorrindo e nego com a cabeça.
Meus pais são o meu maior exemplo, como pessoas, profissionais e como casal. Eles estavam casados a 26 anos. Meu pai foi praticamente obrigado a se casar quando minha mãe descobriu que estava grávida de meu irmão. Minha avó tocou o terror e o ameaçou com uma espingarda enferrujada.
Como Renato já planejava juntar as escovas com dona Silvana, ele apenas uniu o útil ao agradável. Se casaram logo de imediato e mesmo sendo as pressas, tudo saiu da forma mais linda possível. Sei disso porque minha mãe sempre fez questão de mostrar seu álbum de casamento para meus irmãos e eu todos os anos, no dia em que comemorava a dava.
Minha mãe e meu pai, além de casados, eram melhores amigos. Um sempre ajudava e incentivava o outro, e mesmo com os perrengues e a pegação no pé de um com o outro, eles se amavam profundamente. Meu pai sempre fez questão de demonstrar isso, não somente em palavras, como também em gestos. Era lindo ver a forma como elas se respeitavam e se queriam bem.
Era esse o tipo de relação que eu queria com Júlia. Algo firmado em respeito mútuo, companheirismo e uma amizade inabalável. Esse pra mim, era o resumo de uma boa relação.
Júlia e eu estavamos juntas e um ano. Nos conhecemos no ensino médio, ficamos amigas e logo começamos a nos envolver. Eu a amava com todo meu coração e tinha plena certeza de que era recíproco. Eu nunca escondi nossa relação de ninguém, mas meus pais ainda não a conheciam. Eu estava planejando apresentá-la formalmente pra minha família, afim de estabelecer nossa relação em algo mais sério. Eu ainda não havia contado sobre isso pra ninguém, além de Marcos. Ele sempre soube de minhas aventuras amorosas e sempre fez questão de me aconselhar, independente do motivo.
- Ei, já acabaram? - Ele surge do nada observando a bagunça. - Nossa...
- Pois é... Chegou agora?
- Sim.
- Como foi no escritório?
- Chato! Porem legal...
- Que bom.
- E você? Já decidiu quando vai trazer a Júlia? - Ele pegunta interessado e o chamo entrando de volta em casa.
- Sim, amanhã!
- Já?
- Uhum. Nós já estamos a um bom tempo juntas, quero dar o próximo passo logo.
Ele faz um som nasal concordando.
- E você vai viajar hoje pra buscá-la?
- Exato!
- Fico feliz por você, irmã. - Ele diz abrindo um sorriso lindo. - Saiba que independente de qualquer coisa, eu sempre estarei aqui pra te apoiar.
- Obrigado!
Ele me dá um rápido abraço e então vou até meu quarto afim de tomar um banho.
...
Finalmente chego ao Brasil. Depois de longas treze horas de vôo, me sinto extremamente grata por finalmente colocar os pés no solo. Saio do aeroporto pegando um táxi e dou o endereço de meu apartamento. Júlia morava comigo a seis meses. Foi ideia dela e eu, claro, não me opus, já que gostava de sua companhia.
Chego no local e saio do carro desejando um bom fim de noite para o motorista, após pagar a corrida. Entro no edifício e reparo que o porteiro não estava em sua cabine. Dou de ombros e vou até o elevador. Entro na caixa metálica e aperto o número da cobertura aonde ficava meu apartamento. Eu estava nervosa e um pouco ansiosa. Havia combinado com Júlia que somente voltaria dali a três dias, mas tudo fazia parte do plano. Antes de eu ir a casa de meus pais, nós havíamos conversado sobre uma possível viagem no fim de semana e ela prontamente concordou.
Júlia adorava viajar. Na verdade ela adorava tudo que envolvia novos ares. Por muitas vezes ela me apareceu com roteiros de viagens a dois pra alguns lugares dentro do Brasil e eu prontamente atendia. Dinheiro nunca foi problema pra mim e eu não me importava em mimar minha namorada, seja com o que fosse que ela quisesse.
Eu não havia ligado pra ela nem mandado mensagem. Queria fazer uma surpresa completa. Assim que a portas do elevador se abriram, sai de lá entrando pela sala de estar. Ouço uma música vindo do andar de cima e concluo que ela estava lá. Tiro meu casaco e o jogo sobre o sofá junto de minha mochila e começo a subir os degraus. Assim que chego no primeiro degrau vejo um par de tênis jogados de qualquer jeito na porta do quarto e estanho. Não me lembrava de ter comprado aquilo e pareciam grandes demais pra minha namorada.
Abro a porta do quarto e entro, a TV estava ligada e tocava alto uma música com batida sexy. A cama estava desarrumada. Ouvi alguns murmúrios vindos do banheiro e quando fui em direção ao cômodo, vi uma camiseta preta masculina jogada no chão, ao lado da cama. Vou até lá e pego a peça de roupa. Não era minha.
Continuo andando até o banheiro, na ponta dos pés e os murmúrios vão ficando mais altos. A porta estava entreaberta. Olho pela pequena fresta e sinto meu estômago se revirar com aquela visão.
Julia estava agarrada ao corpo de um homem. Ele a prensava na parede. Os dois estavam nus e ela gemia avidamente a todos pulmões. Sinto meu coração acelerar e uma dor incessantemente surge. Minhas mãos começavam a soar frio e minha cabeça roda, me fazendo perder um pouco o rumo. Me afasto da porta com a mão na boca e sinto algumas lágrimas molharem minha pele, sem que eu nem ao menos percebesse.
Volto pro quarto e observo o local. Haviam duas taças com vinho no móvel encostado na parede, junto de uma garrafa. Algumas outras peças de roupas estavam jogadas no chão um pouco longe da cama. Vejo uma calça masculina ali e vou até ela. Tiro a carteira de lá e procuro pela identidade do sujeito. Eu não o conhecia. A música ainda tocava alto e meu coração batia no mesmo ritmo acelerado. Saio do quarto deixando tudo no lugar novamente e desço as escadas limpando minhas lágrimas, fazendo com que minha visão voltasse ao normal. Entro na cozinha pegando um copo de água afim de me acalmar e recebo uma notificação de mensagem no celular. Pego o aparelho e vejo o nome de Marcos brilhar na tela. Deslizo a mensagem e ligo imediatamente pra ele.
- Oi?
- Ela me traiu! - Minha voz sai baixa afim de não chamar atenção e sinto minha garganta fechar ao dizer aquelas palavras.
- Que? Como assim?
- Eu acabei de chegar em casa, Marcos! Saí do quarto agora, ela tá no banheiro transando com um cara que eu não faço idéia de quem seja!
Um breve silêncio de faz presente do outro lado da linha e eu bebo mais um gole d'água.
- O que você vai fazer?
- Eu não... Não sei. Esperar eu acho...
Ouço ele suspirar fundo e então sua voz sai em um timbre mais sério.
- Faça o que tiver que fazer, só não se machuque. Depois volte pra cá imediatamente!
- Ok! - Encerro a ligação e guardo o celular no bolso novamente.
Sinto um ódio imenso me atingir em cheio. Eu não podia acreditar que isso realmente estava acontecendo. A quanto tempo ela me traía? Era tudo mentira? Suas palavras, seus gestos, tudo... Que merda é essa?
Sinto minhas mãos tremerem e saio a procura de algo pra me acalmar. Pego uma garrafa de vinho e abro me servindo em uma taça. Meus olhos percorrem a cozinha e o metal frio do jogo de facas reluz. Fecho os olhos inspirando forte o ar e saio dali. Vou em direção a uma das poltronas da sala e me sento esperando por meu próximo passo. Um bom tempo depois ouço passos na escada e uma conversa animada invade o local. De repente silêncio. Giro minha taça vendo o líquido se mexer e bebo mais um gole.
- Lud? - Ouço sua voz reverberar trêmula e aperto meus dedos em volta da garrafa.
- Oi Julia. - Usei meu melhor tom de nojo ao dizer seu nome.
- O quê... O que tá fazendo aqui?
- Essa é minha casa, não?! - Continuo encarando um ponto fixo na sala. - Pelo menos achei que fosse...
Um silêncio denso se faz presente no local. De repente seus passos ecoam novamente e ela para em minha frente. Meu estômago se embrulha e eu me vi forçada a engolir a vontade de vomitar. Subo meus olhos por seu corpo até encarar sua face.
- Lud...
- Não precisa me dar explicações. - Digo cortando seu discurso e bebo mais um gole de vinho. - Eu vi vocês dois no banheiro.
Seus olhos se arregalam e ela engole seco.
- Qual seu nome, meu rapaz? - Pergunto ainda encarando a garota e ele pigarreia.
- Lúcio.
- Lúcio... - Brinco cantarolando seu nome. - Me diga Lúcio, você fez seu serviço direito?
- Como? - Sua voz sai confusa e um tanto trêmula.
Me levanto da poltrona ficando de frente pra ela e então me viro para o rapaz com meu melhor sorriso presunçoso.
- Eu quero saber, se você fudeu ela direito.
O garoto engole em seco e então troca alguns olhares com ela.
- Eu... Acho que sim.
- Ótimo... Estão juntos a quanto tempo?
- Dez meses, eu acho.
Sinto uma pontada em minha cabeça e meu coração se quebra em mais um pedaço.
- Entendo... - Me viro pra ela novamente e seus olhos transmitiam todo o medo que ela sentia. - Você já pode ir embora, Lúcio! - Me viro para o rapaz novamente e ele sai dali praticamente correndo.
- Ela não me disse que morava com alguém. - Ele diz parado na porta entreaberta.
- Alguém? - Deixo uma risada alta sair. - Onde estão meus modos?! Prazer, Ludmilla. Namorada da Júlia. - Ele arregala os olhos me encarando e então franze o cenho.
- Achei que eu fosse namorado dela...
- Lúcio! - Ela grita e o rapaz a encara. - Só vai embora!
Ele assente saindo do local e fecha a porta em seguida. Volto a encarar a garota que fitava o chão.
- Tá com vergonha de olhar pra mim? - Ela permanece imóvel. - Engraçado... Nós estamos juntas a um ano, você e ele a dez meses... Durante todo esse tempo você fazia questão de me olhar nos olhos e dizer as mais lindas juras de amor e agora... Você tem vergonha de olhar pra mim?
Ela fecha os olhos com força e levanta a cabeça. Júlia me encara a contragosto e todo o nojo que sentia me atinge.
- Lud... - Ela respira fundo e eu apenas espero o que viria a seguir. - Eu só... Eu... - Ela deixa seus ombros caírem em derrota. - Eu não sei o que dizer.
- Não tem o que dizer, eu vi! - Termino de beber o líquido de minha taça e a arremesso com toda a força na parede ao lado vendo o cristal de estilhaçar por toda parte. - Eu vi você agarrada ao corpo dele. - Digo entre dentes me aproximando e ela dá alguns passos pra trás. - Vi seus olhos se revirando em prazer e ouvi seus gemidos satisfeitos enquanto ele te comia com vontade! - Ela retorce o rosto e eu sorrio. - Usou camisinha pelo menos? Ou caso engravidasse iria dizer que o filho é meu? Seria esse seu último golpe?
Ela trinca a mandíbula e para. Seus olhos se tornam raivosos, do jeito que eu queria. De repente ela bate algumas palmas e ri, debochada.
- Parabéns! Você adivinhou! - A garota começa a andar em minha direção e sua feição inocente se esvai. - É, eu tava com você pelo seu dinheiro! Ele sim me interessa. Pensou o quê? Que eu estava contigo por amor ou algo assim? - Ela solta uma gargalhada alta e amarga. - Faça-me o favor, uma aberração dessas não merece o amor nem mesmo de uma mãe! Você me satisfazia no banco, e ele na cama. Afinal, é só pra isso que você serve!
Sinto meu sangue ferver em minhas veias e sem que pudesse me controlar, dou um tapa acertando em cheio seu rosto. Ela volta a me encarar com a mão no local vermelho e eu trinco a mandíbula.
- Pegue todas as suas tralhas e saia da minha casa imediatamente!
A garota sai da minha frente e eu solto o ar que nem sabia que estava prendendo. Levo as mãos a cabeça mexendo em meu cabelo nervosamente e a sigo subindo escada acima. Entro no quarto e vou em direção ao closet.
- Eu disse suas tralhas! - Ela me encara com algumas peças de roupas nas mãos.
- É o que estou fazendo!
- Não! - Vou até ela e arranco as peças de roupas de suas mãos. - Isso aqui, quem te deu fui eu! Essas roupas, esses sapatos! - Vou até as prateleiras aonde estavam os calçados e jogo alguns no chão. - Essa mala, o seu celular, TUDO O QUE VOCÊ TEM, QUEM DEU FUI EU! COM O MEU DINHEIRO! Eu sou uma aberração certo? Sendo assim você não vai ficar com nada que a aberração te deu. NADA!
Ela me encara boquiaberta, incrédula.
- Você sabe que eu só tenho isso!
- Pouco me importa! A única coisa que eu tinha era meu coração, o amor que eu te dei, e você o quebrou e o jogou fora sem nem pensar duas vezes!
- Me poupe dessa ladainha...
- Me poupe você, de ter que ver essa sua cara nojenta e asquerosa! Saia daqui! - Grito fazendo ela estremecer e a garota passa por mim em um tiro.
A sigo pra fora do cômodo e seguro seu pulso.
- Eu quero a chave do carro que eu te dei. Seu celular, os cartões de crédito que estão em meu nome, o dinheiro de sua carteira que eu dei também, aliás... Eu quero a carteira inteira, porquê eu também comprei.
- E eu vou ficar com o quê?
Solto uma risada amarga e encaro seus olhos profundamente.
- Me agradeça por te deixar sair daqui com a roupa que está em seu corpo e o chinelo em seus pés. Eu deveria arrancar até mesmo esse mega hair que eu paguei, mas não farei isso, porquê diferente de você, eu tenho compaixão. - Solto seu pulso e ajeito minha postura. - Pegue seus documentos e saia da minha casa, agora! E nunca mais volte a me procurar.
Ela bufa irritada e vai até a bolsa. Abre a carteira pegando seus documentos e sai do quarto batendo a porta. Espero alguns instantes até ouvir o elevador funcionando e me permito desabar. Perco a força de minhas pernas e caio sentada no chão ouvindo meus próprios soluços. Minha garganta queimava, lágrimas grossas e pesadas rolavam por meu rosto e eu sentia cada pedaço quebrado de meu coração se esfarelar. Olho em volta naquele cômodo e sinto um nojo inigualável. Me levanto indo em direção ao closet e pego todas as roupas dela que estavam ali. Caminho com certa dificuldade até o banheiro e jogo tudo dentro da banheira. Abro o armário embaixo da pia e pego um frasco de álcool. Jogo todo o líquido sobre os tecidos finos e corro até a cozinha afim de encontrar fósforos, esqueiro ou qualquer coisa com fogo. Volto ao banheiro e acendo uns cinco fósforos jogando nas roupas em seguida. Saio dali voltando ao closet e pego os sapatos jogando-os na fogueira fedida, vendo a fumaça preta inundar o cômodo. Abro as janelas afim de deixá-la sair e vou até o quarto. Pego todos os quadros com fotos nossas, que estavam espalhados e os jogo no chão vendo os vidros se estilhaçarem, recolho as fotos e as rasgo jogando no fogo também. A raiva me consumia até o último fio de cabelo. Pego as taças que estavam sobre o móvel e jogo contra a tv, faço o mesmo com a garrafa e vejo o aparelho cair do suporte e se espatifar no chão. Saio dali descendo até a sala e repito o mesmo processo com os quadros de lá, jogando-os contra a TV. De repente o alarme de incendio apita devido a fumaça do banheiro e os sprinklers são acionados. A água caía sobre os móveis, molhando todo o apartamento. Pego minha bolsa e meu sobretudo que estava em cima do sofá e vou até o elevador. Entro na caixa metálica e aperto o botão do térreo. Assim que chego ali, algumas pessoas me encaram confusas, apenas ignoro aqueles olhares e vou até a saída pegando o primeiro táxi que vejo pela frente e volto ao aeroporto.
Flashback Off
Sinto meu coração se amarrar em meu peito e meus olhos já estavam completamente inundados com as lágrimas.
- Assim que ela chegou em casa fui correndo com ela pro quarto. - Marcos continua falanddo enquanto encarava o horizonte. - Ela chorou a madrugada e manhã toda. Precisei lhe dar um calmante pra que ela finalmente pudesse dormir. - Ele suspira pesadamente. - Depois disso Ludmilla vendeu o apartamento com tudo que tinha dentro, não queria nunca mais se lembrar da garota nem de nada que ela havia tocado. Lud pegou todo o dinheiro que tinha guardado no banco, tirou da poupança que nossos pais haviam salvo para sua faculdade, e sumiu.
- Como assim sumiu? - Pergunto tentando disfarçar minha voz embargada.
- Ela sumiu! Não ligava, não mandava mensagem, só respondia o necessário. Ela fez um mochilão pelo mundo, viajando por países que ela nem ao menos sabia da existência. Voltou depois de um ano, completamente mudada e começou a trabalhar com fotografia. - Ele finalmente volta a me encarar e percebo que seus olhos estavam marejados. - Ludmilla se fechou completamente. Nunca mais se envolveu com ninguém, nem mesmo com novas amizades. Ela não consegue confiar em ninguém e tem medo de ser magoada novamente. Todos aqui em casa percebemos essa mudança, mas somente eu sei o que realmente aconteceu.
Respiro fundo em êxtase ainda absorvendo aquela bomba de informações que tive. Eu nunca poderia imaginar que minha namorada tinha passado por aquilo.
- Por isso eu digo, Brunna. - Ele segura minha mão eu o encaro. - Você é um verdadeiro anjo! Você devolveu a vida a minha irmã! - Ele abre um sorriso breve e eu imito seu ato. - Eu nunca a vi tão feliz desse jeito, nem mesmo com Júlia. Ela realmente te ama. Dá pra sentir isso de longe.
Meu sorriso se alarga ainda mais e eu aperto seus dedos que estavam repousados em minha mão.
- Eu também a amo muito, Marcos!
- Eu sei! E por mais que eu já saiba, quero te pedir. - Ele se vira pra mim, me encarando profundamente. - Cuide bem da minha irmã. Ela já passou por muitas coisas nessa vida e você sem dúvidas, foi a melhor até hoje e provavelmente sempre será!
Sinto meu coração inflar com aquelas palavras e em um impulso, o abraço. Ele devolve o gesto me apertando em seus braços e eu sussurro um "pode deixar comigo" em seu ouvido.
- Epa, que isso? - Ouço aquela voz maravilhosa se fazer presente e me afasto dele. - Já tá querendo roubar minha namorada, Marcos?
- Claro! Uma garota linda dessa? É melhor tomar cuidado, hein!
Sorrio da brincadeira e ela da um leve chute em seu pé. O garoto se levanta e faz posição de ataque, os dois começaram a gingar fingindo uma luta e então ele a segura pelo pescoço esfregando seu cabelo. Lud gargalha alto enquanto tenta se desvecilhar de seu irmão e meu coração se enche de amor vendo a cena. Elas eram realmente são muito unidos.
- Vou deixar vocês. - Ele diz pegando a taça do chão e então e olha pra mim. - Não esquece do que eu disse, ok?
- Ok! - Ele me dá uma piscadela e eu sorrio em resposta.
Marcos sai dali deixando um beijo estalado na bochecha de Lud e ela se aproxima se sentando ao meu lado.
- O que vocês tanto conversam? - Ela pegunta me encarando e eu me jogo em seu braços.
Lud tomba para trás, se deitando na grama e eu começo a beijar toda sua face deixando selinhos estalados em cada centímetro.
- Estávamos só dizendo o quanto você é maravilhosa!
- Ah... Eu sei. - Ela diz dando de ombros e eu sorrio beijando seus lábios.
Me afasto aos poucos e encaro seus olhos brilhantes.
- Eu te amo!
Ela sorri ainda mais e aperta minha cintura.
- Eu amo você, vida!
Continuo encarando seus olhos e migro meu olhar até sua boca. Não consigo resistir e beijo seus lábios tentando transmitir todo o amor que eu sentia. Lud segura em minha nuca com a outra mão e eu aperto levemente seus ombros. Nossas línguas dançavam em sincronia, nossos lábios eram praticamente esmagados enquanto nossas cabeças giravam em lados opostos. Seu polegar fazia uma leve carícia em minha bochecha enquanto sua outra mão passeava suavemente em minhas costas. Aos poucos o beijo foi cessando por conta da falta de ar e eu o encerrei com alguns selinhos. Permaneço de olhos fechados e ela cola sua testa na minha. Lud roça a ponta de seu nariz no meu e eu sorrio com o gesto.
- Você é tudo que um dia eu sonhei e nem sabia! - Ela diz com a voz rouca e sinto meu corpo arrepiar devido suas palavras.
- Você é o meu conto de fadas! - Abro os olhos a encarando ela e quase desmaio ao ver aquele sorriso perfeito.
- Seu conto de fadas?
- Sim.
- Como assim?
- Uma história de amor perfeita, onde as duas pessoas se encontram, se apaixonam e vivem felizes pra sempre!
- Nós seremos felizes pra sempre?
- Sim! - Respondo convicta e ela sorri.
- Eu sou capaz de tudo pra te fazer feliz. - Sinto meu coração transbordar com suas palavras.
- Eu te amo tanto, vida!
- Eu te amo mais, meu amor!
Voltamos juntas pra dentro da casa entre beijos e carícias. Assim que chegamos na sala, vejo todos ali conversando animadamente e me sinto em casa. Era bom ter a companhia daquela pessoas maravilhosas. Lud se senta ao lado do pai e se junta a conversa. Eu apenas observava a interação de todos com um sorriso bobo nos lábios. Naquele momento eu tive a certeza, Ludmilla é o amor da minha vida e eu quero construir com ela uma família tão linda quanto àquela.
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