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votem, comentem e digam o que estão achando.

boa leitura 💕
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- Um pênis? - Seu cenho estava franzido demonstrando toda sua confusão.

- Sim...

Ela encara um ponto específico na parede e fica em silêncio. Bebo mais um gole de vinho apenas esperando.

- Um pênis? - Ela volta a perguntar me encarando e eu assinto confirmando. - Tipo... Um pau mesmo? - Lari faz um gesto com a mão e eu faço uma careta reprovando seu ato.

- Ai Larissa que horror. Mas sim, ela tem um pênis...

- Nossa... Por essa eu não esperava.

- Nem eu...

Ficamos mais alguns minutos em silêncio perdidas em pensamentos enquanto ela terminava de devorar as batatinhas.

- Mas isso não é uma coisa ruim... Certo? - Ela volta a perguntar um tanto insegura.

- Bom, pra mim não. Eu não ligo pra isso...

- Então eu também não. - Lari de ombros se levantando do sofá e vai até a cozinha pegar mais um pouco de vinho.

Era final de domingo e eu finalmente havia criado coragem pra contar a Larissa sobre minha conversa com a Lud. Eu sei pode parecer errado, mas eu precisava contar pra alguém e Larissa é minha melhor amiga! E de fato aquela revelação não era um problema pra mim.

Bem, eu nunca havia me relacionado com um homem antes, nunca me senti atraído por essa espécie e também nunca tive curiosidade de saber como era. Pra mim, Lud continua sendo mulher, porque ela é, e eu não me importo com o resto, ela me faz bem e isso é tudo o que realmente me interessa.

- E essa tal viagem aí. - Lari volta se sentando no sofá novamente. - Vai ser quando?

- Final de semana, vamos na sexta e voltamos no domingo a noite.

- Pra onde vão?

- Floripa, Lud vai fazer um trabalho lá numa springbreack da UFRJ.

- Springbreack? Mas isso não é em setembro?

- Parece que eles tiveram que cancelar no ano passado e mudaram a data pra esse ano.

- Hum... - Ela bebe um pouco do vinho e abaixa a taça com um sorriso nostálgico no rosto. - Lembra da nossa springbreack?

Lari me encarava balançando suas sobrancelhas sugestivamente e eu sorrio em resposta.

- Sim... Nossa, a gente ficou muito louca naquela festa, né?

- Louca é apelido! - Ela solta um gritinho animado e se ajeita melhor no sofá. - Caralho, foi uma semana inteira de putaria e bebedeira sem fim...

- A gente indo dormir todo dias às 6 manhã pra acordar às 9 e voltar a beber e curtir.

- Eu só vi nosso quarto quando chegamos pra desfazer as malas e depois pra refazer antes de ir embora.

- Você passou o rodo naquela cidade!

- Se tivesse sido só o rodo eu ficava até quieta...

Solto uma gargalhada estrondosa ao ouvir aquilo e ela se junta a mim.

- Aí, bons tempos aqueles... Nossa...

- É, nos soubemos aproveitar bem a época da faculdade.

- Nem me fale!

Larissa e eu tínhamos muitas daquelas histórias pra contar. Nossa época de faculdade foi uma das melhores de nossas vidas. Éramos boas alunas, exemplares, e tínhamos as melhores notas da classe, mas não deixavamos de curtir e aprontar quando surgia a oportunidade.

Foi na faculdade que eu tive a certeza de que gostava de mulheres. Sempre me senti atraída por elas mas ainda tinha algumas dúvidas sobre minha sexualidade. Por conta da distância entre minha casa e a universade, junto com a bolsa eu acabei conseguindo moradia por lá e fiquei em um dos apartamentos do alojamento. Minha colega de quarto foi a primeira garota que eu realmente fiquei. Nós tivemos um rolo breve e tudo terminou de forma amigável, depois de ficar com ela comecei a me entender melhor e decidi viver a vida da forma como eu achava que deveria ser. Nunca irei me esquecer o quanto Lívia foi importante pra mim nessa época da minha vida.

- Tá pensando no quê?

Sinto ela se aproximar um pouco mais e encaro minha amiga com um sorriso fraco.

- Tava lembrando da Lívia...

- Uh, aquela sim era boa.

- Larissa! - Dou um tapa em seu ombro e ela ri. - Que horror.

- Ué, tô mentindo? Lívia era gostosa pra cacete...

- E eu não sei?!

- Saudade dela. Ela sempre tinha as melhores festas do campus.

- As festas mais problemáticas, você quis dizer né?

- É ué... As melhores!

Reviro os olhos e me levanto indo até a cozinha pegar mais vinho.

- Lembra do Duarte?

- Puta que pariu! - Respondo exasperada me lembrando daquela trágica noite. - Aquele cara era louco!

- Eu fiquei em choque quando vi ele daquele jeito!

- Eu tive medo de dar algum problema pra gente, Deus me livre perder minha bolsa por causa de um doido daqueles.

- Nem me fale...

Volto pra sala me sentando ao seu lado novamente.

- Eu ainda não sei como ele não pensou na hipótese de que poderia morrer se usasse tanta droga daquele jeito.

- Ele é homem né, acha que pode tudo, que tem super poderes...

- Ah ele tinha super poderes sim, super burrice.

Lari concorda rindo e eu alcanço algumas batatas.

Aquela foi uma das últimas festas que Larissa e eu fomos.

Flashback On

- Argh, finalmente as provas acabaram. - Lari disse se jogando em cima da minha cama.

Fechei o notebook e tirei os óculos encarando minha amiga.

- Sinto que meu cérebro derreteu.

- O meu já evaporou!

- Vocês reclamam demais. - Lívia apareceu do banheiro.

Ela estava extremamente arrumada, usava uma mini saia jeans com botões na frente, um cropped florido com gola rolê sem mangas e uma maquiagem muito bem feita. Seu cabelo loiro estava jogado de lado com aquele famoso topete tão bem feito por ela.

- Vai sair Li? - Lari perguntou encarando a garota de cima a baixo quase babando.

- Vou! E vocês vão comigo!

- Quê? - Perguntei um tanto confusa e ela sorriu pra mim.

- Isso mesmo! Tratem de se arrumar que hoje a gente vai comemorar.

- Comemorar o que?

- O fim das provas, oras. Não é você que disse que tá morta? Bora reviver!

- Não sei se é uma boa idéia.

- A qual é Brunninha...

- Amanhã eu vou pra casa dos meus pais. Não quero chegar lá de ressaca.

- É só não beber muito, ué. - Lari respondeu dando de ombros.

- Vamo Bru, vai ser legal! - Lívia segurou minhas mãos e me encarou com aqueles olhos azuis cintilante.

Eu não conseguia resistir aquilo.

- Ta... - Disse me levantando e pegando minha toalha indo em direção ao banheiro.

- Aee! - As duas comemoraram e uníssono e eu apenas sorri negando com a cabeça.

Não demorei muito pra me arrumar. Tomei um banho rápido e passei uma maquiagem leve. Preferi usar uma roupa mais confortável, um short jeans e um cropped de manga bufante, fiz um rabo de cabelo bem preso no cabelo e calcei meu all star vermelho. Larissa também não demorou a ficar pronta e preferiu usar um vestidinho preto que ficava um palmo a cima de seus joelhos, o cabelo solto e somente um rímel deixando seus cílios ainda maiores.

- Prontas?

- Sim! - Respondemos em uníssono com largos sorrisos.

- Então bora pra farra!

Soltamos um gritinho animado e seguimos Lívia até a porta. Tranquei tudo e saímos do alojamento pegando um táxi que já nos esperava. Chegamos no lugar em cerca de 20 minutos. Já havia uma boa quantidade de pessoas ali, uma música da Rihanna tocava alto animando a todos, não foi preciso mais que alguns minutos pra notar que todos já estavam bem alterados. Lívia nos conduziu até um grupinho de pessoas, haviam alguns colegas de classe ali junto de outras pessoas que eu não fazia de quem eram. Cumprimentamos todos eles e logo já estávamos com copos de bebida na mão. Conforme o tempo ia passando, mais pessoa chegavam e a música continuava animada. Decidi ir pra pista de dança e alguns de meus amigos me seguiram.

- Já disse o quanto você fica gata com esse short? - Lívia sussurrou em meu ouvido segurando no cós de meu short e me puxando pra mais perto dela.

- Já, mas você pode dizer de novo se quiser...

Ela sorriu maliciosa enquanto me encarava profundamente.

- Se eu dissesse o que sinto vontade fazer quando você me olha assim... - Ela deixou a frase morrer e mordeu levemente o lóbulo de minha orelha.

Deixei um gemido abafado sair sabendo que a música não deixaria ela ouvir.

- Porquê você não para de falar e começa a fazer? - Usei meu tom mais safado e ela sorriu novamente.

Lívia segurou firme em minha cintura e me puxou pra um beijo desesperado. Nossas línguas brigaram pra assumir o controle enquanto ela fazia questão de alisar cada centímetro de meu corpo com suas mãos rápidas. A cada segundo o beijo se aprofundava mais, seguro sua nuca deixando leves arranhões e ela mordeu meu lábio inferior. Quando ela estava prestes a retomar o beijo...

- Caio! - Ouvi a voz de Larissa se sobressair a música alta que tocava e olhei em direção a ela.

Demorei um pouco pra assimilar o que acontecia quando senti alguém me empurrar e correr até ela. Uma rodinha se formou em nossa volta e Caio estava jogado no chão, tremendo violentamente enquanto segurava uma garrafa de água quase vazia.

Alguns amigos dele chegaram e arrastaram seu corpo até a lateral do local e eu os segui junto de meus amigos.

- O que até acontecendo? - Perguntei desesperada vendo o garoto se debater enquanto seguravam a cabeça dele.

- O maluco tá travado de lança! - Um garoto gritou chutando a perna dele.

- Ei! - Larissa gritou empurrando ele pelos ombros.- Tá louco filha da puta? O garoto já tá mal e tu faz isso?

- Eu avisei pra esse corno não usar essa porra! Ele já tava cheio de bala na mente, bebendo desde hoje cedo e ainda dá uma dessa!

- Tá mas não adianta nada você bater nele Henrique! - Lívia disse se aproximando. - É melhor chamar uma ambulância... - Ela disse com uma das mãos apoiando a testa.

- Ótimo, agora vou ter que cuidar desse retardado!

- Olha, se você não ta afim afim de ajudar, então pode ir embora. - Disse pro garoto e ele se afastou na hora.

Alguns minutos depois a ambulância chegou e levou o garoto na maca, Caio já estava desacordado.

- Eu vou com eles, podem ficar se quiser.

- Eu quero ir pra casa. - Larissa me encarou e eu mantive a firmeza.

- Ok, vejo vocês depois. - Lívia disse entrando na ambulância e os paramédicos fecharam as portas se afastando dali.

- Você vai mesmo pra casa?

- Sim. Depois dessa tô sem clima pra festa e tenho que acordar cedo amanhã.

- Ok... Eu vou ficar.

- Tá bom.

Saí dali pegando um táxi e em poucos minutos já estava em casa novamente.

Flashback Off

- Ainda bem que ele ficou bem depois daquilo.

- Mas deu um belo susto na gente. - Digo me ajeitando debaixo do edredom.

- Ele levou um dura dos pais.

- Não merecia menos.

Lari me abraça se encaixando na conxinha eu apago a luz do abajur.

- É... Ainda bem que deu tudo certo.

Concordo com ela e fecho os olhos já sendo envolvida pelo sono.

{...}


- Eu preciso levar algo específico?

- Nada demais, biquíni, uma roupa pra gente poder sair e protetor solar.

- Ok. - Respiro fundo e deixo um sorriso bobo escapar. - Você vai me levar pra sair?

- Pode apostar que sim, senhorita!

- E nós vamos nos ver hoje?

Ela solta um lufada de ar e sinto um certo desapontamento em sua voz.

- Infelizmente não princesa, ainda preciso terminar de arrumar todo o material pra viagem e catalogar algumas coisas. Desculpa...

- Tá tudo bem.

- Certeza?

Inspiro o ar tentando disfarçar a leve tristeza em minha voz.

- Não, mas vai ficar!

- Não faz assim poxa...

Estava pronta pra responder quando ouço o sino da porta balançar e me viro afim de saber quem seria o cliente. Meu maxilar trava na hora em que meus olhos batem na pessoa que estava a minha frente.

- Amor, eu vou ter que desligar agora, ok?!

- Aconteceu alguma coisa?

- Não! Nada demais...

- Ok, mais tarde a gente se fala. Até mais, baby.

- Até amor.

Encerro a chamada colocando o celular sobre a mesa e encaro a pessoa cruzando os braços abaixo de meus seios.

- Posso ajudar?

- Eu espero que sim. - Ela diz exibindo um sorriso presunçoso. - Você é a Brunna, certo?

- Sim.

- Prazer. - Ela estende a mão pra mim. - Cinthya Nogueira.

Seguro firme a mão da garota balançando levemente.

- Você precisa de algo?

- Eu não, mas conheço alguém que precisa.

- Desculpa, não entendo...

- Veja bem Brunna, meu primo, Rafael, trabalhava aqui e ele me contou que acabou perdendo o emprego por um desentendimento de vocês...

Eu não posso acreditar nisso. O muleque foi chorando pra priminha dele? Isso é sério?

- Sim, nós tivemos um leve problema. Eu não gosto que se metam na minha vida particular.

- E eu te entendo! - Ela diz com a expressão passível. - Eu também não gosto de ter minha privacidade invadida. Mas sabe, Rafa é um garoto muito sensível, ele é um tanto... - Ela torce o nariz pensativa. - Apegado demais.

- Ainda não consegui entender aonde você quer chegar.

A garota bufa e então apoia os braços sobre o balcão.

- Meu primo precisa do emprego. Ele tem alguns problemas pessoais com pai e essa é a única fonte de renda que ele tem. Ele é orgulhoso demais pra vir aqui te implorar pra que você o deixe voltar, mas eu não tenho problema com isso.

- Cinthya, certo? - Pergunto com certo desdém e ela assente confirmando. - Olha, me desculpa, mas o seu primo passou dos limites...

- Eu posso te garantir que isso não vai acontecer de novo! Eu já conversei com ele e coloquei um pouco de juízo naquela cabeça oca e dura dele... Por favor Brunna, deixe-o voltar. - Ela junta as mãos como se implorasse. - Além do mais, ele já conhece suas funções, sabe o que tem fazer. O tempo e dinheiro que você gastaria contratando e ensinando outra pessoa... - Ela solta o ar derrotada. - Por favor!

Hesito um pouco na resposta. Devo admitir, quando vi aquela garota pela primeira vez não fui com a cara dela. Bem, tudo bem que ela tava com a língua na garganta da garota que eu gosto, mas ela realmente parecia estar sendo sincera e tinha até certa razão. Me daria muita dor de cabeça contratar e ensinar alguém novo.

- Tudo bem, ele pode voltar.

Ela arregala os olhos e um sorriso sincero surge em seus lábios.

- Muito obrigada Brunna! - Ela segura minha mão que estava em cima do balcão e aperta levemente. - Muito, muito obrigada! Você é um anjo!

- Imagina, sem problemas...

- Eu vou avisar meu primo e eu prometo, o que ele fez não vai se repetir!

- É melhor mesmo, porque eu não sou de dar segunda chance duas vezes.

- Entendo.

- Ele pode voltar amanhã, no mesmo horário de sempre.

- Ok. Mais uma vez, muito obrigada... - Ela ia se virando pra sair mas pára e olha pra mim novamente. - Ah, e foi um prazer te conhecer.

Sorrio sem mostrar os dentes e ela sai acenando e fechando a porta.

- Fii um prizir ti conhicir - Repito fazendo uma careta e me sento na cadeira atrás de mim. - Já vai tarde, mocreia.

...

- Então o garanhão resolveu mandar a priminha dele ir falar contigo?

- Sim! Você acredita na audácia?

- Audácia? Eu diria moleza. Qual é, ele precisa de alguém pra amarrar o tênis dele também?

- Eu sinceramente não consigo acreditar até agora. Mas o que eu podia fazer, ele precisa do emprego.

- Ah Brunninha... - Ela faz uma leve carícia em minha mão. - Esse seu coração bom ainda vai te causar sérios problemas.

Empurro sua perna levemente e ela da de ombros bebendo mais um gole de vinho. Volto a prestar atenção na TV a minha frente até que ouço meu celular tocando. Vou até minha bolsa procurando pelo aparelho e assim que vejo a foto que apareceu na tela meu sorriso se abre automaticamente.

- Vou atender no quarto.

- Vai lá fazer sexcall, bebê...

- Você é ridícula!

Saio dali ouvindo a risada estrondosa de minha amiga e entro no quarto fechando a porta.

- Alô?

- Demorou pra atender...

- Desculpa amor, Larissa tá aqui.

- Como sempre né... - Ela diz soltando uma risada anasalada.

- Ei, não fala assim! Eu gosto da companhia dela.

- Eu sei amor, só acho engraçado o fato dela viver mais na sua casa que na dela, mesmo ela morando na porta da frente.

Senti meu coração batendo nos ouvidos e o sorriso não saía do meu rosto de forma alguma.

- O que você disse?

- Que acho engraçado...

- Não! Do que você me chamou?

Um breve silêncio se faz do outro lado até que ouço sua risada baixinha.

- De amor.

Sinto meu estômago se revirar em euforia e me sento na cama cruzando as pernas.

- Fala de novo.

Ela ri mais uma vez.

- Meu amor.

Coloco a chamada no mudo e agarro o travesseiro gritando feito louca sobre ele. Eu não posso acreditar. Essa é a primeira vez que Lud me chama desse jeito e o som que saía de sua boca formando aquelas palavras era o mais lindo que eu já escutei em toda a minha vida. Paro de gritar e devolvo o travesseiro no lugar, respiro fundo antes de tirar a chamada do mudo e o posiciono na orelha novamente.

- Voltei...

- O que houve?

- Nada... - Mordo o lábio inferior me sentindo uma adolescente. - A Lari me chamou...

- Só quero saber como vai ser quando eu dormir aí. Será que ela vai querer deitar na cama com a gente?

Solto uma risada alta negando com a cabeça.

- É claro que não. A Lari tem senso das coisas, apesar de não parecer.

- Espero que sim...

- Então você tá querendo dormir aqui é? - Perguntando brincando com a barra do lençol.

- Ah sabe como é, quem sabe um dia...

- E esse dia tá muito longe?

Ela fica em silêncio por alguns segundos e sua voz surge um pouco mais séria.

- Eu só quero fazer as coisas sem pressa sabe, com calma.

Estranho um pouco sua súbita mudança de comportamento mas somente concordo ela.

- Ok...

- Bem, já está tudo pronto pra viagem. Passagens compradas, hospedagem tá ok...

- Minha mala já esta pronta. - Digo olha para a mala no canto do quarto.

- Ótimo... E quem vai cuidar da floricultura?

- O Rafa.

- Mas ele não foi demitido?

- Sim... - Digo soltando o ar um tanto incomodada. - Mas eu dei o emprego dele de volta.

- Por que?

Hesito em lhe contar o motivo.

- Bem... A prima dele pediu.

- Cinthya? - Sinto meu estômago revirar ao escutar aquele nome sair de sua boca.

- A própria.

- Hum... Bom, pelo menos você não precisa se preocupar com isso.

- É...

- Amor, vou precisar desligar agora, ainda tenho que terminar de arrumar algumas coisas. - Sorrio novamente ao escutar sua voz dizendo aquilo.

- Tudo bem, me manda mensagem quando acabar.

- Pode deixar. Tchau meu bem, até mais.

- Até, tchau amor. - Ela desliga chamada e eu jogo o celular em cima da cama.

Deslizo meu corpo me deitando sobre o colchão macio e abraço o travesseiro com um sorriso gigante no rosto. Alguns minutos depois Larissa entra no quarto e vem até mim.

- E esse sorriso aí?

Encaro minha amiga que tamben sorria amigavelmente.

- Ela me chamou de amor.

Lari abre a boca surpresa e eu pulo em seu colo a abraçando.

- Vocês já são quase namoradas agora...

- Eu sei! - Digo em plena euforia sentindo meu coração bater forte contra meu peito.

A cada dia que se passa eu fico ainda mais apaixonada por Ludmila. E sinceramente? Algo me diz que essa viagem só vai deixar isso ainda mais claro.

{...}

Uma semana depois...


- Atenção passageiros do vôo 307 rumo a Florianópolis, favor se dirigirem ao portão 9. Passageiros do vôo 307, portão 9. - Ouço a voz mecânica anunciar e abraço minha amiga pela última vez.

- Vou sentir sua falta, pequena! - Ela diz com a voz embargada e eu reviro os olhos pra todo aquele drama.

- Larissa, é só um fim de semana!

- Será que posso sentir falta da minha amiga? - Ela diz me soltando. - Depois reclama que eu sou grossa e os caralho tudo...

- Okay, okay... Desculpa. - Dou um beijo estalado em sua bochecha. - Também vou sentir sua falta!

- É bom que sinta mesmo!

Deixo uma risada anasalada escapar e pego minha mala.

- Vê se cuida dela direito! - Ela diz apontando o dedo pra Lud que sorri em resposta.

- Vou cuidar muito bem! - Ela pega sua mala e vira pra mim. - Pronta? - Ela pergunta sorrindo.

- Prontissima!

Lud me dá um selinho rápido e eu a sigo até a fila de passageiros. Caminhamos até a mulher que estava atrás da mesa.m entregando nossas passagens e conferindo nossos documentos. Logo já estávamos na pequena van que leva os passageiros até o avião. Nós sentamos em nossas poltronas e Lud colocou nossas malas no compartimento que tinha ali, não demorando muito para que logo levantássemos vôo.

A viagem foi rápida, cerca de duas horas depois já estávamos em Florianópolis, mais precisamente no hotel em que ficaríamos hospedadas. Lud já estava desfazendo as malas enquanto eu apreciava a vista da varanda. Estávamos no Oceania Park Hotel que ficava perto da praia. O lugar era bonito e o quarto extremamente espaço, haviam dois espaços ali, uma sala de estar aconchegante com uma mobília moderna e um quarto grande com uma cama de casal king size, um lustre, TV e um frigobar muito bem abastecido.

- Lindo, não? - Ouço sua voz vibrar em minha nuca e sinto meu corpo se arrepiar quando ela me abraça por trás.

- De tirar o fôlego! - Ficamos alguns minutos ali apenas observando alguns pássaros voarem naquele céu incrivelmente azul. - Não sabia que sua agência ia tão bem assim...

- Como assim?

Me viro de frente pra ela e começo a brincar com a gola de sua camiseta.

- Um hotel desse, com uma vista dessa... É meio caro, não?

Sinto seu corpo ficar rígido e ela franze o cenho desviando o olhar.

- É... Os contratantes quiserem esse, então... - Sua voz estava mais séria.

- Tá tudo bem?

- Tá sim. - Ela volta a me encarar sorrindo e me da um leve beijo na testa. - Eu vou precisar descer pra arrumar o material lá em baixo, depois eu volto pra te buscar pra festa, ok?

- Ok!

Ela me da um selinho e quando ia se afastar seguro seu braço com cuidado. Lud me encara em confusão e eu me aproximo dela. Seguro sua nuca e a puxo para um beijo. Suas mãos seguram minha cintura de uma forma um tanto possessiva e ela sorri entre o beijo mordendo levemente meu lábio inferior. Nossas bocas se encaixam perfeitamente no beijo sicronizado e eu chupo levemente sua lingua. Lud separa o beijo com alguns selinhos e se afasta.

- O que foi?

Ela me encara e sua boca se curva em um sorriso malicioso.

- Nao posso descer desse jeito né... - Ela olha pra baixo em direção a sua cintura e sigo com meu olhos até o lugar.

Havia uma leve protuberância ali e eu sorrio sentindo meu rosto esquentar.

- Desculpa...

- Tá tudo bem. - Ela me dá o outro selinho. - Só guarda um pouco disso pra mais tarde. - Ela diz piscando o olho e eu sorrio em resposta.

Lud pega uma mala preta e grande que parecia estar pesada e os músculos definidos de seus braços se sobressaem. Ela me manda um último beijo no ar e sai do meu campo de visão. Ouço a porta do cômodo a frente se abrir e fechar e deixo um suspiro sair. Eu mal podia acreditar que estava ali com ela.

Encaro a vista da varanda por alguns segundos novamente e saio dali indo em direção a minha mala. Abro ela tirando algumas peças e guardo no guarda roupas. Pego uma toalha e vou até o banheiro. O cômodo era grande, havia uma banheiria de hidromassagem ali e uma ducha individual. Uma pia dupla com um espelho enorme que cobria desde o teto até a metade da parede onde o marmore da pia se iniciava. Tiro minhas roupas colocando-as no cesto que tinha ali e ligo a torneira da banheira espalhando alguns sais na água. Pego meu celular afim de colocar minha playlist pra tocar e entro na banheira logo em seguida, sentido meu corpo relaxar instantaneamente com a água morna o cobrindo. Um aroma incrível se espalhou pelo cômodo e permiti meus pensamentos vagarem em minha mente enquanto fechava olhos. Depois de alguns bons minutos ali, termino o banho saindo do cômodo e volto pro quarto. Tomo um susto ao ver o céu já escuro pela janela.

- Quanto tempo eu fiquei lá? - Pergunto a mim mesma indo em direção ao guarda roupas.

Separo um vestido preto curto o colocando em cima da cama junto de alguns acessórios e enxugo meu corpo. Alcanço o vidro de hidratante na mala e começo a passá-lo em meu corpo. Solto meu cabelo do coque e visto minha roupa. Calço meus sapatos preto de salto agulha e e vou em direção ao banheiro novamente afim de fazer minha maquiagem. Capricho um pouco delineando meus olhos e começo ajeitar meu cabelo.

- Que que eu faço aqui? - Pergunto a mim mesma me encarando no espelho até que tenho uma idéia.

Volto pra minha mala pegando minha necesserie e volto ao banheiro. Separo alguns grampos e um elástico de cabelo e começo a ajeita-lo coforme eu imaginava. Depois de terminar tudo, encaro minha imagem no espelho e sorriso satisfeita, eu tô perfeita!

Aproveito pra tirar uma foto afim de guardar aquele momento.

- Brunna! - Ouço a voz de Lud no outro cômodo e abro a porta saindo de lá.

Assim que seus olhos pairam sobre mim, ela abre a boca em surpresa e logo em seguida sorri.

- Uau!

- Gostou? - Pergunto dando uma volta em meu próprio eixo e parando de frente pra ela novamente.

Lud bate algumas palmas e se aproxima de mim.

- Se eu gostei? Puta que pariu garota, tu tá perfeita! - Ela me puxa colando nossos corpos e eu arfo com o impacto. - Tão cheirosa... - Lud passou levemente o nariz em meu pescoço deixando uma mordida para logo em seguida apertar minha bunda.

Deixo um gemido abafado escapar e sinto ela sorrir contra minha pele. Seguro seus ombros incentivando ela a continuar com seus carinho e ela sobe suas mãos pela minha cintura, deslizado-as logo em seguida em minhas costas até chegar em meus ombros.

- Sua pele é tão macia, baby. - Sua voz saía baixa e rouca em um sussurro manhoso.

Lud passa os dedos por minha clavícula até alcançar meus meios e os aperta com cuidado. Mais um gemido sai, dessa vez um pouco mais alto. Meus olhos estavam fechados e eu apenas aproveitava seus toques em meu corpo me causando um arrepio intenso e um certo incômodo entre minhas pernas.

- Vou tomar banho! - Ela diz se afastando subitamente.

- O quê? - Pergunto ainda extasiada e a encaro.

A filha da puta tinha um sorriso vitorioso nos lábios, ela pisca pra mim antes de entrar no banheiro.

- Guarda tudo isso pra mais tarde. - Lud diz fechando a porta e eu apenas solto um suspiro frustado.

Ludmilla tinha o poder de me deixar louca, subindo pelas paredes e não era preciso ela fazer muita coisa. Me sentei na cama ainda meio desnorteada e resolvi checar minhas redes sociais. Respondi algumas mensagens de Lari e Rafa enquanto ouvia o chuveiro ligado e Ludmilla cantando a todos pulmões.

Me permiti prestar atenção na letra da música e me peguei rindo. Raça Negra, Cheia de Manias. Ela realmente cantava muito bem. Volto minha atenção pro celular e mais alguns minutos depois ela sai do banheiro já pronta.

Corro meus olhos até seus pés e conforme ia subindo, minha boca ia se abrindo em um perfieto "O". Ela estava linda! Usava uma calça e jaqueta de couro, um sapato de salto alto com detalhes em prata e um sutiã de renda, tudo preto. Deus cabelos estavam soltos com algumas ondas e sua maquiagem era sutil.

- Fecha a boca, baby. - Ela diz se aproximando de me mim e me dando um selinho demorado em seguida. - Como estou?

Pisco algumas vezes ainda tentando assimilar aquilo e tentando encontrar palavras pra me expressar.

- Você tá... Uau! - Foi tudo o que consegui dizer naquele momento.

Lud da uma leve gargalhada e pega seu celular de cima de cama.

- Vamo, a festa já começou. - Ela estende a mão pra mim e eu seguro.

- Pode ter certeza que sim...

Saímos do quarto indo em direção ao elevador. Lud aperta o botão o chamando e eu termino de checar algumas coisas em minha roupa. As portas de metal se abrem e um casal de idosos nos olham de cima a baixo sorrindo amigavelmente. Devolvo o sorriso e entro com Lud em meu encalço. Ela se encontra na parede e eu fico ao seu lado com o casal na nossa frente. Lud aperta o botão do térreo e logo o elevador começa a descer.

- Sabe... - Sua voz surge, grave, rouca e baixa em meu ouvido me fazendo arrepiar na hora. - Esse vestido valorizou muito seu corpo!

Sinto ela descer dois dedos por minhas costas até chegar em meu quadril.

- Suas curvas são um caminho sem volta pra insanidade. - Ela espalma a mão em minha bunda e vai descendo. - Deus tava muito inspirado quando te desenhou!

De repente sinto um aperto selvagem em minha carne e prendo o ar instintivamente. Fecho os olhos por alguns segundos, ainda tentando manter o equilíbrio. Encaro o visor digital do elevador e ele ainda estava no 12° andar. De repente as portas se abrem e mais um casal entra, dessa vez eram um pouco mais novos que o outro a nossa frente.

- Você alguma vez já fez sexo em um local proibido? - Sinto meu estômago se revirar com sua pergunta.

O tom dela era de pura malícia. Seu hálito quente batia contra a pele exposta de meu pescoço me deixando cada vez mais sensível a seus toques.

- Não... - Respondo com a voz trêmula e falhada tentando manter o volume baixo.

- Eu também não. - Essa foras as palavras que ouvi antes de sentir seus dedos driblarem o fino tecido da minha calcinha de renda.

Mordi o lábio inferior com força afim de controlar o gemido, quando seus dedos deslizaram por entre as curvas de minha intimidade.

- Não sabia que você gostava tanto assim de mim... - Ela diz enquanto fazia uma leve massagem em meu clitóris e eu fecho os olhos com força. - Tão molhada, baby...

Sua mão desce mais um pouco e quando finalmente sinto que iria aprofundar um pouco mais seus toques, a porta do elevador se abre e o bipe toca indicando que havíamos chego. Os dois casais saem e Lud arruma minha roupa antes de se colocar pra fora da caixa de metal.

Ela me estende a mão afim de sairmos dali e eu ainda tentava controlar minha respiração enquanto retomava o contrle de minhas pernas.

Saio do elevador ainda meio zonza e Lud nos conduz até o salão onde estava acontecendo a festa dos formandos. Assim que entramos a música animada tomou conta de meus ouvidos. Um sentimento de nostalgia me atingiu em cheio quando vi aquilo, me lembrei imediatamente das festas de faculdade que participei e um sorriso apareceu em meu rosto antes mesmo que eu conseguisse contê-lo.

Lud segurou minha mão e caminhamos até um canto onde estavam Patty e Daiane.

- Ei, Brunna! - A negra diz se aproximando e me dando um abraço.

Retribuiu o gesto e fiz o mesmo com Daiane. Ficamos ali alguns minutos enquanto elas terminavam de arrumar algumas coisas que não sei dizer o que era.

- Se você quiser pode pegar algo pra beber. - Lud diz chamando minha atenção.

- Tem certeza?

- Sim. Aqui! - Ela coloca um crachá em meu pescoço escrito equipe. - Isso te libera pro open bar.

Agradeço e vou até o outro lado do salão afim de pegar uma bebida. Escolhi tomar sangria, observei o bartender preparar o drink e assim que ele me entregou, agradeci saindo dali. Caminhei alguns passos até chegar no meio da pista, uma música da Katy Perry tocava alto nas caixas ali, as luzes roxas, verdes e vermelhas se misturavam com a iluminação clara que vinha do lado de fora. A maioria dos jovens ali tinham pulseiras cintilantes em seus braços e alguns até usavam fantasias. Me permitir dançar um pouco enquanto aproveitava minha bebida e vez ou outra encarava Lud. Essa que sempre que estava concentrada demais tirando fotos divertidas de alguns grupinhos de amigos e sempre quando dava, me mandava um beijo, mesmo de longe, com um sorriso enorme no rosto.

Alguns minutos depois eu já estava no meu terceiro drink. Não estava bêbada, talvez levemente alterada e bem mais animada do que antes. Lud, Patty e Daiane pareciam ter finalmente acabado o trabalho e agora encaravam a tela de um notebook que estava sobre a mesa improvisada. Eu ainda dançava levemente sem prestar muita atenção nas músicas. Alguns rapazes e até garotas se aproximaram de mim tentando algo, mas fiz questão de dispensá-los da melhor maneira que conseguia.

- Ei princesa, tá sozinha?! - Já estava pronta pra me virar e gritar novamente quando vejo Lud sorrindo pra mim.

Sorrio de volta encarando aquelas órbitas castanhas tão intensas e ela sela nossos lábios com cuidado.

- Tá curtindo a noite? - Ela pergunta em meu ouvido por conta da música alta.

- Demais! Obrigada por isso!

- Não há de quê meu amor.

Ficamos ali alguns segundos nos encarando até que outra música começa a tocar. Quando os acordes de Whats My Mame da Rihanna começaram a ecoar pelo local, me virei de costas encostando nossos corpos e deixei a batida me levar. O ritmo era um eletro r&b com batida de pop, perfeito pra se dançar sensualizando ou apenas se jogar, óbvio que eu havia escolhido a primeira opção. Conforme a música foi tocando senti as mãos de Lud se apossando de minha cintura de forma possessiva e não pude conter meu sorriso satisfeito.

Ela desceu um pouco as mãos e agarrou a barra de meu vestido subindo levemente até a metade de minhas coxas. Daí um tapa em uma de suas mãos e me virei de frente pra ela. Abracei seu pescoço entrelaçando meus braços e ali e encarei seus olhos que agora estavam mais escuros deixando um brilho de luxúria estampado neles. Comecei a cantar baixinho a música e percebi seus olhos migragrem para meus lábios. Encaixei uma de minhas pernas entre as suas e ela desceu suas mãos de meu quadril pra minha bunda, apertando aquela carne com certa força. Me aproximei de seu ouvido e sussurrando baixinho, soprei o próximo verso da música.

- You took the time to figure me out, that's why you take me, way past the point of turnin me on, you bout to break me, I swear you got me losin' my mind.

(Você não teve pressa para me entender, é por isso que você consegue me excitar, mais do que qualquer outra pessoa, você está acabando comigo, eu juro, você está me enlouquecendo)

Mordo levemente o lóbulo de sua orelha já sentindo a famosa rigidez em sua cintura e me afasto dela subitamente indo em direção ao bar. Não preciso me virar pra saber que seu olhar estava em mim, sentia ele queimar em minha pele a quilômetros de distância.

Pedi mais um Manhattan ao barman e assim que me virei pra voltar pra pista, travei o maxilar estreitando os olhos.

Senti a raiva borbulhar dentro de mim e o álcool que havia ingerido subiu em minha mente. Havia uma garota se esfregando em Ludmilla descaradamente e ela olhava pra garota com um certo constrangimento. Bebo o líquido da taça em uma golada só e o deixo em cima da mesa me dirigindo até às duas.

- Pode pegar isso de volta. - Tiro o crachá de meu pescoço e estendo pra ela.

Assim que me vê, Lud dá um empurrão na garota.

- Por que?

- Não vou mais precisar. - Digo virando as costas e ela segura meu braço..

- Brunna espera! Vai aonde?

- Voltar pro quarto. Boa noite. - Puxo meu braço de volta e corro até o elevador.

Graças a Deus ele estava parado no andar. Entro na caixa de metal apertando o 15° andar e no final do corredor, vejo uma Ludmilla desesperada correndo minha direção. As portas se fecham e eu me permito fechar os olhos, deixo meus ombros caírem em derrota. Eu odiava me sentir assim, como se sempre houvesse alguém melhor do que eu.

Chego no corredor onde se encontrava meu quarto e vou até lá com calma. Abro a porta já tirando meus saltos e os jogando em qualquer canto no quarto. Coloco meu celular sobre o móvel ao lado da cama e começo a tirar meus brincos, de repente ouço o barulho da porta da frente se fechando.

- Brunna?! - Lud surge no quarto e eu solto uma lufada de ar. - O que aconteceu?

- Nada. Eu só quero dormir.

- Mas por quê? A gente tava se divertindo poxa...

- Não Ludmilla, VOCÊ tava se divertindo!

Ela franze o cenho me encarando e eu apoio minhas mãos em minha cintura.

- Como assim?

- É sempre assim? As garotas simplesmente se jogam em cima de você ou eu sou algum tipo de hospedeiro que atraem as mulheres pra tu?

- Amor, do que você tá falando?

- AMOR O CARALHO! - Grito jogando o vidro de hidratante em sua direção e a filha da puta se abaixa esquivando do objeto. - É SEMPRE A MESMA MERDA, NA FESTA QUE A GENTE SE CONHECEU AQUELA LOUCA JA CHEGOU TE ENGOLINDO, NESSA A GAROTA TAVA SE ESFREGANDO INTEIRA EM VOCÊ, NA PRÓXIMA VAI ACONTECER O QUÊ? VOCÊS VÃO TRANSAR NO MEIO DA PISTA? - Grito em um fôlego só sentindo minha garganta queimar e ela me encarava com os olhos arregalados.

- Não é nada disso! Eu te expliquei o que aconteceu naquele dia...

- Ham, e qual a explicação de agora? - Pergunto cruzando os braços e fazendo minha melhor cara de deboche.

- Eu nem sei quem era a garota! - Ela diz dando de ombros. - É só uma formando bêbada que tá afim de aproveitar a festa! Eu juro que nem dei bola pra ela.

- Ah, me poupe, Ludmilla! - Digo saindo dali e indo em direção ao banheiro. Ouço alguns passos se aproximando.

- Você tá com ciúme? - Sua voz surge depois de alguns segundos de silêncio.

- Quê? - Digo saindo do banheiro e dando de cara com ela.

- Você tá com ciúme! - Dessa vez ela afimou e um sorriso convencido surgiu em seus lábios.

- Claro que não!

- Óbvio que sim!

- Eu vou sentir ciúme do que? - Digo ja cansada daquele assunto. - Nós não temos nada! Não tem porque ter ciúme de alguém que não é seu...

Sinto meu peito se apertar e um nó se formar em minha garganta depois de dizer aquelas palavras. Lud se aproxima me abraçando levemente e deixando um beijo no topo de minha cabeça. Ela se afasta um pouco e segura meu queixo com o polegar e o indicador afim de me fazer olhar pra ela.

- Baby, você não precisa ficar com ciúme delas nem de ninguém...

- Eu não to com ciúme. - Digo cruzando os braços e ela me da um selinho.

- Tem certeza?

- Tenho! - Levanto a cabeça exibindo um ar superior e ela sorri.

- Ok, então eu vou descer pra aproveitar um pouco mais a festa ta?!

Encaro a filha da puta com os olhos semicerrados e ela ri alto.

- Amor, você não tem que se preocupar com elas!

- Ah, claro... - Digo saindo de sua frente e caminhando até o outro lado do quarto. - Não preciso me preocupar...

- Não mesmo!

- Ok Ludmila, me dê um bom motivo pra isso então.

- Você nao vê?

- Não vejo o que?

Ela se aproxima de mim ainda sorrindo e eu não sei se me mantinha ali ou se corria dela novamente.

- Você quer um motivo? Eu te dou. - Lud segura minha cintura com firmeza e me encara. Seus olhos estavam mais claro dessa vez e com um brilho que nunca havia visto antes. - Você me faz sorrir com tanta facilidade que eu esqueço que sou durona. Você tem o toque mais suave e gentil que alguém poderia ter. Você é linda, inteligente e extremamente sexy. - Sua voz se abaixa dois tons e ela se aproxima mais. - Além disso, você tem um corpo que é capaz de deixar qualquer um louco... - Suas mãos descem até minha bunda e ela aperta ali. - Você é extremamente sedutora... - Ela deixa um beijo longo e molhado em meu pescoço me fazendo arfar pelo contato. - E você tem os olhos mais intensos que já vi... - Uma leve mordida no lóbulo de minha orelha foi capaz de enfraquecer por completo minhas pernas. - E a sua boca... Ah amor, a sua boca me leva a loucura somente com seu beijo. Me dá até medo pensar no que mais ela seria capaz de fazer...

Sem penar muito apenas puxo sua nuca e início um beijo desesperado. Nossas línguas não demoraram muito pra se encontrar e se reconhecerem. Lud me empurra alguns passos até eu sentir a parede fria atrás de mim. Suas mãos corriam lentamente nas curvas da lateral de meu corpo e eu já estava começando a ficar louca com aquilo. Logo ela quebra o beijo por conta da falta de ar e começa a distribuir leves chupões e mordidas por toda a extensão de meu pescoço. Seguro sua nuca arranhado levemente a sua pele e ela solta um gemido baixo e abafado.

- Você é tão gostosa! - Sua voz sai arrastada e manhosa fazendo meu estômago se revirar em excitação.

Lud se abaixa um pouco passando suas mãos pela parte traseira de minhas coxas e me ergue colando nossos corpos e me encaixando em seu colo. Entrelaço minhas pernas em sua cintura e gemo baixo sentindo seu membro rígido contra minha intimidade. Ela nos leva até a cama sem tirar seus lábios de meu pescoço e de repente sinto meu corpo se chocar contra o colchão. Ludmilla se deita sobre mim e percorre com a mão esquerda por minha perna direita até chegar em minha cintura onde ela deixa um aperto gostoso. A empurro levemente fazendo-nos trocar de posições e a encaro. De repente sua feição se transforma.

- O que foi?!

- É que... - Engulo em seco fechando os olhos mal acreditando que eu estava prestes da dizer aquilo. - Eu nunca fiz isso... Com alguém que tinha um pênis...

Lud se apoia sobre os cotovelos.

- Você quer parar?

- Não! - Respondo de imediato e mordo o lábio inferior. - Só... Tenha paciência comigo.

- Ok.

Respiro fundo e volto a me concentrar no que eu estava prestes a fazer. Lud se ajeita melhor na cama e tira os sapatos e a jaqueta ficando somente com a calça de couro e o sutiã de renda. Encaro a protuberância em sua calça e seguro o cós tirando-a por completo. Ouço o som de sua respiração irregular e começo a abaixar sua cueca. Na metade do caminho seu pênis pula pra fora e sinto minha boca salivar. Era bem melhor do que eu havia imaginado, poderia até dizer que era bonito. A pele morena, a cabeça levemente rosada, algumas veias sobressaltadas, os pelos muito bem aparados e o tamanho... Bom, o que dizer do tamanho... Era grande. E grosso.

Engulo em seco observando aquele monumento e me sento sobre meus joelhos. Encaro Ludmilla que tinha um olhar ansioso estampado na cara e então seguro seu membro com delicadeza. Ele estava quente o sentia pulsar levemente em minha mão. Começo a fazer um movimento lento de vai e vem e a feição de Lud se retorce.

- Calma! - Ela segura meu pulso. - Não precisa apertar tanto.

- Desculpa.

Afrouxo um pouco minha mão e ela relaxa. Continuo com os movimentos e sinto seu pênis ficando cada vez mais rígido. Não foram precisos mais que alguns segundos pra que eu tomasse coragem de fazer o que veio em minha mente logo em seguida. Me inclino pra frente apoiando a outra mão sobre colchão e levo minha boca até lá. Não sabia muito bem o que fazer então primeiro deixei um leve beijo na ponta, depois, brinquei um pouco com minha língua ao redor ouvindo os murmúrios baixos de Lud e então finalmente suguei de leve a cabeça rosada.

- Ahh, isso baby! - Ela diz segurando minha mão livre e então fecha os olhos.

Aquilo só me deu mais gás pra continuar, coloco em minha boca novamente, dessa vez desço até a metade e subo sugando com um pouco mais de força.

- Porra! - Ela se remexe um pouco. - Cuidado com dente o amor...

- Desculpa.

- Não precisa pedir desculpa.

- Ok... Desculpa.

Ela me encara sorrindo e eu respiro fundo tentando deixar o nervosismo de lado. Inspiro o ar então me atrevo a tentar novamente. Ainda fazendo movimentos de vai e vem com a mão, coloco todo seu comprimento em minha boca sentindo a ponta de meu nariz tocar levemente sua barriga e Lud solta um gemio alto e encorpado. Ela segura firme meus cabelos e então começa a mexer seu quadril de forma sincronizada com os movimentos de minha cabeça. Fico ali mais alguns minutos até que ouço sua voz sair em um gemido sôfrego.

- Brunna, eu vou... gozar! - Não tive tempo de assimilar sua frase e imediatamente ela cumpriu com sua palavra.

Senti alguns jatos baterem direto contra minha garganta e engoli sem hesitar. Depois de mais alguns segundos me levantei engatinhando até ela e Lud me puxou pra um beijo.

- Tem certeza de que nunca tinha feito isso antes? - Ela pergunta ainda ofegante e eu sorrio.

- Absoluta.

Lud volta a me beijar, dessa vez com mais calma e cuidado. Sinto sua mão subir pelo meu braço até chegar em minha nuca onde ela apertou com cuidado enquanto chupa minha língua. Lud desce deus beijos pelo meu pescoço, descendo por minha clavícula ate finalmente chegar no decote de meu vestido. Ela vai deixando leves chupões por toda a área exposta e eu tentava me controlar ao máximo pra não gritar de prazer. Ela se posiciona sobre mim e suas mãos vão parar na barra de meu vestido. Lud sobe o tecido com calma até tirá-lo completamente. Eu estava sem sutiã e usava somente uma calcinha de renda preta, minúscula. Seus olhos correm sem pressa por meu corpo e ela umedece os lábios. Suas órbitas famintas estavam três tons mais escuros e ela me obsevava como se eu fosse sua presa fácil, devo confessar, eu estava amando aquilo.

Lud distribui alguns beijos úmidos por minha barriga chegando até meus seios. Sem rodeios ela abocanha o seio esquerdo enquanto seus dedos brincavam com o bico do outro me fazendo arquear as costas em deleite. Lud me observava com um sorriso malicioso e os sons de sucção que ela fazia estavam me levando a beira do precipício. Mais alguns minutos depois ela troca de seio fazendo o mesmo processo e minhas pernas já estavam sem controle, se contorcendo uma contra a outra. Eu agarrava forte o lençol branco da cama enquanto tentava inutilmente segurar os gemidos encorpados que escapavam por minha garganta.

Mais alguns minutos depois ela começa a descer os beijos indo em direção a minha buceta que já latejava dolorosamente implorando por um pouco de atenção. Lud segura firme o tecido de minha calcinha e puxa as mãos em direções contrárias, rasgando-a logo em seguida. Solto um gemido extasiada com aquilo e a encaro.

- Tecidos demais! - Ela diz com um sorriso malicioso e eu retribuo.

Lud se posiciona melhor sobre a cama e abre minhas pernas lentamente. Ela encara minha intimidade que já estava vergonhosamente encharcada e então se abaixa. Sinto sua respiração bater contra meu nervo rígido e fecho os olhos já esperando o que estava por vir. Sinto sua língua deslizar com facilidade entre as dobras de minha buceta um gemido alto sai de minha garganta. Sem demora Lud começa a me chupar com força e sinto meu estômago se contorcer enquanto minhas pernas tremiam. Sua língua quente e aveludada parecia envolver cada centímetro de minha intimidade e eu não me preocupei em tentar disfarçar tamanho prazer que estava sentindo. Depois de alguns minutos ela se levanta novamente e deita sobre mim me beijado. Senti meu próprio gosto em sua boca e ela me encara.

- Posso colocar?

Respiro fundo ouvido sua voz extremante sexy e rouca e somente assinto concordando.

- Melhor você ficar por cima, assim da pra controlar melhor. - Ela diz já nos virando na cama afim de trocarmos as posições.

Me sento sobre seu quadril com uma perna de cada lado e observo seu membro já duro e ereto novamente. Seguro firme com uma de minhas mãos e levanto meu quadril o encaixando em minha entrada. Começo a descer lentamente sentindo aquele pedaço de carne me preencher quase me rasgando e solto um gemido longo. Lud aperta forte minhas coxas enquanto observa seu pênis me preenchendo por completa.

- Nossa amor... Tão apertada! - Ela diz em um fio de voz e eu mal conseguia encontrar a minha pra responder.

Quando finalmente chego no final permaneço parada por alguns segundos afim de me acostumar com aquela sensação. Uma leve ardência se fez presente e o mínimo desconforto foi dando lugar a uma sensação indescritível. Me inclinei apoiando minhas mãos sobre seus ombros e comecei a cavalgar lentamente sobre seu pau.

- Isso amor! - Ela diz em meio a gemidos com a voz entrecortada. - Caralho Brunna! - Lud segura firme em minha bunda me dando mais estabilidade e sinto ela dobrar as pernas colocando os pés sobre colchão. Ela começa a dar estocadas sincronizadas aos movimentos que eu fazia e eu aumento a velocidade.

Senti meu corpo tremer e meu ventre formigar. Meus olhos se reviraram e meus gemidos já haviam se tornando gritos exasperados. O barulho de nossos quadris se chocando me dava ainda mais tesão e estava difícil controlar as milhares sensações que eu sentia naquele momento.

- Isso! - Grito sentindo a cabeça de seu membro tocar fundo em meu ponto esponjoso me dando uma sensação de fraqueza. - Aí... Vai amor! - Ela começa a se movimentar mais rápido e mais forte. Finco minhas unhas em seu ombros e me abaixo colando minha boca em seu ouvido.

Nossos gemidos se misturavam. O calor infernal que fazia dentro daquele quarto queimava sobre minha pele. Mordo o lóbulo de sua orelha e Lud me sobe um pouco mais abocanhando um de meus seios.

- Amor... - Chamo por ela em um fio de voz. - Eu vou...

- Vem pra mim, amor! - Ela diz estocando fundo mais uma vez. Meu corpo se contorce e eu perco totalmente o controle. Mais algumas estocadas no ponto certo e um grito sai de minha garganta. Sinto meu corpo todo se convulsionar.

Me permito cair sobre ela ainda extasiada em meio àquele orgasmo. Mesmo de olhos fechados, conseguia ver estrelas e Lud continuava com os movimentos, o que acabou prolongando o orgasmo avassalador que se apodeirou de meu corpo. Alguns segundos depois senti alguns jatos dentro de mim e ela gemeu alto dando alguns tapas em minha bunda. Senti a ardência naquele local que logo depois começou a formigar. Ela abaixou as pernas e ficamos ali alguns minutos esperando nossas respirações se estabilizarem.

- Isso foi... - Ela diz ainda ofegante. - Uau!

Sorri satisfeita com o que havia acabando de acontecer ali e a encarei. Lud me puxou pra um beijo casto e apaixonado. Nossas línguas dançavam sincronizadas enquanto sua mãos faziam um carinho gostoso em minhas costas desnudas.

- Banho? - Perguntei assim que o beijo cessou e ela somente assentiu concordando.

Lud se sentou sobre a cama me ajeitando em seu colo e se levantou. Gemi baixo sentindo quando nossas intimidades se desfizeram do contado e ela caminhou comigo até o banheiro.

Dentro do cômodo, Lud me colocou no chão e ligou a as torneiras da banheira. Fiquei ali parada observando seu corpo tão bem esculpido até que ela me chamou e nós entramos ali. Ficamos bons minutos lá dentro, em silêncio, somente aproveitando aquela atmosfera gostosa que se fazia presente.

- Você toma algum contraceptivo? - Ela pergunta esfregando levemente o shampoo em meu couro cabeludo.

- Não... - Respondo ainda de olhos fechados inebriada por aquele carinho gostoso.

- Amanhã nos vamos atrás de uma Diad então.

- Tudo bem.

Ela me da um selinho demorado e eu sorrio contra seus lábios. Abro os olhos encarando aquelas órbitas castanhas e intensas.

Nunca pensei que diria isso, mas Ludmilla era tudo o que eu precisava para me sentir em paz.

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👀
como estamos?

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