Capítulo 3


                   MAYA

 Depois do almoço o meu médico bigodudo, quero diz Dr. Campos, veio me examinar. E Vanusa insistiu para ficar.

 — Para que você quer ficar?

— Eu quero entender melhor o que você tem.

— Boa sorte, nem eu entendo.

— Maya, nós já conversamos sobre isso. Negar só atrapalha. —

O que atrapalha é esse seu bigode. Sério quem usa um bigode assim?! Chega a dar uma volta na ponta. Acho que esse bigodão está atrapalhando meu tratamento.

— Por favor, doutor me explica o que a Maya tem.

— A síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade. É como se fosse uma ansiedade bem intensa. Da uma sensação de morte causando pânico por isso o nome.

Não é apenas uma impressão eu realmente quase morro quando acontece.

— Isso a Maya explicou direito, mas o que causa? —perguntou Vanusa prestando muita atenção. 

— Ai está o grande problema,é que a Síndrome começa do nada. Sem mais nem menos. O coração começa a bater rápido. Palpitação que vem acompanhada, geralmente, de tontura, falta de ar, e sensação de sufocamento, tremores, suor frio, boca seca. Entre outros e eles aparecem normalmente juntos em questão de minutos.

Nossa! Até parece que o doutor Bigodudo estava na minha cabeça enquanto passei mal.

— Então, pode acontecer a qualquer momento e por nada?

Sim!Sim!Sim!

— Bom. Isso seria generalizar. Mas  ocorre com grande frequência e às vezes não tem motivos e às vezes exitem gatilhos. Maya aconteceu alguma coisa para que você passasse mal?

— Não. — Respondi rápido demais. Eles olharam para mim de forma duvidosa. — Não. Eu já falei não aconteceu nada. Parem de me olhar assim.

— Doutor tem cura? — perguntou  Vanusa esperançosa.

— Tem tratamento. E muito eficaz. Deve ser feito com a junção de medicamentos prescritos por um médico e terapia comportamental. Feitos corretamente a pessoa leva uma vida normal. Por isso não entendo porque a Maya passou tão mal.

— Mas a Maya é tão jovem. —argumentou Vanusa.

— De acordo com alguns estudos 70%  das pessoas acometidas são mulheres, geralmente jovens com a idade de 15 a 25 anos.

Ela ficou com uma cara de incredulidade.

Eu também fiquei quando fui diagnosticada mês passado. Com apenas 18 anos.

Como o Dr. Bigodudo já tinha me examinado antes de responder as perguntas da minha amiga.

— Meninas se vocês não tem mais dúvidas vou ver se os exames da Maya ficaram prontos.

Negamos com a cabeça.

Ele se dirigiu até a porta. E se virou.

— Maya tem certeza que não aconteceu nada?

—Tenho sim, Doutor.

— Tudo bem. De qualquer forma eu vou ter que trocar seus medicamentos por causa da alto dosagem.

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