Capítulo 15
MAYA
Uma semana depois
Gosto de vir para casa da Vanusa para irmos juntas para o culto. Assim dou carona e ela não precisa correr perigo na volta.
— Eu ainda não acredito que você está saindo com o André.
Agora sei porque ela anda sumindo sábado a tarde.
— Ele é muito legal. — Vanusa defende
—Sempre achei ele muito sério, mas se você está dizendo. — levantei as mãos em sinal de rendição.
—Não estamos saindo como sua mente poluída está imaginando. Somos só amigos.
—Amigos? Sei. — ela revirou os olhos.
Pode até ser amigos agora, porém aquele brilho nos olhos não me engana.
Eu ainda vou arrancar a verdade ou não me chamo Maya Linhares.
—Só toma cuidado, combinado?
— Combinado.
Não quero que ela se machuque novamente.
Acabamos de nos arrumar e fomos para a igreja.
📆Dois meses depois📆
Marquei uma conversa com o pastor hoje. A igreja tem dois pastores, o pai da Vanusa, O Pr. João, que é o pastor presidente e o pastor, líder dos jovens, Pr. Leonardo.
Bati na porta do gabinete pastoral.
—A Paz do Senhor, Maya. — Andréia, esposa do pastor Leonardo, me cumprimentou dando passagem para entrar . Os aconselhamentos geralmente são feitos pelos casais.
— A Paz do Senhor, Missionária Andréia e Pastor Leonardo.
Eu e a Miss. Andréia sentamos lado a lado num sofá e o Pr. Leonardo em uma cadeira a nossa frente.
— Pastor, eu não entendo já aceitei a Jesus, me batizei, nada mudou. — Falei desanimada.
— Tem certeza que nada. — Andréia questionou.
— Na verdade muita coisa mudou: eu consigo dormir sem medicação e as crises diminuiram muito. Além de ter uma paz inexplicável.
— Então, por que disse que nada mudou? — Perguntou confusa.
— Eu ouvi umas senhoras falar que tomar remédio era pecado. — Admiti desanimada.
— Maya, não tem nada de errado em tomar remédios. — O pastir explicou calmamente.
— Mas pastor, agora que sou crente não posso tomar remédio é pecado.
— Paulo escreveu na segunda carta a Timóteo
Não bebas mais água só, mas usa de um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades.
1 Timóteo 5:23
— No livro de Segundo Reis Deus mandou o profeta receitar uma pasta de figo para o rei.
Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos. E a tomaram, e a puseram sobre a chaga; e ele sarou.
2 Reis 20:7
— Os discípulos também curavam com auxílio de óleo ou azeite.
E expulsavam muitos demônios, e ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam.
Marcos 6:13
— Sabe por que eu te dei esses exemplos, Maya? — Neguei — Há outros eu só queria te mostrar que não tem nada errado em ir ao médico ou tomar remédio. Esses são alguns exemplos de remédios daquela época.
— É uma bênção que o tratamento faz efeito com você. — Andréia disse — Existem pessoas que não funciona como a mulher do fluxo de sangue.
E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus bens, e por nenhum pode ser curada,
Chegando por detrás dele, tocou na orla do seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue.
Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante ele, declarou-lhe diante de todo o povo a causa por que lhe havia tocado, e como logo sarara.
E ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz.
Lucas 8:43,44,47,48 (grifo meu)
— Mas eu não queria mais depender deles. — Confesso
— Você está certa em não querer é um direito seu que Jesus adquiriu lá na cruz.
— Como eu faço isso?
— Tendo Fé, como a mulher do fluxo de sangue, Jesus deixou bem claro que o que curou ela não foi a orla da veste dele e sim a fé dela. — Andréia explicou.
— Eu tenho.
— Fé não é bater o pé e jogar os remédios fora. Fé é ter a certeza que foi curada é ir ao médico para fazer os exames para servirem de testemunho.
Agradeci e fui embora.
🔹🔹🔹
A conversa que tive ontem com o pastor tem me feito refletir muito.
— A Paz, Maya — Amanda se despede.
— A Paz, Amanda.
É sábado a tarde e eu estou na igreja. Tinha acabado de participar do ensaio grupo de louvor jovem. Afred chega e entro no carro no caminho para casa penso em como a minha vida mudou depois que aceitei a Jesus.
Participo do grupo de louvor, oração, venho nos cultos e ajudo no projeto voluntário de entrega de quentinhas para pessoas em situação de vulnerabilidade.
Quem diria que a maior patricinha da cidade iria ajudar a destribuir o jantar para pessoas em condição de rua.
Além disso, faço terapia para lidar com o fim do relacionamento que eu tinha com o Ricardo. Não foi fácil, no início eu ligava, mas ele não atendia. Eu vigiava as redes sociais dele.
Apesar dele quase nunca atualizar as redes eu vigiava como um caçador atento a caça.
Agora consigo lidar com a falta dele de uma forma normal. É claro que algumas coisas não mudaram eu aindo saio para fazer compras, só que agora sozinha. Não aguento a Thyffane falando sem parar do Rick.
Chego em casa e percebo que tem algo errado, os carros dos meus pais estão na garagem.
Eles nunca estão em casa essa hora.
Entro e os encontro no escritório.
Não foi difícil assim que abri a porta os gritos da minhas mãe me conduziram.
— Como você pode, Marco Antônio? Você mexeu em algo que também era meu, sem o meu consentimento.
Eu nunca tinha visto minha mãe tão descontrolada. Ela gritava com uma expressão de descrença no olhar. Meu pai tentava se manter firme, mas era visível que iria desabar a qualquer momento.
— O que está acontecendo aqui? — Pergunto e só então eles notam a minha presença.
— Filha — meu pai quer continuar, mas parece não achar as palavras. Depois de uma pausa finalmente ele fala — Perdi tudo.
— Não estou entendendo. Como assim, o Senhor perdeu tudo? — Ele passa as mãos pelo rosto.
— Todo nosso dinheiro. — Fala todo muito rápido.
— Como?
— Eu joguei em um cassino On Line em Las Vegas. Eu estava ganhando até que fiz uma aposta arriscada. Estamos na falência. Peguei um empréstimo no banco e agora não tenho como pagar.
Comecei a hiperventilar, eu preciso sair daqui. Sai correndo quase derrubei o Senhor Ronald. Pedi para Alfred me deixar na Vanusa.
Liguei para Vanusa. Eu soluçava tanto que não sei se ela conseguia me entender.
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