Pista 4: casos antigos
Delaware, EUA
11 / 9/ 2023. 17:00 PM quarta
— E o que é isso? - pego uma das fichas de dentro da caixa e folheio
— Pesquisei um pouco sobre você - o fitei ainda meio confusa - sabe, você tinha uma fama meio incomum, casos não resolvidos, casos impossíveis não é?
— sim ... Onde quer chegar com isso?
— A delegacia anda parada, e sei que você estava atrás de algo mais, instigante, novo não é?
Permaneço em silêncio apenas concordando com a cabeça
— E eu pensei, e se não for nada novo, mais antigo! Esses são os casos não solucionados, e tem mais, Mikael tá trazendo as outras caixas, acho que podemos reabrir alguns ...
— Você acha que tem algum que valha a pena ?
Antes dele responder mikael entra na sala com cinco caixas grandes, percebo sua dificuldade, antes que eu me levante Spencer pega três deixando o menino mais tranquilo.
— Não sei, mais não temos nada melhor para fazer.
Eu não tinha certeza , mais como ele disse , não tinha nada melhor para fazer e a curiosidade estava me matando , observo milkael que parece estar se concentrando para não deixar cair as caixas no chão .
Olha para Spencer e ele sorri de lado
— Me dá isso aqui. - pego as caixas, agora entendo por que dá cara do estagiário, estavam muito pesadas, quantos casos eles não resolveram?
Coloco as caixas na mesa e abro uma delas começo a revirar as pastas, os meninos me olham atentamente
— Isso é bizarro - falo sozinha, passando por alguns casos - olha isso! Esse caso FOI resolvido, mas não teve ordem de prisão?! Por que?! - passo para o próximo arquivo - e esse aqui, faz tipo 43 anos! Mesmo se eu resolvesse é possível que o culpado já esteja morto.
— Desculpa comandante, eu pensei que fosse uma boa ideia... Vamos Mikael me ajude aqui - ele se levanta e pega a caixa.
Eu começo a pensar, tem muita coisa aqui, muitos casos incompletos , famílias que não tiveram paz ... E talvez tenha algo mais, em meio a tantos casos não é possível que um não vá valer a pena, e o tédio também ajuda na minha decisão.
— Espera! Larga isso, vamos dar uma olhada, quem sabe achamos algo interessante ...
— Mesmo assim são muitos papéis ...
— Sim, são sim. - paro e penso um pouco - vamos criar um sistema - me viro para mikael que ainda estava na sala - esvazia as caixas e traz mais umas caixas vazias pra cá.
Ele sai da sala rápido e começo a folhear os arquivos.
— Mesmo assim , só com nós dois vamos demorar uma vida! - Spencer justifica - sei que eu que dei a ideia mais acho que desanimei.
— Não não desanimou não! - procurando soluções na minha cabeça e volto a pensar alto - não confio o bastante nos três babacas pra pedir ajuda, tem grade chances deles deixarem algo passar, já Nolan é confiável mais não posso tirar ele das rondas, seria abuso de poder, talvez...
—Aqui ! -Mikael entra na sala- consegui essas caixas.
Ele coloca as caixas no chão e eu pego um marcador em cima do balcão.
—Certo - começo a escrever nas caixas - essa é para crimes com mais de 30 ano - vou colocando as caixas no chão enquanto falo - aqui pra crimes que foram resolvidos porém o culpado não foi pego, aqui os não resolvidos por falta de provas, falta de investigação, casos arquivados, e as últimas duas ficam aqui caso a gente tenha esquecido alguma categoria.
— Você é um gênio! Mikael? - Spencer se direciona ao menino que me olhava como se eu fosse uma divindade, ele logo se vira para o detetive e o encara - obrigado pela ajuda, me traz um café com creme e depois tá liberado
Percebo que Mikael queria falar mais alguma coisa, mais ele só concorda, e isso me dá uma ideia.
— Mikael ? - ele se volta pra mim
— Você também vai querer café ?
— Tem muita coisa pra fazer ainda ?
Ele me encara confuso e parece pensar um pouco
— Não senhora, eu sou contratado pra cuidar dos arquivos, mas a maioria está aqui, então acho que vou passar o resto do dia pegando café?
— Então você já leu grande parte disso - ele concorda com a cabeça - e se me lembro bem você disse que queria ser da equipe ?!
— Onde quer chegar ?
— Primeiro você vai pegar o café e você - olho pra Spencer - vai finalizar toda sua papelada, depois disso todo o tempo livre dos dois vocês vão passar aqui, hora extra e tudo, vamos separar e depois ler um por um juntos até achar algo que valha o meu tempo.
— Eu também? - Mikael aponta pra si mesmo
— Sim fofo, tá surdo? - Spencer olha pra ele com deboche - agora o meu café?
— já vou!
Ele sai rápido da sala, todo feliz e saltitante.
— Felicidade de novato - falo rindo me virando para Spencer - acho que quando ele perceber que vai passar pelo menos as próximas 3 semanas lendo e arquivando aposto que vai ser um balde de água fria.
— Ailyn, não estraga a felicidade do novato, acho que o vi dando um pulinho - rimos e ele senta na minha mesa - antes que me questione eu já terminei a papelada antes de vir pra cá.
— Responsável, gostei.
— Obrigado. - Ele sorri de lado e pega o primeiro lote de papéis se sentando no sofá, mais logo levanta o olhar pra ela - posso te fazer uma pergunta?
O olho meio desconfiada mais consinto com a cabeça
— Sabe, você chegou aqui meio mal humorada, ta tudo bem? Sabe... Se quiser deixar isso pra depois não tem problema...
— Não é nada disso, promete que isso não vai sair dessa sala? - eu estava mesmo precisando conversar, mas não ia correr o risco de virar uma fofoca na delegacia, ele me olha confiante e sinto que não tem problema dividir um pouco dos meus problemas.
— Meu pai tem um problema com a minha profissão e eu tive uns flashs de memórias estranhas sobre minha mãe ... Ela morreu quando eu era pequena, por isso saímos da cidade, em fim, o dia foi pesado.
— Sabe como agumas experiências muito estressantes, são tão fortes e traumáticas que suas memórias se escondem como sombras no cérebro, e como você era muito nova tem grade chances de seu cérebro ter reprimido a lembrança, Segundos os pesquisadores, os caminhos para a formação de memórias em geral depende da ação de dois aminoácidos específicos nos nossos cérebros, chamados glutamato e GABA, que conduzem nossas marés emocionais controlando se ... — não dava mais, eu já não estava entendendo, interrompi ele
— Onde quer chegar ?
—Você voltou para a cidade, você já esteve aqui, mesmo que não se lembre a memória está aí, no seu subconsciente, aposto que agora de volta a cidade as lembranças querem vir a tona, normal começa com coisas pequenas, o caminho até sua casa ou os flash que está tendo, é normal, com o tempo ou vai se lembrar de mais coisas ou seu cérebro conseguira esconder o resto
— Será que é errado eu não querer lembrar ? Já parece ter sido ruim o bastante perder ela uma vez, não quero lembrar, perder ela de novo...
— Ei, eu entendo... Não precisa se explicar, e sobre seu pai, eu ignoraria, você manda muito bem, é a melhor detetive que esse lugar já viu.
—Você é um bom amigo - sorrio sem mostrar os dentes, e bato em seu ombro, e caminho pela sala.
Não consigo ficar muito tempo parada, preciso me movimentar, começo a ler e andar, lendo um caso, procurando as informações que preciso pra separar ele em um dos montes, meu plano é depois de ter todos os casos separados eu vou começar a resolver os que tiveram falta de investigação depois para os com falta de provas, por fim vamos para os outros, os antigos eu não pretendo reabrir por agora, não vale o esforço, revirar a vida de uma família que provavelmente já se recuperou só para diminuir os casos não resolvidos parece egoísta de mais.
Paro de ler quando chego perto da janela e ouso uma conversa que me faz soltar uma gargalhada
Chamo Spencer com uma mão e a outra uso para fechar a boca, ele chega perto da janela e começamos a ouvir a conversa do lado de fora
— SIM mãe, ela me escolheu - Mikael fala animado no telefone - sim, são casos arquivados, mas eu estou falando para a senhora esse é o primeiro passo , logo vou ser um detetive, sim mãe casos não resolvidos, mãe... Já faz muito tempo... Não vou pedir isso... Eu sei... Tá eu preciso ir.
Ele desliga o telefone e entra na sala
— O café, trouxe um pra você também comandante.
Ele entra como se não fosse nada, e eu contenho a risada, foi muito engraçado ele discutindo com a mamãe como se fosse uma criança.
— Pode me chamar de Ailyn, vamos ficar muito tempo aqui, e que bom ver que está animado - pego meu café e Spencer o dele, coloco uma pasta em suas mão - já pode começar agora!
Sorrio e ele começa a ler, Mikael é um menino bom, muito obediente, mais falta um pouco de garra, acho que com o tempo ele pode ser um ótimo detetive.
Muito tempo lendo os arquivos porém nada que chamasse a minha atenção, vejo que Mikael mal abre uma pasta antes de joga-la na pilha de "casos antigos "
— Cara esse caso só tem 25 anos , só joga nessa caixa os com mais de 30 - Spencer o corrige e pega o caso - acho que se enquadra melhor na pilha de " sem provas ".
— Acredite em mim esse caso já foi aberto muitas vezes, já causou dor de mais para a família, e melhor não .
Eu levanto e penso em argumentar, porém duas coisas me fazem desistir, dos poucos dias que estou aqui nunca o ouvi falando tão sério, ele parece decido, e a segunda coisa é que concordo em parte com ele um, caso com quase 30 anos e sem provas traria muito sofrimento a família e em se tratando de um caso que já foi arquivado e aberto mais de uma vez seria tortura, só abriria o caso se tivesse certeza que poderia resolver e mesmo assim, seria egoísta se a família já superou.
— Tá bom - pego o arquivo da mão de Spencer e jogo na caixa vazia escrevendo um "não " na frente dela
Mikael sorri satisfeito e aliviado pega outro caso se jogando no sofá ao lado de Spencer, mesmo assim o estágiario parece meio abatido
— Ei relaxa - Spencer fala e bagunça os cabelo de Mikael, ele por sua vez o olha feio para Spencer e arruma o cabelo , eles começaram a empurrar e discutir
— Ei criança ! - eles me olham com os cabelos bagunçados e sorriem, eu sorrio de volta, ler esses arquivos vai ser mais legal do que eu pensei . - Vamos!
Começamos a ler e de tempos em tempos eles fazem perguntas ou discutem algo de seus arquivos, já começava a anoitecer quando ouso uma confusão vindo lá de fora.
Olho entre as persianas e os meninos me observam, ouso alguns gritos.
— Ei ! Não pode entrar aqui assim! - ouso os gritos de Mia
Abro a porta para pergunta o que estava acontecendo, mais assim que abro duas pessoas entram em disparada na sala quase me derrubando.
— Você é Ailyn né ?! Eu preciso de você ! Ouvi muito sobre você! Preciso de ajuda!
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