pista 2 : um dia comum
Delaware, EUA
9/9/ 2023. 12:00 AM seg
Saindo do apartamento eu ando pelas ruas, observo as árvores altas e o pouco movimento, ando tranquilamente, decidi sair mais cedo de casa então tenho tempo de sobra para ir até a delegacia, acho engraçado como mesmo que eu tenha morado aqui uma parte da minha infância eu não me lembre de nada, se bem que passei boa parte da minha infância mal, não acho que teria boas memórias desse lugar, mesmo assim sinto estar perdendo algo importante.
Mais um dia de trabalho na delegacia, assim que cheguei percebi que seria complicado, odeio que me subestimem, porém parece que eu ensinei o básico de respeito para aqueles que me desafiaram, as vezes ainda consigo ouvir alguns cochichos porém um olhar e eles se calam, acho que entenderam quem é sua superior, e por mim eles podem continuar assim, não gosto de comandar por medo, mas com algumas pessoas só isso funciona.
sobre o caso, adivinhem na casa de quem foi achada a arma do crime?! Ainda estamos atrás do desgraçado do ex da vítima, foram dias desde que ele sumiu, estão todos focados em achar algo que nos leve a ele, demos sorte que esse é o único caso ressente então estamos todos empenhados.
Ao chegar na delegacia meu instinto é ir direto para minha sala
Lá de dentro consigo ver pelo vidro as mesas dos três babacas, Nolan e Spencer, todos trabalhando no caso.
Spencer está revisando as fotos da casa do suspeito, percebo que todos os arquivos em sua mesa estão bem organizados, na mesa da frente Nolan encara a tela do computador atentamente, está checando as câmeras de trânsito atrás do carro do suspeito, não preciso entrar na sala de Felície para saber que ela está procurando digitais e provas concretas na arma do crime para quando prendermos esse idiota ele não fuja tão cedo, já o trio de babacas ( apelido carinhoso que eu dei para Leoroy Forts e James ) estão encarregados de procurar por parentes, amigos e conhecidos, possíveis esconderijos para o assassino, percebo que assim que terminam um arquivo eles o jogam na última mesa do canto atrás de Spencer , ela está vazia porém não é desculpa para bagunça.
— ei, organizem isso aqui - digo batendo firme no vidro - nessa bagunça podem estar deixando algo importante passar.
Eles concordam rápido e vejo Spencer sorrir, como um irmão que vê o outro apanhando, ele gosta de ver que tem alguém chamando a atenção deles, algo me diz que esses três já atrasaram muitos casos, eles tem que entender que não estamos mais no ensino médio, eles são os clássicos populares líder do time da escola que não cresceram, o tipo de pessoa que eu odeio.
Se tem uma coisa que notei assim que cheguei é que nenhum deles sabem o básico de dedução lógica, pensei que seria uma chatice ensinar a eles porém se mostrou mais divertido que o esperado, em Washington ninguém parava para me ouvir, eu dizia minha teoria e pronto eles ia atrás da pessoa aqui eles me perguntam o por que, querem saber como cheguei a tal conclusão, sem contar que eu nunca saia para campo, mas pelo que me falaram aqui as coisas são meio diferentes, mas ainda assim não era atrás disso que eu vim, eu não sei, isso ate que é legal, porem sinto que algo me trouxe para cá , sinto que estou no lugar certo fazendo coisas erradas , ainda falta alguma coisa , algo ...
instigante.
Ouço batidas na porta, levanto os olhos do bloco de anotações, vejo Spencer entrar na sala.
— Comandante?
— Sim ?
— Está ocupada ?
— Não, pode entrar. - ele sorri e entra na sala
— Caso novo ? - ele perguntar apontando pra minhas anotações vejo seus olhos brilharem
— Não não, é só um bloquinho, sou péssima com nomes então anoto pra não esquecer, na realidade anoto tudo que for interessante e também estou terminando de ler as pastas de vocês.
— Sem graça - ele sussurra e se senta a minha frente, meio desapontado
— O que posso dizer , não acontece muitas coisas nessa cidade - dou os ombros - então o que faz aqui ?
— Ah sim, comandante eu queria revisar um caso de umas semanas atrás tirar umas dúvidas, caso permita, não tem muita gente que entenda esse tipo de coisa por aqui.
— Pode me chamar Ailyn, deixa eu ver - ele me passa os arquivos e levo o meu colar a boca, um ato meio anti higiênico que eu tenho desde criança, mordo a pontinha da dedicatória, um coração de metal com uma mensagem gravada, enquanto eu leio os detalhes - parece simples, por que não fala com Felície ? Ela pelo menos tem cérebro, diferente - olho entre as persianas da sala e vejo os trio de babacas implicando um com os outros - deles.
— Senti desgosto em sua voz ? Não coloca o colar na boca, sabe quantas doenças você pode pegar? - ele faz uma repreensão em um tom leve de brincadeira.
— Talvez um pouco de desgosto - solto o colar e o deixo descansar em meu pescoço, sorrio de lado
— E sobre Felície, eu até tento mais ela é muito fechada, e eu gosto muito de falar, pior ainda quando pedimos café ela praticamente fica muda, ela tem uma quedinha pelo estágio.
— Da pra perceber que ela tá apaixonada, igual a menina da recepção...
— Mia? Ela está atrás de mim desde que comecei aqui, não sei mais o que fazer, sabe eu não gosto ...
Ele revira os olhos e faz um gesto vago, eu rio, gosto disso, do papo descontraído, em Washington era muito trabalho e pouca conversa, todos sempre muito sérios e focados, gosto dessa paz.
— Deveria dar uma chance para ela.
— Sabia que você impressionou a delegacia inteira? - ele fala fugindo do assunto
— Costumo causar esse efeito - sorrio com um falso deboche
— É sério, todos estão falando de você, ouvi o menino do café falando até pra mãe dele em ligação o quanto você era demais e humilhou o trio ali.
Ele aponta em direção aos detetives que agora estão perturbando Noah enquanto ele tenta falar com Felície
— Um minuto - peço a Spencer e coloco a cabeça pra fora da sala e berro - VOCÊS JA ACHARAM O CARA? ENTÃO PROCURANDO!
— Eu te adoro - Spencer diz em tom de brincadeira e põe a mão no peito - é sério, nunca ninguém pos ordem nesse lugar igual você !
— É eu tento - sorrio meio sem graça - já estava na hora de alguém impor respeito
— Esses idiotas nunca saíram do fundamental , sinceramente não sei como se formaram, me sinto de volta no ensino médio, e eu odiava o ensino médio.
— Sofreu muito com gente assim quando era mais novo?
— Parcialmente, quando menor fui enviado pra um internato pra crianças super dotadas, por isso o apelido, quando cheguei no ensino médio tive que voltar para a cidade, ai sim eu sofri um pouco, mas não me importo muito.
— então desde pequeno você é inteligente assim, uau
— O mérito não é meu, memória fotográfica, mas não sou tão rápido igual você - ele bate na própria cabeça
— faz sentido, e sobre eu ser rápida , é costume, com o tempo você vai aprender a olhar as mínimas coisas.
— eu lembro tudo com perfeição em detalhes, mais nao importa o quanto tente ainda é difícil pra mim entender subjetividades ou pior ligar pontos.
Dou risada e ele me acompanha
— E você comandante, quer dizer, Ailyn, você também parece ter um QI maior do que a maioria sofreu no ensino médio?
— passei boa parte da minha infância acamada, mais eu sempre soube o que queria fazer, então me enterrei em livros, nunca fui a uma escola, tive aulas em casa, o que eu sei do ensino médio eu vi em filmes.
— Pode acreditar você não perdeu nada, esses lugares são infernais pra pessoas com o mínimo de cérebro.
Dei risada e ele rio junto
Spencer e eu passamos o resto da tarde revisando casos, discutindo metodologias e resoluções, já eram quase 18:00 quando fui olhar no relógio.
— Sim! E eu já tinha dito ao detetive que seria melhor conferir o DNA e ele disse que "coisa de rato de laboratório demorava de mais " aí foi atrás do suspeito sozinho
— e deixa eu adivinhar, não era ele ?!
— NÃO!- ele caiu na risada - ele não chegou nem perto!
— pelo que eu percebi esse pessoal te subestima de mais.
— eu sei, mais continuarei aqui, um dia eu vou provar pra eles quem eu sou.
— gosto do jeito que você pensa
Nós rimos de novo, e um toque meio tímido na porta desviou nossa atenção
—comandante, detetive - o garoto do café bate na porta, já me esqueci do nome dele - trouxe a sua papelada de transferência, você tem que assinar alguns papéis ainda
— ah sim - concordo e me estico pra pegar os papéis - muito obrigado Michel, né?
— Mikael - ele sorri
— Sim sim perdão
Ele estava saído quando eu o chamo de volta
— Mikael , pode trazer um café para nós ?
— Claro - ele acena e sai da sala
— Sabe parece que eu tenho um monte de papelada pra resolver e nada pra fazer ao mesmo tempo, quero algo Novo, sabe ... - falo enquanto folheio os papéis
— Ninguém mandou vir para uma cidade pequena, aqui é sempre assim - Spencer dá os ombros, Felície aparece da cor de um tomate, algo me diz que ela viu Mikael no caminho ate aqui
—Spencer, terminei a análise da lâmina, você vai arquivar as provas ? - ela fala em um tom tão baixo que tive dificuldade de distinguir as palavras, porém Spencer parece acostumado, ele se levanta e segue ela
— O trabalho me chama, tchau Ailyn, parece que você também tem bastante coisas para fazer.
Ele aponta pra tudo ao meu redor e eu rio colocando a mão em cima da papelada
— Digo o mesmo - ele me olha confuso mais logo Felície entrega pra ele uma caixa que pelo que parece está bem pesada
Ele sai da sala e eu viro de costas analisando a sala, ainda falta alguma coisa esse sala é tão grande, e tão vazia, tiro umas Polaroid's da bolsa , fotos da minha infância/adolescência, e as colo no painel de um lado da sala, umas minhas, umas do meu pai, outras de lugares bonitos.
O painel do outro lado ainda está vazio, pois a esperança de um caso bom aparecer é a última que morre.
Meu telefone toca e vejo que é meu pai
— Oi - prolongo o "i" um pouquinho - como vai pai?
— Oi meu bem, estou ótimo, o que anda fazendo ?
— Trabalho, como sempre.
— Já achou trabalho, como é rápida!
— Na verdade foi só uma transferência...
— Me diz, já arrumou amigos? E namorados?
— Não não pai! Talvez um amigo, mais nada de namorados, Eu estou aqui a só dois dias!
Mikael entra na sala com meu copo de café, eu pego e agradeço ele, sorrio e ele sai da sala com um aceno
— Sempre tão ocupada, quando é que vai me dar netos?
— PAI ! Para com isso!
— então tem novidade?
— Nada de mais, aluguei um apartamento kitnet pequeno, estou me instalando ainda, sabe faz pouco tempo que cheguei
— Você já está já cidade a quase três dias, e o pior de tudo, não veio me ver ! - dou o primeiro gole no café
— Aí pai esteve tudo tão corrido, mais vou passar aí!
— Que bom , pensei que tinha esquecido do seu velho !
— Nunca, sabe que eu te amo.
— Não sei não , você quase não me liga , e agora é praticamente minha vizinha e não vem me ver!
— Prometo que passo aí amanhã !
— Depois de tudo que eu fiz por você esse é o mínimo.
_____________________________________
Capítulo meio parado mas começo de história é assim mesmo, prometo que Apartir do próximo as coisa já vão mudar .(。•̀ᴗ-) eu tô muito animada com essa história, mais não sei se estou conseguindo escrever ela do jeito que eu queria , vcs estão gostando ? O que acham que eu preciso melhorar?
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top