Capítulo 17
- O que estamos fazendo Aqui? - Perguntou Sam, jogando a luz da lanterna em cima de umas das janelas da casa do diretor.
- Eu te disse - Digo segurando sua mão - Vamos fazer algo totalmente insano.
- Invadir a casa do diretor Samuel? E se ele estiver aí dentro?
Virei o corpo, e encarei o rosto de Sam, que parecia muito preocupado, com o cenho franzido.
O olhando assim, me pergunto se eu devia mesmo deixar ele participar disso.
- Não esquenta. Eu já verifiquei. - Pego a lanterna da sua mão.
- Mas e se ele aparecer assim do nada? - Perguntou Sam, começando a me seguir em direção à porta dos fundos.
- Relaxa! - Dou um tapinha em suas costas - Somos adolescentes, ele vai entender.
Entramos na casa do diretor pela portas dos fundos, que estava aberta.
Subindo as escadas, ainda consigo sentir a respiração pesada de Sam em minhas costas, a pintura da parede é horrível. Com algumas rachaduras, e muita umidade.
No primeiro andar, há um único sofá, que é coberto por um pano fino, tem uma pequena mesa de centro que sustenta a televisão extremamente antiga.
Há um corredor enorme, com um quarto no final, com uma porta bem antiga. Creio que esse seja o quarto do diretor Samuel.
Olhando para a casa do lado de fora, a casa aparenta ser bem moderna, mas o lado de dentro é bem antigo, eu acho que foi reformada, mas talvez o diretor queria deixar a casa por dentro assim.
Sam foi andando em direção à cozinha, e eu fui em direção à porta do corredor. O corredor parece bem maior.
Coloquei a mão na maçaneta da porta antiga, e um leve arrepio percorreu pelo minha espinha. Eu não sei o motivo, mas tenho a sensação de que algo muito importante ou extremamente reveladora sobre o passado de Scott ou até mesmo do diretor vai estar aí.
Virei a maçaneta, pensando que estaria trancada, mas não. A porta rangeu e então abriu. Um leve vento de poeira atingiu meus olhos, e meu nariz, me fazendo espirrar levemente. Coloquei a manga da blusa sobre meu nariz.
E entrei.
O quarto era extremamente frio, e todo sujo. Não havia uma cama. O que achei estranho.
Havia uma estante, repleta de livros e alguns de estudos da escola.
Havia também um lado do quarto que estava cheio de caixas. Com uma cômoda ao lado.
Me aproximei e abri uma das gavetas da cômoda. Havia vários papéis, uns assinados, outros pareciam que estava rasgados ou rabiscados.
Peguei um que me chamou atenção.
Pedido de divórcio.
Está explicado o porque que Scott nunca fala sobre sua mãe. Talvez, a mãe dele não tenha aguentado a chatice do diretor e enfim pediu divórcio.
Coloquei de volta o papel e abri a outra gaveta.
Meu coração quase pula para fora. Uma foto do diretor mas não uma comum. Uma foto dele com o meu pai. Meu pai parecia feliz. Bem mais do que ele era em casa.
E atrás da foto, estava escrito:
Força amigo! Estou com você.
Eles parecem bem amigos. Mas porque ele nunca me contou sobre o diretor?
Também Havia uma carta. Segurei em minhas mãos, parecia a letra do meu pai.
Querido ex amigo, Samuel.
Fiquei sabendo que seu filho nasceu. Queria poder te dizer que sinto muito pessoalmente, ter um filho é simplesmente muito exaustivo.
Mas mesmo assim, eu sinto muito.
Sabe, eu queria que você conhecesse meu filho. O Luccas. Ele é quase igual a você, sempre querendo fazer os outros sorriem quando estão tristes. Esse é um dos motivos que vou ter que deixá-lo.
Você não sabe, meu amigo. O quanto eu estou lutando pela minha empresa. Eu quero muito que Luccas consiga ver o quão ele pode ajudar a empresa. Mas vai ser um pouco dificil.
Por isso, preciso de sua ajuda.
Quero que ajude a minha familia.
Por favor. Sei que vacilei com você. Mas me ajude. Preciso de você.
- Bryan Muller.
Segurei firme o papel, que quase me fez rasga-lo. Senti meus olhos ficarem carregados de lágrimas.
Meu pai precisava de ajuda com a empresa e pediu ajuda para o diretor, que seria seu melhor amigo, mas eu não sabia de nada. Acho que naquela época, Samuel ainda não era diretor da escola.
Coloquei a carta em meu bolso para mostrar para Sam depois.
E continuei minha busca por algo mais importante. Embora, a carta seja reveladora, eu preciso de algo mais.
Abri a outra gaveta, e quase cai no chão. Havia várias fotografias, com o diretor e o Scott, e uma mulher, que teve o rosto rabiscado com muita fúria.
Pode ser a mãe de Scott, já que ela pediu divórcio e o que parece é que o diretor não aceitou muito bem.
Sai rapidamente daquele quarto, olhando ao redor procurando Sam.
Ele estava descendo as escadas desesperado, quando me viu, quase pulou em meus braços.
- O que foi? - Perguntei, o segurando, ele parece muito apavorado.
- Eu vi, lá em cima - Respirou profundamente - Havia uma foto sua, com vários dardos enfiados em seu rosto.
- Que quarto? - Perguntei, sentindo a dor dos dardos.
- O quarto do Scott.
Meu coração gelou de novo. O que me fez quase ter um infarto, foi um barulho de chave do lado de fora da casa. Olhei para Sam e ele arregalou os olhos. Segurou firme meus ombros, quase me fazendo chorar.
- Não se desespera, okay? Se acalma, vamos sair por ali - Sussurro e então aponto para as escadas em que entramos.
Sam balança a cabeça e então vai em direção às escadas. Ele começa a descer, então a porta da sala abre e os passos se aproximam. Ouço o barulho da chave sendo colocada na mesa de centro.
Coloquei minha mão em cima do corrimão, mas o que eu não esperava era que aquela casa é tão velha, ao ponto de que se eu tocar em qualquer coisa vai sair um rangido horrível.
E assim aconteceu, soando pela casa toda.
- Tem alguém aí?
Sinto minha respiração ficar tensa e uma mão em meu ombro.
- Sr. Müller?
Ah merda!
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