18 anos atrás 

O homem estava sentado no sofá, nada de importante acontecia no mundo a tanto tempo que dava sono, seus olhos passeavam pela jornalista que apresentava as notícias da manhã, mas então um clarão iluminou toda a casa e isso deixou o comandante intrigado, o que poderia ter sido aquilo? Saiu para fora da casa e viu algumas montanhas pegando fogo, entrou correndo para dentro de casa e viu o plantão urgente começando 

"Uma carga de energia foi liberada por algo que ainda não temos conhecimento, por todo o mundo o clarão de poucos segundos atrás foi relatado, não temos mais informações então apenas esperem por uma declaração oficial das forças armadas e do presidente." 

O homem sabia que tinha alguma coisa muito mal resolvida, seu celular tocos alguns minutos depois e foi ali que soube que era algo muito maior, se levantou e vestiu o uniforme indo em direção a base secreta. Quando chegou no local tudo parecia estar em uma total bagunça e confusão, foi até a sala principal e encontrou vários cientistas em frente a um telão que mostrava um robô indo ao encontro de um ponto brilhante

—  O que está acontecendo? — O comandante perguntou

—  Há alguns minutos vimos um clarão vindo de uma floresta, colocamos nosso robô para encontrar o causador disso, mas desde que colocamos isso em ação, 3 robôs foram destruídos ao chegar no mesmo ponto. Estamos tentando ir por trás. — Jihoon, o cientista chefe, disse.

O homem se aproximou da tela e gritou:

—  Dá zoom nesse ponto —  Mostrou com o dedo e sua ordem foi atendida —  O que é isso daqui?

Forçou os olhos para ver melhor, mas quando finalmente enxergou fez uma constatação que o deixou assustado: — Um bebê? 

Levantou sua sobrancelha e se perguntou 

"Mas que porra está acontecendo"

— Não conte para ninguém sobre isso, quando outros países perguntarem nós iremos dizer que  não temos nenhuma informação.

Alguns meses depois 

— Qual as nossas informações, hoje? 

Tomou seu café e foi direto para o telão que estava sendo seu motivo de insônia por meses, seus olhos se concentravam em um mesmo ponto, naquele bebê, era impressionante como ele estava vivo durante todos aqueles meses e liberava aquele tipo de energia, todos pensaram que poderia ser um alienígena, mas essa teoria  foi descartada já que nada depois daquilo aconteceu.

—  A energia está se mantendo estável, mas em todo mundo a fauna e flora continua acabando, animais desaparecem e a vegetação não floresce ou produz algo, Jeon precisamos contar aos outros países! 

Após a fala de Jihoon, o homem ponderou e depois de alguns minutos respondeu:

— Tudo bem, nós já temos mais informações de qualquer jeito então abram uma conferência com todos e digam que acharam algo aqui na Coréia há três dias atrás, mostrem as gravações, diga que nós temos tudo sob controle e estamos resolvendo.

O cientista assentiu e foi para sua sala preparar tudo, Jeon estava olhando para o telão até que em um segundo um glitch aconteceu e quando voltou ao normal o bebê não estava mais lá, seus olhos se arregalaram e todos naquele local entraram em desespero se perguntando o que havia acontecido, mas em questões de segundo toda a flora e fauna começou a se restaurar.

— Eu te perdi por hoje, mas eu vou te achar e quando eu achar, você está morto. —  Disse para si mesmo.

Desde lá sempre procurou pelo bebê, sua vida girava em torno disso e estava disposto a matar quem seja para conseguir.

Atualmente 

Meus olhos se abriram e deram de cara com Daniel mexendo em um celular, seus olhos vagavam pela tela acesa, quando me olhou o guardou, minha cabeça doía pela pancada 

— Você acordou, que bom! Estamos atrasado para seu treinamento.

Percebi que eu não estava amarrado ou amordaçado, me perguntei se aquilo era algum tipo de armadilha, não confiava naquele cara e ainda não sabia para quem ele, supostamente, trabalhava.

—  Vamos se levante, eu não vou te acertar mais nenhuma vez! —  Sorriu —  Você só não podia saber a localização desse lugar ou se desesperar.

— Para quem você trabalha? 

—  Como assim? —  Sorriu de lado

—  Eu te ouvi falando com alguém no telefone antes de desmaiar —  Falei olhando em seus olhos 

—  Eu não trabalho para ninguém, somos parceiros, não queremos te machucar Jimin.

Ele respondeu sério, seus olhos encaravam o meu na mesma intensidade fazendo com que eu me levantasse e decidisse esperar pelo momento certo de atacar. Mesmo que eu tivesse que cooperar por meses.

— Você falou algo sobre treinamento, o que vamos fazer? 

Olhei ao redor e as paredes vermelho escuro juntamente com barras pretas, davam ao lugar um ar de escuridão, alguns alvos também preenchiam o local.

—  Você precisa controlar isso que tem dentro de você, eu não sou o nerd da cadeira, mas posso ser o amigo que quer descobrir o que você pode fazer.

Assenti e fechei os olhos, tentei sentir algo que tinha sentido na única vez que liberei aquilo, mas nada vinha, nenhuma faísca ou algo assim.

— Aquela foi sua primeira vez? —  Sorriu.

— Eu nem sabia da existência disso aqui dentro de mim.

Ele começou a andar por todos os lados, pensando em algo, aproveitei para analisar o local, tudo ali era minimante pensado como se já existisse muito tempo antes, mas nunca usado. Me virei para falar algo para Daniel, mas por pouco uma faca não acerta minha cabeça em cheio, todos os meus pelo se eriçaram e meu coração começou a bater forte.

— Você tá' louco? —  Gritei. — Isso é não querer me matar?

O avermelhado me olhou e disse:

— Eu pensei que você poderia sentir algo, como um sexto sentido ou algo assim, mas acho que tem algo te segurando.

O outro se aproximou de mim, enquanto me perguntava o que poderia estar me segundo e por quê. Eu precisava saber o que eu era, tudo ainda estava muito confuso, não era como se eu tivesse aceitado que eu tinha super poderes  e agora muita gente está atrás de mim, eu deixei tudo que tinha para trás, Taehyung deve estar preocupado comigo e eu nem sei como ele está. Isso tudo não fazia sentindo algum para mim.

— Daniel, eu preciso realmente voltar, eu não sei o que tá acontecendo, mas eu tenho coisas em casa, o meu melhor amigo pode estar precisando de mim...Eu preciso de um tempo para absorver tudo isso. 

Ele assentiu, parecia que ele entendia o que eu estava passando.

— Tudo bem, mas eu vou com você, a policial pode estar lá ou os agentes. 

Concordei já que ele sabia mais disso tudo, do que eu. Ele colocou uma venda em mim dizendo que era para a minha segurança, por mais que eu ainda não entenda, acho que eu deveria dar uma chance porque no final ele me salvou, me abrigou e me deu um golpe na cabeça. Um bom começo de amizade.

Adentramos em um carro e só depois de alguns minutos ele me permitiu tirar a venda, estávamos em uma estrada onde a vista da esquerda era um mar e do outro montanhas, por algum tempo a viagem foi silenciosa e isso me incomoda porque eu tinha tantas coisas para perguntar e nada saia

— Antes de eu te desmaiar...Me desculpa por isso —  Sorriu torto. —  Você me perguntou como eu sabia de tudo aquilo e por que me botaria em perigo, a verdade é que eu não tô sendo 100% verdadeiro.

Levantei uma sobrancelha em confusão até ele continuar

— Meu nome na verdade é Jeon Jungkook, sou filho de Jeon Woo, e tudo que eu te disse são informações confidenciais dos serviços secretos da Coréia, meu pai é o comandante chefe e era ele que estava te caçando. — Essa informação fez minha mente conectar alguns pedaços sobre Daniel —  Ele me criou desde pequeno para matar você, mas eu nunca quis isso e por isso estou te salvando e vou te treinar para não morrer.

Tentei assimilar tudo aquilo, parecia que em algum momento um extraterrestre vai descer e revelar que sou o filho dele, tantas coisas vem acontecendo que são sentimentos que eu nunca senti algo, tudo em mim vem sendo confuso, mas eu precisa resolver isso. Decidi acreditar em Jeon até porque se ele quisesse me entregar, ele já teria feito isso. 

—  Dan-Jeon, muito obrigado por contar a verdade para mim, eu ainda quero aprender a me defender e não morrer, mas seu pai não vai te matar quando descobrir isso?

— Vai, mas eu sou um adolescente e ele nunca realmente ligou para mim então —  Deu de ombros dirigindo mais rápido.

Chegamos quatro quarteirões da minha casa e dava para ver que estava rodeado de polícia, as casas estavam sendo consertadas pois foram destruídas, não completamente, escondemos o carro em uma esquina e saímos andando, vi a loja dos Kim's e um carro ao lado, até que em um movimento rápido o avermelhado me abraça escondendo meu rosto, o olhei com os olhos arregalados e senti minhas bochechas esquentarem

— Era um carro disfarçado deles, pareciam estar indo em direção da base então deve estar limpo.

Saímos daquele abraço e foi quando minha espinha congelou, o carro era do SSC, na frente da loja dos kim's, mas eles não tinham como saber da minha existência ou da minha ligação com Taehyung. Corri para dentro da loja e tudo parecia estar normal se não fosse pela macha de sangue no balcão.

— Eles levaram o Tae, mas como eles sabiam? 

Olhei para o outro que tentava pensar em uma resposta, essa que veio alguns segundos depois

— As coisas foram destruídas e eles chegaram lá com bombeiros também, então houve salvamento de feridos e sua casa também estava aos pedaços...Quando os bombeiros entraram lá devem ter visto algo, eles confirmaram que era você de alguma forma.

Se a teoria de Jeon estiver certa então não tem o por que eu ir na minha casa, eu preciso salvar o meu melhor amigo agora, minhas lágrimas saíram pensando que talvez eu tenha perdido ele para sempre, Jungkook as limpou dizendo que estava tudo bem, que iriamos conseguir.  

Taehyung

"Ele não veio hoje, os policiais não sabem dizer o que aconteceu, todas as pessoas parecem não querer falar, espero que tudo esteja bem com ele."

— Bom dia, senhores, o que vão querer?

O moreno perguntou para os homens de ternos, um deles se aproximou mais e perguntou:

— Kim Taehyung? 

Kim assentiu e perguntou o por quê.

— Precisamos que você venha conosco!

—  Eu não vou em nenhum lugar com vocês, eu só saio daqui com um mandato — Respondeu firme, não estava gostando nada daquela situação.

— Ainda bem que trouxéssemos o mandato —  Um deles sorriu — Está bem aqui.

Acertou a coronha da arma na cabeça do garoto que desmaiou na hora, pegaram seu corpo e arrastaram para fora do local colocando na parte de trás de um carro preto.

Notas finais:

Oi gente, e ai! Esse capítulo é nosso ponto de ignição para o Jimin e para o inicio de tudo. Espero que vocês tenham gostado, #Oquerolou?
Música: Castle - Halsey