42-Voltando no tempo (especial de natal)
Estavam todos reunidos na sala principal conversando animados e comendo biscoitos de gengibre. Rafael já havia tocando algumas musicas no piano que pertencia ao seu avô, e que ficava na sala principal e que ainda estava muito bem conservado devido aos anos. A casa estava toda decorada e enfeitada com luzes e o clima natalino pairava no ambiente.
- Eu amo a época de natal! - disse Luna sorridente.- Tudo parece tão incrível e tão mágico.
- E foi por essa razão que nos casamos duas semanas antes da festividade natalina, por causa do seu amor por essa época. - acrescentou Enzo abraçando a esposa.-
- Nem me lembre! foi tão lindo! - completou a garota emocionada.- Você ainda lembra da música que tocou no nosso casamento?
- A que tocou na marcha nupcial, ou na dança dos noivos?
-Oi dois?
- Bom a gente dançou aquela musica daquele seu filme favorito, que você já assistiu umas mil vezes... Qual era mesmo o nome? - falou pensativo.- Dirty dancing? E a marcha nupcial foi Pefect do Ed Sheeran. Acertei?
Luna apenas sorriu e confirmou com a cabeça para o amado, no momento que Rafael começou a tocar e cantar Stand by me. A primeira música que aprendeu a tocar com o seu avô. O lugar estava um completo silêncio absoluto apenas ouvia os barulhos das teclas e a melodia suave percorrer o ambiente.
Quando Rafael terminou a última estrofe da música, Antonella sentiu ás lagrimas molhar o seu rosto marcado pela idade e pelos anos vividos. Ela não tinha mais um rostinho bonito e lindo igual quando conheceu Luigi De Luca. Agora ela era uma medica aposentada com 79 anos. Mãe de dois filhos, avó de seis netos, e três bisnetos.
- Mãe, você está chorando? - perguntou Lorenzo preocupado e se aproximando para chegar perto da senhora e a abraçar, seguido por Leonel que fez o mesmo.-
- Está tudo bem? - perguntou Leonel secando as lágrimas de Antonella.-
- Sim! - disse de forma sorridente e depois olhando para Rafael.- Apenas por um momento achei ter visto o seu pai sentado ali, tocando no lugar de Rafael... Essa música tocou no dia que conheci o pai de vocês, e também em nosso casamento. - disse a mulher emocionada.- De todos os meus netos, o Rafael é o que mais parece com o Luigi... Só faltou os olhos claros do avô.
- Me desculpe nonna, se quiser eu paro de tocar... Não quero lhe ver chorar, ainda mais em uma noite tão especial como essa, que estamos todos aqui juntos e reunidos em família.
- Não quero que pare, eu adoro lhe ver tocar... Sua musica alegra os meus ouvidos, e aquece o meu coração.
- Nonna! como você conheceu o vovô?- perguntou Bella curiosa.- Foi igual aos contos de fadas, e ele apareceu em um cavalo branco?
- Não exatamente amore mio. - disse a mulher olhando para Rafael ainda sentado ao banco próximo ao piano e se sentindo teletransportar, e voltando ao tempo.-
1968- Villa San Lorenzo
Antonella estava sentada atrás da enorme mesa da floricultura com os olhos atentos sobre um livro de medicina quando ouviu um barulho vindo da porta. Valentina, sua melhor amiga acabara de entrar toda sorridente.
-Buon giorno! - disse a amiga toda sorridente.-
-Que bom humor é esse? Viu o passarinho verde.
- Não, mais pretendo ver.
- Como assim, do que está falando?
-Eu combinei de me encontrar com o Felippo no festival das flores hoje a noite.
- E os seus pais deixou?
- É aí que está o problema, você sabe que eles são tão rigorosos e não iria me deixar sair sozinha a noite, ainda mais com um garoto... Então eu queria a sua ajuda.
- A minha ajuda?
- Sim, você poderia ir comigo?
- E tenir la chandelle? Nem pensar! Eu não vou segurar candeeiros. - disse a garota suspirando profundamente.- E além do mais eu preciso estudar... Estou em semana de provas e ao contrário de você, eu não sou rica e nem tenho pais para bancar meus estudos... Só Deus sabe o tanto que estudei para conseguir ser aprovada em medicina, e conseguir uma bolsa de estudos... E eu não posso desperdiçar essa oportunidade.
- Eu sei amiga! - disse Valentina tristemente.- Mas você é uma das melhores alunas da turma de medicina, só tira notas boas...
-Isso é por que eu estudo Valentina.
- Ok, mesmo assim eu tenho certeza que você vai se sair bem nas provas.
-Como eu já disse antes, eu não vou segurar candeeiros para você e Felippo.
- E quem disse que você vai segurar candeeiros... O Felippo vai levar um amigo dele também, e pelo que sei ele é advogado criminalista... Vocês podem se conhecer.
- Eu não quero conhecer ninguém Valentina, preciso focar em meus estudos.
- Amiga, não estou dizendo para você casar com o cara, mas fazer amizade também é bom. Você se dedica demais aos seus estudos e ao seu trabalho.
- Por que são importantes. - disse a loira seriamente.- Minha mãe precisa de mim na loja, e nessa época do ano temos muito movimento, e trabalho por aqui... Eu sinto muito, mas não posso te ajudar amiga.
- Amiga, por favor... Por favor! - implorava Valentina com as mãos juntas e choramingando.-
- O que é que está acontecendo por aqui? - perguntou dona Anna aparecendo na porta .-
- Não é nada madre!
- Dona Anna, buon giorno!
- Como vai querida?
- Eu estou bem, grata por perguntar.
-E os seus pais como estão?
- Bem também!
- Mande um abraço aos seus pais, e diga a sua mãe para me fazer uma visita para um chá da tarde qualquer dia desses.
-Pode deixar que falarei para ela. - disse a morena sorridente.- Dona Anna.
- Sim querida?
-Gostaria de lhe pedir um favor.
-Que favor?
- Uns amigos da universidade combinaram de se encontrar hoje a noite para tomar um gelatto na festa da cidade e meus pais não me deixam ir sozinha. - falou a garota fazendo uma cara de choro para dona Anna.- A senhora poderia deixar a Antonella ir comigo, por favor.
-Claro que sim querida, sem nenhum problema.
- Madre eu não poço, tenho que estudar e te ajudar a organizar os arranjos da loja para o evento do fim de semana.
- Filha, você já me ajuda tanto... Quando você não está aqui na loja, está debruçada sobre livros, ou na universidade... Você também precisa sair e se divertir um pouco bambina. A Vida é como um sopro, e passa rápido demais... E ás vezes não vivemos tudo o que podemos, e quando percebemos já é tarde demais. - Disse Anna calorosamente para as garotas.-
- Grazie dona Anna. - disse Valentina empolgada e abraçando a mãe de Antonella.-
- Imagina querida, não precisa me agradecer.
- Mas eu...
- Esteja pronta! Nos vemos a noite! - disse a morena abraçando a loira e sussurrando em seu ouvido.- Fique linda!
falando isso a morena partiu pelas portas enormes toda feliz e alegre deixando uma Antonella atônita e chateada.
- Madre, eu não posso ir nessa festa! - protestou a garota para a mulher, mas foi interrompida por outro barulho da porta, ambas ás mulheres se viraram para ver o seu novo cliente. Um homem muito bonito e elegante, em um terno impecavelmente arrumado, e uma gravata cor de vinho que destacava sobre a camisa de linho branco. Antonella nunca tinha visto nada parecido, aquele homem esbanjava beleza.-
- Buon giorno! - disse o homem com uma voz grave e onipotente que fez Antonella sentir as pernas bambas atrás do balcão da floricultura no momento que ele abriu um largo sorriso perfeito.-
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