Capitulo 26
Tinham se passado dois meses desde o almoço trágico na casa do Leonel, sua relação com Patrícia continuava na mesma, e agora o processo de divórcio estava no fim, faltavam poucos dias para Pérola e Líria saírem de casa.
Um caos total e todos estavam perdidos.
Era manhã de uma quinta-feira quando Leonel recebeu a chamada da Ana, reclamando pela quinta vez, das perseguições da Érica.
- Estou cansada dessa maluca, Leonel! Eu já nem tenho paz, ela vive no meu trabalho, persegue a Patty, que tem até pesadelos com ela.__ ela falou nervosa.
- Eu vou tentar falar com ela, não sei por quê ela não nos deixa em paz. Sinto muito por todos esses transtornos.__ Leonel falou exausto, passando as mãos pelo cabelo, um gesto de nervosismo.
- Que fique bem claro, pela última vez, se ela ousar encostar um dedo na Patty, se prepara para cuidar dela, porque eu vou parar na cadeia feminina. Escreve o que eu te digo!__ ameaçou nervosa e encerrou a chamada.
Leonel suspirou cansado e olhou para seu relógio, eram 10h:57min e seu dia estava tão pesado, como se estivesse a fazer turnos, sem pausa.
Ele já sabia que devia agir, a culpa era exclusivamente dele por conta daquela toda confusão. Foi ele quem negou a paternidade da filha, se envolveu com uma débil mental, casou sem amor e se perdeu dentro de si mesmo quando abandonou a mulher que ama por pura ganância.
A meta no momento era afastar a Érica da sua família e só uma pessoa poderia ajudar com essa tarefa, então iria atrás dela.
Enquanto isso, Ana ia buscar sua filha na escola, estava um bocado atrasada, o restaurante estava agitado, era final de novembro e a capital estava cheia de turistas, consequentemente, muito trabalho por se fazer.
Ao estacionar o carro no pátio atrás da escola, conseguiu visualizar sua filha sendo arrastada para fora da escola por uma mulher. Imediatamente seu coração acelerou nos batimentos, fazendo com que ela ficasse nervosa e em pânico.
De forma imediata e automática ela desceu do carro e o trancou, correu em direção à sua filha gritando por ela.
- Patrícia! Patrícia! Socorro, alguém segura aquela mulher, ela vai levar a minha filha! Guardas! Onde estão os guardas dessa escola!__ gritou furiosa e finalmente alcançou a mulher.
Nervosa, puxou os cabelos da mulher soltando um grito de raiva e focou seus olhos na sua filha, com o rosto molhado pelas lágrimas, inchado e vermelho.
- Meu amor, mãe está aqui, está bem?!__ agachou-se dando um abraço apertado na filha e afagou seus cabelos, e então lembrou-se da raptora, ao encarar a mesma não surpreendeu-se muito.
- Eu já tinha te avisado sobre te aproximares da minha filha, agora vais apanhar.__ vociferou nervosa, entregou a chave do carro para sua filha__- vai para o carro, a mamã vem já ter contigo, e não esqueça de trancar o carro sim?!__ deu um beijo na sua filha e esperou que ela entrasse no carro para então "tratar" da raptora, que agora tinha um canivete na mão e assumiu uma posição de luta.
- Então vieste preparada...__ Ana constatou ao olhar para a outra.
- Hoje eu acabo contigo, com aquela peste e fico com o Leonel só pra mim!__ Érica disse sorrindo e avançou para cima da Ana, com o objetivo de perfurar sua barriga, mas Ana colocou seu braço direito na frente e acabou por ser atingida ali.
Com sua mão esquerda, Ana bateu o pulso da Érica e esta deixou cair o canivete, ao tentar apanhar o canivete, Ana levantou seu joelho direito e atingiu o nariz da Érica que espirou sangue de imediato e ela caiu para trás.
No minuto a seguir, Ana montou-se na Érica e começou a desferir socos e bofetadas, puxando seus cabelos, arranhando seu rosto, assim como Érica também com suas "garras" deixava marcas pelos braços, tronco e uma parte do rosto.
- NUNCA, MAIS, CHEGUE, PERTO, DA, MINHA, FILHA! Desgraça!__ Ana falava dando uma sequência de tapas na Érica.
- SOCORRO! Alguém me ajuda!__ Érica gritava com seu rosto todo inchado. Ana levantou e puxou a Érica pelos cabelos, fazendo com que o rosto, as costas, braços e pernas se raspassem no asfalto.
- SOCORRO! SOCORRO!__ Érica gritava com dor e finalmente os guardas apareceram para acudir.
- ONDE VOCÊS ESTAVAM QUANDO ESSA MULHER SEQUESTRAVA A MINHA FILHA HÃ?!__ Ana perguntou nervosa se debatendo nos braços dos guardas.
- Era nosso horário de almoço senhora, fique calma...__ o homem falou de forma indiferente.
- Essa mulher tentou me matar..__ Érica chorava enquanto abraçava ao guarda.
- Experimenta tocar na filha de novo, pra ver se eu não...
- Mamã... __ Patrícia chamou a Ana, toda chorosa, e a mãe logo correu ao encontro da sua filha.
- Desculpa meu amor, perdoa a mamã sim? Vamos para casa agora.__ Ela disse com lágrimas nos olhos e puxou a filha para o carro, depois de entrarem, ligou para seu irmão, pedindo que o mesmo viesse ao seu encontro de forma urgente.
- Eu não gosto de luta mamã... você ia matar a tia Érica?!__ Patty perguntou com medo.
- Não meu amor, a mamã apenas ficou nervosa, quando viu que ela queria te levar a força, eu perdi a cabeça. Uma mãe é como uma leoa, quando vê seus filhotes em perigo ela ataca. Perdoa, eu não queria que você visse aquilo...__ ela falou angustiada e puxou a filha para um abraço.
Depois de alguns minutos, Jasen, seu irmão, chegou e levou-lhes para um posto médico.
- O que aconteceu contigo Ana?!__ ele perguntou quando entrou no carro e viu seu estado.
- Lutei com a Érica, ou melhor, bati na Érica. Ela tentava levar a Patty na base da força, se eu tivesse demorado mais um pouquinho, não sei o que aquela louca teria feito com a minha bebé.__ ela respondeu chorosa.
- É bom que ela nunca cruze meu caminho, você já falou com o Leonel?! Nós temos de ir para esquadra.__ constatou fazendo a última curva para entrar no posto de saúde.
- Ainda não, vou ligar...__ tirou seu celular e discou o número dele, e depois de três toques ele atendeu...__- Ana, tudo bem? Eu já estou a resolver o assunto que falamos de manhã ...
- Não está tudo bem, a Érica tentou sequestrar a Patty na saída da escola, graças a Deus cheguei a tempo e impedi isso, mas nós tivemos uma sessão de pancadaria e agora estou no posto de saúde da Belita, ela me cortou um canivete e ...
- Venho já, estou nas proximidades...__ disse logo e desligou a chamada.
- Acho que o parquinho pegou fogo...__ Jasen disse e então descemos do carro.
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