chapter 12

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Pedi para que Taehyung me encontrasse às 18:00 no shopping para começarmos o plano. Estranhamente, arrumei-me com muito cuidado antes de sair. Para que eu me prepararia tanto se apenas iria me encontrar com Taehyung para comprar algumas coisas? Isso não importa; o que realmente conta é que hoje vamos às compras de roupas, e essa é a minha parte favorita.

Ele chegou exatamente no horário combinado, o que me deixou satisfeita, odeio atrasos.

- Bem pontual, hein, Tae? - ele me olhou um pouco incomodado com a intimidade repentina do meu chamado. - O que foi? Logo mais você vai me ouvir te chamando de amor. - Seus olhos encontraram os meus, surpresos. - Ou você prefere docinho? Gatinho? Meu bem? - fui me aproximando dele. Eu adorava ver seu rosto corado e seus olhos perdidos com a minha aproximação.

- Eu prefiro que você não diga nada disso. - Ele piscou, como se estivesse espantando pensamentos. Ele é uma graça mesmo. Eu sorri.

- Vamos às compras primeiro, depois decidimos isso, amor. - disse, indo à sua frente. Quase podia sentir sua timidez em minhas costas.

- Jennie, dá pra parar? - Olhei para trás e ele retomou a postura, vindo em minha direção.

- Eu só estou brincando. - Ri da sua reação. - Parei, tá bom? - olhei para ele ainda rindo e ele revirou os olhos.

- Vamos logo então, quero ver até quando isso vai durar.

Ao entrarmos na primeira loja, ele ficou espantado com os preços e eu não conseguia parar de rir das suas reações.

- Relaxa, Tae. Quem vai pagar tudo isso sou eu. Agora vamos escolher algumas peças. - O guiei até a seção masculina e comecei a olhar algumas calças.

- Eu realmente não faço ideia de como é ser rico. - Ele disse, impressionado com as peças.

- Agora você pode ter uma experiência, hm? - respondi, segurando uma calça na frente do seu corpo e balançando a cabeça, não combinava com ele.

Peguei oito calças diferentes, as que mais gostei, e mandei ele experimentar. Escolhi uma e comprei.

- E agora? - Ele perguntou enquanto saíamos da loja.

- Vamos comprar outras calças. - Respondi, observando o shopping em busca de outra loja.

- Outra? Mas uma não é suficiente? - Ele me olhou curioso.

- Claro que não, Tae. Cada dia da semana você precisa usar uma diferente, no mínimo. Ou seja, vamos comprar cinco calças por enquanto. - Digo, direcionando-o para a loja selecionada.

- Cinco? Por enquanto? Ricos são exagerados mesmo. - Ele disse, observando as roupas de marca.

- Vai se acostumando.

Compramos as cinco calças em cinco lojas diferentes. Taehyung parecia que tinha sido atropelado por um caminhão; não sei por que estava tão cansado.

- Vamos embora, por favor. Eu não aguento mais ficar provando roupa. - Ele disse, sentando-se em um banco.

- Para de preguiça. Temos que comprar os tênis! - disse, mais animada. Melhor do que comprar roupas é comprar sapatos.

Dessa vez não fomos a cinco lojas diferentes. Fomos a três e compramos mais de um tênis em duas delas.

- Eu queria comprar mais algumas coisas hoje, mas as lojas já estão fechando, então podemos ir embora. - Disse, entregando as sacolas a Taehyung, que se atrapalhou ao tentar segurá-las todas de uma vez.

- Como vou explicar todas essas sacolas de marca quando chegar em casa? - Ele disse, finalmente conseguindo erguer todas em seus braços. Pena que ele estava de moletom; seria uma bela vista ver o esforço dos músculos dele segurando as sacolas. Realmente, pareço um velho pervertido perto de Taehyung.

- Diz que foi a sua namorada. Não seria mentira... Ou seria? - Falei, sorrindo de canto.

- Não é tão fácil quanto você pensa, Jen.

- Tudo bem, eu levo. Na próxima semana, quando tudo estiver pronto, você pode passar lá em casa para se trocar. - Sugeri.

- Tá, pode ser. Ainda não consigo acreditar que estou participando dessa loucura. - Ele riu.

- Quer uma carona? - Perguntei ao ver meu carro recém-chegado.

- Não, vou de ônibus. - Ele disse, colocando as mãos nos bolsos do casaco.

- Tá bom, então tchau! - Digo, indo para o carro e acenando.

- Tchau! - Ele acena também enquanto se afasta.

Outra coisa para a lista: um carro ou moto. Ele não pode ficar andando de ônibus por aí. Ninguém poderia saber que ele é bolsista, e muito menos pobre.

Coloquei meus fones assim que entrei no ônibus. O que raios eu estava fazendo? Que tipo de pessoa sou eu que aceita participar de qualquer plano egoísta de uma garota mimada sedenta por vingança apenas por dinheiro? Eu me sinto sujo. Sinto que joguei toda a dignidade que me restava no lixo. Mas não posso voltar atrás. O tratamento da minha avó é mais importante do que a minha dignidade. Eu não aceitei fazer parte dessa loucura para gastar dinheiro com coisas fúteis. Minha avó, que sempre me criou após a morte dos meus pais, está muito debilitada. A diabetes dela parece nunca melhorar; os alimentos adequados são caros, os remédios mais ainda, e os hospitais americanos têm preços absurdos. Por isso, quero me formar em medicina, para cuidar da minha avó e de quem precisa.

Não sei de onde tirei coragem para aceitar, e hoje foi mais uma prova de que não consigo fingir ser alguém rico. Fiquei deslumbrado e muito surpreso com tudo o que vi naquele lugar. Nunca tinha ido àquele shopping; era bem reservado e difícil de acessar. Jennie, sendo bilionária, não teve problemas, mas teve que me acompanhar desde a entrada para que eu não fosse barrado. A Jennie é muito estranha para mim. Às vezes, a vejo como uma garota mimada que só pensa em reputação, o que é verdade. Mas, em outros momentos, sinto que ela é muito mais do que isso. Ela é sorridente, simpática e, em momento algum, me olhou com desdém, apesar da minha condição financeira e da forma como me porto. Isso é diferente da maioria dos outros alunos daquela escola. A Golden State Academy, apesar de receber pessoas de várias nacionalidades, principalmente da Coreia do Sul, tem um caráter extremamente elitista. Os alunos mais ricos recebem um tratamento privilegiado e até têm salas VIP, enquanto os bolsistas e alunos de classe média são quase sempre esquecidos e ridicularizados. Mesmo assim, eu me sentia muito orgulhoso de estar lá, ainda mais por puro conhecimento, e não porque papai ou mamãe pagaram.

Entrei em casa com esses pensamentos e quase me esqueci de falar com a minha avó.

- Como foi o encontro com sua colega, filho? - ela me perguntou ao me ver passar em direção ao quarto.

- Vó, eu já te disse que não foi um encontro! - Eu me virei para ela, que estava sentada na poltrona assistindo a uma novela.

- Então o que foi? Você não me explicou direito! - Ela fez uma expressão de curiosidade, colocando as mãos na cintura.

- Bem... - Eu não sabia o que dizer. Não poderia contar a verdade, ou ela me mataria. - Eu fui... É... Ajudá-la a fazer compras. - Disse a primeira coisa que me veio à mente; não era uma mentira tão grande assim. A mais velha me olhou com um sorriso de canto.

- Isso me parece um encontro, Kim Taehyung. - Ela disse, tomando um gole do seu chá.

- Mas não foi, tá? Enfim, já está na hora de dormir, não é, senhora? - Peguei o controle da TV e a desliguei. Minha avó me olhou com um bico nos lábios.

- Senhora tá no céu, garoto! - Ela se levantou com dificuldade da poltrona e me deu um tapinha nas costas.

Eu ri e a vi se dirigindo para o seu quarto.

Após tomar um banho e me trocar, joguei-me na cama e fechei os olhos. Estou realmente exausto. Nunca pensei que ir comprar roupas fosse tão cansativo. Mas o que mais me intriga é: como a Jennie pretende me transformar no garoto mais popular da escola, sendo que sou o total oposto disso?

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