chapter 10

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O final de semana foi no Japão, nada de novo. Meus pais passaram o tempo inteiro trabalhando e eu só dormi e vi séries. Aparentemente as informações sobre o término e toda a fofoca da traição, a briga não chegaram a eles, já que eles ficam tão ocupados, o que é bom, quero que eles saibam tudo pela minha boca. A semana de suspensão chegou ao fim, e eu tenho que voltar àquele lugar insuportável. Porém, estou me sentindo melhor mentalmente. Desabafei por mensagem com Jungkook, e isso me deixou muito mais leve. Ele não me deu um sermão nem tentou encontrar uma solução, apenas disse que gostaria de estar aqui comigo, mas não poderia por causa do trabalho, prometendo que, assim que pudesse, viria me ver. Rose me visitou todos os dias; assistimos a vários filmes e conversamos sobre coisas positivas para que minha mente parasse de pensar em tudo que aconteceu. Isso também melhorou consideravelmente meu humor. Eu amo meus amigos mais do que tudo; sou muito sortuda por tê-los na minha vida. Não sei o que faria sem eles.

Mal pisei no pátio da escola e os olhares já se voltaram para mim novamente, assim como na semana passada. Fingi que nada havia acontecido. Vi Rose um pouco distante, acenei e ela fez o mesmo. Enquanto caminhava em sua direção, ouvi risadas e sussurros nada discretos a meu respeito, mas não liguei.

— Amiga, tenho novidades! — disse Rose quando me aproximei.

— Sobre o encontro às cegas de ontem? — perguntei, e ela acenou com a cabeça. — Achei que seria um porre, mas aparentemente foi muito bom, né? — ri da expressão animada dela.

— Pois é, eu também pensei assim, já que os outros foram horríveis, mas dessa vez foi totalmente diferente! — Rose disse, gesticulando com as mãos enquanto falava muito feliz, uma mudança em relação às outras vezes em que comentava sobre seus encontros às cegas. O pai dela queria que ela se casasse com um homem de boa família e, por isso, a forçava a ir a esses encontros para escolher um dos pretendentes.

— O nome dele é Park Jimin. A família dele é dona de um conglomerado como o seu, e meu Deus, que homem lindo! Ele me tratou super bem, sem perguntas inconvenientes, elogios respeitosos e me deixou muito à vontade. Ele é um verdadeiro príncipe! — Os olhos dela brilhavam enquanto falava, e eu fiquei muito feliz por vê-la assim.

— Que incrível, Rosie! Você vai a mais encontros com ele, então?

— Sim, já conversei com meu pai e ele ficou animado porque finalmente gostei de alguém. — Ela disse, rindo da situação.

— Que bom que você está feliz, amiga. Espero que ele seja um príncipe de verdade. — Eu disse, lembrando de tudo o que tinha acontecido comigo, mas Rose não aparentou perceber, o que era bom; não queria estragar a felicidade dela.

— Aí sim! — Ela queria contar mais sobre seu príncipe encantado, mas o sinal tocou e tivemos que ir para a sala.

Logo que entrei, percebi que Taehyung estava lá em um canto da sala, com fones de ouvido e escrevendo algo no caderno. Ele estava novamente com aquele casaco de moletom brega, mas ainda assim estava lindo, tenho que admitir. Passei a aula toda pensando no que tinha acontecido naquele dia fatídico. Ele me agradeceu e disse que estava me devendo uma... Interessante, o que eu poderia pedir a ele? Ele me disse para cobrar, então eu farei.

O sinal tocou, sinalizando o fim das aulas, e eu e Rose fomos para o pátio.

— Amiga, não poderei ir à sua casa hoje. — Ela disse, mas não demonstrava tristeza; pelo contrário, estava muito alegre.

— Por quê? — Questionei, confusa, já que tínhamos combinado que ela iria para minha casa depois da aula.

— Vou sair com o Jimin. — Ela disse, animada.

— Mas você saiu com ele ontem! — Disse, perplexa com a rapidez das coisas entre ela e o tal Park.

— Sim, mas ontem foi algo mais formal; meu pai organizou tudo. Hoje ele me chamou para um encontro mais casual, sabe?

— Ah, sim, e você não poderia recusar, né?! — Olhei para ela com um pequeno sorriso no rosto.

— Desculpa, amiga! — Ela fez uma expressão de desânimo e agarrou meu braço.

— Tudo bem, Rosie, divirta-se bastante, tá? — Disse como se fosse uma ordem, e ela acenou que sim.

— Beleza, nini! Já estou indo, tá bom? — Ela disse, levantando-se.

— Tá bom, até amanhã! — Eu disse, acenando para ela enquanto se afastava.

— Até! — Ela respondeu, acenando também.

Peguei meu celular para mandar uma mensagem para Matias e, antes de ligá-lo, senti uma presença recém-chegada atrás de mim. Olhei pela tela apagada do celular para ver quem era. O que ele queria comigo? Yoongi estava atrás de mim com um sorriso sutil, um pouco estranho. Virei-me rapidamente, confusa com sua aproximação repentina.

— Oi, gatinha. — Ele disse, sorrindo de forma contida, com os olhos 'tristonhos'.

— Não me chama assim, seu idiota. — Virei-me novamente, tentando sair o mais rápido possível, mas ele segurou meu pulso.

— Vamos conversar, Kim... por favor. — A forma como ele disse isso, sua expressão e o carinho com que segurava meu pulso fizeram meu coração acelerar. Por que ele estava agindo assim? O que ele pretende?

— Não temos nada para conversar, Gui... Yoongi. — Minha voz saiu trêmula, e quase o chamei pelo apelido carinhoso que eu havia dado a ele em resposta a tudo isso.

— Prometo que é a primeira e última vez. Só me deixe dizer algumas coisas. — Ele disse, e surpreendentemente, senti sinceridade em suas palavras. Eu queria que ele desaparecesse da minha vida, mas uma última conversa não faria mal, certo?

— Tá, tudo bem, é a última conversa! — Eu disse, firme, e ele acenou positivamente, sorrindo largo. — Vamos para minha casa.

— Não podemos conversar aqui? — Eu disse, desconfiada da sugestão dele.

— Não quero que ninguém se intrometa. — Ele disse com um olhar sereno, e fazia sentido; não queria que mais fofocas surgissem sobre a minha vida.

— Tá.

Nós entramos na casa de Yoongi, e ele logo me conduziu até seu quarto. O que eu estava fazendo ali? Eu queria um plano de vingança, e agora ia conversar com ele; qual era o meu problema?

— Seus pais não estão em casa? — perguntei, percebendo a ausência deles.

— Não, estão em uma viagem de trabalho. — Ele se sentou na cama, enquanto eu me acomodei na cadeira da escrivaninha.

— Ah, entendi. Você contou a eles sobre o término? — disse, lembrando da questão do casamento que me destruiu na semana passada.

— Não tive tempo ainda, e agora, com essa história de casamento, está ainda mais complicado. — Ele respondeu, parecendo não se importar muito com isso.

— Eu também não falei ainda; não sei como vão reagir. — Suspirei, pois ainda era um assunto delicado.

— Jen — ele disse, se aproximando de mim e sentando na ponta da cama. — Você vê? Eles gostam muito da gente junto. Por que não tentamos de novo?

Fiquei incrédula com o que acabara de ouvir. Que tipo de proposta era aquela? Eu ri, tentando descobrir se era uma piada, mas ele não sorriu. — Você não está falando sério, está?

— Eu sei que fui um idiota com você, mas, minha Kim — estremeci. Aquele apelido ainda mexia comigo. — Eu sempre amei você. A Karina... Ela foi apenas uma maneira de eu buscar afeto. Você nunca demonstrou tanto interesse por mim quanto eu tinha por você, mas não tem como te substituir. Me deixe começar de novo. — Tudo o que ele disse me atingiu rapidamente. Eu não falei nada, apenas o olhei confusa; não havia razões para ele fazer aquilo depois de tudo que eu havia dito friamente. — Eu não consigo, Jennie. Não consigo me imaginar com outra pessoa. Eu sei que você também sente algo por mim. O que você disse na festa foi no calor do momento, depois do que viu... — ele disse, abaixando a cabeça, parecendo envergonhado.

Eu não sabia o que estava sentindo: confusão, pena, raiva, tristeza? As palavras dele não tinham sido totalmente processadas pelo meu cérebro. Seu rosto, suas falas, tudo isso estava completamente diferente do Yoongi que eu conhecia. Eu não queria, mas meu coração estava apertado e eu não sabia ao certo o porquê. Levantei da cadeira sem dizer uma palavra e fui em direção à porta, abrindo-a, querendo fugir de toda aquela situação tão confusa e angustiante.

— Para, para de dizer essas coisas! — eu disse, com a voz ainda trêmula.

— Você quer fugir porque sabe que isso é verdade. — Sua frase me fez parar e olhar para o seu rosto, que estava exatamente como antes: envergonhado e, ao mesmo tempo, um tanto esperançoso. Uma expressão que eu nunca tinha visto antes.

Depois de tudo o que passei, eu não conseguia mais lidar com as minhas emoções; qualquer coisa me fazia chorar e desmoronar. Então, simplesmente, as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto porque eu não queria, mas ainda gostava muito dele. Todo esse tempo de raiva e mágoa, eu me neguei a acreditar nesse sentimento, mas como eu poderia superar toda a situação se não admitisse que sentia?

Meus olhos se fecharam e eu só queria não estar ali, me expondo para a pessoa que mais me fez mal. Mas, de repente, senti os braços dele ao meu redor, e sua mão passando pelos meus cabelos, tentando, de alguma forma, me confortar. Eu hesitei por alguns segundos, mas estava tão vulnerável que me joguei em seus braços sem pensar.

— Me perdoa, por favor. Eu não queria te fazer mal. — Ele disse, repetindo essa mesma frase várias vezes, e eu não sabia o que dizer; como antes, só sabia chorar, pois minha mente estava muito confusa e meu coração, ainda mais.

Depois de alguns segundos ali, chorando e totalmente vulnerável, eu me afastei dele e olhei em seus olhos. Ele passou o dedo na minha bochecha, secando minhas lágrimas, e disse: fica comigo, por favor.

Novamente, eu não disse nada; não queria dizer nada. Qualquer coisa que eu dissesse naquele momento poderia me levar ao arrependimento futuramente. Então, simplesmente, me calei e, surpreendentemente, ele pareceu entender. Eu estava com medo, com medo de tudo aqui ser um teatro, e, por estar emocionalmente vulnerável, acreditar em cada expressão, em cada palavra, em cada olhar dele.

Ele olhou fundo nos meus olhos e, sem perceber, permiti que ele encostasse novamente os lábios nos meus. Eu não tinha forças para hesitar, até porque, no fundo, eu queria sentir isso de novo. Eu tinha me apegado emocionalmente a ele, e era algo que não havia percebido a tempo de acabar com isso. Eu tinha certeza de que me arrependeria no instante em que percebesse a besteira que estava fazendo, mas, do fundo do meu coração, eu não queria mais agir pela razão, mesmo que por um segundo; eu queria me deixar levar pelas minhas emoções, que estavam presas há tanto tempo.

Eu deixei que ele me beijasse novamente, que passasse a mão pelo meu corpo e me fizesse arrepiar. Eu não podia negar que gostava daquilo. Era uma sensação confortável, como se eu tivesse me acostumado e fosse muito difícil largar agora. De repente, senti meu corpo sendo jogado na cama, e os dedos frios dele subindo pela minha blusa. Foi nesse instante que parei e pensei racionalmente: eu sei que se fizer isso, nunca mais vou me perdoar. Como poderia deixá-lo tomar meu corpo depois de tudo que passei e de tudo que planejei para minha vida? Abrindo os olhos, empurrei-o para longe de mim.

— Tudo isso foi para você transar comigo de novo, não é? — eu disse, pegando minha bolsa, determinada a sair daquela casa o mais rápido possível.

— O que? Claro que não, apenas aconteceu, Jennie! — Ele me olhou confuso e um pouco decepcionado. A expressão em seu olhar entregava tudo; a decepção dizia que seu plano tinha falhado. Ele não pretendia voltar comigo porque gostava de mim ou porque se sentia arrependido, mas porque queria me usar. Isso me encheu de ódio.

— Nunca mais chegue perto de mim, Yoongi. Eu juro que vou me vingar; minhas emoções e sentimentos nunca mais vão interferir nos meus planos. Você está acabado por tentar me usar novamente! — Apontei meu dedo em seu rosto ao dizer a última frase e saí em passos pesados. Ele não me seguiu. É claro, o que ele poderia fazer depois que seu plano foi arruinado?

Eu fui embora e, ao deitar na minha cama, só sabia chorar porque deixei minhas emoções me apunhalarem de novo.

perguntinha: você já namorou ou namora?

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