Forty-two

Apertou a mão de Louis quando Dr. Collins chamou por seu nome, cumprimentando o homem quando entraram no consultório já conhecido.

— Como vão os três? - ele perguntou mexendo na ficha de Harry por algum tempo e indicando agora que ele se deitasse sobre a maca.

— Estamos bem. - respondeu soltando o outro para se deitar onde foi indicado, levantando a barra de sua camisa para expôr a barriga de cinco meses.

Dr. Collins a limpou antes de aplicar o gel onde passaria o aparelho, fazendo tudo de modo cuidadoso e dedicado.

— Pode me dizer quando os desejos vão acabar? Ontem foi a terceira vez no mês que tive que sair a noite para comprar batata frita e molho de azeitona. - o alfa disse em tom de reclamação, recebendo um tapinha em seu braço.

— Eles só pioram, meu amigo. - o obstetra respondeu olhando para as imagens que começavam a aparecer na tela. - O bebê está se desenvolvendo bem melhor que no início da gestação, parabéns Harry. Ah, acho que hoje poderemos descobrir o que temos aqui! Algum chute?

— Tivemos uma conversa a algum tempo e ele chutou quando perguntei se era menino, estava certo? - Louis estava realmente ansioso, buscando pela mão do ômega novamente.

— Vamos ver... - murmurou ajeitando o óculos no rosto, soltando uma risada quando finalmente conseguiu. - Parece que ele realmente te ouviu, aqui temos um forte rapaz!

Os olhares se encontraram no mesmo momento, cheios de felicidade e amor. O alfa soltou um grito meio contido por estar num hospital, dando um soquinho no ar antes de abraçar seu ômega com força.

— Eu vou te dar um menino! - ele estava radiante, mal percebendo que Dr. Collins já limpava sua barriga.

— Vamos ter um menino, sweetheart!

Esperaram o obstetra imprimir a imagem do ultrassom e a guardar em um envelope, agradecendo e saindo em seguida do consultório.

Harry segurava orgulhosamente a imagem de seu filho, a mostrando ainda mais orgulhoso para todos quando chegaram na casa de seus pais para contar a novidade.

Daisy quase se derreteu sobre seu ventre enquanto Phoebe o chamou de traidor, não demorando a se juntar a irmã, no entanto.

Mark agia como o avô babão que ele seria, contando aos quatro cantos sobre os presentes que daria ao seu neto e Johannah disse que ia pedir uma cópia da imagem do ultrassom para enquadrar e deixar registrada a primeira imagem do mais novo membro da família.

O próximo passo de Harry foi contar a Eleanor enquanto Louis fazia o mesmo com Niall, Zayn e Liam. A ômega exigiu que deixasse ela organizar um chá de bebê e que esse seria seu presente, afirmando que o outro ômega não tinha o direito de recusar.

Estava tão feliz vendo tudo aquilo acontecer e mesmo que nos meses seguintes seus pés e costas doessem por conta da barriga que começava a crescer mais e mais, tudo não podia estar mais perfeito.

O chá de bebê aconteceu durante o sétimo mês de gestação, Oliver ganhou tantos presentes que seu quarto que já estava terminado e mobiliado ficou lotado. Até mesmo Fizzy, Lottie e seus respectivos maridos compareceram.

Na opinião de Louis, Harry não podia ter estado mais perfeito com uma camisa rosa de bolinhas brancas que contornou sua barriga, as coxas e bunda um pouco mais fartas cobertas pela calça preta. Os cachos tinham crescido, envolvendo o rosto ainda mais radiante dele.

Harry grávido era e seria para sempre a oitava maravilha do mundo, e não estava falando isso só porque ele era seu companheiro e estava carregando seu filho.

Todos estavam em volta dele como os planetas orbitando o Sol, Louis mesmo também o fazia mesmo que de forma inconsciente. Era bom compartilhar da energia e amor que ele exalava, todos queriam um pouco.

Khala, a bebê de Zayn nasceu algumas semanas depois e Harry se tornou mais próximo dele nessa época, os visitando várias vezes no hospital e conseguindo mais dicas do outro ômega sobre como tudo acontecia e o que devia fazer.

Não podia esperar a hora de Oliver nascer, o carregar dentro de si era maravilhoso mas seus braços coçavam para poderem o segurar logo.

∆∆

— Ele está chutando as minhas costelas de novo. - resmungou sentado no meio da cama enquanto olhava as costas bonitas do alfa. - Acho que ele não quer mais ficar dentro de mim.

— Avisa para ele que se não quiser, eu quero. - Louis riu, deixando de arrumar suas roupas no closet e indo até o cacheado.

— Louis! Não diga essas coisas perto do bebê! - brigou ficando vermelho, pondo as mãos na barriga como se pudesse privar Oliver da conversa.

— Fica difícil quando ele está sempre por perto e você fica cada vez mais gostoso. - subiu na cama, beijando seu ombro e pescoço.

— Não faz isso... - brigou sem força de vontade alguma, cedendo aos toques do outro sem ao menos perceber. Cada vez que Louis chegava perto seus hormônios vinham a tona.

— Seu cheiro também é incrível, quero que fique grávido sempre. - enfiou o rosto nós cachos. - Podemos ter mais cinco filhos?

— Não sei se aguentaria tudo isso. - virou o rosto para o olhar, recebendo um selinho. - Talvez mais um ou dois apenas.

— Eu te amo. - o beijou mais uma vez, tocando a barriga firme e redonda. - Vocês dois.

— Também amamos você. - encostou as testas, segurando o rosto do mais velho com uma mão. - Como você acha que a aparência de Oliver vai ser? Khala é a cara de Zayn, seria fofo ter um bebê parecido comigo.

— Seria difícil ficar de olho em dois ômegas tão bonitos se ele for parecido com você. - riu o puxando quando ele revirou os olhos.

— Para de me bajular, diga o que acha. - bateu de leve em seu peito, no fundo ficando realmente irritado. Culpa dos hormônios novamente.

— A genética da minha família é bem forte, talvez Oliver se pareça mais comigo e tenha poucas características suas. - explicou acariciando a nuca alheia. - Como seus olhos ou seus cachinhos.

Harry assentiu abaixando os olhos para sua barriga, contornando a borboleta que Phoebe tinha feito ali durante o chá de bebê com uma caneta. Ela era realmente talentosa e tinha ficado parecido com uma tatuagem, embora estivesse sumindo por já ter tomado banho.

— E se acontecer alguma coisa com ele? Linda me disse que na hora de nascer o bebê pode ficar na posição errada, ou sufocar com o cordão umbilical ou ter algum problema? - expôs suas preocupações de repente, o olhando receoso.

— Vai dar tudo certo amor, não fique se preocupando a toa. - se sentou em sua frente, juntando suas mãos na barriga dele. - Pode fazer mal para vocês.

— Mal vejo a hora de poder segurar e beijar ele. - sorriu pequeno.

— Eu também, amor.

∆∆

O oitavo mês passou incrivelmente rápido, mesmo que para Harry tenha durado uma eternidade. Nunca tinha sentido suas costas doerem tanto e não podia andar muito se não quisesse que seus pés se transformem em duas bolas.

No começo achou que sua barriga seria pequena, mas agora ela estava realmente grande e pesada.

Mesmo com os contras ainda achava incrível estar grávido, e saber que tudo seria compensado assim que Oliver estivesse na segurança de seus braços ajudava.

Entrar no nono mês era desesperador e calmante ao mesmo tempo que causava uma ansiedade sem fim e sabia que não era o único com essa sensação, já que todos também passavam por um pouco disso.

Se aos quatro meses Louis não o deixava lavar uma louça, agora com nove tinha que brigar com o alfa para que ele o deixasse ao menos comer sozinho. Sabia que ele só estava preocupado e queria o melhor para si e o bebê, mas ainda era sufocante.

A cesária foi marcada para daqui três semanas e já tinha perdido as contas de quantas vezes assistiu vídeos sobre o procedimento, queria garantir que tudo daria certo.

Nada podia acontecer com seu bebê.

As vezes quando não conseguia dormir por conta das dores se levantava com cuidado para não acordar Louis, mesmo que fosse uma tarefa difícil considerando seu tamanho e ia até o quartinho do bebê. Se sentava na poltrona ao lado do berço e aproveitava da sensação calmante que estar ali trazia.

Como estava fazendo agora enquanto ouvia a música que a pequena caixinha em formato de coração tocava, presente de Johannah para fazer o bebê dormir.

— Falta tão pouco tempo até você estar aqui, amor, espero que goste de tudo. - começou a falar baixinho, tocando as almofadas protetoras que estavam em volta das grades do berço. - Foi o papai Lou que fez tudo, ele ficaria triste se não gostar.

Riu massageando a pele esticada de sua barriga com carinho, a casinha de seu bebê.

Ficou ali até sentir que agora poderia dormir, desligando a caixinha e saindo lentamente do quarto decorado em tons de verde e azul.

Desviou a caminho até seu quarto para a cozinha, sentindo a boca salivar ao lembrar das uvas que tinha comprado e decidindo que não seria uma má idéia comer um cacho agora.

Abriu a geladeira e estendeu a mão para alcançar o potinho onde suas deliciosas uvas estavam, mas a recolheu para abraçar seu ventre quando sentiu uma dor forte na região. Gemeu incomodado, massageando a barriga por alguns segundos até que a dor passasse.

— Odeio gases. - resmungou finalmente pegando o potinho.

Acabou comendo dois cachos, as uvas estavam muito docinhas e não conseguiu resistir.

As pontadas insistentes de gases ainda o incomodavam, mas optou por não tomar o remédio e apenas voltou para sua cama e alfa quentinhos.

Cochilou por algum tempo, mas foi acordado pela dor novamente. Estava mais forte dessa vez e não teve outra opção além de acordar Louis quando o pensamento de que eram contrações veio em sua mente.

— O quê? O que foi? - ele mal tinha aberto os olhos, se sentando meio grogue e ajudando que fizesse o mesmo.

— Eu achei que estava com gases de novo, mas a dor não para de ir e vir cada vez mais forte. - relatou com a voz um pouco chorosa. - Não quer passar e eu acho que são as contratações.

— Mas já? Ainda falta tempo, Oliver já vai nascer? - ele abriu os olhos azuis de uma vez, já ficando de pé.

— Não é a hora ainda, e se algo de errado estiver acontecendo com ele? - começou a chorar com a possibilidade, vendo o mais velho acender a luz e ir até o closet, voltando logo depois com tênis nos pés e dois casacos.

— Nós vamos ao médico, amor, não chore. - fez carinho em sua bochecha, o ajudando a vestir um casaco e a calçar um par de tênis também. - Está tudo bem, Harry.

∆∆

A bolsa estourou quando estavam entrando na recepção do hospital, não doía mas fez Harry se desesperar. Eles o levaram para uma sala onde foi examinado pelo obstetra e a conclusão foi que ele realmente já estava em trabalho de parto, era mais cedo do que o previsto, mas não haviam motivos para adiar o processo então ele logo foi encaminhado para iniciar o processo da cesária.

Nesse momento Louis não teve outra opção a não ser voltar para a recepção, tomando isso como deixa para começar a ligar para seus pais.

A ficha de que Oliver estava nascendo só caiu quando Johannah segurou seu rosto e então caiu sentado na cadeira, com as mãos tremendo e deixando algumas lágrimas de felicidade caírem. Embora ainda estivesse preocupado já que estava acontecendo antes do tempo.

Depois de longos minutos esperando uma enfermeira o chamou, o levando até o lugar onde teve que praticamente se lavar por inteiro e vestir uma roupa especial, luvas e touca. Em seguida ela o levou para dentro da sala onde Harry estava, uma pequena cortina cobria sua visão dos médicos que trabalhavam na parte inferior de seu corpo, trazendo seu filho ao mundo.

O ômega o olhou com o lábio inferior apertado entre os dentes, segurando sua mão em um aperto forte mesmo que não sentisse nada da cintura para baixo por conta da anestesia. Sorriu para ele tão ansioso quanto, beijando sua testa e esperando mais até que finalmente ouvissem.

O primeiro choro de Oliver foi o som mais aliviador que já chegou aos seus ouvidos em toda a sua vida e depois de cortarem o cordão umbilical e ele ser brevemente limpado, o pequeno embrulho foi deixado no colo do ômega que não podia segurar as lágrimas mais.

O alfa se inclinou sobre eles, segurando o próprio choro para que pudesse tocar com cuidado o bebê que tinha parado de chorar após ser entregue ao pai.

Bem vindo, sunshine.

Nasceu!!!!!!
E ai meu deus o próximo capítulo já é o epílogo 🤧

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