• Equipe Haori, de Ubiratã
• Título: Equipe Haori
• Autor: Ubiratã (will657071)
• Gênero: Fantasia
Do mesmo escritor de Yang-Ti - No Caminho das Águas e O Rouxinol, obras já resenhadas pelo Ponto Crítico, Ubiratã dessa vez nos entrega Equipe Haori, uma história que narra os dramas de Durã, um homem que se encontra em um mundo onde um antigo reino deseja ressurgir das cinzas e retomar a hegemonia do planeta.
Confesso que fiquei surpreso com o convite para análise desse conto, visto que trata-se de um texto escrito antes das resenhas das duas histórias citadas acima. Embarquei na leitura, então, com um pé atrás, receoso com a qualidade do texto que encontraria. Pela lógica, era bastante provável que não tivesse havido uma melhoria nos problemas identificados anteriormente; e a lógica estava correta, infelizmente.
Encontramos na obra atual os mesmos erros de estrutura de suas antecessoras, como ausência dos elementos de apresentação na capa, o uso de hífens substituindo travessões, problemas de pontuação — vírgula e pontos finais, principalmente — e deslizes ortográficos advindos da digitação. Se por um lado o autor parece mostrar uma boa capacidade de pesquisa e um conhecimento amadurecido da língua portuguesa, percebido a partir do seu vocabulário amplo, por outro esse vocabulário se perde nos tantos outros problemas de base a que somos expostos. Por estarem presentes em todo o texto, tais problemas não permitem que ocorra o pacto necessário entre leitor e obra, o que faz da leitura um processo mecânico e indiferente.
Entretanto, considero ter achado em Equipe Haori um agravante, que acaba por colocá-la nos degraus abaixo de suas parceiras. O desenvolvimento é ambíguo, o texto é difuso, os diálogos, confusos. Se em Yang-Ti - No Caminho das Águas o problema estava na velocidade em que tudo foi contado, aqui vemos um problema mais fundo e generalizado. Durante a leitura, considerei inviável compreender a ligação entre os capítulos; pareciam microcosmos avulsos, que nada tinham em comum senão a narração em 1° pessoa de Durã. Além disso, entender como o ponto de partida se liga ao desfecho não é uma tarefa das mais fáceis; missão que, inclusive, não consegui concluir.
Dando enfoque nos personagens, vemos que nenhum deles consegue escapar do inevitável. Imersos na confusão de todo o texto, acabam por se tornar, do protagonista aos coadjuvantes, indivíduos de personalidade inconsistente, subaproveitados e sem grande relevância narrativa. São apresentados ao leitor sem nenhum cuidado, sem o correto estabelecimento de seus papéis antes do início das cenas de ação. Somem e aparecem diante dos nossos olhos, amarrados a uma descrição de cenários dismórfica.
O conto de Ubiratã parece sofrer do que pode ser resumido como uma falta de cuidado em inserir o leitor no universo criado. Um ponto de partida para uma melhoria, a meu ver, está em compreender que o leitor não conhece a história que ele se dispôs a ler e, por isso, os elementos precisam ser entregues de forma ordenada e no tempo adequado, para que os cenários, os personagens e o próprio enredo fiquem claros na sua cabeça. Os acontecimentos, assim como as falas, precisam seguir um fluxo que o leitor consiga acompanhar o sentido, mesmo que para isso o narrador tenha que explicar ou reiterar o contexto, dando ênfase em informações que possam ter passado despercebidas por quem leu. Do contrário, o que ficará da leitura sempre será a sensação de que a obra foi escrita numa frequência que apenas o autor tem acesso.
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Nota: 2,9
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